Hybrid: Um demônio em Beacon Hills escrita por LadyWolf


Capítulo 22
Emily no Inferno


Notas iniciais do capítulo

MEUS AMORES, OLHA SÓ QUEM TÁ DE FÉRIAS E VOLTOU SÓ PRA VOCÊS ♥333



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Acordei em quarto digno de uma princesa da Disney sem saber como tinha ido parar ali. A única coisa que me lembrava era de estar conversando com Crowley na escola e da dor que sentia no local do tiro. Espera, o tiro!

Empurrei as cobertas macias e levantei a camisa. Havia um curativo na minha barriga que parecia ter sido feito por alguém de mãos muito habilidosas. Deslizei os dedos sobre o curativo e o tirei lentamente, mostrando o ferimento já quase que totalmente cicatrizado.

— Tenho que tomar mais cuidado. – falei analisando o machucado. – Agora preciso saber onde estou e como sair daqui. – no momento em que fui levantar ouvi um barulho na porta e deitei novamente, fingindo estar dormindo.

Uma velhinha entrou com uma bandeja em mãos e a pôs sobre a mesa. Ela começou a mexer nas coisas que estavam ali distraidamente, mas que não consegui ver o que era. Era o momento perfeito para atacar. Pulei na mulher e a joguei contra a mesa segurando em seu pescoço. A jarra cheia de água que estava sobre a mesa caiu no chão fazendo um barulhão.

— Onde eu estou!? – a velha deu um grito e ficou me olhando bastante assustada. – Fala logo!

— P-por favor, não me machuque. – suplicou.

— Senhorita Emily. – ouvi uma voz atrás de mim. – Então finalmente acordou.

— Crowley. – falei largando a mulher e cruzando os braços. – O que você quer comigo?

— Marlene, deixe-nos a sós.

— Sim, Vossa Majestade. – disse a mulher se retirando.

— Primeiramente, bem-vinda ao Inferno. – disse o homem como se aquilo fosse bom. – Lar dos demônios e das almas perdidas na escuridão.

— Inferno? – eu ri. – Pensei que fosse um pouquinho diferente. Sabe, com fogo e demônios espetando bundas com garfos. Coisas assim.

— Ah, todo mundo pensa isso até chegar aqui. – disse o mesmo andando pelo quarto e parando a minha frente. – Emily, Emily, Emily... Filha de Sam Winchester, casca de Lúcifer e ex-viciado em sangue de demônio e Ruby, que foi responsável por libertar o Diabo da prisão e o início do Apocalipse. Vive sendo arrastada por todos os lados pelo pai e pelo tio, caçadores, namorada de um lobisomem e para completar acabou de assassinar sua colega de time a sangue frio. Sem dúvidas uma garota interessante cheia de poderes e sentimentos que nem você mesma entende.

— Tá, essa sou eu. E daí?

— Não percebe? Se você voltar lá para cima acha que eles vão voltar a confiar em você, uma bomba relógio prestes a explodir? Sam, Dean e Castiel vão querer prendê-la onde não poderá causar confusão. Seu namoro? Pode esquecer. – disse Crowley calmamente. – Parece que no fim das contas eles não confiam tanto em você, mas eu tenho uma solução para isso e você poderá ter tudo o que quiser.

— !?

— Fique comigo no Inferno e eu te ajudarei a controlar os seus poderes.

— Você só pode estar brincando. Acha mesmo que vou me aliar a um cara como você?

— Tudo bem, Emily, não precisa se decidir agora. – disse Crowley abrindo a porta. – Marlene vai lhe trazer algo para comer, você deve estar faminta. Tome um banho também, se quiser, e mais tarde te levarei para fazer um tour pelos meus domínios. Marlene!

— Sim, Vossa Majestade? – disse a mulher voltando a entrar no quarto um pouco assustada comigo.

— Dê a Emily tudo o que ela precisar.

— Sim, Vossa Majestade.

— Até mais, querida. – ele me mandando um beijo e saindo do quarto.

— Espera, Crowley. – falei e ele voltou a aparecer na porta. – O que aconteceu ontem?

— Sinceramente, eu não sei. – disse o homem. – Meus demônios fugiram assim que os weredemons perderam o controle. Mas não se preocupe, se tratando dos Winchesters deve ter terminado tudo bem. – Crowley piscou para mim e saiu do quarto fechando a porta.

— Então, o que quer comer? – me perguntou Marlene.

— Qualquer coisa. – falei me sentando na cama e passando as mãos no cabelo bastante incomodada com as coisas que Crowley tinha acabado de dizer.

Depois que terminei de comer Marlene me deixou com um closet cheio de roupas para que pudesse escolher alguma que me interessasse. A maioria era totalmente sem graça e fora de moda, com direito a ponchos e calças boca de sino.

Peguei as roupas menos brega possíveis. Marlene veio me avisar que o banho estava pronto, me guiando a uma saleta ao lado onde havia um ofuro de madeira cheio de água quentinha e bolhas por todos os lados.

Eu entrei na banheira e fiquei sentada lá pensando nos últimos acontecimentos. Tudo estava indo tão bem em Beacon Hills e agora eu deveria ser uma procurada pela polícia ou algo do tipo. Mas pelo menos ali ninguém me procuraria, o que era bom. Aliás, já estava até começando a gostar do Inferno e não via a hora de conhecê-lo melhor.

Saí da banheira e fui me vestir. Coloquei o vestido tubinho preto que achei debaixo das calças boca de sino e macacões e depois fui pentear o cabelo que fui obrigada a lavar por causa do sangue. Não muito depois Marlene retornou ao quarto e deu um sorriso que saiu um pouco forçado. Eu sabia que ela estava morrendo de medo.

— Esse vestido caiu bem na senhorita. – comentou a mulher.

