It's All About Jily escrita por Coffee


Capítulo 2
Hero!AU - Under The Rain


Notas iniciais do capítulo

Hello, peoples! :3

Gnt, q comentários maravilhosos foram aqueles no capitulo anterior? Sério, eu fiquei muito feliz com todos os comentários, muito obrigado mesmo! :3

O que dizer sobre esse cap... Primeiramente, eu amei escreve-lo. Amei mesmo, embora tivesse sido MUITO trabalhoso. Vcs vão achar muitas referencias de super-heróis da Marvel e da DC, muitas msmo. Eu, no inicio, fiquei meio em dúvida no que ia fazer, mas me veio a ideia depois de ver essa fan art em que Steve Rogers discutia com Tony Stark depois de uma batalha, aí começa a chover e Steve coloca o escudo por cima de Tony, mas os dois continuam discutindo (Sim, eu shippo Captain America e Iron Man, assim como eu shippo Spider-Man com Deadpool). Se eu achar, coloco o link aq :3

Aliás, uma dica: Caso queiram ler o cap ouvindo alguma música como trilha sonora, recomendo muito escutarem "Immortals", do Fall Out Boy. Aliás, uma coisa: Os nomes estarão em ingles, ok? O nome do James traduzido poderia ficar como Soldado Vermelho e o da Lily como Fúria Dourada (Sorry pelos nomes ruins, foi o melhor q eu consegui pensar ;_; ) E rapidinho, um pequeno spoiler de qual AU será o próximo cap: Vcs gostam de Percy Jackson? :3
Boa leitura:

SINOPSE DO CAPITULO: Vida de super-herói não é fácil, principalmente quando o seu parceiro não te suporta.



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Under The Rain

  Diversos repórteres falavam alto, tentando chamar a atenção de James Potter. O jovem empresário havia construido um império com apenas vinte e cinco anos. Alguns o amavam, outros o odiavam. James era excêntrico até demais. Aparecia nas reuniões importantes vestindo camisas de times de futebol e calças jeans, enquanto todos os outros usavam paletó.

  Bocejando, entediado, ele bateu no microfone, fazendo com que os repórteres se calassem.

— Por favor, um de cada vez. – ele resmungou, revirando os olhos castanhos esverdeados e ajeitando o óculos quadrado que escorregava por seu nariz.

  Uma repórter de cabelos negros cortados na altura dos ombros ergueu a mão. Ele, dramaticamente, apontou para ela.

— Isso, você aí! – James exclamou. – Srta…?

— Vance. – ela disse, sorrindo de lado. – Emmeline Vance. Sr. Potter, não é novidade para ninguém que você revolucionou o mundo com seus aparelhos eletrônicos e a sua engenharia avançada. Mas há uma pergunta que não quer calar. Há uma semana atrás, surgiu uma espécie de super-herói que combateu um bando de terroristas. Não é novidade para ninguém, Sr. Potter, que ele usava uma tecnologia extremamente avançada nas armas que utilizou, sem contar o fato de que ele era muito parecido com o senhor em questões físicas. Muitos tem levantado a teoria de que você é o homem de óculos escuros, Sr. Potter. Isso é verdade?

  As câmeras se voltaram para James, que parecia distraído, como se nada de importante estivesse acontecendo no momento. Ele mordeu o lábio inferior, lançando um sorriso debochado a repórter.

— Sim, Srta. Vance. – ele disse. – Eu sou o homem de uma semana atrás.

  Algumas pessoas arfaram. Outros murmuraram: “eu sabia.” A maioria pareceu esperar que James continuasse o que estava falando, mas ele ficou calando, esperando que Emmeline fizesse mais perguntas. Ela, percebendo isso, arqueou uma das sobrancelhas e perguntou:

— Mas o senhor não se preocupa em manter identidade secreta?

  James gargalhou, fazendo com que os repórteres o olhassem de maneira confusa, principalmente Emmeline.

— Identidade secreta? – ele zombou. – Eu não preciso de identidade secreta. Sou conhecido no mundo inteiro com reputações diferentes. Mais uma reputação não iria mudar alguma coisa.

  Alguns repórteres abafaram risadas, outros apenas reviraram os olhos diante a resposta de Potter. Ele arqueou uma das sobrancelhas.

— Mais alguma pergunta?

— Na realidade, sim. – Emmeline disse. – Você já tem um alter ego?

