Bertinelli's     Sábado a noite

Narrador

—Senhor e senhora Merlyn, boa noite.Que prazer recebê-los! - Elise cumprimenta o casal na entrada do restaurante. Era seu primeiro dia como host do lugar.

—Boa noite Elise. Obrigada - agradece Rebeca enquanto o marido retira seu casaco- Está trabalhando aqui também?-pergunta e a garota confirma- Que bom. Trabalhar ao lado do noivo! - pisca para ela, que sorri, o rosto ficando vermelho

—Malcom, Rebeca, que bom vê-los! - Elliot Bertinelli vem ao encontro do casal,saudando-os - Pode deixar Elise,cuido pessoalmente dos meus amigos aqui.- anuncia - Venham, a mesa de vocês já está reservada. - chama e os dois,após se despedirem da moça, o acompanham.

Assim que o trio se afasta, Elise pega o celular,ligando para Sara.

< Oi Lis. O que manda? >,escuta a voz da amiga do outro lado da linha.

—Rapidinho Sara, não posso demorar,estou no trabalho- começa, acompanhando o casal com os olhos - O que exatamente o pai da Cait sabe sobre Thomas? Ele o conhece?-pergunta, sorrindo para um casal que chegava.

< Até onde sei eles não se conhecem não. O Malcom não chegou a vê-lo enquanto estava no bangalô. > diz.

—E as imagens das cameras de segurança?

< Não dá pra ver o rosto dele. Só a altura e que é um homem. Por quê?> questiona a amiga.

—Malcom e Rebeca estão aqui, jantando. - informa - E como Thomas está ajudando a servir hoje, queria ter certeza que tava tudo bem.- responde.

< Ele está no salão? Como garçon?>

—Isso. Dois faltaram e o senhor Bertinelli pediu pra ele substituir um deles.- avisa - E justo hoje os pais de Cait vem aqui! - exclama, mordendo o lábio.

< Relaxa. Foi só uma coincidência. -tenta acalmá-la- É só não darem bandeira e vai ficar tudo bem. O que pode dar errado? Eles vão jantar,pagar e sair.Pronto.>

—Sei não Sara. - diz, insegura- Não estou gostando nada disso. Pode chamar de sexto sentido se quiser.De qualquer maneira, vou avisar Jonas e Rod e ficar de olho. Beijos. Ahh, não fala pra Cait - pede - Ou ela é capaz de surtar.

< Isso é certeza. Fica de olho e qualquer coisa me liga. Beijos. > despeden-se, desligando em seguida.

Tudo corria bem até, ao final do jantar, Malcom pedir para ir a cozinha cumprimentar o chef, no que foi prontamente atendido.

—Rodolpho -chama Bertinelli e o chef se volta, paralisando ao ver o casal. Por ser meio do expediente, alguns graçons se econtravam ali, jantando, entre eles, Thomas - O sernhor e a senhora Merlyn vieram te cumprimentar. - anuncia.

—Meus parabéns meu rapaz. O jantar estava excelente - cumprimenta-o o pai de Cait,estendendo a mão para ele, que a aperta.

—Obrigado senhor, senhora - faz uma reverência para ambos.

—O jantar estava ótimo, mas prefiro a sobremesa.- diz Rebeca - Estava uma maravilha! Como dizem, de comer ajoelhada! - elogia.

—Muito obrigado. Fico muito feliz em saber que ficaram satisfeitos - agradece, apertando a mão que lhe era estendida.

—Não nos vimos antes?- escuta Malcom perguntar,enquanto caminha  para a ponta da mesa, onde Thomas estava ,parando próximo a ele, encarando-o -Na festa de Cait....Isso! - exclama o homem - Você estava no bar, dentro da piscina. Serviu um drink a mim e Robert, já no final, não foi isso? - pergunta e o rapaz confirma com um aceno.

—Foi a primeira vez que Thomas trabalhou conosco.- informa Elliot e Rodolpho faz uma careta - Ele é amigo de Jonas e Rodolpho. Um ótimo rapaz - afirma,batendo a mão em seu ombro.

—Sua equipe é muito boa Elliot - elogia Rebeca, prostando-se ao lado do marido, que permanecia em silêncio, examinando o rapaz a sua frente - Tudo foi perfeito aquela noite - sorri para Thomas ,que retribue - Gozado, você me parece familiar. Já nos vimos antes?-questiona.

—Não senhora. Me mudei a pouco para Star - Thomas informa , olhando Rodolpho por sobre os ombros da mulher, lhe fazendo sinais.

