Cry me a river! escrita por Miss Swan Potter


Capítulo 3
Gravidade


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :P



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Emma acordou cedo no 1º de setembro, tomou um longo banho, desceu as escadas e encarou o material em sua frente, era sua primeira vez em Hogwarts, o que a aguardava? Já ouvirá muitas histórias de Killian sobre aquele lugar, sobre como era enorme e fascinante, apesar disso não se sentia tão animada com aquilo. Na verdade, Emma sentia como se não se enquadrasse no mundo bruxo, muito menos no mundo trouxa.
Era como se ela não se enquadrasse em lugar algum, sentia-se perdida, sem rumo e apesar de saber que seus pais estavam julgando a forma como ela agia ultimamente, ela não se importava afinal havia cansado de fingir sorrisos e ser um pau mandado para deixar todos felizes e satisfeitos.

— Emma – Mary se aproximou receosa – Assim que Killian descer iremos com vocês até a estação.

— Certo – respondeu a loira sem olhar para ela.

— Bom dia Emms – Henry desceu as escadas correndo abraçando a irmã, os dois tinham uma relação muito achegada, principalmente nos últimos dias, Emma era a pessoa preferida dele naquela casa, por mais que ambos tentassem não demonstrar estavam tristes.

— Bom dia pequeno príncipe – sorriu bagunçando os cabelos dele – Dormiu bem?

— Sim – voltou a agarrar a loira – Tive sonhos muito legais, a gente ia pra Hogwarts!

— Só mais 4 anos e você vai me encontrar lá – beijou a testa do irmão mais novo – Enquanto isso se comporte e me escreva todos os dias!

— Você sabe que vou – os olhos do garoto se encheram de lágrimas e a loira tocou sua bochecha num gesto carinhoso.

*** 

— Me deixa ajudar você com as malas – Killian pediu encarando Emma.

— Fica tranquilo – respondeu sem olhar para ele enquanto eram seguidos pelos pais pela estação de Kingscross.

— Você pegou todos os livros filha? – David perguntou apertando o passo para alcança-los.

— Sim – respondeu secamente, parou e analisou curiosamente a entrada para a plataforma 9 e ½ , ela já ouvirá falar daquele lugar muitas vezes, mas nunca havia visto.

— Vá na frente – Mary pediu enquanto dava um abraço em Killian – Se cuide e não se esqueça de escrever.

— Fique tranquila – sorriu e correu para plataforma atravessando a parede.

— Emma – Mary e David se aproximaram – Sei que não temos sido os melhores pais e que você não quer muita conversa – disse cabisbaixa – Mas eu espero que tenha um grande ano, conheça novas pessoas, novos lugares e acima de tudo – engoliu em seco enquanto algumas lágrimas escorriam por sua face – Seja infinitamente feliz – Ao concluir abraçou Emma que tinha uma expressão neutra em seu rosto.

— Sentiremos sua falta – David se uniu ao abraço e eles permaneceram daquele jeito por alguns segundos, Emma se desvencilhou do abraço dos pais e encarou a plataforma a sua frente.

— Basta caminhar diretamente para plataforma Emma – Mary disse observando-a – Não pare e não tenha medo de bater nela, isso é essencial.

Emma respirou fundo e deu passos largos até a parede de tijolos, ao chegar bem perto respirou fundo e apressou os passos, ao abrir os olhos se viu surpresa com tantas pessoas andando apressadamente de um lado para outro.

Killian a esperava e mesmo que contra a vontade de Emma ele pegou sua mala e foi levá-la para onde se depositava as bagagens, a loira encarou o trem que já estava cheio de estudantes, alguns conversando, outros rindo.
Emma continuou andando pela aglomeração de gente sem saber muito bem para onde deveria ir, esbarrou em uma garota e elas quase acabaram indo ao chão.

— Me desculpe – Emma se apressou em dizer encarando a garota loira - Eu não vi que...

— Tudo bem – ela sorriu para Emma – Também estamos um pouco perdidas - só nessa hora Emma reparou na garota que a seguia - Eu sou Elsa, essas comigo são Anna e Ruby. 

— Olá – a loira sorriu cumprimentando-as – Eu sou Emma Swan.

Emma agradeceu e seguiu as garotas pelos vagões, Elsa avistou um que aparentemente estava vazio, apressou os passos, mas quando ela e Anna já estavam quase dentro dele viram Regina Mills encarando a janela, se arrependeram no mesmo instante em que a morena olhou para elas e lançou um olhar vazio.

— Vamos procurar outro lugar – Elsa anunciou e fechou a porta do vagão antes mesmo que Emma pudesse ver quem estava ali.

