Os Três Reis escrita por Deusa dos Yatos


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povooo!
Finalmente, ventou e choveu, mas o capítulo 17 saiu!!!
Espero que gostem e boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694596/chapter/17

“Quando uma luz se acende, outra se apaga. A esperança que queima dentro de mim é instável, mas sei que está lá. Sempre esteve. Sons, luzes oscilantes, pessoas que se parecem comigo, mas que jamais conheci. Medo e fúria se misturam formando uma quimera criada para destruir. De quem é esse reflexo que me mira?”

 

Jungkook encarava o pedaço amarelo de pergaminho a sua frente. A sala bolorenta e escura do escritório real estava um verdadeiro caos; ficara surpreso ao descobrir que agora era o rei de Galarda e que tinha uma crise inteira para dar conta. Jin não vinha para o reino desde que seus capangas enviados a Denver foram brutalmente executados e isso deixou o jovem rei ainda mais desorientado. Sentia-se confuso e perdido desde que encontrara com Jilian, na feira de Galarda. Embora tenha insistido para que ela fosse com ele para o castelo, onde teria uma chance de sobreviver á fome, à sede e às doenças, ela terminantemente não se lembrava de nada dele.

Não se lembrava da cabana da avó, nem de Jin, nem de como eles costumavam pegar ervas aos arredores para vender na feira. O que era mais estranho era que ele, Jungkook, também não se lembrava de muita coisa depois que reencontrou Jin.

Lembrava-se perfeitamente de estar numa propriedade abandonada juntamente com seus colegas da guarda e que, de alguma forma, seu irmão mais velho estava lá. Havia muito tempo que não se encontravam então assim que terminou suas obrigações, Jungkook saiu com seu irmão pelas ruas desertas de Galarda a fim de encontrarem uma taverna em que pudessem comer, beber e conversar. Depois disso uma lacuna enorme tomava conta de sua mente, mas por mais que tentasse caçar Jin pelas Terras da Gota mais ele fugia e se tornava fumaça diante de seus olhos.

Estava casado com a princesa Yoni, que dedicava seu dia a adorá-lo. Não podia imaginar como isso acontecera, mas já não dormia nos aposentos reais uma vez que nem fazia ideia de como poderia ter aceitado uma proposta de casamento como esta.

Ele se casaria com Jilian. Esse era seu objetivo quando foi até o castelo de Galarda com Namjoon. Queria melhorar as vidas daqueles que amava e agora mal sabia o que estava fazendo.

Jin deixara uma dívida exorbitante para Galarda com a aquisição de material bélico e fabricação de armaduras mais reforçadas. Com isso os impostos se elevaram de modo que toda a população pobre fora afetada e agora se encontrava agonizante pelas ruas e comércios.

O rei de Galarda estava prestes a pegar a pena para assinar decretos importantes sobre os poços que forneciam água à população quando um som chamou sua atenção. Era distante, mas muito nítido.

A corneta soava como um rugido de leão aos seus ouvidos. Com um medo súbito, correu até a janela mais próxima e abriu apenas uma pequena fresta observando o pandemônio que se instalara em Galarda. No horizonte, muito além dos muros do reino, uma linha de homens, montarias e estandartes davam forma à guerra eminente. Pode distinguir a figura de um homem alto e imponente à frente, uma mão nas rédeas da montaria e a outra no cabo da espada, sua armadura reluzia com o sol e sua expressão era uma mistura de raiva, dor e saudades.

Jungkook sentiu vontade de chorar quando o viu, Namjoon tinha finalmente retornado a seu lar.

...

Namjoon, Yoongi e Hoseok formaram uma linha de batalha em frente aos três portões principais como haviam combinado. Muita coisa tinha acontecido desde que deixara Galarda, mas o fato de estar em casa fazia Namjoon se sentir revigorado. Ophélia era um lugar muito agradável, Denver era um reino próspero, mas nada se comparava à sua degradada Galarda.

