Os Três Reis escrita por Deusa dos Yatos


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oláá!! E aqui estamos com mais um capítulo!!
Sim, minha gente ELE voltou, nosso rei monstrão está pronto pro contra-ataque ♥♥
espero que gostem e boa leitura! =^.^=



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“Sentimentos são coisas confusas. Pessoas aprendem a lidar com eles de diferentes formas. Intensos, passivos, rápidos ou realmente longos. Sentimentos que levamos no coração e que podemos reconhecer quando ocorrem mais de uma vez. Esse sentimento que grita dentro do peito, eu reconheço. Porém, o repudio.”

 

Namjoon acordou com o sol fraco tocando seu rosto. As paredes do cômodo em que se encontrava eram brancas e altas, na confusão de sua mente pensava que estava morto. Sua cabeça latejava como se tivesse tomado todos os barris de conhaque do reino. Yoongi entrou no quarto fazendo-o voltar à realidade.

—Como está?_Namjoon o encarou e voltou a olhar para o quarto. Havia um pequeno armário de carvalho na parede ao lado de sua cama e um punhado de flores descansava num recipiente na mesinha de cabeceira.

—Que lindo!_Namjoon zombou olhando para as flores. Yoongi sorriu com desdém.

—Achei que gostasse mais de lírios brancos.

—Como cheguei aqui?

—Você estava caído na entrada de Denver, todo machucado e congelando. Já fui informado sobre o que aconteceu. Hoseok está aqui para montarmos um plano de ataque.

—O quanto antes, melhor! Minha esposa e minha filha ainda estão lá. Yoni está completamente transpassada, ela deixou que aquela escória me jogasse na rua como um cão.

—Tem alguma ideia de como ele pode ter conseguido isso? Quero dizer, Jungkook deve ter algum método, Yoni te ama muito e eu duvido que em pleno exercício de suas faculdades mentais estaria a te tratar deste modo. 

—Eu não faço ideia. Drogas talvez, mas isso é relativo; se ele realmente ministrasse alguma droga sobre ela o efeito deveria passar em poucas horas. Yoni está completamente obcecada por ele de um modo assustador.

Yoongi notou a angústia e o medo se misturando e se contorcendo dentro do amigo. Ele gostava de Namjoon por este ser um homem prático quando o assunto era o reino de Galarda, porém quando sua família estava envolvida suas barreiras eram rompidas e ele ficava vulnerável de um forma que só os que fossem mais próximos dele pudessem perceber. 

—Eu entendo Namjoon. Sinto como se tivesse algum detalhe importante do qual estamos nos esquecendo. A propósito, a rainha Catarina está sendo mantida em cárcere, no calabouço do castelo. 

Namjoon abaixou a cabeça fechou os olhos.

—Até quando vai ser assim?_Ele tentou se levantar da cama, mas uma vertigem intensa o atingiu e precisou se apoiar em Yoongi para não cair.

—Você tem que ficar aí até se restabelecer. Faz exatamente duas semanas que só dorme e geme como um maluco, não queira se olhar no espelho!

—Eu dormi por todo esse tempo?

—Achamos que não ia acordar mais, é bom saber que está vivo Rei de Galarda. Os seus implorarão sua ajuda. Pedirei aos criados que tragam algo para comer, tem alguma preferência?

—Que tal suco de ricina?

—Vou pedir uma sopa.

Yoongi saiu do quarto deixando Namjoon sozinho e atordoado. Ele tocou de leve a cicatriz acima do olho e de repente se lembrou de como a conseguira. Alguns guardas saíram do castelo e ele insistiu para ir junto, afinal adorava andar pelas florestas de Galarda, como se fosse um caçador. O pai, que sempre atendera a seus gostos com prontidão, permitiu que fosse junto e assim ele se aventurou de uma forma perigosa pelos penhascos que rodeavam o castelo. Até que em um momento o cavalo em que montava errou o passo e ele caiu agarrando-se a algumas raízes e plantas mais resistentes que encontrou no paredão de pedra lisa e escorregadia. 

Sangue escorria por seu rosto e uma dor excruciante na cabeça o estavam levando pra longe, fazendo-o perder a consciência. Até que a voz de uma mulher o acordou e uma corda foi jogada para que ele a agarrasse. Até aquele momento ainda não descobrira o que acontecera em seguida, afinal nunca mais vira aquela mulher e nenhum dos outros guardas que estavam com eles. Era exatamente daquele jeito que ele se sentia, preso por frágeis fios à beira de um penhasco.