— Aqui tem um vagão vazio – Emma disse voltando um pouco para trás e entrando, as garotas a seguiram, elas mal se sentaram e o trem já começou a andar, as garotas observavam as famílias acenando para se despedir. 

— Ansiosas para o primeiro dia em Hogwarts? – Ruby perguntou sorrindo. 

— Você fala como se já fosse experiente nisso – Anna riu baixinho provocando a amiga – O que me preocupa é em que casa vou estar... 

— Fique tranquila – Elsa tocou seu ombro – Tenho certeza que não será sonserina. 

— Ouvi dizer que não há um bruxo que seguiu um mau caminho que não tenha sido da sonserina - Emma disse encarando a janela perdida em pensamentos

— Certeza que a Mills será da Sonserina – Ruby disse revirando os olhos.

— Isso não seria uma novidade levando em conta que os Mills descendem de Salazar – Elsa comentou – Vocês já...

— Espera – Emma as cortou – Regina Mills?

— Sim – Ruby respondeu receosa – Você a conhece? 

— Infelizmente já ouvi falar nela – Emma suspirou – Não é atoa o que dizem sobre Sonserina – concluiu perdida em pensamentos, Regina e Killian eram de sonserina, talvez o casamento não fosse algo tão ruim.

***

O trem diminuiu a velocidade e parou, Emma pegou o grande casaco negro e vestiu ao sentir o frio da noite.

— Alunos do primeiro ano aqui – Hagrid surgiu entre a multidão – Vamos, me acompanhem.

Os alunos começaram a segui-lo por um caminho estreito e muito escuro, todos andavam em absoluto silêncio.

— Se olharem a direita terão sua primeira visão de Hogwarts – todos os estudantes ficaram impressionados com o enorme castelo, Emma mal conseguia piscar, não queria perder nenhum momento daquilo – Só quatro em cada barco – Hagrid gritou apontando para os barquinhos que os esperavam junto à margem.

Emma seguiu as garotas, entraram no barco e continuaram o caminho até desembocarem em um gramado úmido.

A porta do castelo se abriu e um bruxo de vestes negras foi recebe-los, o rosto severo, Emma engoliu em seco ao sentir que ele a encarava.

— Alunos do primeiro ano, professor Rumple Gold – informou Hagrid.

— Obrigado Hagrid – ele disse num tom cordial – Eu cuido deles daqui em diante.

Todos acompanharam o Professor Gold pela entrada do castelo, as vozes dos outros estudantes já podia ser ouvidas por eles, o restante da escola já devia estar reunido, mas o professor os levou a uma sala vazia no saguão.

— Sejam bem vindos a Hogwarts – Gold disse com um sorriso torto – o banquete vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem vocês serão selecionados por casas, como todos já sabem isso é importante pois enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família – em um gesto ele puxou a toca de um aluno que parecia não estar ouvindo o que estava dizendo – As quatro casas são Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e – um sorriso surgiu em seus lábios novamente – Sonserina. Enfim façam uma fila e me sigam.

Os alunos o seguiram nervosos, todos se perguntavam o que aconteceria, pra que casa iriam, como seria o teste, atravessaram as portas duplas que levavam ao grande salão o professor Gold os levou até perto de uma mesa comprida onde se sentavam os professores e eles pararam enfileirados.
Todos encaravam o chapéu que estava posto em cima de um pequeno banco, ele se mexeu e começou a cantar:

Ah, você podem me achar pouco atraente, 
Mas não me julguem só pela aparência 
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar 
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui. 
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos, 
Suas cartolas altas de cetim brilhoso 
Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts.
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu. 
Não há nada escondido em sua cabeça 
Que o Chapéu Seletor não consiga ver, 
Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar 
Quem sabe sua morada é a Grifinória, 
Casa onde habitam os corações indômitos. 
Ousadia e sangue-frio e nobreza 
Destacam os alunos da Grifinória dos demais, 
Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar, 
Onde seus moradores são justos e leais 
Pacientes, sinceros, sem medo da dor, 
Ou será a velha e sábia Corvinal 
A casa dos que têm a mente sempre alerta, 
Onde os homens de grande espírito e saber 
Sempre encontrarão companheiros seus iguais, 
Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali estejam seus verdadeiros amigos, 
Homens de astúcia que usam quaisquer meios 
Para atingir os fins que antes colimaram. 
Vamos, me experimentem! Não devem temer! 
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos! 
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos) 
Porque sou único, sou um Chapéu Pensador.

Quando ele terminou de cantar todos bateram palmas e se aproximaram do banco tensos, mas ao mesmo tempo ansiosos para saber em qual casa ficariam.