  James arqueou uma das sobrancelhas.

— Alter ego? Como o Batman, Iron Man, Captain America, Black Widow, Wonder Woman, Super…

— Sim. – Emmeline o interrompeu, antes que ele começasse a listar os nomes de todos os heróis que existem no mundo. – Igual a esses.

  Ele parou para refletir por alguns segundos. Os repórteres pareciam mais ansiosos do que nunca, se inclinando para ter a certeza de que iriam conseguir filmar a resposta. Ele por fim sorriu de lado e disse:

— Red Soldier. É, eu gosto desse nome. Tudo bem, coletiva de imprensa encerrada!

  Um a um, os repórteres começaram a sair. James sorria de lado, encarando tudo aquilo.

  Ele adorava aquela vida.

  Conversou com mais algumas pessoas e pegou o elevador que o levava até a garagem, onde mais um de seus luxuosos e caros carros estava estacionado. Durante o caminho para sua enorme mansão, ele ouvia e cantarolava uma música de uma banda aleatória. Talvez os Beatles.

  Estacionou o carro e, assobiando, subiu as escadas que davam a sala de estar.

  Estranhou que estivesse tudo muito silencioso e que todas as luzes estivessem apagadas. Ele jogou a chave do carro no sofá, olhando ao redor, procurando algum sinal de vida. James ligou a luz e arqueou ambas as sobrancelhas ao perceber que havia um homem em sua casa. Ele era idoso, provavelmente, a julgar pela longa barba platinada. Seu nariz era torto, como se tivesse  sido quebrado diversas vezes. Vestia um terno preto e observava James com curiosidade por trás dos pequenos óculos de meia lua.

— Quem é você e o que está fazendo aqui? – perguntou James, cruzando os braços.

  O homem sorriu suavemente.

— Meu nome é Albus Dumbledore, Sr. Potter. – ele disse tranquilamente. – Ou devo dizer… Red Soldier?

— Como você sabe do meu alter ego? A coletiva de imprensa ainda não foi ao ar.

— Eu tenho os meus meios. Sou o diretor de uma organização chamada Hogwarts, de espionagem e inteligência. Sabe, Sr. Potter, o senhor não é o único no mundo com habilidades. Existem mais pessoas como você. Estamos pensando em formar um grupo de super-heróis, que irão lutar as lutas que nós não conseguirmos lutar.

  James parecia cético diante a fala do homem.

— Como os Avengers e a Justice League?

— Exato. Mas por enquanto, vamos começar lentamente. Quero apenas duas pessoas, para ver se isso irá dar certo.

— James! – Sirius gritou de outro cômodo, chegando correndo na sala como uma criança que acabou de ganhar o presente de Natal. – Cara, ele me deu todas as edições do Iron Man! Você sabe o que é isso?! Mal está cabendo no meu quarto! Sério, você precisa aceitar fazer parte disso.

  Dumbledore encarava James com um sorriso divertido.

— Qual é a sua resposta? – ele perguntou.

  James avaliou Dumbledore e olhou de relance para Sirius, que histericamente dizia: “Pelo amor de Odin, aceite logo isso!” Suspirando, ele disse:

— Fale mais sobre esse projeto.

***

  Na larga e sofisticada sala de estar dos Evans, Lily se encontrava, olhando fixamente para o advogado em sua frente. Seus olhos verdes não se moveram um único momento, encarando o advogado como se a sua vida dependesse de olhar para ele.

  A noticia havia parado em todos os jornais. A herdeira dos Evans estava viva.

  Há vinte e cinco anos atrás, a milionária família Evans estava a caminho do Havaí para passar as férias, junto com a sua filha recém-nascida e a filha mais velha. Porém uma tragédia aconteceu e, devido a uma enorme tempestade, o navio afundou e os pais, junto com a filha mais velha, morreram. Todos acharam que Lily Evans, a garota com apenas semanas de vida, estava morta.

  Todavia, recentemente foi descoberto que ela foi resgatada pelo povo de uma ilha que a criou. Foi uma surpresa para todos, afinal, ninguém havia ouvido falar sobre aquela ilha. Lily havia aprendido luta marcial e, quando um dos exploradores tentou se aproximar dela, ela quebrou o pulso do pobre homem.

