Era isso o que León era. Um assassino. E seu irmão – Diego – também.

— O que... – A cabeça de Violetta estava doendo demais, ela se perguntava se havia bebido algo na festa. A resposta era não. E ao perceber isso, começou a gritar - SOCORROOOOO, ALGUÉM ME TIRA DAQUI!!!

 Se Diego não estivesse com os fones de ouvido com o som no último volume ouvindo Like I Would de Zayn Malik, ele teria ouvido os gritos.

 León se prontificou em tapar a boca da moça com a mão:

— Cala a boca desgraçada! Pára de gritar!

 Os olhinhos castanhos de Violetta estavam arregalados e ela assustada ao entrarem em contato DIRETO com os esverdeados de León, mas naquele momento, ela não podia prestar atenção na – bela – cor de seus olhos e nem em seus belos olhos

— Se você gritar de novo, eu faço o cano do meu revólver atravessar o seu cérebro. Entendeu?

 León não estava falando sério. Por mais que quisesse, ele tinha ordens para mantê-la viva.

  Por enquanto.

— ENTENDEU OU NÃO?! – Ela balançou a cabeça positivamente. – Bom... Mas você não me serve para nada acordada agora então...

 E tudo voltou a ser preto para Violetta. León lhe deu uma coronhada na cabeça.

 Depois de checar se seu revólver não tinha sofrido nenhum estrago, ele desceu até a sala, ao encontro de seu irmão, que estava deitado no sofá, agora ouvindo Drag Me Down da One Direction. Ao ver León chegar, tirou os fones:

— E ai? – Perguntou se sentando.

— Ela acordou.

  Diego praticamente pulou do sofá ao ouvir aquilo. Ele estava preocupado com a moça, e diferente de seu irmão, havia reparada muito na beleza da mesma. Diego não tinha a intenção de machucar Violetta. Ele queria mantê-la o mais segura possível. Na verdade, ele não gostava de machucar nenhuma de suas vítimas, que dirá matar! Mas para León...

 Então ele subiu correndo até o sótão, estava ansioso para trocar suas primeiras palavras com a argentina, saber seu nome... Mas quando a viu apagada assim como antes...

— Mas o León tinha dito que ela tinha acordado... – Murmurou para si mesmo. Consigo mesmo, após pensar várias vezes, só conseguia chegar a uma conclusão. –LEÓÓÓÓÓÓÓN!!!!!!!!! – Ele gritou e seu irmão mais velho tomou até um susto. Quando León chegou – EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ MATOU ELA! O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? O QUE?!?!

 Diego já estava amaçando a gola da jaqueta de León esperando uma resposta.

— Tira as mãos de mim! Eu não fiz nada.

 “E ainda mente”, pensou Diego.

— Ah não? Então o que é isso? Hum? – Ele apontava para Violetta inconsciente – Você disse que ela tinha acordado.

— E acordou – ele respondeu tranquilo. Ao ver que seu irmão ainda não tinha entendido, e constatar o quão lerdo o mesmo era, decidiu dar uma explicação melhor. – Ela estava assustada – Diego o interrompeu

— Por que será né?!

— Deixa eu terminar! Ela não parava de gritar e...

 León buscava uma explicação mais “humana”. Para ele, o simples motivo de acha-la irritante bastava para justificar seu ato, mas sabia que para seu irmão não.

— Ela estava com muito medo, e aqueles gritos me irritavam profundamente então.... Facilitei para os dois lados – ele concluiu sorrindo. – Ela não sofre de medo e meus ouvidos não sofrem com os gritos. Viu maninho? Eu até pensei nela... Não sou um monstro como você imagina.

 Aquela foi uma provocação para Diego. Nem León imaginava que Diego reagiria assim:

— Não León, você é pior do que um monstro! Você não tem coração, não tem escrúpulos. Faz tudo por maldade! E vê se para de ser cínico! Você não poupou nem os seus pais... Que eram os meus também!!!! Você não pensa em ninguém, León! Você não se importa com ninguém além de você mesmo. Mas quer saber? Deixa isso pra lá... Mas se eu souber, que você fez algo com ela... Juro que não sei o que faço.

 León o escutou atentamente. A primeira parte, não foi novidade. A segunda, o tocou por alguns segundos, mas ao sentir que aquilo lhe causava o mínimo de fraqueza, resolveu apenas passar por cima. De novo. Mas ninguém podia culpa-lo, não depois de tudo o que ele passou... A última.... Podia ter lhe soado como uma piada, mas toda sua armadura que ele pôs em volta de si próprio havia voltado.

— Escuta aqui irmãozinho, eu posso não matá-la porque tenho ordens para mantê-la viva, mas... Nos foi mandado fazer ela passar os piores dias de sua vida aqui, e eu vou cumprir o que me foi mandado. E você vai me ajudar. Porque eu não vou me ferrar por causa dos seus sentimentos banais e muito menos pela dor dela!

— Você é muito egoísta.

— Não foi isso o que você disse que eu era?! Eu apenas... Estou te dando a certeza de que você tem razão. É um garoto esperto – ele deu dois tapinhas no rosto de Diego. – Fico feliz que me conheça tão bem. – E então, ele voltou para a sala.

 Para Diego, aquilo havia sido apenas mais uma prova do monstro que seu irmão era. Mas só León sabia o quanto de ironia havia em suas palavras e o quanto de dor tudo aquilo que acabara de suceder lhe causara...