Vidas Trocadas. escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 2
Aonde quer que eu vá...


Notas iniciais do capítulo

Voltando(finalmente!!) para o primeiro capítulo.
Vamos começar a jornada de Thomas e Caitlin.
Boa leitura e não esquecam os rewiews.
Bjinhos flores.



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" Olhos fechados pra te encontrar;

Não estou ao seu lado,mas posso sonhar;

Aonde quer que eu vá levo você no olhar;

Aonde quer que eu vá...."

Aonde quer que eu vá

Paralamas do Sucesso

 

Central City   Dias atuais

  Caitlin

—Não acredito que está fazendo isso Cait! - escuto Thea reclamar, pela milésima vez, ao meu lado na fila da agência central dos correios em Central City - Faltam só vinte dias pro nosso niver, vinte dias! E você inventa essa viagem....- para, ficando na ponta dos pés, os punhos fechados, me encarando - Francamente, não acha que já estou stressada o suficiente não??- não contenho o riso.

Desde que a irmã caçula de meu amigo e vizinho Oliver Queen descobriu que fazemos aniversário no mesmo dia e mês que não tive sossego, por assim dizer. Não que ela seja uma chata, longe disso. O problema é justamente o oposto. Thea é tão encantadora e efusiva que dificilmente alguém consegue lhe dar um "não" como resposta. Este ano em particular, ela estava pra lá de entusiasmada por estar completando  dezoito anos.

—Primeiro, não estou "inventando" -faço aspas no ar- essa viagem. Sabe muito bem que estou indo ser madrinha no casamento de uma amiga - lembro-a, virando-me para o atendente quando finalmente chego ao balcão - Caitlin Merlyn, vim autorizar a retirada de algumas encomendas que foram trazidas para cá por engano - entrego os papéis para ele, que, depois de examiná-los, vai até outra sala - Em segundo lugar - prossigo,virando-me para ela - Estarei de volta no máximo no dia da festa, portanto não há com o que se preocupar.

—Assine aqui por favor - pede-me o atendente,entregando-me uma folha que ,após lê-la, assino.

—Ok,vou acreditar em você. Mas se por acaso se atrever a perder nossa festa, eu nunca mais dirijo a palavra a você está me ouvindo?- dramatiza.

—Isto é uma ameaça ou uma promessa? - provoco-a, rindo de sua cara de indignação - Brincadeirinha,boba, brincadeirinha! - exclamo recebendo a papelada de volta.

—Dirija-se ao galpão ao lado e poderá retirar tudo. - informa o atendente.

—Obrigada. Só mais uma dúvida: eu preciso estar presente ou outra pessoa pode retirá-las com a autorização? - pergunto.

—Basta que apresente a autorização e um documento de identificação. - fala e após agradecer-lhe, saímos da sala indo ao encontro de Oliver e Roy, que nos esperavam junto ao carro.

—Temos que ir ao galpão ao lado- indica Thea e eles começam a se mover.

—Vocês vão, eu preciso pegar um avião - lembro-os - Então,...- abraço a garota ao meu lado, dando um beijo estalado em sua bochecha. A seguir, desço os degraus da pequena escada e repito o gesto com Oliver e Roy.

—Boa viagem, e trate de aproveitar cada dia em L.A mocinha - aconselha Oliver.

—Isso! Divirta-se bastante! Por todos nós - pede Roy, abrançando-me e erguendo do chão, rodopiando.

—Contanto que não me apareça casada! - protesta Thea, referindo-se ao irmão. Oliver fora fazer um estágio de seis meses em Los Angeles dois anos atrás,onde conheceu Felicity, com quem casou-se um mês antes de retornar para casa. Todos nos chocamos com a anovidade. Excerto Thea, claro, que além de saber do namoro do irmão(uma das poucas,diga-se de passagem) incentivou-o  a casar-se --  A menos que seu marido seja tão show quanto minha cunhadinha é! -emenda, um sorriso enorme no rosto - Aí estará perdoada.

—Thea, se tem uma coisa que não pretendo fazer nesta viagem é arranjar um marido! - asseguro - Deixem-me ir ou vou perder meu voo.- sigo até o táxi que me esperava. Antes de entrar, aceno para eles ,mandando beijos aos três. Entro e o motorista manobra o carro, pegando a rodovia que conduz ao aeroporto.

