Vidas Trocadas. escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 7
Forças do Destino!


Notas iniciais do capítulo

Voltando para dar sequência aos acontecimentos que terão por consequência um encontro improvavel e inesperado.
Boa leitura. Deixem suas rewiews.
Bjinhos flores.
P.S: Algumas cenas podem, digamos, assustar um pouco.Nada igual sexta feira treze,mas nada tão clean.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694016/chapter/7

Arredores de Central City

  Narrador

Thomas olha de um homem para o outro.

—Vocês são primos?- pergunta.

—De sangue - confirma Sebastian - Não mencionei isto,não? - ironiza.

—Não - responde seco, encarando-os - E o que significa isto? - ergue as mãos fazendo as algemas tilintarem - Por que estou preso?

—Pensei em convidá-lo para  tomar um drink ou dois enquanto discutíamos negócios...- começa Savage mas é interrompido pelo rapaz.

—Não tenho negócios com você!- protesta.

—Ai é que se engana meu caro. - afirma Savage - Desde hoje cedo, você tem uma divída comigo de aproximadamente- para,pensativo,como se calculasse algo -Uns cem mil ,eu diria. - diz, olhando o primo, que concorda com um aceno,rindo.

—Do que está falando? Não lhe devo nada!- afirma.

—Veja bem Thomas - Savage puxa uma cadeira,sentando-se de frente para ele - O dinheiro que Camila lhe entregou, não era exatamente dela. - revela - Apesar de ser casada com um milionário, ela própria não tem dinheiro, visto que Marcus, sabendo muito bem com quem estava se casando e o porquê, foi inteligente o suficiente para casar-se com separação total de bens.- encara-o, avaliando o impacto de suas palavras, antes de prosseguir - Conheço Camila a muitos anos. Na verdade, fui eu que a apresentei  Marcus, quando ela me procurou pedindo ajuda, após conseguir o milagre de torrar toda a fortuna que herdara .

—De onde se tira sem repor....- cita Sebastian

—É o ditado mais certo que conheço.- concorda- Quando Sebastian me contou o que havia acontecido ontem a tarde e o quanto ela estava fissurada em você a ponto arriscar-se se pega no flagra pelo marido, fiquei em alerta,mesmo ciente que você não aceitara, nem aceitaria, a proposta dela, a menos que fosse, de alguma maneira, obrigado. -nova pausa - Sabe Thomas, se hoje posso me considerar um empresário de sucesso, devo isto ao fato de estar sempre atento e aproveitar as oportunidades que a vida me deu. Quando sua irmã caiu doente,sabíamos, eu e Sebastian, que faria qualquer coisa para salvá-la. Foi só uma questão de esperar  o momento certo para cada coisa, cada pequeno detalhe, que o levaram exatamente para onde queríamos - estende uma mão, tocando a palma com a outra  - Bem aqui!

—Você lhe deu o dinheiro!?! - ele confirma, um sorriso cínico nos lábios. - Com que objetivo? - pergunta,suspeitando saber a resposta, uma onda de raiva começando a invadi-lo.

—Não imagina mesmo, Thomas? - provoca.

—Não vou trabalhar pra você Savage! -afirma entredentes, encarando o homem sentado a sua frente.

—E como pretende me pagar? - questiona  - Ou pensa que tive todo esse gasto, o aluguel desta casa, os dois policiais que paguei para encontrar e traze-lo até aqui,além,é claro, dos cinquenta mil que recebeu, por seus belos olhos? - diz, sarcástico.

—Ainda não sei como vou fazer,mas vou pagar cada centavo, cada mísero centavo, que diz lhe dever, sem ter que me submeter a você! - assegura.

—Sério? -um sorriso irônico ilumina seu rosto, a mão alisando a barba - Vejamos,quais são suas opções mesmo? Número um: trabalhar com Sebastian,o que, logicamente não irá acontecer; Dois: tentar conseguir um emprego,mas nesse caso, a influência de Marcus,que certamente ficara furioso ao saber que transou com a esposa dentro de sua própria casa,e ,detalhe, em sua própria cama! - leva a mão a boca fingindo assombro - Certamente será um grande empecilho para conseguir algo. Três: pedir emprestado a seus amigos, mas até onde sei o único com recursos suficientes,o filho do Allen, está fora do país e os demais,bem, além de todos serem assalariados,  haveria também o incômodo de ter que contar-lhes o que fez- frisa - Quatro: vender sua moto, que daria até pra levantar uma quantia razoável,mas, salvo engano, ela foi roubada!....- E por último,a opção que mais me agrada visto que seria uma possibilidade real: pedir a Helena!...Ahhh,mas espere, acho que vocês meio que estão, brigados,estou certo? - vira-se para Sebastian, que sorri confimando - Esqueci alguma coisa? - encara-o, unindo as mãos.

