Depois de longos minutos insistindo para Diego ir embora, ele finalmente cedeu, mas disse que estaria aqui amanhã bem "cedinho" e eu não tive como negar. Os meninos foram primeiro e depois Bella e Diego, ele se despediu com um beijo na minha testa, aproveitei o meu tempo sozinha e me permitir descansar. 

Bella. 

Diego e eu estávamos indo para o ponto de táxi, já que ontem Tyler me deixou aqui no hospital e levou o carro para a pousada. Eu tinha deixado a chave do carro com ele. Pelo que Tyler me disse ele encontrou Jorge e levou o mesmo até a pousada, aproveitando e deixando a chave com o mesmo e assim ele veio de táxi. 

Chegando no ponto de táxi, ficamos esperando um táxi aparecer, do outro lado da rua vejo uma pessoa me encarando. Meu coração parou de bater instantaneamente, não conseguia acreditar que ele estava ali. "Como ele me achou?" , estava encarando o homem do outro lado da avenida, precisava avisar Jorge, temos que sair daqui, dessa cidade. 

Ele me olhava com um sorriso masoquista, como se me tivesse em suas mãos novamente. Sentia meus olhos arderem como se estivesse produzindo lagrimas que eu não deixaria escapar. Diego me tira das minhas lembranças atormentadoras. 

— Bella? Algum problema? - Ele diz me olhando, em seguida percebo que ela vai virar para olhar a direção que eu olhava. Por um impulso seguro nos ombros dele fazendo o mesmo me olhar. 

— Eu... estou bem! - Acabei respondendo qualquer coisa, mesmo que não faça sentido na frase. 

Um táxi aparece, faço Diego entrar rapidamente. 

— Quem era aquele homem? Te olhando? - Ele perguntou me olhando e em seguida para o homem conhecido por mim, o carro estava em movimento. 

— Olhando para mim? Que...Que isso! Deve ser coisa da sua cabeça. - Tentei ignorar o nervosismo que se instalou em minha voz. 

— Eu vi ele te olhando... Tenho quase 100% de certeza que ele estava te olhando. - Ele disse insistente. - E não era um olhar de "te achei muito linda", era um olhar de "oi de novo". - Ele tentou explicar. 

— Já disse que você está enganado. - Eu disse rindo fraco, evitando olhá-lo, ele era um fofo e mentir para ele não era algo pela qual eu me orgulhasse. 

— Eu não estou... - Ele foi interrompido pelo taxista mal educado. 

— Para onde madame? - O taxista parou em um sinal vermelho e me olhou. 

— Por favor para a pousada Hold Mony - Eu respondi vendo o mesmo se virar de volta para frente. Sabia que minha nova vida em Boston acabaria logo e estava acabando até mais cedo do que eu tinha imaginando. Estava nervosa, aflita, não queria ter que ir embora, gostava daquela cidade, gostava dos meus novos amigos e gostava também de Diego. E mais uma vez John consegue estragar minha vida. 

Chegando em frente a pousada, me despeço de Diego e o mesmo se oferece para pagar a conta do táxi e aproveitar pra ir para sua casa. 

Vou até o quarto que eu e meu irmão estávamos hospedados, entro e vejo uma leve bagunça. Roupas jogadas por todo o local. Não era completamente um quarto, tinha uma parte que eu particularmente definia como sala e uma pequena cozinha, o necessário para se virar por um mês, ou no caso duas semanas. 

Caminho pelo espaço pegando aquelas roupas do chão, vou até o quarto e encontro meu irmão todo jogado na cama, não sei se estava dormindo ou em coma alcoólico. 

— Gê? Acorda. - Eu digo mexendo nele. O mesmo resmunga algo indescritível ao meus ouvidos. - Levanta, temos que arrumar nossas coisas. - Eu disse tentando permanecer calma antes de começar á gritar jogando ele para fora da cama. 

— Hum... Deixa eu dormir mais cinco minutinhos. - Ele abraça o travesseiro virando para o outro lado. 

— Jorge, levanta logo, temos que ir embora. - Eu digo me afastando dele, pegando minhas malas embaixo da cama, coloco as mesmas em cima da cama, em seguida abro as gavetas pegando minhas roupas e colocando dentro das malas, um tanto rápido. 

— Levantar? Não vou hoje. - Ele dizia com a voz sonolenta. Acho que nem acordado ele está. 

— Anda logo, levanta logo! Ele nos achou. - Eu disse fechando uma das malas. "Minha fuga parece que nunca acaba".