  Com muito esforço, conseguiram fazer com que ela fosse para a Inglaterra. Se despediu formalmente daqueles que a acolheram e entrou no navio, sendo muito bem recebida na mansão de sua família.

  Naquele momento, um advogado estava organizando tudo referente a herança e a empresa de seus pais. Por fim, ele disse:

— É isso, Srta. Evans. Você fica com tudo, desde a empresa até as casas de veraneio. Você tem uma semana para se estabilizar na cidade grande e começar a administrar a empresa de seus pais.

  Lily assentiu, o encarando. O advogado suspirou.

— Olhe, Srta. Evans, eu nunca me afoguei e nunca parei em uma ilha. – ele disse tranquilamente. – Mas eu sei como deve ser difícil para você. Eu já lhe fiz um favor. Se fosse pelo juiz, você iria começar a administrar a empresa ainda hoje. Então, por favor, se esforce. Seus pais gostariam de te ver se esforçando.

  Ela assentiu. Ele então pegou os papeis e os colocou na maleta, caminhando até a porta da mansão e saindo. Lily suspirou, cansada, e pegou um elástico para prender o cabelo longo e ruivo em um rabo de cavalo.

  A ruiva levantou-se do sofá luxuoso onde estava e caminhou até as escadas que davam ao “porão”.

  Lily não sabia muito sobre os pais, mas quando retornou a Inglaterra, procurou saber o máximo que podia. Descobriu que o seu pai foi um super-herói, conhecido como Captain Britannia. Um pouco clichê, ela admitiu, mas ficou fascinada ao ler todas as proezas que seu pai fez.

  Na ilha, onde ficou e foi criada pelos habilidosos Sun Warriors, ela aprendeu a lutar como ninguém. Viu as reportagens onde o seu pai aparecia, e podia prever cada golpe que ele iria dar, como ele iria usar o escudo. O mundo estava repleto de violência, e Lily queria acabar com aquilo.

  Ela seria a próxima da família que treinou com os Sun Warrios (mesmo que de forma involuntária). Ela seria a próxima ser uma super-heroína. Ela seria a próxima a utilizar habilmente o escudo.

  Ela seria a próxima que iria lutar contra o crime sem hesitar.

  Ao chegar no porão, ligou as luzes, sorrindo de lado. O porão não era exatamente um porão. Era um centro de treinamento, com sacos de pancada, facas, bonecos para treinar métodos de combate e tudo o mais. Em um canto da sala, guardado em uma caixa de vidro, estava o escudo que o seu pai usava. A bandeira do Reino Unido estava pintada nele e Lily esforçou-se para não deixar nenhuma lágrima escorrer.

  Ela tentava se lembrar do seu pai e da sua mãe, de alguma coisa deles, mas era impossível. Ela não lembrava de nada sobre a sua antiga vida.

  Suspirou. Tentando esquecer aquilo, caminhou até um saco de pancadas. Tirou a camisa de manga longa que vestia, ficando apenas de regata. Começou então a bater sem dó no saco de pancadas, dando joelhadas e chutes que faziam com que ele fosse arremessado para trás, mas sempre sendo desviado por Lily, que socava novamente, mas cinco vezes mais fortes. O saco de pancadas veio com uma velocidade enorme. Ela se abaixou, fazendo com que ele fosse para trás dela. Lily então virou-se e chutou o saco com tremenda força, de forma que a corrente de metal que o prendia ao teto quebrasse e ele caísse no chão, furado.

  Ela suava, ainda em posição de luta, encarando o saco no chão. Quando palmas foram escutadas vindas da porta, ela se virou para ver quem estava batendo palmas. Era um homem idoso, de barba platinada, vestindo um paletó. Lily franziu a testa, tendo a sensação de que já havia visto o homem.

— Quem é você? – ela rosnou, ainda em posição de combate.

— Albus Dumbledore.

— É um prazer conhece-lo. Agora, por favor, saia da minha casa, ou serei obrigada a chamar os seguranças.

— Eles me deixaram entrar, Srta. Evans. Não sei se a senhora sabe, mas eu sou um antigo amigo de seus pais.

  Lily deixou a posição de ataque e assumiu a de defesa.

— Tudo bem, Sr. Dumbledore. O que o senhor quer comigo?

