HelpMe.net escrita por Leh


Capítulo 67
Capitulo sessenta e quatro (Caio)




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Perfume. Qual o ideal?
Coloquei o que minha mãe comprou dizendo parecer "cheiro de macho" seja lá o que isso signifique e peguei o buquê em cima da cama.
– Nada mal - disse Alicia da porta.
– Obrigado - falei - Estou a caminho de um encontro.
– Que interessante - falou ela sentando na cama e cruzando as pernas.
– Quem é a afortunada?
– Ela chama-se Amanda - respondi rápido.
Minha meia irmã se virou com as sobrancelhas franzidas.
– A ex-namorada de Felipe?
– Não. A futura-ex-namorada de um amigo.
Ela riu.
– Com um amigo como você, ninguém precisa de inimigo.
– Encantado com o elogio. Você gostou da roupa?
Ela olhou meus tênis pretos, jeans lavados e camisa com corte em V e fez um barulho engraçado de aprovação.
– Nada mal. Tenta bagunçar mais o cabelo assim - Então ela meteu as mãos em meu cabelo e esfregou como se não houvesse amanhã - Bem melhor.
Estava com uma aparência mais desleixada e descolada.
– Gostei.
– O perfume está maravilhoso também e as flores são lindas. Claro que, a maior parte das mulheres prefere rosas, mas elas são clichês, particularmente prefiro as peônias. Está maravilhoso.
– Obrigado. Agora já posso ir?
– Com certeza. Seu "amigo" - disse ela colocando as aspas com os dedos - Sabe que você está saindo com a namorada dele?
– Sim e não.
– Confuso.
– Ele sabe que eu posso tentar, mas não deve achar que eu tenha coragem para tanto.
– Estou numa família de cobrinhas.... gosto disso! Certo, vai lá e acaba com esse namoro!
Ri enquanto arrastava a cadeira para a porta.
– Pode deixar.
Peguei um táxi especial para a chocolateria e entrei na loja. Instantaneamente Samuel e Amanda se viraram para mim.
Eu já tinha avisado a ela que estava indo vê-la e que tinha algo importante para lhe dizer.
Me encaminhei para uma mesa e aguardei.
Primeiro veio Samuel.
– O que está fazendo aqui... e com flores?
– Eu vim tomar chocolate quente e falar com Amanda.
– Não se atreva a fazer nada com ela.
– Ou o quê?
Ele estreitou os olhos.
– Seja lá o que você quer provar com isso Caio, eu não me importo, mas deixe Amanda fora disso.
– Eu não posso.
Ele balançou a cabeça.
– Não é você quem vai colher os cacos depois...
– Sim - falei sinceramente e olhando bem fundo nos olhos de Samuel para provar que falava a verdade - Eu vou colher os cacos depois.
Então ele se afastou e logo depois Amanda apareceu.
– Oi Caio, queria falar comigo?
– Sim - falei - Eu trouxe isto para você - tirei as peônias do colo e entreguei para a nova dona.
– Oh, são lindas! Obrigada.
– Não há de quê. Bem, eu queria lhe dizer que eu... eu gosto muito de você Amanda. De verdade. Não sei quando começou, mas eu sinto algo diferente e especial sempre que a vejo.
Ela piscou, atônita e olhou para trás, onde Samuel servia meu chocolate quente nos encarando desconfiado.
– Eu sinto muito Caio, mas eu estou com Samuel.
– Pensei que vocês tivessem acabado.
– Acabamos sim, mas... eu gosto muito dele e vamos tentar mais uma vez. Obrigada pelas flores, mas... agora não posso aceita-las.
Acenei com a cabeça recebendo o buquê de volta.
– Me desculpe - ela falou enquanto dava a volta e saía para atender outra mesa.
Respirei fundo e guardei as flores de volta no colo. Elas seriam dadas a Alicia mais tarde.
Samuel chegou com meu chocolate quente e pousou na mesa.
– O que eu perdi?
Peguei a caneca e engoli o conteúdo de uma vez só, queimando minha língua, mas ansioso para sair dali.
– Você tem razão - disse colocando o dinheiro na mesa com uma gorjeta bem generosa - Ela gosta muito de você.
Então dei "ré" com a cadeira e a virei para sair dali.
– E quem é que vai juntar os SEUS caquinhos?
Dei um riso seco.
– Eu não sei.
Então me afastei e fiz todo o caminho de volta para casa com o crédito de uma garganta queimada e um fora fenomenal.
Mas fiquei firme e sério até chegar em casa, ignorando o falatório de Alicia, me tranquei no quarto, onde finalmente me permiti chorar.


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