Acordei, com dores pelo corpo todo, consigo me mexer me ajeitando na cama. Estava em um quarto de hospital, só que dessa vez estava sozinha, sem cortinas aos lados e sem pessoas sangrando. Olho em volta, e não vejo ninguém, de repente a porta abre e vejo Diego entrando com um copo aparentemente de café. 

— Até que enfim acordou... - Ele solta um suspiro aliviado vindo até mim. 

— Quem é você? - Eu perguntei com a voz baixa e um pouco rouca. Percebo ele arregalar os olhos. 

— Elena... Você lembra de mim? - Ele pega uma poltrona colocando ao lado da cama, ele estava tenso, preocupado e possivelmente bravo. 

— Estou brincando vagabundo. - Eu digo com um mini sorriso nos lábios. 

— Nunca brinque com algo assim nanica... Você quer me matar do coração? É isso? - Ele estava bravo. 

— Começou o sermão... - Eu disse baixo. 

— O que você estava pensando? Sair daquele jeito com o carro da minha mãe sem avisar... Você nem sabe dirigir. E para piorar sair dirigindo bêbada? Você poderia estar morta... - Ele dizia com preocupação na voz. 

— Relaxa vagabundo, estou aqui do seu ladinho, ainda vou infernizar sua vida por mais alguns anos. - Eu sorri meiga. - O que aconteceu com o carro da sua mãe? Ela deve estar querendo arrancar meu fígado... - Comentei. 

— O carro já era... E talvez seu fígado também... - Ele ri fraco pegando minha mão dando um beijo nas costas da mesma. - Mas isso é o de menos. - Ele sorri e eu retribuo o sorriso. 

— Eu dou outro novinho para ela. Quer dizer... A Elizabeth dá outro para ela. - Fitava ele. 

— Mas como você esta se sentindo? - Ele perguntou. 

— Tirando a dor no corpo inteiro, a moleza, e o cansaço, estou bem. - Eu respondi. - Eu perdi OOSA. - Eu disse fazendo um biquinho triste. Até fazer biquinho estava doendo. 

— Sabia que você iria comentar sobre OOSA, então pedi para Marina gravar o episodio pra você. - Ele sorriu ainda segurando a minha mão . 

— Ai como eu amo você demais. - Eu disse sorrindo animada. 

— Eu sei que você me ama. Não sei o que você faria sem mim. - Ele se gabou um pouco. 

— Convencido. - Eu ri fraco e tossi um pouco me engasgando com meu próprio ar. 

— Você está bem? Quer que eu chame os médicos? - Ele levantou da poltrona rápido soltando minha mão. 

— Calma vagabundo, eu só me engasguei, relaxa. - Eu sorri pelo jeito preocupado dele. - Você fica tão fofo quando está preocupado comigo. - Eu sorri boba. 

— Engraçadinha. - Ele diz sentando novamente. 

— Cadê o pessoal? - Eu perguntei. 

— O Dylan queria vir para cá, mas achei melhor ele ir para casa e depois eu dava noticias. O Tyler e o Enzo estão com Bella comprando algo para comer. - Ele respondeu encostando na poltrona ficando todo largado. 

— A Bella está aqui? - Eu perguntei "Se ela está aqui, será que o Jorge também está?" 

— Ela passou a noite aqui. - Ele disse simples. 

— O ... - Hesitei - Jorge passou a noite aqui também? - Eu perguntei tentando não parecer tão interessada. 

— Não! - Eu percebi que ele ficou um pouco incomodado - O que aconteceu entre vocês? Ele foi o motivo do seu acidente? - Diego disse deixando transparecer a raiva que estava da situação. 

— Não! Claro que não! Até parece! - Eu neguei tudo evitando olhar para ele. 

— Então qual foi o motivo de você sair da boate sem avisar ninguém? - Ele perguntou com frustação em sua voz. 

— Não queria mais ficar, estava chato, juntou com a bebida e eu não pensei direito. - Eu disse inventando qualquer desculpa, e ainda sem olhar nos olhos castanhos dele. Ficamos em silêncio por um tempo. Uma batida na porta corta o silencio ensurdecedor. A porta se abre deixando visível Enzo comendo uma rosquinha de chocolate com granulados coloridos. 

— Princesa da minha vida, graças á Deus você está bem. - Ele coloca o saco provavelmente cheios de rosquinhas nas mãos de Tyler, ele veio na minha direção beijando minha bochecha varias vezes. 

— Ai. - Exclamei baixinho. 

— Lorenzo, cuidado! - Tyler reprimiu Enzo. 

— Desculpa, desculpa, desculpa. - Enzo diz varias vezes, saindo de perto de mim. - Então minha princesa... Como está seu pé? - Ele pergunta, e só agora percebo que estava com o pé engessado. 

— Nem percebi isso. - Olhei para meu pé que estava descoberto, porém engessado então não sentia ventinho. - Acho que meu pé está bem. - Eu ri fraco. 

— E você? Como está? - Bella se pronunciou um pouco afastada. 

— Eu estou bem, tirando alguns efeitos colaterais. - Eu sorri meiga. 

— Fico feliz por isso. - Ela sorriu e percebo Diego sorrindo para ela. 

— Tá vendo minha linda... Carros não sobem em árvores. - Tyler brincou e todos demos pequenas e curtas risadas. 

Ficamos conversando um pouco, tive que ligar para meu baby, Dylan, avisando que eu estava bem, ele queria ficar no hospital com os meninos, mas o horário de visitas estava acabando, mas ele iria amanhã me "buscar" no hospital depois do colégio[1], para me levar para casa. Sim, eu teria alta amanhã. Hoje eu só ficaria em observação, caso eu começasse a passar mal. Os médicos queriam ter certeza que eu não teria nenhum traumatismo craniano ou algo assim, confesso que eu estava confusa com tudo isso.