— Srta. Evans, eu observei você lutando. Aprendeu com os Sun Warriors. Grandes guerreiros, grande povo. Você luta exatamente como o seu pai. Mas não sei se a senhora sabe, você não é a única pessoa no mundo com habilidades. Eu sou o diretor de uma organização chamada Hogwarts, de espionagem e inteligência. Estamos pensando em formar um grupo de super-heróis, que irão lutar as lutas que nós não conseguirmos lutar.

  Lily arqueou uma das sobrancelhas, cruzando os braços.

— E o que eu ganho em troca? – ela perguntou. – Posso muito bem lutar sozinha.

— Srta. Evans, você não tem conhecimento da história de seus pais. Eu fui um dos melhores amigos de Charlie e Elizabeth Evans. Sei de tudo o que aconteceu. Se você aceitar me ajudar, irei te contar tudo o que sei sobre os seus pais e todos os segredos que Captain Britannia escondia.

  Lily pareceu considerar a ideia por um momento. Suspirando, ela disse:

— Sei que irei me arrepender disso futuramente, mas tudo bem. Eu ajudo vocês. Aceito fazer parte dessa equipe.

  Dumbledore sorriu de lado.

— Ótimo, Srta. Evans. Ou devo dizer Captain Britannia?

— Captain Britannia foi o meu pai. Meu alter ego é Golden Fury. Mas então, continue falando. Quero saber mais sobre essa Hogwarts.

***

— Sr. Potter, essa é Lily Evans, chamada de Golden Fury. Srta. Evans, esse é James Potter, chamado de Red Soldier.

  Os dois se encararam por um bom tempo. James observou Lily, que ficou calada, encarando o moreno. Por fim, depois de minutos de um silencio extremamente constrangedor, ela disse formalmente:

— É um prazer conhece-lo, Sr. Potter. Ouvi falar muito do senhor.

  James gargalhou, fazendo com que Lily franzisse a testa, confusa.

— Perdão, mas o que é tão engraçado? – ela perguntou.

— Ah, vamos lá, ginger! – ele exclamou, ainda rindo. – Se vamos ser companheiros de equipe, acho melhor não ter toda essa formalidade! Aliás, Dumbledore, você disse que quer que eu faça o uniforme dela, certo? Bem, não será nenhum problema! Sabe, a minha empresa dispõe da melhor tecnologia de todo o universo, e eu mesmo leio muitas HQs e…

  Ele continuou falando sem parar de si mesmo, fazendo com que Lily o olhasse de forma incrédula.

  Como alguém conseguia ser tão egocêntrico? Ela esperava que a equipe de apoio (que não iria atuar pessoalmente nas missões, mas iria supervisionar e dar dicas) não fosse desse jeito.

***

— O que você achou?! – James perguntou histericamente.

  Ele levou uma semana para terminar o traje de Lily, e ele estava tão orgulhoso do que fez que, quando terminou, percebeu que as noites que passou acordado foram justificadas. Para fazer o uniforme de Lily, ele se baseou no uniforme da Black Widow. Ele era negro, com detalhes dourados, como se James o tivesse banhado em ouro.

  James olhava para Lily, ansioso por qualquer demonstração de animação, mas ela apenas olhava de forma entediada para o uniforme. Ela se aproximou dele, analisando.

— Para quê serve essas coisas no pulso? – ela perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Eu consegui produzir uma espécie de ímã de vibranium. – James explicou, orgulhoso. – Isso vai facilitar nas missões. Caso o seu escudo esteja longe, é só você erguer o pulso e ele irá vir e se posicionar no seu pulso na velocidade de uma bala, pronto para a batalha.

— Hum. – Lily resmungou, parecendo pouco impressionada.

  Ela andou ao redor do traje.

— E o cinto, é para quê?

— Como você não tem nenhum poder ou algo assim, achei que seria interessante se, além do combate corporal, você usasse armas. – ele explicou, animado. – Caso você queira usar alguma arma de fogo ou alguma arma branca, você pode guardá-las no cinto, de forma que você facilmente possa pegá-las em uma necessidade. O cinto pode se ajustar ao seu peso, assim como o traje…

— Está me chamando de gorda? – ela perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Não! – James exclamou, percebendo a besteira que disse. – Eu quis dizer que caso você ganhe algum peso futuramente…

— Se eu ficar gorda, em outras palavras.

  Ele engoliu em seco diante o olhar furioso que a ruiva lançou em sua direção. Ele riu, nervoso, e perguntou:

— Então… O que você achou?

