Hybrid: Um demônio em Beacon Hills escrita por LadyWolf


Capítulo 23
Mãe


Notas iniciais do capítulo

OI POVOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Que saudade de vocês ♥
Acharam que eu ia abandonar essa história? Pois fiquem sabendo que não e que já estou planejando uma segunda temporada porque sou bem dessas ;*
Desculpem a demora pra postar ;.;
eu estava na bad desde o fim do ano passado porque o lindo do meu professor de latim me reprovou porque "não viu meu nome no trabalho".
Mas eu vou resolver isso, podem deixar u-u
E os comentários do último capítulo que ainda não respondi serão respondidos em breve, ok?
Enfim, fiquem com o capítulo aí ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694173/chapter/23

   Confesso que quando Crowley sumiu diante de meus olhos, me deixando sozinha com Ruby senti vontade de matá-lo. Infelizmente eu ainda não tinha poder pra isso. Não havia outra opção, era encarar minha querida mamãe sim ou sim.

 Olhei para minha mãe agora com mais atenção. Debaixo da sujeira que cobria seu rosto havia uma bela mulher de cabelos cacheados e um olhar penetrante. Pensando bem, nós éramos parecidas fisicamente, mas não podia me deixar levar por aquilo. Independente de qualquer coisa Ruby continuava sendo uma supervilã.

 Eu simplesmente não sabia o que dizer diante daquela mulher e ela pareceu perceber isso e acabou me dando um tempo para assimilar melhor a situação. Ficamos nos analisando durante certo tempo até que minha mãe resolveu quebrar o gelo.

 – Você cresceu tanto. – disse a mesma levando a mão ao meu rosto, porém logo desviei.

 – Corta essa de mamãe boazinha. – fui curta e grossa.

        – Está bem. – disse Ruby recolhendo a mão provavelmente fingindo um desapontamento. – Você deve ter ouvido falar muitas coisas sobre mim.

 – Que você traiu meu pai e começou o Apocalipse? Sim, claro.

        – Emily, eu sei que você deve ter todos os motivos do mundo para ter raiva de mim, mas, por favor, peço que me dê à oportunidade de me explicar.

 – Sabe que não vou acreditar em nenhuma palavra que disser, certo?

 – Eu sei disso e não tiro a sua razão. Mas, por favor, deixe-me explicar.

 – Você tem três minutos.

 – Primeiramente queria me desculpar, mesmo que não adiante em muita coisa. Sei que errei com você, com seu pai e com todos. Mas, querida, eu não tinha escolha.

 – Escolha de começar ou não o Apocalipse? Ah, claro.

 – No início eu não queria isso. Muito pelo contrário, até ajudei seu pai e seu tio a lutar contra os demônios. Tanto que os entreguei uma arma poderosíssima forjada no Inferno.

 – A faca de matar demônios. – deduzi. Ruby fez que sim com a cabeça.

 – Depois que voltei ao Inferno, fui seduzida por Lúcifer que conseguiu se comunicar comigo através de uma fenda do tamanho da cabeça de um alfinete. Ele encheu minha cabeça com propostas e eu acabei cedendo. Mas, infelizmente, quando voltei a Terra já era tarde demais. Eu já tinha me apaixonado perdidamente por seu pai e não conseguia conter meus sentimentos. E foi então que você nasceu. Porém se eu não fizesse o que Lúcifer havia mandado poderia ter problemas com os outros demônios que o seguiam. Então manipulei seu pai até que...

 – Até que fizesse a besteira do milênio e libertasse o Diabo da jaula.

 – Mas eu não queria machucar ninguém. Eu fui tão manipulada quanto qualquer outro demônio no Baixo-Inferno. – naquele instante Ruby começou a chorar lágrimas de crocodilo, o que começou a me irritar. – Mas eu aprendi da pior forma que não se deve confiar em Lúcifer porque para ele nós não passamos de simples marionetes que assim que acaba de usar as descarta para esse lugar horrível e...

 – Seu tempo acabou. – falei de forma fria já de saco cheio daquele blá blá blá. – Não adianta dizer nada, não vou acreditar em alguém como você. E se me der licença, tenho mais o que fazer.

 – Por favor, Emily. – disse ainda entre lágrimas. – Me tira desse lugar.

 Dei as costas para a demônio já me preparando para partir daquele lugar infernal quando senti a mão de Ruby sobre meu ombro. A olhei irritada e logo ela foi lançada a metros de distância. E foi naquele instante que todo o teatrinho terminou. As lágrimas foram substituídas por uma gargalhada alta e falsa, como era de se esperar daquela mulher.

 – Já te disseram que você é muito boa atriz? – perguntei.

 – Obrigada, eu sei disso. – disse a mesma se levantando. – No fim das contas você é bastante esperta. Mas não poderia ser diferente, afinal, você é minha filha. No fundo, no fundo é igual a mim e eu sei que você entende isso, não é?

