The Darkest Night escrita por Eddie Maximoff


Capítulo 2
A hora das bruxas


Notas iniciais do capítulo

Então, esse capítulo não é o meu favorito, mas ele é necessário pra trama, espero que gostem ♥



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O corredor parecia não ter fim. As luzes piscavam de forma assustadora. Perguntei-me qual o estado da fiação da melhor escola do estado. Não quis imaginar. Esperava que ao menos tivesse um gerador. Ali onde eu estava, sob o teto grosso e baixo, o sinal do celular quase não pegava, um fato irritante, pois eu precisava me manter atualizada e me atualizar.

A sala de informática ficava no final do corredor, no sentido oposto aos banheiros. Entrei na sala e procurei um que não estivesse sendo utilizado e estava indo me sentar na cadeira quando uma voz me chamou:

— Ei, você. Antes de usar o computador você precisa assinar aqui; – falou um garoto sentado atrás de uma mesa, apontando para uma folha de papel. Ele tinha cabelos lisos cor de chocolate, usava barba e óculos de grau. O tipo nerd fofinho que sempre termina com o coração partido, mas bonito o suficiente para eu considerar uma possibilidade. Assinei meu nome com uma caligrafia floreada, demorando mais do que o necessário. Notei que ele tinha olhos que variavam de um tom de castanho-esverdeado e usava um crachá que tinha seu nome. Charlie.

Quando terminei de assinar meu nome, dei um sorriso para ele e fui em direção ao computador, sentindo os olhos dele nas minhas costas. Sexy.

Recitei o nome de cada um mentalmente até decorar eles, pesquisando até encontrar as redes sociais de cada um. Lindsey. Andreas. Sasha. Tara. Julia. Abraham. Eles não pareciam diferentes de jovens de sua idade. Curtiam as mesmas coisas que todo mundo. A Tara e o Abraham inclusive assistiam Faking It e America’s Next Top Model. Eu precisava comentar os novos episódios com eles, sem mais. Eles haviam feito uma viagem no verão passado para a Austrália.

Apenas uma coisa me chamou a atenção. Em algumas publicações eles brincavam com uma lenda local que falava que a cidade era mal-assombrada por causa de uma caça às bruxas que havia acontecido no século XIX e que a maioria dos moradores acreditava que as bruxas ainda moravam na cidade, ficando mais poderosas à cada geração e esperando o momento certo para espalhar seus vingança na população. Eu, particularmente, não acreditava nesse tipo de coisa, me parecia apenas superstição. A cidade ensolarada e próxima ao litoral não parecia nada com um cenário de filme de terror barato. Havia sol, palmeiras, shoppings e caras bonitos com pouca roupa voltando da praia. Nada sombrio ou diabólico.

Olhei meu relógio, era 03:00 da tarde. Eu havia perdido uma aula e meia, precisava voltar para a sala ou iria receber advertência. Ao chegar na sala, eu disse à professora que havia me sentido mal após o almoço e me perdi enquanto procurava a enfermaria. Ela sorriu, pergunto meu nome e me deixou entrar. Não faltava muito para a aula acabar. Economia doméstica. Eu era um fracasso, então apenas observei enquanto algumas meninas assavam biscoitos e ofereciam para os meninos provarem, sorrindo feito bobas para eles e então cochichando coisas entre si de forma animada. Depois de me encher de rosquinhas de chocolate a aula acabou e eu pude finalmente ir embora.

Enquanto eu caminhava pelo corredor, eu os vi novamente. Conversavam animadamente enquanto guardavam os materiais nos seus armários, todos juntos, um ao lado do outro. Ignorando completamente a multidão de alunos passando por trás deles em direção à saída. Diminuí o passo, disposta a observá-los de longe. Vi os seis se afastarem e desaparecem ao passarem pela porta.

Segui em frente, caminhando despreocupadamente pelo corredor agora vazio quando notei que o garoto moreno forte, Andreas, havia deixado a porta do seu armário aberta. Não faria mal em dar uma espiada, então abri a porta com delicadeza, certificando-me de que não havia ninguém nas proximidades. Ao olhar dentro do seu armário, tudo parecia normal. Havia alguns livros e material escolar, mas ao olhar com mais calma havia também algumas ervas, uns cristais e um livro velho amarelado com uma capa preta e um pentagrama desenhado. Diferente do que eles usavam no pescoço, o pentagrama da capa estava invertido. Peguei o livro com as duas mãos e comecei a folheá-lo, sem focar em nada específico. Havia feitiços e invocações, mas não prestei atenção em detalhes. Coloquei-o na mochila e fui embora, sem demonstrar emoção.

Do lado de fora o sol começava a se por, pintando o pátio de tons dourados e alaranjados. Os alunos falavam alto e brincavam uns com os outros. Esse era o problema da Califórnia. O dia não acabava quando o sol se punha. Vi o garoto da sala de informática, que acenou para mim enquanto eu entrava no carro. Acenei de volta, tentando ser simpática, mas o meu foco estava no livro que eu carregava na bolsa. Havia algo de misterioso naquele livro, algo místico, como uma história que passa através de gerações.

Durante a noite, tomei um banho e subi para o meu quarto. Li o livro vorazmente, embora não compreendesse direito o que dizia, parecia escrito em um inglês arcaico e tinha muitas e referências desconhecidas, mas mesmo assim não consegui parar até terminá-lo. Fui pega de surpresa pelo som do meu despertador tocando, embora eu não me lembrasse de ter colocado o alarme para aquela hora. Meia noite. The Witching Hour. A hora das bruxas, como eu havia lido mais cedo na escola. Guardei o livro e rezei uma prece rápida que havia em um livro da minha mãe, ainda com certo medo, mas não adiantou muito. Não conseguia dormir. Versos do livro ecoavam na minha mente e eu tinha a estranha sensação de estar sendo observada.


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Notas finais do capítulo

bah, se você chegou até aqui eu só tenho que agradecer e pedir que continuem acompanhando, por favorzinho ♥



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