Vidas Trocadas. escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 29
Encontros


Notas iniciais do capítulo

As vezes..só as vezes, eu odeio a internet!!!
Voltando para mais um capítulo...Depois de muita luta..
Dad Merlyn vai se ver em uma tremenda saia justa!
Boa leitura...rewiews please.
Bjinhos flores.



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" Loving can hurt,loving can hurt sometimes;

But it's the only thing that I know;

And when it's get hard,you know it can get hard sometimes;

It's the only thing that makes us feel alive..."

Photograph

Ed Sheeran

Malcom Merlyn

Sentado na sala, me recupero,aos pouco, do choque de ver, pessoalmente, a mulher da foto.

Após alguns minutos de conversa, Louise Grey me trouxe até a casa de sua irmã, dois quarteirões abaixo, alegando ser este o melhor horário para falar com ela, longe do marido (ela e o cunhado não se davam bem, em parte pela forma como o mesmo tratava o sobrinho), e agora me encontro frente a frente com a mulher que,ao que tudo indica, é a mãe biológica de minha filha, ou da garota que pensei ser minha filha, e que pode ter criado meu filho pensando ser seu..."Minha nossa, que confusão!",penso.

—Afinal, do que se trata? Depois de tantos anos o hospital resolveu me dar crédito? Por que?- inquere, desconfiada, um fio de rancor e amargura na voz, me trazendo de volta do devaneio.

—A senhora fez uma queixa alegando que seu bebê fora trocado..-começo mas ela me interrompe.

—Cansei de falar isto,  a vinte e um anos atrás, e ser chamada de louca, mãe desnaturada, entre outras coisas ainda menos agradáveis -diz, amarga, me encarando - Não gostaria de passar por tudo isso de novo.Ainda mais agora...-para, suspirando - Por que resolveram desencavar esse assunto?

—Surgiram novas evidências que podem comprovar que a senhora, infelizmente, pode estar certa - digo, vendo a mágoa tomar conta de seu rosto- Sei que se trata de um assunto doloroso e vou entender se não quiser levar adiante.."Não vou,na verdade,mas preciso conquistar sua simpatia",penso enquanto aguardo sua resposta.

—Katie, não terá outra chance de esclarecer as coisas. Mesmo que vá doer, a verdade é bem melhor do que a dúvida que ainda atormenta seu coração- Louise aconselha, a mão no ombro da irmã, solidaria.

—E de quê me adianta isso agora? Em que vai ajudar Thomas?- questiona.

—Thomas?? - repito -Seu filho se chama Thomas? - quero saber.

—Sim. É o nome do meu suposto filho- diz, fechando os olhos a seguir - É tão estranho me referir a ele assim!! Ainda mais sob estas circustâncias- reflete - Me faz sentir ainda mais culpada.Como se quisesse me livrar de um fardo.

—Sinto muito. Não pretendia causar tanto incômodo. Se peferir, volto em uma outra hora - sugiro, vendo as lágrimas brotarem em seus olhos - Eu realmente não...- sou interrompido pela irmã, que se adianta em me explicar a situação.

—A questão, em si, não é apenas a troca ou não do bebê- começa, respirando fundo, escolhendo as palavras que dizer- Senhor Travis, não sei como ou porque não lhe informaram, mas o fato é que meu sobrinho, e independente do que aconteça daqui para fente vou sempre o considerar assim,-avisa,olhando a irmã - Está enfrentando problemas. Graves. Com a lei -informa, me observando - Tommy está sendo acusado,injustamente - acrescenta - De latrocínio, ou seja...

—Roubo seguido de morte - completo sua frase sentindo o sangue fugir de minhas veias.

—Nós, que o conhecemos e amamos - frisa, olhando mais uma vez para a irmã, que parece ter entrado em uma espécie de transe - Não acreditamos que seja culpado. Um de seus melhores amigos, que é policial, está, pessoalmente, investigando a fim de provar a inocência de Tommy- diz - Tenho plena confiança de que Eddie vai ter sucesso e prova a todos que, mesmo com tudo dizendo o contrário, meu sobrinho não tem culpa de nada do que está sendo acusado- assegura.

—Eddie? - pergunto e ela confirma com um gesto, levantando-se, indo até uma estante pegando um porta retratos de lá, me entregando.