...

Yoongi andou pelos corredores escuros do castelo. A armadura batia nas pedras e o eco fazia daquilo uma cena macabra, como nos dias em que era incumbido de alguma execução. Com a mão apoiada na espada que pendia em sua cintura ele chegou a um portão de ferro com dois guardas a postos.

—Bom dia, Vossa Majestade_disse um deles já destrancando o cadeado do enorme portão. Yoongi acenou com a cabeça e entrou no salão.

Outros dois guardas estavam lá dentro e saíram da sala assim que avistaram o rei. No centro da sala se encontrava um rapaz ajoelhado com o corpo muito machucado e com as mãos atadas por cordas presas nas paredes que o circundavam.

—Olá, Jimin!

Jimin tentou erguer o rosto, mas tudo o que conseguiu foi cambalear para frente sem sucesso. A face estava ensanguentada e feridas dos mais diversos tipos se distribuíam por seu tórax.

—É uma pena que as coisas tenham tomado esse rumo, sabe?_Yoongi começou a andar de um lado para o outro no cômodo._precisaríamos de você para criar uma estratégia para nossa eminente guerra, mas parece que você vai estar muito distante daqui e não vai poder ajudar. É uma pena.

Yoongi começou a se dirigir a Jimin e ficou na linha do olhar do rapaz. Assim que o encarou percebeu o quanto seu olho esquerdo estava inchado e roxo, mas isso não fazia com que sentisse piedade, pelo contrário, o fazia sentir muito mais ódio. Olhar para aquele que ele confiou e perceber que os laços que ele criara eram apenas uma mentira. Aquilo o transformava num monstro abominável e com isso todas as técnicas de tortura voltavam a sua mente como se fosse ontem mesmo que tivesse sido o carrasco e não o rei.

Às vezes tudo o que pensava era em como estava sozinho. Sempre estivera.

Não tinha contato com a família, raramente via Namjoon e Hoseok, Jimin estava dormindo com sua mulher. Sua vida desmoronava e ele sentia pena de si mesmo, como se fosse um perdedor. Isso o enfurecia.

Jimin o olhou sem forças, os lábios rachados.

—Está feliz? Agora que arruinou minha vida mais uma vez? Eu confiei em você, será que não tem ideia de como isso é..._Yoongi se calou quando percebeu o que estava falando. Parecia uma garotinha reclamando o quanto a vida era injusta.

—Vamos nos divertir Sir Jimin!_Yoongi foi até o pote de sal que estava sobre uma bancada equipada com os mais diversos objetos de tortura. Pegou um pouco em uma pequena vasilha e o diluiu em vinagre.

Dirigiu-se até seu prisioneiro e jogou a mistura em suas costas cortadas pelos açoites com chicote. Jimin urrou com a dor e yoongi voltou até a bancada buscando por uma adaga. Logo ela foi cravada no ombro esquerdo de Jimin, o que fez o chão se encharcar ainda mais de sangue.

O guarda real já não conseguia ver o que estava a sua frente, a única coisa que queria era a morte. Uma morte rápida.

Foi então que viu a figura de Yoongi com uma enorme pinça. Ele se posicionou ao lado na mão direita do rapaz que pendia atada pela corda.

—Agora, minha parte preferida._Disse sorrindo maléfico.

Os guardas ouviam atordoados os gritos de agonia que vinham de dentro do cativeiro. Assim que tudo ficou em silencio o portão se abriu e de lá saiu o rei de Denver, com as mãos totalmente ensanguentadas.

—Cuidem para que ele não morra.

Os guardas assentiram. Os dois incumbidos de guardarem o interior do cativeiro saíram à procura de uma serva para cuidar dos ferimentos do prisioneiro.

Yoongi encarou o caminho a sua frente e percebeu que atrás de uma das colunas uma mulher se escondia. E chorava.

Aquela mulher o olhava com tamanho ódio que fez seu coração se contrair e voltar no dia em que se separara de sua mãe. O olhar de vergonha de sua mãe não era tão intenso quanto o ódio que via nos olhos de sua própria esposa.


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