Vidas Trocadas. escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 10
Sábado Maluco!


Notas iniciais do capítulo

Voltando para dar inicio as investigações e a festa .
Boa leitura. Rewiews please!
Bjinhos flores.



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"Sei que já tentei de tudo, sei que já não quero mais lembrar;

Só não sei como dizer pra mim;

Toda vez eu me pergunto,quem será que pode completar;

Esses versos mudos que escrevi...."

Mansão Merlyn -  Sábado -5:15 p.m

Caitlin

Entramos no bangalô e o colocamos  na cama.

—Zoe, veja se o chuveiro está funcionando - peço - Ximena,me ajude a procurar alguma coisa seca pra ele vestir. - chamo, já abrindo os móveis e gavetas.

—O chuveiro tá ok,inclusive a água quente. É o indicado né? - pergunta.

—É sim - respondo,me aproximando da cama ,sentando, tocando seu ombro. - Venha, você precisa de um banho quente e trocar essa roupa molhada. -digo e ele se levanta, caminhando em direção ao banheiro.O sigo de perto.-- Vou deixar a porta encostada, para o caso de sentir-se mal - aviso, colocando a toalha que encontramos em suas mãos - Por favor,não hesite em nos chamar, se precisar - peço,mas não me responde. Saio. Me viro e dou de cara com Zoe e Ximena me encarando boquiabertas.

—Tá, eu sei, eu sei! - vou até elas, começando a narrar os fatos que antecederam minha chegada e ligação para elas enquanto arrumamos a cama e pegamos as roupas que havíamos encontrado. A cada frase, percebo o assombro em seus rostos. Ao terminar, sento na borda da cama, aguardando as críticas que viriam.

—O que raios andaram te dando pra beber em Los Angeles? Cadê a nossa Caitlin? - protesta Zoe.

—Não exagera Zoe! - ameniza Ximena

—Como assim exagerar?? - bufa - Mena,ela trouxe um estranho, que admitiu ser perseguido por alguém que, sabe Deus por que, quer matá-lo! Ele pode ser um tarado, um maníaco, assassino! -dramatiza e reviramos os olhos - Quantos casos vemos nos jornais todos os dias? Não percebe o perigo que correu Cait? Que ainda está correndo?

—Eu sei Zoe,concordo com você. - argumento - Mas eu simplesmente não consegui deixá-lo lá,sozinho,ferido e indefeso, no meio daquele temporal.- ergo as mãos - Só não me pergunte por quê. Não saberia responder.

—Estão ouvindo?- pergunta Ximena, séria.

—Ouvindo o quê?? - fico aletra - Não ouço nada.

—Pois é, nem eu. Nada. Inclusive - levanta-se - o chuveiro!!! - acrescenta e me levanto de um salto,indo até o banheiro,abrindo a porta bruscamente.

—Ai meu Deus! - exclamo ao vê-lo,de joelhos, as mãos apoiadas na parede dentro do box, vomitando intensamente . Faço menção de me aproximar, mas paro diante do sinal  que faz com a mão para me afastar. Durante alguns minutos ficamos as três estáticas, esperando seu mal estar passar. Quando ele dá sinais de que parou, me aproximo, agachando-me ao seu lado, espantando a naúsea ao ver um pouco de sangue no chão úmido.

—Mena, liga a ducha pequena por favor .- peço e ela me atende, entregando-a para mim em seguida - Vê outra toalha também.- digo, acionando a ducha,limpando primeiro o chão,em seguida sua cabeça,que permaneçe baixa, a respiração arrastada. Passo a mão por seu cabelo, rosto e boca, limpando-os. Direciono o jato para seus ombros e costas, limpando os ferimentos e locais que não havia alcançado. Assim que termino, evolvo seu corpo com a toalha, prendendo-a da melhor forma que meu nervorsismo permite em sua cintura, ajudando-o a se ergue. Ele apoia o braço sobre meu ombro, ficando muito próximo de mim. Nunca em toda minha vida, tinha sentido de maneira tão intensa a proximidade de um corpo como sinto o dele. Cada celula de meu corpo reage ao dele de uma forma incrivelmente rápida e intensa.Não que eu seja uma virgem pura e inexperiente. Apenas não fui até o final com ninguém ainda.

