A Hibrida escrita por LayL


Capítulo 2
Sou acordada duas vezes por caras maus


Notas iniciais do capítulo

Helloooo guys, i'm back
e tem mais um cap!
tipo gente eu vou postar a cada dois dias, pra dar tempo de escrever, beleza??
se passar de quatro dias eu explico a demora okay? okay
fiquem ai com o cap de voces e não esqueçam de comentar! bjs ♥



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Acordei sem vontade de levantar, era assim que eu me sentia. Na verdade, quase nunca pensei em algo que fosse tipo: “Oh! Que belo dia! Porque não ir as compras?”.

Talvez porque eu não tenha pais para me levar ao shopping.

Meu nome é Jade Müller, e essa não vai ser uma história muito divertida.

Chutei o cobertor para longe e levantei, nem um pouco bem-humorada. Alguém bate na porta, com força. Suspiro. Pelo ritmo, sei bem quem é. Levanto e empurro uma cadeira na frente da porta, encaixando o encosto em baixo da maçaneta.

Corro ao banheiro e tiro tudo o que conseguir e guardando na mochila junto com minhas coisas, parando um segundo para prender meu cabelo num coque. Coloquei a bota rápido.

— Abra a porta! Sabemos que está ai! – ouvi o grito do lado de fora. Reconheci a voz do policial que está na minha cola há semanas.

Peguei meu cinto com as duas kunais, meus bebês, e amarrei na cintura. Joguei a mochila no ombro e abri a janela, parando um segundo antes de pular e lembrando de pegar uma coisa. Agarrei o cheeseburguer em cima da cômoda e o segurei com a boca.

— É a polícia, abra agora! – alguém se jogou contra a porta.

Peguei um papel e escrevi, com minha letra desleixada, bem grande: TROUXA. Colei no espelho do banheiro.

Ri mentalmente e pulei a janela, descendo pela escada ao lado do prédio. Pulei no final e dei a volta no quarteirão, comendo distraidamente meu lanche já frio (estava lá desde a noite passada).  Parei numa praça calma de Londres e sentei numa fonte, me agachando e olhando meu reflexo.

Cabelos loiros quase brancos agora tingidos de castanho (para fugir da policia, sabe?), olhos azuis que beiravam o verde água. Pele branca com leves sardas nas bochechas, lábios naturalmente vermelhos. Três piercings prata de argola na orelha direita. Uma tatuagem anti-possessão no ombro direito – eu gosto de paradas sobrenaturais, mas não de ser possuída por elas, sacou? – e algumas outras pelas costas e barriga, mas poucas.

— E então? – ouvi uma voz dizer atrás de mim.

Me virei para encarar Josh. Ele deu um sorriso de lado e levantou um saco de papelão – aqueles manchados de gordura – junto com um copo do Starbucks.

— Ah, por Lúcifer, como eu adoro você. – agarrei da mão dele, abrindo o saco e suspirando com o cheiro.

— Se eu sei disso. – ele riu e sentou do meu lado.

— Como sabia que eu estava aqui? – franzi a testa e mordi o crossaint de Nutella, suspirando.

— Digamos que tenho um radar pessoal para você, se chama “Radar da Senhorita Fora Da Lei, Jade, a Maravilhosa”. – ri.

— É “Jade-totalmente-seduzente-e-sexy” – corrigi, rindo e abrindo minha bebida.

Ele enrugou o nariz, fazendo um aceno de “tanto faz, você entendeu”.

— Além disso – acrescentou – Eu vi os tiras no hotel. Você está ficando cada vez mais rápida para fugir.

— Obrigada, até deixei um recado para o Petrovich, “TROUXA”, bem grandão.

Ele riu.

— Você é demais.

Terminei de comer e andamos até onde Josh diz ser seu “esconderijo seguro para a Jade”. Basicamente, um prédio abandonado por fora, mas por dentro um lugar super tecnológico, e, anti-tiras.  Me joguei num sofá.

— Qual é a dos tiras? – pensei alto. – Eu roubo um banco, e eles querem me levar presa. Porra, eu sou menor de idade.

— Não se esqueça de que você tem ficha criminal.

Josh entrou na sala com uma latinha de cerveja. Olhei para ele, indignada, e ele revirou os olhos, jogando uma pra mim.

— Eu não me esqueci. Mas nunca fiz nada muito grave. – abri a latinha e bebi um gole. – O máximo que faço é tipo, roubar. Pá pá. Quase nunca uso armas. Nem machuquei pessoas.

— Nem a garota semana passada, no beco? – ele levantou uma sobrancelha.

— Ei! Ela era irritante. E eu só bati a cabeça dela na parede.