  Ela ficou em silencio por alguns segundos antes de responder:

— É, ficou legal.

  E dizendo isso, a ruiva saiu do laboratório, deixando James espumando de raiva. Todos que viram suas invenções achavam que eram coisas incríveis. Quem aquela ruiva achava que era para dizer que o traje que ele fez ficou apenas “legal”? Ele passou noites acordado para terminar!

  Mas enquanto isso, Lily dizia a si mesma: “Não admita que adorou o traje, não admita, não infle o ego dele.”

***

  Naquele dia, iria completar um ano que os dois estavam trabalhando juntos.

  James fez questão de fazer uma festa para comemorar. Chamou as pessoas mais importantes do mundo, que estavam começando a chegar no salão. Os repórteres cercavam o tapete vermelho que dava caminho a mansão de Cornélio Fudge, que aceitou fazer do lugar o local da festa.

  Crianças se reuniam junto aos repórteres, esperando ansiosamente pelo momento em que Golden Fury e Red Soldier iriam chegar. Quando o elegante carro parou e os dois saíram, acompanhados, foi uma gritaria. Crianças pequenas gritavam histericamente, e os repórteres tentavam falar com algum dos dois.

  Lily sorriu levemente para um par de crianças, talvez gêmeos. Ela pisou no pé de James, para que ele parasse de andar. A ruiva se agachou, para poder encarar as crianças nos olhos. A menina tremia, mal acreditando que quem estava em sua frente era a sua heroína favorita.

— V-Você é a Golden Fury! – ela exclamou com sua voz fina. – E v-você é o Red Soldier! Tem como vocês me darem um autografo?!

— Claro que sim. – Lily respondeu com uma piscadela, se levantando.

  Ela pegou uma caneta e autografou a fotografia dela e James, passando para o moreno para que ele autografasse também. Ao devolver para a garota, ela gritou histericamente e deu pulinhos.

— Vocês estão namorando? – perguntou o menino, parecendo curioso.

  James sorriu de lado e passou o braço pelos ombros de Lily, que corou fortemente.

— Claro que…

— Não. – Lily disse, sorrindo de lado e apertando a mão de James fortemente, de forma que algumas lágrimas de dor se reunissem nos olhos dele. – Somos apenas amigos. Até logo, foi um prazer conhecer vocês dois!

  E dizendo isso, eles começaram a caminhar para dentro da mansão.

— Merda, Lily, você poderia ter quebrado a minha mão! – ele chiou, colocando as mãos nos bolsos.

— Sorte a sua que eu não quebrei. – ela rosnou, cruzando os braços. – Desde quando você diz para as pessoas que estamos namorando?

— Eu achei que seria legal e…

— Você só pensa em si mesmo, Potter! Vamos acabar logo com isso, vim aqui apenas pela comida e por consideração a Lene, Remm e aos outros. Se dependesse de você, eu não estaria aqui.

  E dizendo isso, ela se afastou, deixando James a encarando de forma magoada.

***

  James desmontava um relógio distraidamente na sala de estar e Lily lia um livro, mas o momento de tranquilidade dos dois foi interrompido por Marlene McKinnon, uma agente especializada em espionagem, que entrou correndo na sala gritando:

— O que vocês estão fazendo parados aí? Os Comensais da Morte explodiram um orfanato! Estamos tentando falar com vocês há meia hora, mas vocês não respondem!

  James arqueou uma das sobrancelhas.

— O painel não avisou. – ele disse.

— Merda. – resmungou Lily. Ela jogou o livro no chão e se levantou. – Os comensais sabiam que vocês iam tentar nos chamar, então cortaram a transmissão.

— Isso é ruim? – Marlene perguntou, franzindo a testa.

— Péssimo! – Lily exclamou. – James, levante e faça algo de útil agora! Se não nos apressarmos, pessoas inocentes vão morrer!

— Sim, senhora, capitã. – ele zombou, se levantando do sofá.

— Lene, por quanto tempo ficaremos sem conexão? – Lily perguntou.

— Sirius está resolvendo isso agora.

— Ótimo. – A ruiva resmungou. Ela correu até onde ficava o seu uniforme. – Avise aos outros que chegaremos lá em minutos.

***

  As pessoas gritavam, desesperadas, observando os bombeiros tentarem apagar o fogo que insistia em não cessar. Alivio foi observado em suas expressões ao ouvir o barulho da moto de Lily Evans. As crianças que estavam fora do orfanato pareciam animadas, observando Lily tirar o capacete.