*******************************************************************

Suburbio de Central City

  Thomas

Coloco o capacete na cabeça, ligo a moto e me preparo para sair quando sinto alguém bater em minha cabeça. Viro-a encontrando meu meio irmão, Eric ,parado ao meu lado, um sorriso sem graça no rosto. Desligo a moto para poder ouvir o ele quer me dizer.

—Tommy, será que você daria uma olhada no motor do meu carro antes de sairmos? - pergunta - É que ontem a tarde ele quase me deixou na mão no meio do caminho de volta e como hoje tenho levar tanto Claire para fazer exames, quanto Cassie para o pré natal ,junto com mamãe...- completa, ficando ainda mais sem graça.

"Típico de Eric! Deixar tudo pra última hora", penso enquanto retiro o capacete, vendo-o sorrir, desta vez em agradecimento. Apesar de ser dois anos mais novo do eu, Eric já tinha se casado, com sua primeira e única namorada, (assim como ele também o havia sido para ela), e esperavam seu primeiro filho. Os dois se conheceram na metade do ginásio e depois de cinco meses de namoro, decidiram que se casariam. Lógico que nenhuma das famílias aprovou a história. E como os dois fizeram para resolver a questão? Criaram a maior confusão inventando uma gravidez inexistente,na época, e que por muito pouco não sobrou pra mim!

—Sabe, um dia você vai ter que  desapegar dessa lata velha e comprar algo decente - provoco-o indo até o carro e abrindo o capô do veículo.

—Não senhor! - bufa, enfezado - Vou é reformá-lo todinho, você vai ver! - afirma - Não vou botar fora a única lembrança , e herança, que nosso avô....

—Seu avô. - corrijo-o, tirando a camisa para poder examinar o motor.

—Tá, meu avô me deixou .- reformula,balançando a cabeça negativamente - Ele te considerava como neto também Tommy, sabe disso né?

—Mesmo? Sabe que nunca notei!! - ironizo,começando a mexer no motor do carro . Na verdade, o avô de Eric e Claire me tratava um pouco melhor do que o filho, meu padrasto. Um pouco.-- Entra ai e liga o motor.-peço e ele obedece. Ao dar a partida, o carro faz um ruído estranho além de soltar muita fumaça. Faço sinal pedindo que o desligue e me debruço sobre o mesmo, retirando algumas peças e apertando outras.

—Pronto, primeiras fãs chegando. - escuto-o dizer, encostando-se na lateral do carro e o olho sem entender até que escuto dua vozes femininas.

—Oi Eric.- cumprimentam as gêmeas que moram duas casas depois da nossa .

—Oi garotas - responde

—Bom dia Thomas!! - ouço-as dizerem em um tom meloso. Sorrio me virando para elas.

—Bom dia Susan, Sharon - cumprimento,sentando sobre a frente do carro, chamando-as pelos nomes, sem confundi-las, como praticamente todos fazem. Apesar de serem idênticas, até hoje nunca as confundi, nem mesmo quando tentavam me enganar.

—Susan, Sharon, perderam alguma coisa ai por acaso? - reclama a mãe das garotas - Venham já pra casa! - ordena e as duas fazem uma careta e me mandam um beijo antes de voltarem-se, caminhando apressadas de volta para casa.

—Não perderam, mas estão doidinhas pra perder! - ironoza Eric - E de preferência com você! - me provoca e o acerto fazendo da flanela que segurava um "chicote", enquanto rimos.

—Thomas, gostoso, quando é que vai me levar pra sua cama?- ouço Margareth provocar.

—É só você escolher o dia e a hora Mag - devolvo - Contanto que seu marido não esteja nem em casa e muito menos na cidade..- acrescento ouvindo sua gargalhada melodiosa. Mag é uma linda negra de origem latina (brasileira,pra ser mais exato), esposa de Joe West, chefe de polícia de Central City e mãe de dois dos meus poucos amigos Cisco e Iris.

—Não seja por isso! Amor, que dia que é aquela sua convenção de policias mesmo?- pergunta ao marido, que caminha um pouco atrás dela, distraído com uma chamada no celular.