A medida em que ele falava,a raiva e ao mesmo tempo uma sensação de desespero e angustia, se apoderavam de Thomas, sufocando-o,ao perceber como fora encurralado de tal forma que todas as opções possíveis estavam, a principo, fechadas.

—Não pode me obrigar...- começa mas Savage o interrompe.

—Não, não posso. - concorda -Já Helena...- sugere,rindo satisfeito ao ver a reação do rapaz - Ou quem sabe a filha do West,aquela morena linda,como é mesmo o nome dela? -questiona olhando para Sebastian

—Iris .

—Deixe-as fora disso ou acabo com sua vida! - ameaça, tentado liberta-se

—Alguém tem que me pagar Thomas- afirma,um brilho cruel nos olhos- Seja lá quem for.

Enquanto falava,um de seus homens se aproxima, falando algo em seu ouvido.

—Façamos o seguinte: vou deixá-lo refletir um pouco. - levanta-se- Pense: é melhor arca com as consequências de seus atos ou deixar que outros o façam?.- fala,retirando-se em seguida.

Segue até a sala ,onde encontra Camila Mackenzie, andando de um lado para outro.

—Que faz aqui Camila? Deixei claro que chamaria se precisasse de seus serviços novamente - irrita-se

—Eu sei. Não foi por isso que vim.- começa, agitada - Tem alguma coisa errada Vandal. Marcus está estranho comigo. Chegou e saiu de casa sem nem ao menos me dar um beijo,coisa que nunca aconteceu antes,mesmo quando brigamos.

—Não sou conselheiro amoroso. - irrita-se ainda mais- Se tem problemas com seu casamento, resolva-os com seu marido - avisa, pegando seu celular que começara a tocar,fazendo uma expressão de surpresa ao ver quem estava ligando.

—Vandal, eu acho que fiz uma tremenda bobagem!- anuncia a mulher,apertando as mãos,nervosa- Eu...-recomeça mas para ao vê-lo ergue a mão.

—Façamos o seguinte,porque não faz uma visitinha ao nosso hóspede- sugere - Encare como um bônus por sua ajuda. Depois conversamos.- faz um sinal e um dos homens a conduz até o quarto onde Thomas era mantido.

—O que houve primo?- quer saber Sebastian

—Vou descobrir já-- anuncia,saindo para o lado de fora da casa,retornando a ligação.

**********************************************************************

Assm que é deixado sozinho, Thomas tenta liberta-se. Certa vez, Eddie havia lhe dito que,dependendo da forma como as algemas são colocadas,é possível retirar as mãos sem abri-las. Para provar,ele próprio se algemara conseguindo retirar as mesma sem usar as  chaves ."Basta deslocar o polegar!", relembra,movimentando os dedos ao mesmo tempo que força a mão,para trás.

Distraído, assusta-se ao escutar a porta ser aberta, parando imediatamente o que fazia. Não consegue esconder a raiva ao ver Camila Mackenzie  entrar indo direto para ele, segurando seu rosto entre as mãos, beijando-o.

—O que está fazendo aqui?- braveja quando a mulher liberta seus lábios .

—Thomas,por favor, não me odeie, não tinha noção do que Vandal pretendia - assegura, voltando a beijá-lo - Jamais teria concordado se soubesse o que planejava fazer com você,acredite. Ele se aproveitou de minha fraqueza para me enganar - senta-se no colo dele, espalhando vários beijos por seu rosto - Me apaixonei por você desde o primeiro dia em que o vi chegar,junto com seu padrasto...- neste ponto,Thomas a interrompe.

—Sabia que eles são parentes? - pergunta e ela nega

—Que se conheciam e que eram amigos,sim. Parentes não.- acaricia seus cabelos e rosto - O que posso fazer para que acredite em mim?- pergunta.