— Demorou muito, ginger. – ela ouviu alguém falar. – Já estava aqui há séculos.

  A ruiva fez uma careta ao ver James, a observando por trás dos óculos escuros, um sorriso maroto se encontrando em seu rosto.

— Vai para o inferno, Potter. – ela rosnou. – Pare de se exibir. Venha, você me acompanha. Salve as crianças, eu acho quem está explodindo o orfanato e prendo.

  Ele assentiu e os dois correram na direção do prédio em chamas. As crianças que passavam por ali e os órfãos que já haviam sido resgatados gritavam palavras de apoio aos dois heróis. Enquanto corria, ela ergueu o pulso direito, e em poucos segundos um escudo veio voando em sua direção, se prendendo ao seu pulso. As crianças gritaram de animação.

  A fumaça fez com que os olhos de Lily lacrimejassem, mas ela ignorou essa sensação e continuou correndo. Observou James vindo e indo como uma bala, carregando as crianças em seus braços. Lily corria e corria, tentando achar quem era que plantou a bomba.

— Pense, Lily. – ela resmungou. – Onde pode estar agora…

  Um pensamento veio a sua mente: o vilão deveria estar no único lado do prédio que ainda não foi explodido.

  Lily correu, pulando escombros e ignorando a fumaça. Chegou ao único lugar que não foi explodido, embora a fumaça já cobrisse o local. Tirou uma arma de fogo de seu cinto, ficando em posição de ataque. Ouviu a voz de uma criança:

— Tem alguém aqui?

  Era um garotinho de, aproximadamente, cinco anos, com cabelo ruivo espetado e inocentes olhos castanhos. Ele parecia estar com muito medo e tremia. Lily abaixou a arma, e sua expressão tornou-se mais suave.

— Olá. – ela disse. – Você me conhece, não conhece? Sou a Golden Fury.

— E-Eu conheço você. – ele gaguejou. – E-Eu sou seu fã! Golden Fury, o que está acontecendo? Eu estava dormindo e acordei com um barulho muito grande.

— Pode me chamar de Lily, Golden Fury é apenas um apelido. – ela disse, se aproximando, tentando soar o mais suave que conseguisse. – Escute, uma pessoa muito má está explodindo o prédio. Red Soldier está resgatando as crianças, mas você teve o azar de ficar aqui. Olhe, fique perto de mim e faça silencio, tudo bem? Prometo que irei protege-lo.

  O garoto assentiu. Lily voltou a caminhar, apontando a arma para a sua frente, o garoto a seguindo. Ouviu o barulho de passos e, sem hesitar, atirou na direção três vezes. Uma gargalhada cruel e uma mulher apareceu, sorrindo de lado. Lily estreitou os olhos.

— Bellatriz. – ela rosnou.

— Golden Fury! – Bellatriz exclamou. – Eu não esperava te ver aqui! Onde está o porco-espinho?

— Soldier está resgatando as crianças. – ela respondeu, dando de ombros.

  Nesse exato momento, James apareceu ao lado dela, de forma que a ruiva suspirasse.

— Esqueça o que eu disse. – ela resmungou. – James, leve o garoto para fora. Eu me viro.

— Mas…

— James, isso foi uma ordem. Vá agora.

  Ele hesitou antes de pegar o garoto nos braços e correr para fora do prédio. Lily teve a sua atenção retornada a Bellatriz, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, levou um soco no rosto.

— Você já foi melhor do que isso, Evans. – Bellatriz zombou.

  Lily passou a mão no lábio inferior e percebeu que sangrava. A ruiva riu fracamente.

— Você também. – ela disse. – Explodindo orfanatos, Lestrange? Que coisa fraca. Estou seriamente decepcionada.

  Bellatriz rosnou e tentou dar mais um soco no rosto da ruiva, que segurou o punho da morena e girou o braço dela, a jogando no chão. Bellatriz aproveitou que estava no chão para derrubar Lily, a segurando pelo tornozelo e a puxando. Ela caiu com um banque no chão, a sua arma e o seu escudo tendo voado metros longe dela. A morena pegou a arma e atirou, mas antes que a bala atingisse Lily, a ruiva rolou para o lado, pegando o escudo e se protegendo das balas que Lestrange atirava.