—O que perguntou amor? -questiona-a,desligando o aparelho -Bom dia rapazes.

—Bom dia. -respondemos juntos.

—Perguntei que dia está liberado pro Thomas me levar pra cama?- repete e ele dá uma sosnora gargalhada.

—Bom, se ele quiser arriscar, semana que vem pode ser que tenha uma pequena e única chance - brinca - Depois, adeus. A menos,é claro que não tenha medo de me enfrentar - pisca pra mim, enlaçando a esposa pela cintura.

—Humm,sabe o que é, semana que vem já tenho um compromisso marcado! - entro na brincadeira - E quanto a te encarar...- me levanto, ficando de frente para ele,que ergue uma sobrancelha, com ar de riso- Eu passo- volto a me sentar, cruzando os braços. Joe West, em vários momentos, foi muito mais pai para mim do que meu padrasto jamais o foi. Eu o admiro e respeito não apenas por sua honestidade como por seu respeito com todos, do mais rico ao mais pobre, com que lida diariamente.

—Até porque se a Helena descobre, ele tá frito! - provoca Eric,apoiando a mão em meu ombro.

—Engraçadinho você!! - ironizo.

—Ainda estão por aqui?? - escuto meu padrasto perguntar, fingindo surpresa por nos ver no jardim. Havia algum tempo que o vira nos observando da janela, por detrás da cortina---Bom dia Joe, Margareth- cumprimenta-os.

—Bom dia Sebastian, como vão as coisas? Claire está melhor?- pergunta Joe.

—Está bem, dentro do possível . Hoje à tarde irá fazer alguns exames, ai saberemos melhor.- avisa. Minha meio irmã,Claire, nasceu com um problema nas válvulas do coração. Periodicamente precisa realizar vários exames, bastante caros,diga-se de passagem, além de tomar medicação diariamente e ter acompanhamento médico constante enquanto aguarda ou um doador ou que consigamos juntar o dinheiro necessário para a cirurgia de correção.

—Quanto ao resto, poderia estar melhor caso meus dois principais funcionários não perdessem tempo flertando com metade da vizinhança - reclama,irônico.

—Isso é comigo Sebastian? - questiono e antes que ele responda, Eric se intromete.

—Thomas já estaria lá não fosse por minha causa pai. - me defende - Mas acho que já terminou não é Tommy? - vira-se pra mim, um pedido mudo no rosto. Suspiro  e me debruço mais uma vez sobre o automóvel.

—Devia tentar vender ou reformar esse carro Eric- diz Mag - Se não me engano, um dos rapazes lá do salão tem um irmão, ou um primo, não sei bem, que tem uma oficina. Se quiser posso ver com ele para fazer um orçamento mais em conta pra você.- oferece.

—Ahh, quero sim Mag,por favor. Só assim,quem sabe, paro de atrapalhar os outros.- fala me encarando quando peço para que ligue o motor mais uma vez. O carro funciona perfeitamente, sem fumaça ou barulho-- Valeu maninho! - agradece, entrando no carro.- Quer uma carona pai?

—Não, vou esperar um amigo que quer conversar comigo. Um serviço novo. Depois ele me leva até lá- explica - Vão indo e adiantem tudo que for possível. Os Mackenzie querem o serviço terminado até o final de semana.- avisa.

—Ok. Vamos nessa maninho?-  me chama e concordo com um aceno,limpando as mãos , vestindo a camisa.

—Vem dormir em casa hoje? -escuto minha mãe perguntar, saindo da casa- Ou vai pra casa daquela lá?

Respiro fundo antes de responder.

—Vou ficar na Helena sim mãe. Barry me pediu para levá-lo ao aeroporto amanhã e de lá é mais perto.- justifico vendo-a fazer uma careta- Mais tarde ligo pra saber notícias da Claire tá certo?- beijo seu rosto, me despeço de Joe e Mag, pego o capacete e , subindo na moto, dou partida e saio, seguindo Eric até nosso local de trabalho sobe o olhar atento de meu padrasto.

continua

"....Não sei bem certo, se é só ilusão;

Se é você já perto, se é intuição;

Aonde quer que eu vá levo você no olhar;

Aonde quer que eu vá,

Aonde quer que eu vá..."


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Notas finais do capítulo

Boa noite!!!



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