Dupla Identidade Vol. 1 escrita por Lyns Fernandes


Capítulo 10
Tragédia.


Notas iniciais do capítulo

Bom, parte 2/2. Espero que gostem.



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Cadê o Diego nessas horas? Pra mim poder xingar ela, enquanto ele me ouvia. Olho em volta e vejo Diego no Bar, conversando com Bella. "Filho da mãe, me deixou sozinha de novo." 

Eu já estava um pouco tonta, minha raiva estava tanta que até meu interesse por ele, naquele momento, havia sumido. Varias pessoas dançando e eu só olhava aquela cena ridícula, ela parecia rebolar na frente dele, enquanto o mesmo segurava na cintura dela. Depois de mais algumas doses, eu já estava quase indo fazer uma loucura e socar a cara daquela ... Vaca. 

Vejo Jorge vindo com um sorrisinho no rosto na minha direção, dessa vez eu não sorri nem nada, levantei do lugar onde estava sentada pegando minha bolsa. Ele parecia não entender. 

— Aonde vai tampinha? - Ele pergunta me olhando. Tampinha era o atual apelido carinhoso que ele estava me chamando esses dias. 

— Embora. - Eu disse simples. 

— Embora? Mais esta cedo ainda! - Ele diz com um sorriso. O mesmo estava muito perto de mim. 

— Eu não quero mais ficar. - Eu disse simples um tanto irritada. 

—Affz', é só maus de patricinha mimada. - Ele saiu da minha frente, sua expressão tinha mudado completamente, parecia estar desapontado e meio bravo. Ele se senta. 

— É o que? - Eu me virei irritada olhando para ele. - Quem você pensa que é garoto, para me chamar de patricinha mimada? - Percebo que o mesmo levantou e me olhou, estávamos cara a cara. 

— Ah, desculpe, não sabia que a verdade doía tanto assim. - Ele disse sarcástico me olhando. 

— Olha aqui garoto, pensei que você era diferente, mas me enganei, você é o típico playboyzinho que se faz de bom moço e no final das contas é apenas mais uma maçã podre. - Eu disse dando um leve cutucão no ombro dele. - Quer saber? Cansei de ficar aqui ouvindo desaforo de quem não tá merecendo minha atenção. - Eu disse virando de costas e andando pra longe dele. Naquela altura do campeonato nem sentia mais a tontura, era só a raiva que estava fazendo meu sangue ferver. Minha vontade era de bater nele naquele instante. 

Sinto uma mão forte segurando meu pulso e me deixando impossibilitada de andar e me viro para olhar. 

— Então é isso né? E assim que vai ser? Beleza então mocinha! Quer saber o real motivo por ter concordado em vir aqui com você? Era só pra poder tirar uma casquinha, sabe como é né? Estava meio parado esses dias. Você estava lá quase se entregando para mim sem eu ter feito nada, então se você acha que era especial ou algo do tipo, há há está muito enganada! E se você esta achando que se você sair, eu vou implorando pra você voltar, fique sabendo que não é bem assim! Tem muita gente mais fácil aqui. - Ele tinha se aproximado mais fazendo minha respiração ficar pesada. - Você não passa de uma patricinha mimada que acha que pode ter tudo em mãos á hora que quiser. - Ele disse convencido do que falava, soltou meu pulso, se virou e saiu. "Como assim?" 

Estava completamente sem reação. Canalha, idiota, estupido, cretino. Realmente ele conseguiu fazer eu perder completamente o interesse nele. Não estava acreditando nas coisas que saiu por aquela boca, que por momentos passados eu quis beijar. Saio daquele lugar barulhento, indo para o estacionamento. Pego a chave do carro de Deborah que estava na minha bolsa, vou até o carro, entrando no mesmo e sai cantando pneu. Não sabia dirigir muito bem, mas naquele momento eu não estava me importando com nada e nem ninguém. Sinto o vento gelado batendo no meu rosto que estava quente, fecho as janelas e sinto algo escorrendo dos meus olhos. "Não acredito que estou chorando por causa daquele idiota". Me sentia tão estupida por me importar tanto. Eu só queria minha cama, meu travesseiro e o meu Teddy, meu urso gigante. Eu não sabia como deveria me sentir, com raiva, magoada, triste, acho que estava com tudo isso junto. 

— Burra! Burra! Burra! - Eu dizia em meio as lagrimas enquanto batia no volante. Estava mais de 120Km/h, meus olhos estavam um pouco embasados por causa das lagrimas que eu não queria deixar escapar e as palavras que ele disse não saia da minha mente. Ficava se repetindo varias e varias vezes na minha cabeça, eu revivia aquele momento de minuto em minuto. Eu queria gritar. 