—E morava onde antes?- pergunta Malcom e antes que Rodolpho consiga interferi, Elliot responde por ele.

—Central City. Não é isso Thomas?- pergunta.

—Sim senhor - confirma, sustentando o olhar de Malcom.

Um silêncio estranho e constrangedor toma conta do ambiente até Rebeca chamar o marido para irem embora. O casal se despede de Elliot, cumprimenta o chef mais uma vez e antes de sairem do lugar, Malcom vira-se, olhando diretamente para Thomas.

—Até breve Thomas - diz, saindo logo depois, deixando Rodolpho e Thomas intrigados.

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Domingo de manhã

Eddie

"Já me acostumei com a insegurança, de quem não quer sofrer;  A paixão certeira que nos alcança, quem poderá prever...."

Acordo cedo, visto um moletom,uma camiseta e saio para correr como costumo fazer todos os dias, inclusive nos finais de semana. Abro a porta com cuidado pra não fazer barulho e acordar Tommy. Ele havia chegado de madrugada e,depois de conversarmos um pouco, desabou na cama, apagando logo em seguida. Caia uma garoa fina mas isso não me incomodava. Parado na esquina do prédio, faço meu alongamento, observando a área ao redor. Não conhecia bem a região, por isso usei o gps para estudar um percursso prévio, fixei alguns pontos de referência na memoria e após terminar a série de exécicios preparatórios, coloco meu fone de ouvido, escolho um lado e começo  correr.

 "...A profundidade e o envolvimento,não dá pra controlar;  A longevidade do sentimento, só o tempo dirá..."

Sigo em linha reta, a principio, passando pelo restaurante e a cafeteria onde tinha visto e ouvido as garotas no dia anterior, sorrindo ao lembrar de tudo que havia acontecido. Tenho que admitir que aquela pirralha, baixinha e atrevida mexeu comigo. Meu sorriso aumenta só de pensar qual seria sua reação se me referisse a ela da forma que pensei..."No minímo voaria no meu pescoço!... Se bem que não seria tão ruim tê-la grudada em mim!", reflito, lembrando como o corpo dela reagiu ao meu toque.

"...Pode ser, uma nova ilusão;  Pode ser, esse meu coração;  Ou será o amor, ou será!...."

Avanço dois quarteirões antes de virar em uma esquina seguindo rumo ao parque da cidade, onde chego poucos minutos depois. 

Ou por ser cedo demais ou por conta da garoa, não havia praticamente ninguém no lugar.

Me dirijo para a área interna onde existe uma pista para corrida que aconpanha o contorno do lago. A paisagem é extremamente calma e relaxante,  me fazendo esquecer que estava no coração da cidade. Tudo que eu precisava para pensar em uma forma de ajudar meu amigo a sair da tremenda enrrascada que havia se metido. Mentalmente, começo a relembrar cada detalhe de tudo que ele me contará , buscando encontrar uma falha que nos ajudasse.

Completamente absorvido em meus pensamentos, me distraio das coisas ao redor e essa distração me custa caro.

Escuto um grito distante e viro rosto apenas a tempo de ver o que, ou melhor,quem me atigiria logo a seguir: descendo o pequeno declive do terreno, sem qualquer controle, Thea Queen se lança sobre mim, saltando da bicicleta em que estava. Com o impacto, perco o equilibrio e caimos os dois no chão, rolando até pararmos a beira do lago.

A parada brusca bem como o impacto contra o solo me fazem perder a consciência por algum tempo.

"...Quando a tua boca me rouba um beijo, sinto meu chão rachar;   Amo teus contornos, em ti me vejo, dentro do teu olhar!..."

Acordo sentindo o peso de um corpo sobre o meu e a pressão de uma boca sobre a minha, lenta e calmamente. Abro os olhos ao sentir a língua passeando por meus lábios, pedindo permissão para entrar, encontrando um par de olhos castanhos, vivos, brilhantes, sorridentes, me encarando.

"...Mas bem lá no fundo me bate um medo;  Medo de me entregar; Quase todo mundo tem um segredo, me ajuda a desvendar..."

—O que diabos pensa que está fazendo?- questiono quando ela afasta sua boca da minha por um breve momento, a voz saindo mais rouca do que gostaria, denunciando o que sinto.

—Respiração boca a boca!?!? - fala, ofegante,os lábios entreabertos em um convite mudo.

—Pirralha encrenqueira! - exclamo antes de enfiar minha mão em seus cabelos, puxando-a para um beijo ávido, carregado de desejo.

"...Pode ser, uma nova ilusão;  Pode ser , esse meu coração; Ou será o amor, ou será...."

Continua.