Os Três Reis escrita por Deusa dos Yatos


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oiee, tô aqui mais uma semana pra dizer que
Jungkook tbm tem sentimentos minha gente!!!
acreditem ou não ahauhaua
espero que gostem do capítulo e boa leitura!! :3



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“A vida é um mar sombrio. Por mais que as pessoas tentem transformá-la em algo bonito, as pulsões de morte sempre acabam vindo à tona. Para alguns esses pensamentos, impulsos e sentimentos são o que os matem vivos embora jamais saibam o que é a paz ou o amor. A partir do momento em que se vive em razão da morte a vida passa a ser vazia e atormentada.”

 

Jungkook observava aquele que era o povo de Galarda. Rostos curiosos e espantados ainda o encaravam após a expulsão de Namjoon do castelo. Yoni sorria sem ao menos desgrudar os olhos do marido.

—Senhoras, senhores, hoje Galarda passa a ser um reino livre. Eu imagino como deve ter sido difícil viver sob o comando de um ditador por todos esses anos, Namjoon sem dúvida não era um ser humano. Ele os largou na miséria_Jungkook fez uma pausa dramática e olhou com falsa misericórdia para as pessoas diante de si_A partir de agora eu prometo fazer de Galarda um reino bem diferente do que é. Os ratos que apoiam Namjoon estão banidos da guarda. Tendo isto em vista, que comecem as festividades!

Logo após as palavras do rei, um enorme banquete foi servido. Ele não deixou de notar o olhar de Yoni sob si, ela parecia fissurada em sua figura como um caçador espreitando a caça. Não suportava a ideia de passar a noite com ela, afinal ela era apenas uma peça em seu tabuleiro de xadrez.

Assim que chegou a noite Jungkook pediu a atenção de todos novamente.

—Atenção meus caros amigos aqui reunidos._O burburinho cessou e todos o olharam com expectativa._Realmente hoje é um dia digno de muita festa, por isso gostaria de nomear o novo guarda real de Galarda.

As pessoas começaram a olhar para todos os lados em busca de algum candidato. E ele surgiu. Do fundo do salão Jin caminhava lentamente com um olhar extremamente feroz no rosto. Suas vestes haviam sido mudadas para as de um cavaleiro. Uma espada afiada pendia na bainha em sua cintura.

Jungkook olhou para o irmão e sorriu o que serviu para que o mais velho endurecesse ainda mais a expressão. Assim que se aproximou da escadaria onde Jungkook estava ele se virou para a multidão e sorriu com doçura, seu rosto mudara totalmente em questão de segundos.

—Meus queridos amigos de Galarda, meu nome é Jin. E um dia eu já fui como vocês, simplesmente alguém nesse imenso reino. Eu sei das dificuldades que passam, porque já passei por elas também. Mas hoje estou aqui para ajudá-los a superar tudo isso juntamente com a Vossa Majestade Jungkook I.

Jungkook o olhou e sorriu novamente, Jin o encarou com um sorriso singelo nos lábios, mas o ódio em seus olhos era insuportável. O rei de Galarda se desorientou por um breve momento.

—Vamos a nomeação_Jin disse seco.

Um dos soldados da Guarda trouxe uma espada de prata ricamente trabalhada e envolta em um pedaço de veludo. Jungkook a tomou em suas mãos e olhou fixamente para Jin.

—Ajoelhe-se._Jin obedeceu._Eu, Jungkook I, Rei das terras de Galarda, o nomeio Sir Jin, como Guarda real e conselheiro Real para que possa cuidar de nossa terra e de nosso povo juntamente comigo._Dizendo estas palavras Jungkook tocou seus ombros com a espada e a devolveu ao mesmo guarda que a trouxe. Jin subiu as escadas ficando um degrau abaixo de Jungkook.

E assim a noite avançou, todos festejaram, beberam, comeram e dançaram. Já era tarde quando Jungkook sentiu ser puxado pelo braço, arrastado na verdade. Na escuridão que se encontrava no castelo mal reconheceu a silhueta do próprio irmão que parecia desfigurado com as roupas de cavaleiro.

Foi jogado para dentro de uma sala qualquer, afastada do salão principal.

—O QUE DIABOS VOCÊ FEZ?_Jungkook olhou com olhos muito assustados para Jin, jamais o vira daquele jeito e pior ainda não estava acostumado a sentir medo.

—Fiz o que disse pra fazer irmão._Jin perdeu o controle e voou no pescoço de Jungkook que não teve tempo de se defender. O irmão mais velho era muito mais corpulento e muito mais forte, sem contar o poder, a magia que crepitava de seus dedos e penetrava na pele e nos ossos do novo rei. Logo Jungkook começou a sufocar.

