Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 38
37º Capítulo – “Não vai embora.”


Notas iniciais do capítulo

Oi Leitores.

Quero parabenizar todas as leitoras mulheres pelo dia 08 (me desculpem pelo atraso).

Boa leitura, nos vemos lá embaixo.



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Finalmente toda essa merda acabou. Já faz um tempo que o Jonas saiu e minha prima está bem, na medida do possível é claro. Consegui convencer o Felipe de que estou bem e ele resolveu dormir um pouco. Sei que ele se preocupa comigo, mas as vezes age como se eu fosse uma criança.

Estou voltando para o quarto dela e não consigo nem imaginar o que teria acontecido se ela não estivesse bem agora. Assim que chego na porta vejo o Gustavo em pé ao lado da cama, fazendo carinho no rosto dela. Olho a cena durante alguns segundos e me viro para sair.

— Pode entrar Pirralha. __ Ele diz, sem me olhar.

Enquanto me aproximo da cama ele se afasta, ficando de costas para ela. A olho por alguns segundos e sinto o clima pesar dentro do quarto.

— Você tá bem? __ Pergunto pra ele.

Ele me responde fazendo um gesto afirmativo com a cabeça.

— Gustavo, ela tá bem. __ Digo, olhando pra ela de novo.

— Bem? __ Ele se vira e me olha. — Olha pra ela e me diz se você, sinceramente, acha que isso é estar bem.

— Depois de tudo que aconteceu... __ Tento organizar meus pensamentos. — Ela está aqui e viva. Então pra mim isso é estar bem.


Ele sorri amargo e passa as mãos pelo cabelo. Observo sua expressão tensa e logo me dô conta – ele se sente culpado. Lembro do Felipe tentando me explicar o porquê daqueles homens terem levado a Alice e o que isso teria a ver com ele, mas eu estava desesperada e não consegui absorver muita informação. Apenas que o Gustavo trabalha com algo perigoso e que era ele que os bandidos queriam. De repente me lembro da forma como ele foi embora anos atrás e, de certa forma, tudo acaba fazendo um pouco de sentido.

— Você vai embora de novo, não é? __ Pergunto olhando pra ele.

— Eu não posso ficar aqui. __ Ele diz, com a voz baixa.

— Você não pode ir. __ Olho pra minha prima e depois pra ele de novo. — Ela precisa de você aqui.

— Não. __ Ele diz seco. — Ela não precisa dessa merda toda na vida dela.

— Você acha que isso é sua culpa? __ pergunto.

— Se eu acho? __ ele solta uma risada fria e se aproxima da cama.

Observo enquanto ele passa os dedos com carinho no rosto dela e sua expressão muda para uma outra que não consigo decifrar.

— O Felipe contou pra você? __ Ele pergunta, sem me olhar.

— Ele tentou, eu acho. Mas eu não estava com cabeça para entender muita coisa. __ Digo, sincera.

Ele passa um longo tempo em silêncio, só a olhando. De repente me lembro de que foi sempre assim. Ele sempre esteve lá, com ela. Sempre a protegeu e cuidou dela. Mesmo quando ela estava errada, mesmo quando ela perdia o controle de si mesma, ele sempre esteve lá. Exceto quando foi embora. Do nada. Sem que esperássemos, ele só foi.

— Pirralha. __ Ele me olha. — Eu preciso resolver umas coisas... __ Ele respira fundo. —Vou verificar se é seguro vocês voltarem pra casa. Então, fica aqui com ela. Tá?

— Claro. __ Falo.

Ele beija a testa dela, dá a volta na cama e me beija também, saindo do quarto logo em seguida.

GUSTAVO

Sair daquele quarto é doloroso, principalmente quando sei que tudo o que aconteceu com ela é culpa minha. Não consigo evitar que minha mente crie pensamentos assombrosos sobre os últimos três dias e meu subconsciente faz questão de me lembrar de que tudo isso poderia ter sido evitado.

Você não devia ter voltado.

Entreguei a David os celulares e a carteira que achei no bolso do desgraçado que quase atirou em mim na usina e ele conseguiu informações interessantes. A parte “fácil” é que vou ter que passar tudo o que aconteceu para Citros – bom, pelo menos as partes mais importantes do que aconteceu, a parte difícil é que vou fazer ela reviver tudo aquilo de novo. Ir embora da primeira vez foi duro, muito mais do que eu achei que seria na época. Mas não chega nem perto do que estou sentindo agora e simplesmente não sei como ir.

Gustavo está sentando na mesma sala em que estava quando procurava por Alice. Mergulhado em pensamentos, ele não percebe a aproximação de David.

— Tenho uma boa e uma má notícia. __ Ele diz, chamando a atenção de Gustavo. — Qual você quer ouvir primeiro?