 – Vai pro Inferno! – falei e saí correndo dali. Por mais que negasse aquela afirmação sabia que tinha uma ponta de verdade. Afinal, depois do que fiz no jogo de lacrosse não poderia ser considerada uma pessoa boa nem mesmo no Inferno.

 Quando já estava a certa distância de Ruby, olhei para os lados em busca da saída daquele lugar horroroso. Onde Crowley havia se metido? Eu ia chutar a bunda real daquele demônio. Não só por ter me levado ao Baixo-Inferno, mas também por ter me deixado sozinho com a pessoa que mais odeio nesse mundo.

 Foi então que senti alguém me chamar por telepatia. Olhei para trás e vi uma mulher me olhar fixamente como se me conhecesse; o que não era algo tão incomum no Inferno. Foi então que a mesma disse:

 – Você é a filha de Sam Winchester, não é? – perguntou a mesma telepaticamente.

 – Sim. – respondi.

 – Meu nome é Meg, sou amiga de Castiel. – disse fazendo uma pausa. – Preciso da sua ajuda.

 Depois de conversar com Meg por alguns minutos Crowley finalmente apareceu. E o pior, ele agia como se nada tivesse acontecido. O Rei do Inferno jamais entenderia o quão mal aquela conversa com Ruby havia me feito. Estava mais confusa do que nunca.

 – Me tira daqui. – falei.

 – Como quiser. – ele estalou os dedos e em um piscar de olhos nos encontrávamos na sala do trono. – Espero que tenha achado o passeio agradável.

 Crowley distraidamente virou-se e foi se sentar em seu trono. Um demônio muito bem vestido foi ao seu lado e lhe serviu uma dose de whisky, que o Rei tratou de saborear quase que imediatamente soltando um sonoro “delicioso”. Porém segundos depois sua atenção voltou-se para mim.

 – Agora, senhorita, vamos falar de coisa séria. – ele disse fazendo uma breve pausa. – Como sabe, a sua situação na Terra não está lá das melhores. Segundo meus informantes, está sendo procurada pela polícia de Beacon Hills.

 Foi então que me lembrei de toda a confusão que tinha acontecido na noite do jogo. Demônios, weredemons... E de como matei Olívia sem dó nem piedade graças àquele demônio que a possuira. Jamais me perdoaria por aquilo.

 – Tenho a acompanhado nos últimos tempos e percebi que tem bastante dificuldade para controlar seus poderes. E, bem, isso para uma híbrida pode ser algo bastante perigoso tanto para você quanto para as pessoas a sua volta. Mas acho que você sabe muito bem disso, certo? – Crowley deu mais um gole em seu whisky. – Querida Emily, tenho uma proposta de ouro para lhe fazer. Fique no Inferno e lhe ajudarei a controlar seus poderes.

 Naquele instante eu não consegui segurar o riso. Crowley estava ficando louco?

 – Ah, Crowley, você é um ótimo piadista. – disse rindo.

 – Pode parecer engraçado, mas creio que saiba que sou a melhor opção para te ensinar a se controlar. Castiel pode ser um ótimo professor, mas ele nunca irá entender os demônios. Afinal, ele não é um. Mas eu, Crowley, o Rei do Inferno, sou e posso entender tudo o que sente.

 Era difícil aceitar aquilo, mas até que Crowley tinha razão. Quem era melhor para treinar um demônio do que um demônio em si?

 – E tem mais uma coisa. Acha que se você voltar a Terra as coisas vão ser como antes? Seu pai e seu tio provavelmente vão deixá-la mais presa do que nunca. A confiança deles sobre você nunca mais vai ser a mesma. Seria adeus escola, adeus amigos, adeus vida normal. Mas aqui não, terá tudo o que desejar; você teria liberdade para fazer o que quiser e quando quiser e seria tratada com as regalias de uma rainha. Então, o que me diz?

 Eu simplesmente não sabia o que responder. Tudo o que Crowley havia dito fazia sentido e ficar no Inferno com certeza parecia a melhor opção. Poderia me conhecer melhor e aprenderia a controlar meus poderes de forma mais eficiente. Por outro lado eu amava meu pai, tio Dean, Cass, Derek e todos os amigos que tinha feito nas últimas semanas e não queria abandoná-los daquela forma, mesmo sabendo do que possivelmente aconteceria se eu voltasse a Terra.

  – Está difícil a resposta? Podemos fazer um trato.

 – Que trato? – perguntei.

 – Vamos ver, o que uma híbrida gostaria de ganhar... – disse Crowley pensativo. – Ah, já sei. Posso enjaular os weredemons e garantir que eles nunca mais ataquem ninguém e em troca você ficaria no Inferno, o que acha?

 Sem dúvidas aquela era uma proposta tentadora. Os weredemons eram criaturas muito poderosas e acabariam fazendo um grande estrago em Beacon Hills. Mesmo com os lobisomens e minha família lá acho que não conseguiriam dar conta.

 – Está bem. – falei.

 – Desculpe, não ouvi direito. – disse Crowley.