— Me ajude a sair daqui! - pede e ela balança a cabeça arregalando os olhos,assustada - Ao menos procure Joe West ou Eddie Thawne e conte-lhes o que está acontecendo, por favor...- ela nega novamente,  e antes que Thomas tente argumentar, Vandal entra no quarto.

—Me dê uma boa razão para não fazer o que seu marido me pediu Camila! - diz, encostando o cano do revólver em sua têmpora, fazendo ambos prenderem a respiração - Sabia o quanto era ambiciosa ao casar-se com Marcus. Mas admito,não pensei que fosse burra.- afirma - Acreditou realmente que roubaria Marcus Mackenzie e saíria impune? Achou que o fato de ser mulher dele te daria imunidade? - questiona-a, que começa a chorar.

—Vandal,eu devolvo. Diga a ele que eu devolvo tudo,por favor- implora, tentando levantar-se mas ele a segura no lugar.

—Não adianta Camila. Ele não quer nem o dinheiro, nem você de volta - anuncia,e, colando a boca em seu ouvido, sussurra - Agora, como pedi ao entrar, me convensa que não devo fazer o que ele me pediu Camy - ordena.

—Eu ainda posso ser útil pra você,Vandal- diz,alarmada - Tenho contatos, amigas, que posso trazer pra cá, que pagariam bem e não fariam perguntas - negocia olhando Thomas nos olhos , as lágrimas escorregando em sua face.

Savage cala-se por um longo período, parecendo avaliar o que tinha escutado. Quando volta a falar, sua voz é fria como gelo.

—Tem razão, ainda pode ser útil para mim - afasta-se um pouco, antes de prosseguir, encarando Thomas,que não tem tempo de protestar - Mas não viva! - decreta, disparando a arma.

 **********************************************************************

Dezesseis dias depois

  Thomas

Sentado no chão do banheiro de olhos fechados, respiro fundo controlando a vontade de continuar vomitando, sentindo o corpo inteiro doer por conta da tensão e frustração dos últimos dias. Não sei que dia é hoje ou quanto tempo já se passou desde que cheguei aqui.Os dias e noites me parecem terrivelmente longos e iguais. Minha cabeça lateja insistentemente, o que por um lado é bom.Só assim não penso em toda essa loucura que minha vida se tornou.  Sinto alguém pegar meu braço e obro os olhos. Um homem que ainda não tinha visto aqui me examina. Por sua aparência, parece ser um médico.

—Coloquem ele na cama, por favor - pede e sou carregado até lá, por um dos homens de Savage.Sei , por experiência nesses dias, que de nada vai adiantar pedir socorro. Este provavelmnete é mais um dos muitos funcionários dele, que vai se limitar a me olhar com indulgência e sorri.

Nos três primeiros dias, tentei fugir mais de uma vez. O mais longe que consegui ir foi até a cerca de arame que limita a propriedade onde estou. Depois disso, ao invés de ser drogado apenas quando trariam uma "cliente" para a casa, para garantir que me "comportaria", passaram a fazê-lo frequentemente.  Quando questionado por meu padrasto, que vinha quase diariamente até aqui, sobre o perigo do que estavam fazendo, Savage disse saber o que fazia visto que era químico formado. As drogas que me injetavam eram todas manipuladas por ele bem como os soros e vitaminas que recebi no inicio, quando me recusei a comer.

—Ele está fraco, precisa descansar e se alimentar bem nos próximos dias para não piorar- escuto-o falando com Savage, que chegara pouco depois dele - Aconselho também a tirá-lo deste quarto - nesse ponto, fico alerta - A umidade aqui é grande e pode deixá-lo ainda mais doente por conta do clima .

—Vou providênciar tudo. Obrigado - despede-o, vindo até onde estou,parando junto a  cama - Não se engane Thomas, não será um resfrido que irá tirá-lo daqui - declara.

—Não esperava que fosse - respondo, encarando-o, que sorri.

—Isso que gosto em você garoto, mesmo doente,não foge da briga - rir - Sua mãe teria orgulho. Assim como seus irmãos e amigos. - começa - Por falar em amigos, sabia que aquele loirinho, o detetive ,tem visto Helena com frequência dentro e fora do Clube? - me provoca - Os dois andam um grude só. Se bem que o frangote filho do chefe de policia também anda cercando ela. Qual dos dois acha que tem chance?