— Aposto que as duas ruins. __ Gustavo sorri fraco. — Me diz primeiro a menos ruim.

— Talvez você tenha razão. __ Diz David sorrindo, tomando uma postura série logo em seguida. — Eles te acharam aqui, em Vila Rica. E por um milagre, ou incompetência deles, não chegaram até a casa dos seus amigos.

— Ótimo. __ Gustavo respira fundo. — Essa é realmente uma boa notícia.

— A notícia muito ruim, é que a Citros já descobriu e solicitou que você voltasse imediatamente. __ Ele diz, sério.

— Merda. __ Gustavo passa as mãos pelo cabelo. — Isso quer dizer que eles sabem dos três?

— Digamos que eu consegui apagar dos registros telefônicos o nome da Alice e dos outros. __ David sorri sincero. — Você me deve uma.

— Cara... __ Ele solta o ar que estava prendendo. — Te devo mais essa.

— Não esquenta. __ Fala David. — Só tente não deixar essa merda toda acontecer de novo.

Precisei convencer o Felipe e a Pirralha de que a casa deles estava segura e que teriam que voltar pra lá. Colocamos a Alice deitada no banco de trás, como fiz para trazê-la para cá, a Paloma sentada no banco de trás com ela e o Felipe no banco da frente, ao meu lado. Não demoramos para chegar e antes de deixar as meninas entrarem, eu e o Felipe vasculhamos a casa inteira, só por precaução. Assim que verificamos todos os cômodos, trouxemos as duas para dentro. Subi a escada com a Alice nos meus braços e tudo o que eu quero é inalar o máximo possível do cheiro dela, guardar o máximo possível dentro de mim. Quando a coloquei na cama ela gemeu baixo, por causa da dor.

Me sento ao seu lado na cama e fico assim durante algum tempo, a olhando. Tiro uma pequena mexa de cabelo do rosto dela e deixei meus dedos acariciarem sua bochecha. Deixo meus dedos contornarem seus lábios e as lembranças de nós dois nessa cama me atingem em cheio.

Tudo parece tão distante agora.

— Como vou conseguir ficar longe de você? __ Digo baixo.

— Não vai embora. __ A voz da Pirralha me faz despertar.

Quando olho ela está parada dentro do quarto.

— Eu não posso trazer isso pra vida de vocês. __ Digo.

— Isso não foi culpa sua...

— Você sabe que foi. __ a interrompo. — Você sabe, eu sei, todo mundo sabe Paloma. __ Falo mais alto do que gostaria.

Respiro fundo e não a ouço dizer mais nada. Olho mais uma vez para minha Gatinha e levanto da cama.

— Olha, eu sei que você quer que eu fique. E acredite em mim, eu daria tudo pra ficar. __ A olho. — Mas eu não posso permitir que algo assim aconteça de novo... nem com ela e nem com você.

— Não tem outro jeito? __ Ela diz, com as lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Pirralha... __Me aproximo e a abraço. — Isso tá doendo em mim também, muito mais do que da última vez. Eu a amo mais que qualquer coisa e amo você também, e é por isso que preciso fazer tudo o que for possível para manter vocês seguras. E a única forma, é não estar por perto.

— Gustavo... __ Ela me aperto pela cintura e sinto seus soluços. — Ela vai achar que você a abandonou de novo.

— Eu sei. __ Sinto um nó na minha garganta. — Vai ser melhor se ela não me quiser por perto.

— O que? __ Ela se afasta e me olha.

— Se ela me odiar, vai ser mais fácil. __ Só de imaginar, sinto um buraco se abrir dentro de mim. — Por que se eu sentir que ela me ama... Simplesmente não vou conseguir me manter longe __ Ela me olha com os olhos arregalados.

— Mas ela...

— Por favor, não deixe ela me procurar. __ A interrompo de novo. — Diga que eu fui embora e ponto. Se ela for atrás de mim, pessoas perigosas podem machuca-la de novo e eu não vou poder protege-la.

Fecho meus olhos e respiro fundo mais uma vez, tentando acalmar tudo que estou sentindo.

Ela balança a cabeça me dizendo que sim.

— Eles vão machucar você? __ Ela pergunta baixinho.

— Não se preocupe comigo. __ Sorrio sincero. — Só, cuide dela pra mim.

Ela me abraça forte de novo e eu olho para a Alice mais uma vez, sem soltá-la. Assim que nosso abraço acaba, saio do quarto e não olho para trás.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham do Gustavo ir embora? Acho que ele está tentando proteger dua Gatinha, mas não sei se isso é a melhor escolha...


Tenham uma boa semana, até a próxima e beijos da tia =)



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