 – Tá, eu fico no Inferno desde que os weredemons sejam presos.

 – Sábia escolha, Emily! – o Rei do Inferno veio até mim, segurou uma de minhas mãos e a beijou. – Eu sabia que faria a melhor escolha. Agora vá descansar. Começaremos seu treinamento amanhã bem cedinho. Marlene!

 – Sim, Vossa Alteza? – disse Marlene, a demônio que cuidou de mim hoje mais cedo.

 – Leve Emily até seus aposentos e trate para que ela tenha tudo do melhor.

 – Sim, Vossa Alteza. Com licença. – Marlene pegou em meu braço. – Vamos, senhorita?

 Finalmente retornei ao meu quarto após aquele dia difícil de passeio pelo Inferno. O lugar que ficaria pela eternidade ou pelo menos por boa parte da minha vida. Será que realmente tinha tomado a melhor decisão? Com certeza sentiria falta de todos os meus amigos, mas aquilo era por um bom motivo.

 Tomei um banho quentinho e coloquei roupas limpas. Mais tarde, Marlene veio trazer o jantar. De sobremesa ela trouxe um tipo de doce que mais parecia um mini-pudim amarelo, que ela chamava de quindim ou algo do tipo. Não importava o nome, era delicioso.

 – É um doce muito comido no Brasil. – dizia ela.

 Quando fui me arrumar para dormir, vi minha camisa do time de lacrosse sobre o baú de roupas. Ele estava limpo e muito bem costurado. Marlene era mesmo uma mulher muito habilidosa. Pena que em vida, assim como ela tinha me contado, seus patrões não dessem valor a isso. Peguei a camisa e fiquei a analisando durante algum tempo. [Winchester 07]. Sentiria falta dos treinos e até mesmo do louco do treinador soprando aquele apito até perder o fôlego.

 Foi então que ouvi alguém batendo na porta. Será que Marlene tinha esquecido alguma coisa? Deixei a camisa sobre o baú e fui abri-la. Dei de cara com a mãe de Crowley que ele tinha tratado de dizer para ficar longe de mim mais cedo. Ela trazia uma bandeja com biscoitinhos e um bule de onde saía bastante fumaça.

 – Chá e biscoitos? – disse a ruiva com um sorriso no rosto.

 Dei espaço para a mulher entrar no quarto e fechei a porta. Sentamos sobre a cama e ela começou a servir o chá levitando o bule...? Ok, aquilo teria sido muito estranho se tivesse sido qualquer outra pessoa, mas sendo a mãe de Crowley, bem, nem tanto.

 – Espero que goste de chá. E os biscoitinhos foi eu quem fiz. – disse a ruiva com orgulho.

 – Obrigada. – disse pegando a xícara e tomando um pouco do chá. – Mas, o que faz aqui?

 – Acho que ainda não fomos apresentadas. Eu sou Rowena, a m-...

 – Mãe do Crowley. – interrompi. – É, eu sei. Ele praticamente te expulsou da sala do trono hoje mais cedo.

 – Fergus às vezes é um grosso comigo, mas já até me acostumei.

 – Fergus? – perguntei.

 – Ah, você não sabe... O nome verdadeiro de Crowley é Fergus. Eu mesma o escolhi.

 – É um nome diferente. – falei.

 – Ah, é medieval.

 – Wow! Vocês são da Idade Média?

 – Somos, querida. – respondeu a mesma tomando o chá.

 – Eu achava que Crowley era velho, mas também nem tanto. – brinquei. – Sem ofensas.

 – Você é uma graça. – disse Rowena sorrindo. – Mas então, ouvi boatos de que irá ficar no Inferno. É verdade?

 – Sim. – respondi pegando um dos biscoitinhos. – Seu filho me convenceu a ficar.

 – Ah, que maravilha. – falou a ruiva juntando as mãos. – Assim poderemos passar bastante tempo juntas.

 Rowena e eu conversamos por mais algum tempo enquanto tomávamos chá e comíamos seus biscoitinhos que não eram nada mal. A ruiva mostrou ser uma pessoa maravilhosa. Não sei porque Crowley queria que ela ficasse longe de mim. Talvez ciúmes, quem sabe?

 – Querida, tenho que ir. – disse Rowena se levantando e pegando a bandeja agora já sem biscoitos ou chá. – Foi ótimo conversar com você.

 – Também gostei muito de conversar com você, Rowena. – disse a acompanhando até a porta.

 – Ah, que bom. – disse gentil saindo pela porta. – Sei que isso vai parecer meio estranho, mas seja bem-vinda ao Inferno, Emily.

 – Ahn... Obrigada. – falei.

 Quando finalmente fechei a porta respirei fundo e deslizei as costas na mesma até sentar no chão. Olhei o quarto e somente um pensamento veio a minha mente: onde será que eu tinha me metido? É, Emily Winchester, bem-vinda ao Inferno.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo?
Deixem nos comentários!
Ah, o próximo será com a narração do Derek, a pedido de uma leitora *D*