— Bem forte. – ele bebeu um gole e sorriu de lado.

— Bem forte. – dei de ombros.

Terminei a bebida e levantei, ligando a televisão para me distrair. Sentei no sofá relaxada e depois de um tempo Josh levantou, o observei ir para a cozinha pegar outra cerveja. Os cabelos negros despenteados e com a franja crescendo, olhos verdes escuros e corpo meio musculoso. Ele era bonito, de um jeito discreto, mas nunca me interessei por ele. Nos conhecemos á uns anos, quando meu chefe – um cara que me adotou – nos apresentou. Segundo meu chefe, ele seria meu “parceiro de trabalho”, na época claro que eu não sabia que o trabalho era roubar para o chefe.

Até os 10 anos eu morei em Paris, minha cidade natal. Vivia em orfanatos, mas sempre fugia deles. Era até fofinha, mas o diabo em pessoa. Batia nas outras crianças, não respeitava ninguém, pode-se dizer que era impulsiva.

Me orgulho de dizer que fui a primeira criança a ter sua própria gangue.

Mas, quando fiz 11 anos, um cara me adotou. Mas esse cara me levou para Londres. Tirou-me da França e me trouxe para a Inglaterra (ou Reino Unido, como quiser). Eu era uma menininha magra, com cabelos loiros quase brancos e lisos, sardas nas bochechas, olhos bonitos e com rosto de arteira.  Era meio endiabrada.

Até os 14 anos vivi meio normal, com castigos quando tentava fugir da mansão do chefe, mas com 14 tive minha primeira experiência com roubo e sexual (é, transei com um dos seguranças que cuidavam de mim, ele era gato e tinha uns 17 anos).

Aos 15 conheci Josh, que era um ano mais velho que eu, o cara que foi designado para ser meu parceiro de trabalho. Ele era diferente de mim, calmo e gentil, segundo meu chefe “o parceiro estrategista para a garota impulsiva”.

Óbvio que a gente já deus uns pegas, afinal eu sou a Jade, sempre transo. Transar é vida. Mas não me interessei no sentido de gostar dele. Nunca me apaixonei e pretendo continuar assim.

Depois de anos trabalhando no negócio junto com Josh estamos quase perto de sermos pegos. E eu ainda pintei o cabelo, mas nada faz Petrovich deixar de me perseguir por toda Inglaterra. Sempre deixo algum rastro, e ele vai lá e consegue de algum jeito me rastrear. Uma vez, fui baleada por ele. Bem no coração, era para eu ter morrido, mas de algum jeito sobrevivi. Jurei ter visto algo branco brilhante, que logo entrou em contato com uma fumaça preta, e depois apaguei e acordei no meu quarto da mansão. Sempre que tento falar desse assunto, todos fingem não saber do que eu estou falando.

Mas me lembro da sensação, uma paz indescritível com a luz branca e um ódio enorme com a preta. Era como se um anjo e um demônio tivessem vindo ao mesmo tempo me salvar. O que pensando agora é uma loucura muito absurda.

— No que está pensando? – ouvi a voz de Josh, me puxando para a realidade.

— Nada. – balancei a cabeça, preciso transar.

Olhei para ele, suspirando e jogando a cabeça para trás.

— Preciso transar. – falei no meio de um suspiro.

Ele riu.

— Me diz uma novidade? – sorri com o que ele disse. – Vem.

Olhei para ele, levantando uma sobrancelha.

— Tá se oferecendo para sexo, Joshua? – falei divertida.

— Você está mais gostosa agora, claro que estou. Acha que eu sou o que? – ele bufou.

Ri e levantei. Joguei os cabelos para trás dos ombros.

— Pare de brincar. – revirei os olhos.

— Não brinco em serviço.

 Ele levantou, já me puxando pela cintura e me prensando na parede. Senti quando ele beijou minha orelha, depois mordendo. Segurei a respiração. Com certeza crescemos.

.

Acordei na cama, enrolada em um monte de cobertores, e melhor de tudo, nua. Já disse que a sensação de acordar nua é boa pra caralho? Rolei na cama só para bater em Josh, que dormia calmamente. Deitei de lado para observar ele de perto. Quando dormia, sua expressão ficava calma, sem sorriso cínico ou irônico. A franja despenteada quase nos olhos, com lábios entreabertos e a respiração lenta.

Olhei para baixo, bufando e levantando da cama. Fui para o meu quarto e coloquei calças jeans pretas com um tecido que se adaptava aos movimentos do corpo, uma blusa cavada branca e uma blusa de frio preta com toca, depois pegando a jaqueta de couro e colocando por cima. Amarrei meu cinto com as duas kunais e outros objetos de sobrevivência (tipo um fio de corte térmico disfarçado de colar). Calcei as botas e enfiei um canivete em cada uma.

