Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana
Notas iniciais do capítulo
Hello leitores!
Devo dizer que os próximos capítulos vão trazer um pouco de sofrimento para todos nós. Mas, como disse anteriormente, o Barão vai fazer valer a sua vontade.
Tenham todos uma ótima leitura!
Não dá para explicar o que estou sentindo agora.
Passei anos sofrendo por ter perdido as pessoas que eu mais amava e apesar de ter gasto tanto tempo pensando em tudo o que aconteceu, nunca consegui sequer imaginar quem poderia ter feito aquilo. Fecho meus olhos com força e sinto a camisa dele molhada quando lembro daquele homem tatuado dizendo em alto e bom som que matou minha família.
Por causa dele.
Barão.
Respiro fundo de novo e deixo o cheiro familiar do Gustavo me trazer de volta para o agora, junto com uma ingênua sensação de segurança. Não sei a quanto tempo estamos sozinhos e não sei porquê, mas se ainda conheço sequer um pouco meu pai, sei que ele vai voltar.
— Eu sei que vocês não querem conversar. __ ele aperta ainda mais os braços ao meu redor. — Mas a gente precisa sair daqui.
Não me movo.
— Ele não vai deixar a gente sair. __ minha voz sai abafada.
— E ainda tem aqueles homens e as armas. __ ouço a voz da minha prima.
— A gente vai dar um jeito.
Fecho meus olhos de novo e me lembro de tudo o que disseram sobre meu pai. E se que tudo o que falaram sobre ele for verdade, quer dizer que ele é um homem perigoso. Me afasto do Gustavo e quando o olho lembro dele caído ao lado do Felipe com aquela arma apontada para a cabeça. Meu peito dói.
— Não quero que vocês se arrisquem.
— Eu sei Gatinha, mas a gente precisa....
— Já chega. __ a voz do meu pai ecoa dentro do galpão. — Eu voltei pelas minhas filhas e está na hora de leva-las comigo.
Baixo meu rosto e respiro fundo. Luto contra meu medo e mesmo não querendo me desvencilho do Gustavo. Olho para ele e sua expressão me pede para que eu não me afaste, mas eu preciso. Ergo meu rosto e quando vejo o Barão cercado por homens e parado perto da porta, bem na nossa frente, sinto o que nunca senti por ele: medo.
Me coloco de pé e sei que o Gustavo faz o mesmo.
Observo atentamente a imagem do homem a minha frente e quase saio correndo na sua direção, como fazia quando era criança.
Ele está exatamente do mesmo jeito.
Não consigo segurar as lágrimas e a saudade que senti todo esse tempo machuca ainda mais quando lembro que esse homem não é o pai a quem eu amei e venerei a minha vida inteira. Uma sensação angustiante de traição se apodera de mim enquanto ele me olha duro, como se eu ainda fosse uma criança e tivesse acabado de fazer besteira.
Meu coração vacila quando as lembranças dele invadem minha mente e eu quase ouço com clareza a voz dele lendo para mim, sempre o mesmo livro. Sinto meus pés darem alguns passos em sua direção e sou possuída por uma vontade avassaladora de abraça-lo, mas sou impedida quando o Gustavo agarra meu pulso.
— Você morreu__ as palavras escapam de mim. — E eu senti tanto a sua falta.
Ele me olha e sua expressão se torna mais branda.
— Não era para ter sido daquele jeito. __ sua voz agora está suave. — Aquilo tudo foi um erro.
— Eu não consigo entender. __ a voz da Paloma o faz olhá-la.
— Eu vou explicar tudo para vocês, minhas meninas. __ ele me olha de novo. — Assim que a gente sair daqui conto tudo o que vocês quiserem saber.
— Elas não vão a lugar nenhum com você. __ o Gustavo diz e puxa meu corpo até o dele.
Sinto ele apertar firme meu pulso e a expressão do Barão muda de novo, dessa vez para uma que eu não conhecia. Seu maxilar rígido e sua postura ameaçadora traz de volta o medo que senti antes. Quando os homens ao redor dele empunham suas armas eu me coloco na frente do Gustavo.
— Acabem com os dois. __ a voz dele é dura. — E as tragam para mim.
Me desespero quando vejo os homens se aproximarem com as armas apontadas para nós. O Gustavo me puxa e sei que estamos perto do Felipe e da Paloma.
— Não. __ grito.
Eles se aproximam mais e enquanto dois deles puxam a mim e a Paloma os outros voltam as miras para a cabeça dos meninos. Me debato e sinto dois abraços se apertarem ao meu redor. Ouço minha prima gritar e chorar enquanto os dois estão parados, na nossa frente, com todas as armas voltadas para eles.
— Barão! __ grito ainda mais alto e ele não responde.
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