— Obrigada. – falei sem dar muita atenção.

— O senhor Crowley deseja vê-la.

Era o que eu mais queria ouvir. Não aguentava mais ficar presa dentro daquele quarto fechado. Se ficasse mais um pouco com certeza iria acabar surtando.

Marlene fez uma reverência e me guiou para o lado de fora. Havia dois seguranças na porta e eles vieram atrás de nós até o que parecia a ‘'sala do trono’’ onde Crowley saboreava seu whisky.

— Emily. – disse se levantando assim que me viu. Ele colocou o copo agora vazio sobre a bandeja que um demônio carregava e veio ao meu encontro. – Cada vez mais bela. – e beijou minha mão. – Então, pronta para o nosso tour pelo Inferno?

— Vamos logo. – falei.

— Senhorita. – disse me dando o braço. Hesitei em primeiro momento, mas logo o segurei.

Crowley e eu deixamos a sala do trono, iniciando assim o nosso “tour” pelo Inferno. Crowley me levou para conhecer os lugares mais distintos do Inferno, muitos que nunca iria imaginar que existiam. Outros eram bastante famosos, citados em diversas religiões.

O Inferno não era nada do que eu imaginava ser. Não havia fogo saindo por todos os lados ou demônios espetando as bundas das almas rebeldes. Muito pelo contrário, era um lugar muito bem organizado e vigiado.

— Aqui é o Inferno, mas não é bagunça. – brincou Crowley em meio ao nosso passeio.

Após passarmos pela prisão – um longo corredor com porta de ferro dos dois lados –, o Rei do Inferno me levou até o cais onde não muito distante havia uma grande barca de onde desembarcavam as almas recém-chegadas.

— E agora, para onde vamos? – perguntei.

— Ah, Emily… se eu contar não vai ter mais graça. – disse o homem olhando em uma direção fixa. – Caronte, bem na hora.

Um homem velho metido a garotão, com boné de lado e óculos escuros pilotava uma lancha. Ele fazia manobras sobre as ondinhas do rio e gritava um tanto animado. Então, finalmente ele parou o barco à nossa frente.

— Boa noite, Vossa Majestade. Senhorita. – apenas dei um sorriso forçado. Crowley e eu entramos na lancha. – Então, para onde vamos?

— Baixo Inferno, por favor. – disse Crowley.

Após atravessar o Rio Aqueronte finalmente o Rei do Inferno e eu chegamos ao lugar que ele chamava de Baixo-Inferno. Era uma área sombria cercada por altos muros de pedra em parte bastante destruídos. Ali parecia que tudo era morto; as plantas eram rasteiras e ressecadas.

Ao centro havia um grande lago de lava, de onde saía bastante fumaça que atrapalhava um pouco a visão e o cheiro também não era lá dos melhores, era enxofre puro. Olhei para o céu e ele estava coberto de nuvens pesadas.  Som dos corvos e outras aves que havia por ali era assustador.

Os gritos e gemidos agonizantes podiam ser ouvidos de todos os cantos. Vultos andavam de um lado para o outro parecendo sem rumo. Barulhos das correntes também podiam ser ouvidos a cada passo que eles davam misturados as gargalhadas dos demônios que tratavam de torturar seus iguais. Agora sim parecia o verdadeiro Inferno.

Por um instante me perguntei o porquê de Crowley me levar a um lugar tão horrível. Eu já estava ficando com medo. Sim, Emily Winchester, a Híbrida, estava com medo. Nunca tinha visto lugar tão macabro. De repente senti algo segurando em minha perna e dei um grito.

— Por favor, me ajude. – suplicou um homem com o rosto totalmente deformado e cheio de feridas. Meu corpo gelou de cima abaixo.

— Demônio idiota. – disse Crowley estalando os dedos e fazendo-o explodir. Fiquei sem palavras. – Desculpe, Emily, às vezes eles fazem isso. Mas não se preocupe, eles não vão conseguir fugir.  

— Fugir? Crowley o que viemos fazer aqui?

— Em breve você vai saber.

— Crowley... – disse de braços cruzados.

— Vamos, estamos quase chegando.

Andamos um pouco mais e finalmente chegamos à margem do lago de lava. O calor ali era intenso e a fumaça que era liberada misturada ao enxofre fazia com que fosse até difícil de respirar. Uma labareda de fogo subiu a alguns metros de distância me dando um susto, mas Crowley nem ligou, parecia achar aquilo normal.

— Aqui, Emily, é o Lago de Fogo. Quando um demônio é morto é enviado para cá, para o sofrimento eterno. Demônios que falharam em suas missões e agora realmente caro.

— E? Você não me trouxe aqui só para me mostrar isso, né?

— Menina esperta. – disse piscando para mim. – Tem alguém aqui que quer te conhecer a muito tempo.

— Quem? – engoli seco. Esperava que a resposta não fosse a que eu pensava.

— Ruby.

— Minha...

— Exatamente, a sua querida mamãe está... bem ali. – disse apontando em uma direção. Um pouco mais a frente uma mulher muito bonita tratava de chicotear um homem velho e careca.

— Hey, Ruby. – disse Crowley. – Trouxe um presente.

— Huh? – fez a mulher parando o chicotear o homem e olhando para nós. Ela jogou homem no chão e veio em nossa direção com um sorriso no rosto. – Emily, minha filha. – disse me abraçando. Eu não sabia como reagir. – Você está tão linda.

— Vou deixá-las um pouco a sós. – disse Crowley estalando os dedos e desaparecendo.

— Acho que temos muito o que conversar.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Ficaram com saudade da fanfic? :3
Desculpem qualquer erro, o capítulo foi escrito em vários dias e versões diferentes e.e
Posto o próximo capítulo ainda hoje.