Diego permaneceu ao lado de Violetta, e ficou fitando o chão até que minutos depois, a mesma acordou.

 A visão da argentina foi se tornando nítida aos poucos. Novamente, sua reação foi gritar, mas ao se lembrar do que aconteceu da última vez que fez isso, se prontificou em se calar.

— Shhhh!!!! – Disse Diego. Ela assustada assentiu com a cabeça. Pensava que aquele garoto que estava ao seu lado era como o outro. – Está tudo bem, não precisa ter medo – ele tentou acalma-la. – Está tudo bem, OK? – Ela concordou. Por alguns segundos, não disse nada. Não conseguiu. Apenas ficou observando a beleza da moça. – Eu sou Diego. Prazer – ele disse esticando a mão com receio. Não devia ser Violetta a pessoa receosa? Ela apenas retribuiu apertando sua mão com dificuldade por conta dos nós. Ao perceber, Diego se pronunciou –  Eu juro que se pudesse te desamarrava mas... Eu não posso. Sinto muito – lamentou verdadeiramente.

 Para ele nada daquilo era necessário. Mas Violetta não sabia que as intenções daquele jovem, eram diferentes das do ela havia visto brevemente antes.

  Violetta estava acanhada – e com razão. Diego resolveu tentar quebrar o gelo.

— O que foi? Não precisa ter medo de falar!

— Qu-quem é você? O que você quer comigo? E aquele outro cara?

— Eu sou Diego e aquele outro cara é o meu irmão.

— O que vocês querem comigo?

— Eu...

— SAIBAM QUE MEU PAI VAI VIR ME RESGATAR E VAI COLOCAR VOCÊS DOIS NADA CADEIA, TÁ ME OUVINDO?!

 Violetta se exaltou por alguns segundos. Apesar de sua voz expressar tirania, seu olhar expressa medo. Muito medo.

— Eu espero que aconteça isso mesmo... – Diego falou.

 Ele estava sendo sincero, ele não queria machuca-la e nem que a machucassem, mas ele sabia que não seria fácil.

— Ai... Minha cabeça dói... – Ela disse com a mão sob a mesma.

— Deve ter sido pela pancada... Bom, é melhor você dormir e descansar – disse com a voz gentil.

 Sem ter muito o que fazer, e estando amarrada, ela apenas seguiu seu conselho.

***

   Algumas horas depois, León – que estava vendo TV – achou que seu irmão estava demorando demais. Diego ainda não havia voltado do sótão, então ele decidiu ir até lá.

 Acho chegar, se deparou com seu irmão com a mão sob a testa de Violetta. Aquilo o incomodou. Ele não sabia muito bem o porquê, mas aquela cena o incomodava, então decidiu se pronunciar com uma tosse falsa. Seu irmão –por fim – notou sua presença, mas não disse nada:

— Já está tarde Diego, você tem que dormir.

— Eu não quero. Não estou com sono.

— Amanhã vai ser um dia longo e...

 León queria argumentar algo, mas estava sem forças. Para sua sorte, Diego se levantou e caminhou até ele

— Eu ia dizer que ela está congelando – ele disse. – Mas como obviamente você não se importa...

 León não respondeu nada. Diego, por sua vez, foi para seu quarto. E León também iria, mas antes de ir, decidiu dar uma olhada em Violetta. Sem pensar muito, de repente, já estava ao seu lado.

 A argentina, estava completamente inconsciente e imóvel. Mas ela dormia como um anjo...

 O mexicano, involuntariamente, levou sua mão direita até o rosto da jovem e a passou sob seu rosto suavemente. Mesmo que ela estivesse acordada, o toque seria praticamente imperceptível.

 Ele a observava com um olhar diferente. Pode-se até dizer que havia um certo carinho ali... Ou, ao menos, que não havia ódio e nem vontade de matar, como minutos atrás.

 León constatou que seu irmão tinha razão, ela estava gelada. Então, ele se levantou e caminhou até seu quarto e pegou um cobertor que estava guardado no guarda-roupas e o levou até a jovem, cobrindo-a delicadamente. Depois, observou o machucado que havia deixado na testa de Violetta; por um segundo, pegou-se arrependendo-se de seu ato. Espantado com tal pensamento, levantou-se. Aquela era a primeira vez que aquilo acontecia, e ele não entendeu o porquê. Com medo da resposta, sem dizer uma palavra, fechou a porta e se dirigiu ao seu quarto. Onde por fim, dormiu.