—Você estragou tudo, imbecil. Você deveria tê-lo deixado pra mim. Eu queria matá-lo. E o que você faz? O expulsa do castelo._Jungkook começou a se debater enquanto Jin apertava ainda mais sua garganta. Com dificuldade conseguiu cuspir algumas palavras.

—A população ficará feliz em saber que seu rei foi morto no primeiro dia de governo.

Sentindo as palavras do rei, Jin o soltou com um safanão brusco que o fez atingir a parede logo atrás.

—Muito bem_Jin mantinha a voz num tom quase controlado_Você vai encontrar Namjoon e trazê-lo pra mim. Se não fizer isso saiba que quem vai ter que cumprir o papel dele será você.

Nisso o irmão mais velho virou as costas para sair da sala, mas Jungkook o parou.

—Irmão, espere. Não posso ter uma noite de núpcias com Yoni, o que devo fazer?

—Você é mesmo um bebe chorão, não é mesmo Jungkook? Não consegue ao menos dar um jeito na própria esposa sem pedir ajuda. Valeriana. Peça um pouco aos criados acredito que tenha essa planta nos arredores do castelo, faça um chá forte e dê a ela.

Jungkook se sentiu humilhado, era verdade o que Jin havia dito. Provavelmente não teria chegado até o trono sem ele.

—Não se esqueça de reforçar as doses da poção do amor a cada seis meses. Quando precisar de mais venha falar comigo.

Jin saiu da sala deixando Jungkook sozinho com as velas que agora tinham suas chamas quase de todo minguadas. Agora ele tinha tudo, mas ainda parecia que não tinha nada.

...

Jin caçava Namjoon como se sua vida dependesse disso. E nas duas semanas que se seguiram à expulsão do mesmo, muita coisa mudou no reino. O irmão mais velho estava definhando, murchando como uma flor que está prestes a morrer. Os olhos brilhantes e a face corada adquiriram uma sombra permanente, o corpo macilento diminuiu de tamanho. Por outro lado estava ainda mais ameaçador.

Fazia com que inocentes fossem assassinados todos os dias em prol de sua diversão. De preferência pais e mães de família muito pobres, esses eram seus melhores alvos. Crianças também eram mortas sem piedade às vezes por correrem nas ruas ou importunarem o sono do guarda real enquanto este descansava; traidores e ladrões não ousavam entrar em ação, Jin os torturava em praça pública do modo mais agonizante possível, ele os fazia implorar pela morte; o reino de Galarda caia em decadência total. Além das chacinas no castelo, as pessoas estavam morrendo por doenças que antes não existiam e por isso a população vinha minguando de uma forma preocupante.

Andando sob o sol forte Jungkook perambulava na feira de Galarda, que agora era composta apenas por nabos e alface. As pessoas faziam uma pequena reverência quando o viam, mas era claro o medo estampado em seu rosto. Qualquer passo em falso com o rei poderia resultar em pena de morte. Ali a morte estava à espreita até mesmo onde todos acreditavam que não.

Assim que passou por mais uma barraca com umas parcas alfaces na banca, algo chamou a atenção do rei de Galarda.

Uma cabeça loura de cabelos muito cacheados. Era uma menina miúda que distraída colocava alguns nabos em uma cesta de bambu. Ela usava um vestido singelo com uma capa acinzentada e suja por cima. Assim que ela virou o rosto o coração de Jungkook parou. Foi como se algo o trouxesse a tona de repente, como se estivesse fora há muito tempo e só agora retornara. 

O rapaz ficou olhando para aquela garota de olhos castanhos e pele queimada de sol. Seu ser foi inundado de alívio e felicidade, mas na verdade ele ainda não sabia bem o porquê.

Sem se conter, o rapaz correu em direção à bela moça que ali se encontrava. Ela virou seu rosto para ele e ergueu o olhar, Jungkook era muito mais alto que ela. Então a moça fez uma reverência e continuou a encará-lo como se não o conhecesse. E então ele se lembrou. 

Se lembrou da garotinha que os tinha acolhido na velha cabana que compartilhava com a avó quando ainda eram muito crianças. Se lembrou dos três, ela, Jin e ele nadando no rio que cortava aquele sítio pequeno. Se lembrou do dia em que jurou partir pro castelo de Galarda a fim de dar uma vida melhor a todos eles. O dia que jurou que faria dela sua esposa, sua verdadeira esposa.

—Jilian?_Ele a olhou com grande expectativa.

A garota lançou um olhar vazio ao rei:

—Acredito que Vossa Majestade tenha se enganado. Meu nome não é esse.

Nisso a garota fez uma breve reverência e se virou pra ir embora deixando ali, no meio da rua, o homem mais miserável de todos os tempos.


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