Olho a foto, me surpreendendo ao ver o rapaz com quem falei hoje cedo e o garçom do Bertinelli's, ao lado de mais três outros rapazes e duas moças, uma delas me fazendo lembrar Cait aos quinze anos. Ergo os olhos para ela, interrogativo.

—Eddie, Thomas, Cisco e Íris, Barry, Eric e Claire- aponta-os, um a um - Os dois últimos são meus sobrinhos também, meio irmãos do Tommy- informa e volto a olhar a foto, reparando no jovem sentado no chão próximo a Thomas.

—Foi tirada ano passado, no aniversário deles - ouvimos a voz de Katie Snow, que despertra do transe,finalmente- Os três, Eddie,Thomas e Barry, fazem aniversário no mesmo mês e dia e, desde que descobriram, comemeram juntos. Todos os anos. Excerto este- diz, ainda mais triste.

Antes que eu possa fazer qualquer comentário, a porta que dá acesso ao quintal é aberta e a jovem da foto entra, esbaforida, as mãos no peito, vermelha, buscando ar.

—Claire, está tudo bem?- a mãe pergunta, ameaçando levantar-se mas parando diante do gesto da filha

—Está sim,mãe- diz, quase recuperada - Só dei uma pequena corrida da casa das gêmeas para cá pra não me atrasar pro almoço - explica,me olhando curiosa -Olá.- cumprimenta-me com um sorriso que a faz ficar ainda mais parecida com Cait.." A irmã que ela sempre quis!"

—Oi - respondo simplesmente, pensando se essa situação toda poderia ficar ainda mais estranha...

—Então cuide. Vá tomar um banho e volte para almoçarmos - ordena a mãe e a garota obedece - E não esqueça de tomar seus remédios - recomenda,voltando a sentar-se a minha frente, suspirando - Foi para salvar a vida da irmã que Thomas se meteu nesta confusão - revela - Ela nasceu com um problema no coração. Dois meses atrás , mais ou menos, teve que fazer uma cirurgia de urgência. Não tínhamos como pagar e meu filho acabou, de alguma forma se envolvendo com...- para, o choro embargando sua voz.

—Apesar do que parece, mesmo ele amando a irmã como ama e sendo capaz de fazer qualquer coisa por ela, não acreditamos que chegasse a este ponto.- Louise declara - De matar alguém. Roubar. Não com a educação que recebeu de minha irmã. Não com a influência de Joe- afirma,categórica - Não é da índole de meu sobrinho esse tipo de coisa.

—Acredito - digo, olhando de uma para outra, alternadamente - Vou deixá-las almoçar tranquilas- me levanto e elas fazem o mesmo - Aqui está meu número. Assim que for possível entre,por favor, em contato comigo. Se quiser, lógico, para marcamos como e onde fazermos o exame -peço, estendendo um pedaço de papel onde havia anotado meu nome(falso) e meu número (o verdadeiro) - Espero, honestamente, que tudo se resolva e que seu filho possa voltar pra casa..." Seja lá qual for!'.

Ela agradece e depois de me despedir, saio da casa, caminhando lentamente até meu carro, estacionado do outro lado da rua,me encostando no veículo, os fechados, a sensação de mal estar voltando com força.

—O senhor está passando mal?- escuto uma voz feminina perguntar ao meu lado  e abro os olhos -Sente alguma coisa? Tontura?- questiona e tento falar mas não consigo - Venha, sente-se um pouco na varanda de minha casa, a sombra - convida e a sigo - Sente aqui. Vou buscar um copo com água - pede, indicando uma cadeira, a qual ocupo, apoiando a cabeça nas mãos, enquanto ela entra.

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Eddie e Thea

—Por que estamos indo almoçar e não jantar, como Mag sugeriu?- Thea me pergunta enquanto coloca o cinto de segurança.

—Porque a noite será o único horário que terei para me reunir com Jay e os demais, antes de partirmos amanhã cedo, pra combinarmos dar sequência ao plano que comecei...- ela me interrompe.

—De fazer todos acreditarem que Tommy voltou e que quase custou sua vida!- completa minha frase - Não gosto disso Eddie -reclama - Pode justificar o quanto quiser dizendo que surtiu efeito, que perturbou o sossego dos caras maus, que ainda assim não vou gostar. E não me peça para pensar diferente- diz, cruzando os braços, emburrada.

