De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 49
Final




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Meses Depois

Selena Gomez tocava alto nas caixas de som espalhadas pelo apartamento na Waverly Place. Era aniversário de Justin, e a casa estava cheia: além dos colegas com quem dividia moradia, estavam também lá Ernesto, seu pai; os pais de Alex, seus atuais sogros; os pais de Harper e Max; outros amigos como Dean; Crumbs e outros funcionários do DUM; além, é claro, de Theresa e Jerry. Novamente, foi o casal de tutores que organizou a festa, porque por ele, não precisava de nada disso.

Seus padrinhos, aliás, estavam satisfeitos. Conseguiram formar uma feiticeira completa, um futuro mestre da magia, e ainda estavam servindo de exemplo em todo o mundo mágico para flexibilização das leis de posse mágica. Sem contar com o fato de que foram seus pupilos que derrotaram Gorog.  Os dois se reuniram num canto perto da cozinha junto de outros amigos feiticeiros, e falando baixo, estavam só se exibindo naquela confraternização para o pessoal do DUM.

—  Instrutores… Quem diria que nós, patéticos instrutores, iríamos fazer o que “alguns” funcionários do Departamento Ultrassecreto não fizeram. —  risada provocativa —  Quer dizer, quem que ficava desfilando por aí com distintivo do controle de magia?

Jerry  mandava as provocações com sua melhor cara de gaiato, enquanto Theresa, ao invés de repreender o marido, ria junto com ele. Ivã nada respondia, apenas os encarava com uma cara cada vez pior. Até Kelbo passar, sorridente, e dar um tapinha nas costas do companheiro de trabalho.

— Ah, por que essa carranca? Eles estão só brincando…

Ivã cortou, com sua marra habitual:

— É, podem ter flexibilizado as leis de magia, mas não vi ninguém defendendo condições de trabalho melhores dentro do DUM.

Kelbo abrandou um pouco o ar de alegria, mas comentou:

— Feiticeiros, pessoas comuns, todos nós, humanos, temos dificuldade em consertar a totalidade dos nossos problemas. O que importa é dar um “primeiro passo”. Tenho certeza que a flexibilização vai inspirar a resolução de outros problemas no mundo mágico. Veja bem, estão nos deixando ir em festas! Há uns anos, não podíamos fazer nem isso... Nossa, e a minha Alex... sim, eu também emocionado com o que ela conseguiu. Ela merece muito.

Ivã balançou a cabeça para o lado, como se ponderasse. Nisso, Jerry colocou sua mão no ombro de Kelbo, mudando de assunto:

—  Kelbo, não querendo acabar com sua alegria, mas já acabando, como ficaram as coisas com minha “adorável” ex-cunhada?

—  Olha, melhor do que em muitos anos. Hoje ela até me cumprimentou!—   os dois riram.

— É uma evolução. —  Theresa concordou.

A atenção do grupo de feiticeiros adultos, de repente se desviou para o meio da sala do apartamento, assim como a dos demais presentes. Max tinha acabado de correr igual a um velocista até ali, e subir no sofá, vestido com uma roupa social branca, e o cabelo todo engomado.  

— Preciso da atenção de todos! Depois de ponderar muito sobre a Gigi, e o amor que ela me dá… Tomei uma decisão!

Pigarreou para colocar toda sua virilidade na frase a seguir:

— Vou esquecê-la. É isso, gente. Sou um novo homem; entrei para a Universal!

Os convidados ficaram se entreolhando, sem saber o que fazer. Alguns aplausos esparsos surgiram, principalmente de seus pais, os únicos ali presentes que sorriam com a cena. Harper se encheu de vergonha alheia naquele momento. Dean, que estava próximo a ela, percebeu a aflição da garota e tentou animá-la:

—  Hey, não fica assim! Ao menos… ele esqueceu a Gigi!

A ruiva balançou a cabeça em negativa:

— Ele está assim porque levou um pé na bunda definitivo ontem.

Dean balançou a cabeça em afirmativa, olhando para o lado onde estava Alex e Justin. Os dois estavam próximos e sorriam do que conversavam.

—  É, isso pode doer sim. Maas… o que importa é seguir em frente. - Falou voltando o olhar para Harper e sorrindo verdadeiramente. A ruiva ficou ainda mais vermelha com o brilho nos olhos dele, que escaneavam delicadamente seu rosto.

—  AAAHHH, mas os dois rejeitados pelo casal principal vão ficar juntos!  Que clichê isso! —  Elaine Finkle comentou histericamente ao se virar para a  filha.  Mike foi dar uns tapinhas nas costas do suposto genro. 

Harper ficou verdadeiramente feliz por ter feito as pazes com os pais, durante o período em que Justin e Alex tinham viajado, antes de ser convocada urgentemente pelos poderes de Crumbs. Porém, naquele momento, ela queria só queria sumir de perto deles.

— Mas sua amiga e o aniversariante realmente ficam tão bonitinhos juntos. —  Elaine comentou apontando para o outro lado do apartamento, onde Alex e Justin dançavam empolgadamente ao som de “Love You Like a Love Song”.

— Não me canso nunca dessa música! — Alex comentou empolgada, enquanto se mexia conforme o som saía da caixa de som. Justin ria da expressão dela. —  E você, hein? Quem diria que o meu namorado feiticeiro sabe dançar tão bem?! —  Comentou com um sorriso radiante para ele.

— Eu tenho minhas habilidades secretas… Espera! Você me chamou de seu namorado, mesmo? — ele perguntou fechando o olhar nela. Alex devolveu na mesma intensidade o olhar, desafiadoramente.

— Chamei, ué. Já estamos juntos há meses, tem que se acostumar… —  fechou enquanto aproximava o rosto do dele, provocativamente depositando um beijo no canto dos seus lábios. Justin sorriu mas ficou vermelho na hora.

— Acho que eu nunca vou conseguir. Você mexe muito comigo Alex. De um jeito que ninguém nunca mexeu. —  ele declarou, depositando beijos carinhosos pelo rosto da moça. De repente sentiu uma mão mais pesada em  seu ombro. Se virou para ver quem era.

— Filho, detesto estragar o momento entre vocês, mas está na hora do parabéns.

— Só mais um minutinho, sogro? — Alex pediu, e antes que Justin ou Ernesto respondessem, ela segurou na nuca do moreno e deu-lhe um beijo voraz. Quando se afastou dele, viu que tinha lhe deixado com os lábios inchados e cara de bobo.

— Pronto, agora sim.

— Você sempre vai estar pronta para me deixar zoado, né? - Justin perguntou, balançando a cabeça, fingindo desaprovação.

— Essa é a graça do nosso romance… —  Alex comentou com uma piscadinha.

Ernesto, rindo, guiou o filho até a mesa do bolo, onde todos já lhe esperavam. Antes de deixá-lo lá, porém, sussurrou em seu ouvido: sua mãe estaria orgulhosa. Justin sorriu, em paz depois de muito tempo.

Cantaram o parabéns, zoaram a Alex no “com quem será”, tudo dentro da mais perfeita normalidade. Ou o mais normal que um largo grupo de feiticeiros e pessoas expostas à magia conseguia ser.


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