Ajudo-o a deitar-se, enrolado na toalha, na cama,sentando-me , colocando sua cabeça em meu colo ,enxugando seus cabelos com outra toalha. Ele permanece de olhos fechados, respirando um pouco melhor.

—Tem certeza que não quer ir ao hospital? - questiono e ele acena negativamente.

—Nada de hospital - diz num fio de voz, relaxando, adormecendo algum tempo depois.

—Cait, temos que ir. Já são quase seis horas- alerta Zoe - Daqui a pouco vai começar, além da ronda, a arrumação para a festa.

Suspiro, olhando-o mais uma vez, me levantando cuidadosamente.

—Como vamos fazer pra ele não sair daqui?- questiona Ximena - Trancar a porta?

Paro, pensativa, antes de responder.

—Não . afirmo,indo até a mesinha de cabeceira. Lá dentro, pego caneta e papel e começo a redigir um bilhete que prendo a roupa que separamos para ele,dobrando-as, pondo sobre a mesa de forma que a visse assim que acordasse. Feito isto, saímos em direção a casa.

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Vigésimo distrito de policia 11:30    Central City

Eddie Thawne

Chego no distrito no horário combinado com Jay,que já me esperava. Seguimos até a área externa nos fundos do distrito, onde haviam guardado a moto de Tommy.

—É esta mesmo ?- questiona-me Jay enquanto examino-a - Apesar da placa ser a que você me deu, fiquei na dúvida.

—É esta sim, sem sombra de dúvida.- afirmo, segurando no guidão - É evidência? - quero saber.

—Não. O cara que estava com ela não estava envolvido,pelo menos não naquele caso- diz- Mesmo assim, pedi pro seu xará fazer uma perícia nela. Não havia traços de sangue ou qualquer outra coisa. Estava limpa, assim como o capacete. Só não comparamos as digitais, ainda, pra não dar bandeira.- revela e o olho sem entender - A investigação não é nossa,portanto se eu pedir alguma coisa, vão querer saber porque.

—E ai estaremos todos, inclusive você ken, ferrados - alerta Ruzeck, que chegara- Mouse tá nos chamando lá em cima, quer mostrar o que conseguiu.

Subimos ao primeiro andar do prédio,onde fica a inteligência, equipe na qual os dois trabalham. Lá chegando,Mouse, o especialista em informática do time, me explica que, usando os dados do gps da moto, montou o percusso percorrido por ela.

—Trocando em miúdos! - peço.

—Os lugares por onde ela "andou" - faz aspas no ar- nos últimos vinte dias, como Jay me pediu- informa e olho-o interrogativamente.

—Você me disse que a última vez que seu amigo saiu com a moto foi no dia em que desapareceu e ,supostamente, matou a esposa do Mackenzie, certo?- pergunta e aceno que sim - Pegamos o endereço dele, da casa dos Mackenzie  e do hospital..- Mouse o interrompe

—E montamos um mapa com o percusso feito nestes vinte dias - chama minha atenção para a tela do computador- A linha azul representa o trajeto, pelas informações que você nos deu e as que consegui da investigação - faz uma careta quando erguemos as sobrancelhas -Que seu amigo fez no dia que sumiu. A vermelha, o trajeto que a moto fez.

Observo as linhas enquanto ele segue explicando,mais claramente o que havia feito.

—Estão me dizendo que Tommy estava do outro lado da cidade na hora do assassinato da senhora Mackenzie?- questiono-os.

—Não. Estamos dizendo que A moto dele estava. Se ele estava junto é uma outra história. Pra saber se estava ou não, só investiagando ...-afirma Jay

—O que não podemos fazer - Ruzeck lembra - Pelo menos não abertamente..

—Já extra oficialmente...-sugere Mouse, tocando os punhos fechados dos outros dois e os olho .

—Nem sei como agradecer a vocês por iss...- antes que termine, escuto a voz do capitão Harris as minhas costa.

—Agradecer o quê exatamente Thawne, posso saber? - questiona- O que está fazendo aqui? Por acaso veio xeretar algo?-prossegue, agressivo.

—Nós o chamamos capitão- adianta-se Mouse - É que hoje é aniversário do Eddie e preparamos uma surpresa para ele- diz e seu tom de voz me deixa em alerta.

—Que surpresa?- me levanto da ponta da mesa onde estava sentado e antes que tenha chance de fazer algo, recebo uma "chuva" de ovos na cabeça e costas.

— Filhos da....