— Quando eu chamar seus nomes – o professor voltou a dizer – Vocês porão o chapéu e se sentarão no banco para a seleção – olhou a lista em suas mãos – Bealfire Gold – todos os alunos encararam o garoto que fazia de tudo para não ser notado, a franja caindo sob os olhos.

— Ele é filho do Gold – Ruby sussurrou para Emma.

— Aposto que o pai dele deseja que ele vá para sonserina – uma garota de olhos puxados se aproximou entrando na conversa e as meninas a cumprimentaram.
 
— Lufa-Lufa – anunciou o chapéu enquanto o garoto levantava e saia evitando olhar para seu pai.

— Belle French – gritou senhor Gold, a garota nervosamente andou até o banco.

— CORVINAL – anunciou o chapéu após alguns minutos, Belle acenou para algumas amigas e foi até a mesa da esquerda, vários alunos se levantaram para apertar a mão da garota quando ela se reuniu a eles.

Enquanto os alunos eram chamados Emma reparou que o chapéu algumas vezes anunciava logo o nome da casa, mas outras ele levava um tempo até tomar uma decisão.

— Ruby Lucas – Emma podia jurar que viu uma senhora sorrindo para Ruby da mesa dos professores.

— GRIFINÓRIA – anunciou o chapéu e Ruby sorriu andando até a mesa da Grifinória.

— Anna – alguns encararam a garota desajeitada que ia até o chapéu.

— Aposto que ela será da Lufa-Lufa – Emma ouviu a garota de olhos puxados comentar com um rapaz –Olha como a irmã dela está tensa – seguindo o olhar deles Emma encarou Elsa.

— Elas não parecem irmãs – Emma disse para si mesma, mas isso não passou despercebido pela garota ao seu lado.

— LUFA-LUFA – o chapéu anunciou.

— Elas não são irmãs de sangue – Emma a encarou constrangida – A propósito, sou Mulan, esse é Phillip – a loira os cumprimentou e logo ouviu o chapéu gritar SONSERINA pela primeira vez, ao olhar viu uma garota com metade dos cabelos brancos e metade pretos.

— Emma Swan – Gold disse já encarando a loira.

Ela andou até o banco respirando profundamente, se sentou e sentiu o chapéu sendo colocado em sua cabeça.

— Interessante – Emma se contraiu na cadeira – Muita coragem, muita bravura, um potencial enorme, porém desprezo pelas regras – Grifinória, por favor Emma pensava com os olhos fechados – Me lembra o Potter, mesma linhagem não é mesmo? Sonserina não é uma casa ruim Emma, você pode alcançar grandes coisas lá – Grifinória, grifinória – A loira continuava repetindo – GRIFINÓRIA – o chapéu anunciou e Emma andou rapidamente sendo bem recebida na mesa a direita. 

Todos os alunos foram designados a suas respectivas casas, mas os professores andavam preocupados de um lado para outro, Harry Potter encarava a porta da entrada e parecia tentar acalmá-los, toda conversa foi cortada quando a porta central se abriu atraindo a atenção de todos.

— Desculpe pelo atraso – Regina Mills disse enquanto passava pelas mesas, Emma teria olhado para ela se não estivesse ocupada imaginando o que comeria, ninguém disse nada até que ela sentou no banco.

— SONSERINA – o chapéu gritou antes mesmo de ser encaixado na cabeça da morena, Emma suspirou e levantou os olhos para ver quem havia causado toda aquela confusão.

Quando seus olhos e os de Regina se encontraram Emma perdeu o ar, nunca antes ela havia visto olhos tão profundos como aqueles.
Suas mãos começaram a tremer e o coração batia descompassadamente era como se ela tivesse levado um soco no estômago.
Mesmo em tantos milênios os seres humanos são incapazes de entender o amor. Afinal, quanto é físico e quanto está na mente?
Quanto é acidente e quanto é destino?
Emma não tinha a mínima ideia de explicar o que estava em sua mente, seus pensamentos, tudo que ela havia vívido até aquele momento, as pessoas que ela amava, tudo se dispersou.
 Não havia mais a prendendo onde ela estava, nem mesmo a gravidade era o sentido dela estar ali...
Respirou fundo sem quebrar aquele contato que ela não poderia descrever como menos que perfeito e apesar de não saber como ela sabia que se aproximaria daquela garota, não por dependência, carência ou todas essas outras coisas terminadas em “ência”, mas por que ela finalmente havia encontrado seu lugar, o lugar que fazia ela se sentir completa, fazia ela “sentir”, o lugar que ela chamaria de casa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? ^^
pessoal, tem algum personagem de ouat que vocês querem ver próximo da Emma além da Ruby? Me deixem saber XD



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