  Ela então pegou uma arma reserva que estava em seu cinto e atirou, fazendo com que Bellatriz gritasse de dor e caísse no chão ao sentir a bala entrando em sua coxa. Lily se levantou do chão, sangue escorrendo por seu lábio inferior e os arranhões visíveis em seu rosto e mãos.

— Eu posso fazer isso o dia todo. – A ruiva rosnou.

  Bellatriz sorriu de lado.

— Acha mesmo que ganhou essa batalha, Evans? – ela sibilou.

  Ela pegou algo do bolso, que parecia com um controle. Lily arregalou os olhos e correu para tentar impedi-la, mas era tarde demais. Bellatriz apertou o controle, fazendo com que uma das pilastras explodissem. Lily mal teve tempo de expressar alguma reação antes de sentir os escombros caírem em cima dela.

  A poeira se levantou do chão e a fumaça se espalhou por todo o local. Lily gemeu de dor, percebendo que havia torcido o tornozelo esquerdo e quebrado a perna esquerda. Ela observou que Bellatriz ia tentar fugir pela janela, então ela, com muita dor, se arrastou até a sua arma, a pegando e atirando na perna de Bellatriz, que gritou de dor.

  James então apareceu. Arregalou os olhos, encarando Lily, que parecia estar prestes a desmaiar de tamanha a dor.

— Por que você demorou tanto, porco-espinho? – ela murmurou.

  Ignorando o que a ruiva disse ao seu respeito, ele correu na direção dela, gritando:

— Lily! O que aconteceu?

— Eu não importo. – ela rosnou. – Pegue Lestrange, ela vai fugir.

— Eu não posso te deixar aqui!

— Potter, isso é uma ordem. Pegue Lestrange.

— Não!

— Potter, peque Lestrange e saia daqui agora! – ela gritou.

  Ela não teve direito de protestar quando ele tirou os escombros de cima da perna dela e a pegou em seus braços. Na velocidade de uma bala, ele correu com ela para fora do prédio, onde uma multidão se concentrava.

  Soube que estava sendo colocada em uma maca antes de apagar completamente.

***

— Eu não acredito nisso, Potter! Você deixou Lestrange escapar!

  James e Lily estavam caminhando juntos, brigando, a ruiva mancando devido o fato de que nem sua perna e nem seu tornozelo havia se recuperado totalmente. Lily havia acordado recentemente e ficou furiosa ao saber que James preferiu salvá-la no lugar de capturar Bellatriz. Havia acabado de recuperar o seu escudo também, assim como as suas armas.

— Eu não podia deixar você morrer! – ele se defendeu.

— Quando eu dou uma ordem, Potter, é para você obedecer! Se importe com a cidade, não comigo!

— Eu não queria te perder, Lily! Eu não sei se você não percebeu, mas eu me importo com você!

— Eu me importo com você também!

— Prove, então!

  Começou a chover. Lily suspirou, repreendendo a si mesma por não ter percebido que o céu estava cinzento. James espirrou e Lily não hesitou em pegar o seu escudo para cobrir ele da chuva. James encarou Lily, surpreso.

— Eu me importo com você, Potter. – ela disse suavemente. – Você é irritante, arrogante, egocêntrico, narcisista…

— Tudo bem, eu já entendi. – James resmungou, mal-humorado.

— Enfim, você é um ser insuportável e impossível de se conviver. Mas eu ficaria realmente muito chateada se você morresse, James. Eu… Argh, odeio dizer isso, mas eu gosto de você.

  James ficou em silencio por alguns segundos antes de perguntar:

— Quer sair comigo um dia desses?

  Lily arqueou uma das sobrancelhas.

— Sair? – ela perguntou. – Como namorados, ou algo assim?

— Sim. Você aceita?

  Ela sorriu de lado e deu de ombros.

— É, por que não?

  Os dois então seguiram o caminho para casa, Lily ainda discutindo com James sobre ele ter escolhido salvá-la no lugar de ter prendido Lestrange.

  A história de romance entre os dois começou sob a chuva e, anos depois, no dia do casamento, choveu. Todos os outros pareceram tristes por achar que a chuva havia estragado a cerimônia, mas eles apenas riram e se beijaram, selando ali o final do ódio e o inicio de longas discussões que terminariam em beijos apaixonados.


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Notas finais do capítulo

:3 :3 :3 :3 :3



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