—Olha língua garoto! - alerta Voigth,acertando também ele um ovo em minha cabeça.

—Parabéns Ken!! - provocam Jay e Ruzeck,rindo sem parar.

—Olha pra isso! - escuto a voz da noiva de Jay,Lindsay - Bolo humano!

—Humm, meu sonho quase realizado!- exclama Nadja, que se aproxima de mim com um punhado de farinha nas mãos, jogando-o em mim.

—Satisfeita?- pergunto

—Quase. -diz e logo em seguida me surpreende com um beijo.

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Mansão Merlyn

Cait

O dia passa voando. Depois que saímos do bagalô, corri até o quarto para me arrumar antes que meus pais me vissem da forma como estava: ensopada da cabeça aos pés, a roupa suja de sangue e lama, descabelada. Quando desci, os encontrei conversando com Oliver, Felicity e Thea, que correu e pulou no meu pescoço, animada. Daí pra frente,fui envolvida por este furacão que atende pelonome de Thea Queen, que monopolizou minha atenção por completo com os detalhes da festa. De vez em quando, dava um jeito de olhar na direção do bagalô, o coração disparando sempre que via alguém por perto do lugar. Tanto Ximena quanto Zoe me garantiram que estavam alertas e haviam pedido ao  pessoal que trabalhava montando as estruturas para não se aproximarem de lá ou o senhor Merlyn ficaria muito zangado, e que tinham levado água e comida para o rapaz.."Preciso lembrar de perguntar o nome dele" Já estava escuro quando finalmente Thea me liberou para ir me arrumar, assim como ela mesma iria fazer.

Tomo um banho demorado,com tudo que tinha direito, na banheira. Fecho os olhos sentindo a água morna acariciar minha pele, o perfume dos sais me relaxando. Aos poucos uma imagem vai se formando em minha mente e me pego pensando nele, em seu corpo sobre o meu,seu cheiro ,seus olhos,sua boca...Como se tivessem vida própria, minhas mãos tocam meu corpo enquanto meu pensamente vai até o bangalô. Coro ao imaginar como seria estar em seus braços, fazer amor...Uma batida leve na porta me traz de volta a realidade.A governanta me alerta para o hora e saio do banho, ainda ofegante, indo me arrumar.

Assim que termino, desço as escadas. Não encontrando ninguém na sala,vou até a cozinha. Lá dentro as coisas fervem na correria para deixar tudo pronto. Pergunto por Ximena e Zoe e sou informada que foram se trocar a fim de começar o serviço. Saio pela porta dos fundos e,desistindo de resistir, sigo até o bangalô, tendo o cuidado para não ser vista.

Giro a maçaneta e, após verificar que ninguém me observava, abro a porta, entrando rapidamente. Ao me vira, vejo-o de pé, vestindo a calça que havia deixado sobre a mesinha. Prendo a respiração no momento em que ele volta-se, ficando de frente para mim, o dorso nu e, ao ver seu sorriso discreto, meu coração dá um salto.." Meu Deus, estou perdida!".

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Tommy

Estou terminando de vestir a calça quando escuto a porta ser aberta e me viro, vendo-a entrar. Está simplesmente linda. Os cabelos cor de mel presos de lado, os cachos caindo livres do outro. O vestido justo marcando suas curvas termina pouco abaixo dos joelhos, deixando suas pernas parcialmente a mostra. Olho-a de cima a baixo sem esconder minha admiração, sorrindo. Aliás, desde que ela me descobriu escondido em seu carro, é a terceira vez que consegue me fazer sorrir.

—Você está linda - elogio,vestindo a camisa sem deixar de olha-la e a vejo corar, me arrancando mais um sorriso.

—Obrigada - agradece,aproximando-se - Sente-se melhor? Trouxeram água e comida pra você?

—Sim para as duas perguntas - respondo, fechando os botões da camisa - É uma ocasião especial? - pergunro e ela franze o cenho sem entender - Hoje, a festa.É algo especial? Formatura?- volto a perguntar mais por querer ouvir sua voz do que por querer saber. Ela balança a cabeça afirmativamente.

—Meu aniversário- revela- Meu e da irmã de um amigo- continua, chegando mais perto- Ambas nascemos no mesmo dia, com a diferença de três anos - diz e uma lembrança me vem a mente.

—Ainda estamos em Maio?- questiono.