Dos três Reinos da Gota, aquele era o mais pobre, o mais sujo e provavelmente o mais feio. Mas isso jamais impediu Namjoon de amá-lo e de ter orgulho de dizer que aquele era seu lar. Olhou para as ruas tortuosas, para as pessoas, olhou para o seu castelo. Sentiu a brisa quente e o cheiro de metal, o sol ardente acima de suas cabeças o compelia a avançar.

Yoongi parou a seu lado contemplando a vista de Galarda.

—Isso vai ter um fim, Namjoon. Eu prometo!

Namjoon assentiu e por um breve momento sentiu seu peito apertar. Sua filha e mulher estavam ali, e perde-las era um preço alto demais a se pagar. Mas não só por elas, queria lutar por todos os que padeciam. Por todos que perdera.

A imagem do dia em que foram atacados no castelo de Denver voltou a sua mente. Estava prestes a ser morto por um dos guardas de Galarda quando a lâmina perfurou alguma coisa. Quando se virou não pode conter a angústia ao ver Alekssandru com uma lança atravessada no peito, porém sua espada se enterrara no olho esquerdo do inimigo atravessando o crânio. Ele seguira os desertores a fim de dar cabo deles no caminho, porém foi notado por outros guardas que vinham por um atalho. Logo ficou prisioneiro por dias até que, com algum trabalho, conseguiu se livrar deles e correr até Denver onde acharia o rei Namjoon.

Com Alekssandru em seus braços, sentia o sangue quente escorrer e derramar gota por gota. Lágrimas também brotaram de seus olhos no exato momento em que seu guarda fiel começara a falar-lhe:

—Rei...Namjoon... II._O homem sorriu e encarou Namjoon com serenidade no olhar_Foi uma honra pra mim, ter-lhe servido.

—Isso não acabou ainda Alekssandru, você ainda vai estar ao meu lado, em Galarda. Tudo vai ficar bem, vamos voltar pra casa juntos.

Alekssandru tossiu um pouco de sangue e fez que não com a cabeça, resignadamente.

—é improvável meu rei! Mas...tem algo...que você precisa saber.

—Não quero saber, não fale mais. Descanse por enquanto, o médico já está vindo!_O desespero na voz de Namjoon não impediu o guarda de continuar.

—Não é...Jungkook._a frase saiu num murmúrio tão baixo que Namjoon teve que se inclinar para entender._Existe um homem...seu nome é Jin. Ele... ele tem o dom.

—está delirando Alekssandru, não fale mais..._Namjoon levou a mão à testa de Alekssandru que a segurou violentamente.

—Ele não é um comum guerreiro... como eu, ou como você...ele, é um ser cruel dominado pela magia. Como Vossa Majestade imagina que seu Guarda Real tenha rapidamente se voltado contra si? Como sua própria filha teria lhe abandonado?

Namjoon olhou perplexo para Alekssandru, que lhe devolveu um sorriso de compreensão; mais uma vez lágrimas violentas ameaçavam escorrer por sua face. Mas essas, não eram lágrimas de pesar. Eram lágrimas de ódio, ódio pela profanação que fizeram a seu santuário. Profanação que fizeram a tudo que amava.

—Eu...acredito que agora compreende...­_Alekssandru deu um último suspiro e a vida escapou de seus dedos. O rei exilado fechou seus olhos e assim que Yoongi voltou com um médico atrás de si encontrou nos olhos de Namjoon um guerreiro que há muito não via.

Agora estava frente a frente com o inferno. A frente inimiga já se colocava ao redor do reino e uma legião de guerreiros se espalhava pelas ruas de Galarda.

Yoongi tomara seu posto no segundo portão, enquanto Namjoon permaneceu no primeiro. Hoseok e Sir Taehyung cuidavam do terceiro portão.

O sol ardente se escondeu por trás de uma nuvem que ninguém sabia de onde havia surgido. De repente tudo ficou escuro e uma tempestade estava prestes a cair.

Então ele reconheceu.

Bem no centro do reino, um cavaleiro negro o encarava. Seus olhos vermelhos em chama convidavam ao ataque e a magia pulsava de seu corpo denunciando sua identidade.

Namjoon deu o grito de ataque e assim que o fez a matança começou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!