Com o canto do olho observo-a..." Em que momento exatamente me apaixonei por essa pirralha briguenta?", me questiono mentalmente.." Porque só posso estar apaixonado para permitir que alguém entre em minha vida e ocupe tanto espaço em tão pouco tempo, como ela fez, de uma forma que ninguém nunca havia feito antes. Ninguém!", pondero, esticando o braço, tocando seu rosto, acariciando-o.

—Vou ter mais cuidado, bruxinha . Todos nós teremos - prometo, vendo-a fazer uma careta engraçada, sentando-se de lado , me encarando, um sorriso iluminando sua face.

—Bruxinha??- questiona.

—É. - confirmo - Aquelas pessoas que andam por aí, enfeitiçando os outros. Já ouviu falar?- provoco-a.

—Humhum.Sim- diz - Aquelas narigudas, cheias de verrugas, banguelas, cabelos horrorosos, que voam em vassouras! - exclama, me fazendo gargalhar.

—Quem disse que bruxas são feias, nunca viu Sandra Bullock e Nicole Kidman - comento e a vejo franzir o cenho - Da magia a sedução. Vai dizer que nunca assistiu esse filme?

—Nops! - afirma - Mas assisti Hocus Focus: '" I put a spell on you, and now you're mine!",- cantarola, mexendo as mãos em minha direção, me fazendo gargalhar mais uma vez - Definitivamente, esse é o som que mais amo ouvir em todo mundo!- declara, soltando o cinto assim que estaciono, beijando minha bochecha e em seguida minha boca.

—Vamos logo antes que eu mude de ideia e desista desse almoço- falo quando o beijo termina, saindo do carro, dando a volta para encontrá-la, colocando meu braço sobre seus ombros, trazendo-a para perto , ela colocando o seu envolta de minha cintura, seguindo abraçados até perto da varanda da casa, onde vemos um homem sentado, cabeça baixa, parecendo não estar muito bem.

Seguimos nos aproximando quando Mag sai da casa trazendo um copo que entrega ao homem e ele ergue o rosto. Ao fazê-lo, o reconheço, assim com, para minha surpresa, Thea também.

—Tio Malcom? - ouço-a chamar, fazendo-o olhar para nós - O que está fazendo aqui?

—É tio Malcom, o que faz aqui?-repito,irônico, vendo-o olhar de mim para Thea, surpreso.

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Mansão Merlyn        Sexta a tarde

Caitlin

Chego em casa por volta das quatorze horas.

Como não teria aula aquele dia e Tommy só iria trabalhar depois das três horas, ficamos mais tempo juntos, no quarto, curtindo a companhia um do outro, conversando sobre Thea e Eddie, nós dois, o presente e o passado.

Acabamos descobrindo que temos várias coisas e gostos em comum: ambos gostamos ler gibis, de assistir desenhos( os mais bobos possíveis!), de sucos naturais (feitos com a própria fruta), de chocolate, em especial o amargo, de livros de suspense..... Além de alguns fatos realmente curiosos, como por exemplo, Eddie e Thea compartilharem alguns de nossos gostos ( por sucos e livros,por exemplo); De ele, eu e Eddie  termos nascido não apenas no mesmo mês e dia mas também no mesmo hospital...- meus pensamentos são interrompidos pela voz de uma mulher.

—Até que enfim aparece alguém nessa casa! - escuto e me viro, parando no início da escadaria, recebendo seu abraço - Já estava pensando que os empregados haviam se enganado e tivessem mudado sem avisá-los- diz, tentando parecer engraçada - Como vai minha prima mais linda, encantadora e, agora, rica?- pergunta, segurando minhas mãos.

—Bem Isabel. E você?- questiono-a.

—Agora,ótima! - diz - Melhor do que nunca - aumenta,me encarando, um sorriso no rosto que, não sei bem por que, me causa um repentino mal estar.

 

"... We keep this love in a photograph, we made these memories for ourselves;

Where our eyes are never closing,our hearts are never broken;

And time's forever frozen still....You won't ever be alone;

Wait for me to come home.."

 

 


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Notas finais do capítulo

Chamem João e Maria, a bruxa chegou!
Bjinhos flores.



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