Já ia sair quando ouço um barulho na cozinha. Tiro uma adaga do cinto e a giro na mão, andando em passos silenciosos até a cozinha. Encosto na parede e giro segurando a adaga junto a mim, viro e entro, olhando em volta. Estava tudo escuro e vazio.

Dou uns passos na direção do centro, e então sinto um vulto atrás de mim. Viro rápido girando a kunai para não encontrar nada. Sinto novamente o vulto e viro, bufando de irritação quando não encontro nada.

Você já lidou com isso antes, penso.

Antes que a coisa possa fazer outro movimento atrás de mim, giro e jogo a adaga (que não é uma adaga de lançamento à toa), que prende a coisa na parede. Olho para a pessoa, que ficou presa na parede.

Era um homem, alto, cabelos castanhos e olhos totalmente pretos. Minha respiração acelerou. Ele inclinou a cabeça e arranca a kunai de seu ombro, onde ela o prendeu na parede.

— Realmente muito bom. Mas não o suficiente. – ele deu um passo na minha direção.

— Quem... Quem é você? – tirei a arma do cinto.

— Fui obrigado a tomar esse corpo, já que o seu é protegido. – ele rosna. – Maldito seja seu pai por colocar a ideia na sua cabeça de fazer essa tatuagem.

— Meu... Pai? – franzi a testa, confusa. – Meu chefe nunca pediu para eu fazer essa tatuagem.

— Oh. Eu não estou falando do pai adotivo. – ele deu um sorriso divertido.

Não me orgulho muito disso, mas entrei em choque.

— Você não conhece meu pai. – minha mão quase tremeu. Quase. — Ninguém conhece.

— Ninguém vivo conhece, mas todos no Inferno o conhecem. E sabe, ele está me devendo algo, e nada mais justo do que descontar isso na filha dele.

Inferno? Você é maluco?! – engatilhei a arma. – Olha, eu nem sei quem você é, nem porque seus olhos são totalmente pretos ou porque está falando que pessoas no Inferno conhecem o meu pai, então vou ser obrigada a matar você.

Ele riu.

— Jade, não se finja de burra, sabe quem eu sou. Você conhece os demônios.

— Eu... – senti algo dentro de mim faiscar. – Você é um demônio.

— Exato, Srta. Müller, e vim aqui para te matar.

Sinto algo me arrancar do chão, e de repente sou jogada na parede com toda a força. Cuspo sangue e tento levantar, mas começo a ser arrastada parede a cima. Olho pra ele.

— Espere! Me diz quem é meu pai! – gritei, sentindo a pressão na garganta.

Precisava de tempo para me lembrar de como se fazia aquilo. Eu havia decorado, mas agora só me lembrava que era em latim.

Ele sorriu cínico.

— Seu pai, é claro, é Asmodeus. Um dos Sete Príncipes do Inferno.

Isso foi o que bastou para estourar o nível de esquisitice da Jade por hoje.

— Cansei de você. – digo entredentes.

— Ah é? E o que vai fazer? – ele riu irônico.

Graças a Lúcifer eu prestei atenção nas aulas de latim. 

— Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incursio infernalis adversarii, omnis legio, omnis congregatio et secta diabolica...

Ele começou a tremer, balançando a cabeça de um lado para o outro. Senti a pressão sobre mim aumentar.

— Ergo, draco maledicte et omnis legio diabolica, adjuramus te ... cessa decipere humanas creaturas, eisque æternæ perditionìs venenum propinare...

Cai com tudo no chão, e ele avançou.

— Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciæ, hostis humanæ salutis... Humiliare sub potenti manu Dei; contremisce et effuge, invocato a nobis sancto et terribili nomine... quem inferi tremunt... - falei rápido, com medo de ele me parar.

Ele segurou a cabeça, gritando.

— ... Ab insidiis diaboli, libera nos, Domine. Ut Ecclesiam tuam secura tibi facias libertate servire, te rogamus, audi nos.

Ele abriu a boca, e uma fumaça preta saiu dela, indo para cima e balançando o comodo. O corpo caiu no chão.

Soltei a respiração, quase chorando. Levantei correndo e sai da casa, não parando para olhar para trás, as palavras vibrando na minha cabeça.

"Seu pai, é claro, é Asmodeus. Um dos Sete Príncipes do Inferno." 

 

*tatuagem anti-possessão mencionada no começo.


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Notas finais do capítulo

E então povo? Hoje teve sexo e exorcismo, começamo bem né?
ASHUSHADGAUGDSADK



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