—Va pro inferno! - rosno e ele gargalha alto. Depois, escuto-o dar ordens para que preparem outro quarto a fim de me transferir, ainda está noite.

Quando todos saem,aguardo um tempo,escutando até ter certeza que não voltariam. Me levanto,com dificuldade, voltando ao banheiro. Pela rotina, após dar as ordens Savage iria embora voltando apenas para trazer alguma "cliente". Como hoje isto não seria possível e teriam que se ocupar com a mudança de quarto, eu teria tempo antes que viessem me trazer comida. Fechando a porta, me abaixo junto a pia terminando de tirar as roscas que predem a base. Sem ferramentas, demorei dois dias até conseguir fazê-lo com os dedos. Retiro-a , levando para dentro do box, colocando-a junto a parede,como vinha fazendo nas duas ultimas noites, subindo em seguida. Começo a força a armação da pequena janela, que , pelo seu tamanho, não me permitiria passar, entretanto, retirando a grade, conseguiria. Iria ser doloroso passar por ali,mas seria minha única chance. Forço mais um pouco e a armção cede, fazendo um certo barulho que é abafado pelo ruido da chuva e trovões. Desço, colocando-a no chão,voltando a subir. Tomo impulso e, passando a cabeça pela abertura,consigo apoiar meu peito. Como pensei, vai ser doloroso,mas não vou desistir. Giro na posição anti horário,espremendo o corpo, a respiração presa. A chuva ajuda,me fazendo deslizar, até que, finalmente, passo caindo no chão enlameado do lado de fora,o corpo inteiro ardendo ao contato da água com os arannhões. Me levanto, cambaleando, e me apoio na parede, procurando visualizar a cerca que limita a propriedade. Aqui, a distância era menor. Quando a vejo, respiro e, tomando impulso, corro até lá, parando quando chego para proteger as mãos com a camisa que levara a fim de minimizar os ferimentos que o arame causaria. No exato momento em que atravesso a cerca, escuto gritos vindos da casa e sei que minha fuga foi descoberta.

Começo a correr, a principio na direção onde certamente encontraria a rodovia ou pelo menos uma estrada secundária. Quando me aproximo de uma dessas, vejo um facho de luz sendo jogado na mata e percebo que a estrada não seria uma opção para mim. Retorno para a mata correndo no sentido leste,me obrigando a não parar em momento algum,ora diminuindo, ora voltando a acelerar,nunca parando. Sigo por horas,debaixo de chuva, até tropeçar ,no escuro,cair e rolar uma ribanceira indo parar em uma área calçada.

Apoio as mãos, me levantando lentamente,sentando ao sentir a cabeça rodar. Respiro olhando adiante,vendo luzes. Um barulho ensurdecedor me alerta de onde estou: aeroporto. Ou nas proximidades. Com esforço,me levanto,caminhando até o prédio que se erguia a minha frente. Alguns carros estão estacionados, entre eles uma viatura. Escuto vozes e me apavoro,me encostando no carro mais próximo. Como o alarme não dispara, experimento a porta,que abre silenciosa.Entro no carro,me escondendo no extato momento em que os dois policiasi passam. Quando saem com a viatura,me preparo para sair mas paro ouvindo vozes novamente.Com um movimento rápido,pulo para a parte de trás do veículo,mes escondendo sob varias malas que haviam ali, bem na hora em que a porta do motorista é aberta.

—Obrigada,muito obrigada mesmo - escuto uma voz doce agradecendo.

—Não foi nada senhorita.- é a resposta da outra pessoa - Tem certeza que quer seguir viagem com esse tempo? Acho que seria mais seguro dormir por aqui e só amnhã seguir seu caminho.

Após um momento de silêncio, escuto-a responder.

—Não. Preciso estar em Starling amanhã o mais cedo possível.- afirma - Não se preocupe. Conheço bem estas estradas. Vou devagar. Muito obrigada por tudo mais uma vez - volta a agradecer,despedindo-se, e fechando a porta,liga o motor colocando o carro em movimento.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficou mais longo do que pretendia,sorry!
Aguardo sua rewiews.
Até o proximo capítulo .
Bjinhos flores.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vidas Trocadas." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.