—Sim. Final de Maio. Vinte e oito para ser mais exata.- completa,me causando um choque.

Paro. A dor de repente se tornando aguda e insuportável. Não consigo evitar as lágrimas.

—O que foi? Está sentindo alguma coisa?- pergunta perocupada,tocando meu rosto. Esboço um sorriso.

—Eu e dois grandes amigos também aniversariamos no mesmo dia - revelo, a saudade se tornando cada vez mais dolorosa.

—Sério? Quando?- pergunta.

—Hoje - respondo, sentando na beirada da cama,sentindo um nó na garganta, uma sensação de vazio-- Hoje - repito mais para mim do que para ela- Nos últimos anos, sempre comemoramos juntos. - continuo, as lágrimas caindo livremente - E não posso nem mesmo ligar para eles,saber se estão bem,dizer que, apesar de tudo, estou bem. Estou vivo!- fecho os olhos sentindo a dor aumentar ao pensar em minha mãe, em Claire e Eric,em Joe e Mag, Cisco e Iris, Barry....Helena!

—Eu sinto muito...- para - Qual o seu nome?

—Thomas - respondo .

—Caitlin,mas já deve saber afinal, desde que chegou aqui é o nome que mais deve ter escutado, principalmente, levando bronca!- tagarela e volto a sorrir, encarando-a - Ao menos minha tagarelice serviu pra alguma coisa. - comemora. Levo a mão até seu rosto enxugando uma lágrima que escapara .

—Prazer Caitlin.E não chor...- a porta se abre repentinamente nos assustando.

—Eu sabia que você estava aqui! - uma das garotas que ajudou mais cedo e que veio me trazer água e comida entra, vestindo um uniforme, feito um furacão - Perdeu o juízo? Me tira da cama de madrugada para te ajudar a colocá-lo aqui sem que ninguém o veja - aponta para mim- E agora, quando a casa está ficando cheia de gente, todos te procurando, pra onde você vem?? Melhor acender logo um letreiro ai na porta!

—Eu já vou Ximena. Eu só...- a garota retoma seu discursso.

—Vai sim. Vai agora mesmo, comigo!- exige, pegando-a pela mão, ao que ela resiste.

—Ela tem razão Caitlin- interfiro - É melhor você ir. Já tenho problemas demais sem ter uma multidão de curiosos me observando! - brinco- Vá. Divirta-se.Por nós dois

Ela me olha por um tempo,os olhos úmidos,e, inclinando a cabeça, beija meu rosto.

—Feliz aniversário Thomas! - diz, abraçando meu pescoço,me beijando mais uma vez - Eu trago bolo! - promete, sorrindo. Ergue-se, saindo a seguir, acompanhada da garota.

Sozinho, escuto as primeiras melodias serem executadas. Minha mente viaja até Central, ao clube...

—Feliz aniversário camaradas! - sussurro - Feliz aniversário!- repito, deixando o as lágrimas cairem, dando vazão a dor que sentia.

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Central City  -

Apartamento de Eddie Thawne

Encostado na janela,olho as ruas e a cidade fervendo em sua agitação noturna. Sinto o celular em minha mão vibrar, destravo e leio a mensagem que Barry enviara;

'Feliz aniversário camarada! Chego em breve. Não se preocupe. Vamos encontrá-lo e esclarecer toda essa bagunça, você vai ver! E ano que vem, só pra compensar,Bahamas!' , sorrio..'Ele está bem Eddie.Tenha certeza disso. Onde estiver,Tommy está bem. Até breve.'.

Termino de ler mas não consigo responde-la. Não agora. Queria ser otimista como Barry mas não sou. Cada dia que Tommy passa distante,suas chances de sair dessa livre diminuem. Isso contando que ele esteja vivo. Olho a moto em minha varanda.

—Eddie,volta pra cama! -escuto Nadja chamar.

—Um minuto - respondo sem olhá-la- Feliz aniversário camarada! - ergo a cerveja que seguro no ar ,tomando um gole generoso- Onde quer que você esteja, aguente firme. Nós vamos te encontrar. Eu juro.

 

"...Pra tentar me convencer, que eu consigo sem você;

Respirar enfim, um momento só pra mim;

E deixar a vida acontecer...

Respirar enfim,um momento só pra mim e deixar

A vida acontecer...."

 

 


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Notas finais do capítulo

bjinhos flores!



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