Estava indo tão rápido, me sentia tão perdida em meus pensamentos e os flashbacks eram constantes que nem me dou conta que estou indo em contra mão, vejo uma luz e um som ensurdecedor ambos aumentando, meus olhos ainda estavam cheios de lagrimas e eu não estava enxergando muito bem. Quando me dou conta do que está acontecendo, tento desviar perto do meu carro estar quase se chocando com o outro carro. 

Acabo perdendo o controle do carro, fazendo ele girar na pista e em seguida capotar acho que umas quatro vezes, pois á partir dai eu perdi á conta. Estava tudo girando, eu já não segurava mais no volante, quando finalmente o carro parou de girar era tarde demais, já estava descendo um barranco. Piso no freio mas não era o freio e sim o acelerador, o carro vai descendo mais rápido, até que se choca fortemente contra uma árvore eu acabo batendo a cabeça com força no volante e em seguida no vidro da janela que estava rachado e com o impacto da ultima batida acabou se quebrando. E eu apaguei.  
 

Depois de alguns minutos que pareceram horas mal dormidas, eu escuto um barulho bem longe, me mexo sem força nenhuma, meu corpo estava dormente, eu não conseguia controlar meus movimentos, meu celular tocava dentro da bolsa que estava no chão do carro em algum lugar, meus olhos estavam pesados era quase impossível ficar de olhos abertos. Acabei apagando mais uma vez. 

Retomei a consciência com alguém falando comigo, abro os olhos bem pouco conseguindo ver minimamente. Um homem com um uniforme que não consegui identificar no momento, me chamou vendo se eu estava consciente, eu consigo mexer fracamente a mão, elevando-a um pouco. Parece que o homem percebeu este meu ato, ouvi algo como "ela tá acordada" e foi ouvindo essas palavras que acabei desmaiando novamente. Provavelmente porque fiz esforço demais para conseguir levantar a mão. 

Acordei mais uma vez enquanto já estava dentro da ambulância, estava me sentindo sufocada com aquele negocio que colocaram no meu pescoço, colar cervical, tentei falar que estava bem, mas eu sabia que não estava. Eu estava entrando em desespero, não conseguia respirar direito e isso me assustava. 

— E...Eu estou bem... Tirem isso... de mim. - Eu dizia baixo, sem forças. - Eu estou bem. - Disse finalizando com falta de ar. 

— Calma nanica, vai ficar tudo bem. - Diego estava ao meu lado e segurou minha mão. Ele parecia abatido, mas com seu jeitinho protetor dava para perceber que ele se fazia de durão. 

— Di... - Eu disse baixinho e apaguei mais uma vez. 

E dai em diante eu não acordei mais. Eu conseguia pensar, eu estava "acordada", mas ao mesmo não controlava meu corpo. Uma sensação de desespero com um misto de impotência e medo estava sendo comum naquela situação. Eu ouvia as pessoas conversando ao meu lado. Estava com tanto sono, que sentia que estava quase não escutando nada ao meu redor, o volume ia baixando. 

— Qual é a situação da paciente? - Uma voz de longe perguntou, não sabia se era homem ou mulher. 

— Acidente de carro. Estava embriagada, parece que o carro estava na contra mão, perdeu o controle do carro, o carro capotou e depois desceu o barranco e se chocou com uma árvore. - Uma voz feminina se pronunciou 

— Algum hematoma profundo? - Uma voz grossa, possivelmente um homem. Acho que era a pessoa que estava mais longe. 

— Dois na cabeça, um na perna e um no braço. Vai precisar de pontos nessas áreas. Vai precisar de tomografia para saber se quebrou algo - A mulher disse. - Mas primeiro temos que esperar ela acordar... Rápido, estamos perdendo pulsação - Ela finalizou e senti ela mexendo na agulha que estava em meu braço. Tinha uma leve impressão que ela estava colocando mais uma "bolsa" de soro. 

A confusão que estava em minha mente era inigualável, eu não sabia o que fazer, como me sentir. Queria abrir os olhos, falar alguma coisa, perguntar o que estava acontecendo, aonde eu estava, onde estava Diego, mas eu não conseguia nem dar um simples resmungo. Meu corpo lá imóvel, fora do meu controle, me deixava tão desesperada á ponto de querer gritar, mas nem isso eu conseguia fazer. Parecia que eu estava no escuro com os olhos abertos mas sem enxergar nada. O sono era cada vez maior. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Jorge foi muito malvado com ela? Me digam no comentários.

Beijos, Lyns.



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