A Magia na Seleção escrita por Darlings


Capítulo 9
Calças, encontros, floresta. Dia mais adorável não há.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEY BATATINHAS!
Adivinhem quem não atrasou? ISSO MESMO, EUZINHA! Ahhhh, to bem feliz sz. Senti saudades, e vocês? Como estão? Aproveitaram o fim de semana?

Espero que gostem! Esse capítulo está quentinho, saiu do forno agorinha mesmo. E, modéstia parte, eu adorei ele! Espero que gostem tanto quanto eu gostei s2

Nos vemos nas notas finais o/ boa leitura!



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Evans.  

— AAAAAAH! — berrei desesperada. — Eu esqueci a porta aberta.  

— Acalme-se Lily, já vou ver quem é. Não vou deixar ninguém entrar no banheiro — tranquilizou-me Lie.  

Ela saiu do banheiro, e eu respirei fundo. Como fui burra, era óbvio que ninguém iria entrar aqui.   

Lisa e Lau estavam rindo da minha cara. Fingi estar aborrecida, mas isso apenas a fizeram rir mais, então eu acabei cedendo e comecei a rir também.  

— Ela está no banho, meninas — ouvi a voz de Natalie dizer. — Vocês podem esperar um pouco? 

— Isso é importante! — reclamou a voz abafada de Marlene.   

Após isso, escutei alguns murmúrios de desaprovação, até que Natalie voltou a falar:  

— Eu irei falar com ela primeiro.   

— São Dorcas, Lene e Tonks — Natalie avisou assim que adentrou o enorme e luxuoso banheiro. Fiz uma expressão confusa. O que elas estavam fazendo aqui a essa hora da noite? — Posso deixa-las entrar? — perguntou.   

— Mas é claro que...   

Antes que eu pudesse continuar minha frase, fui interrompida pelas três garotas que entraram, sem a mínima educação, no meu banheiro.   

— Não? — continuei, completamente corada.   

O local era bastante grande para todas, mas ainda assim, senti ter diminuído. Mesmo eu me encontrando dentro da banheira e totalmente coberta pela espuma, minha habilidade de corar atacou novamente, fazendo todas as garotas revirarem os olhos.   

Para prevenir, afundei-me um pouco mais na água, fazendo Marlene rir.    

— Vamos direto ao assunto — disse Lene, quando parou de rir de mim. — Você sabe como eu amo me aventurar, certo?  

— Ih, lá vem coisa. — Fiz uma careta. Lene revirou os olhos.  

— Eu notei que sua janela tem um tamanho bem grande, e ela é bem firme também... — Lene continuou, como se fosse a coisa mais natural do mundo de se notar.  

— E a sua janela fica bem perto da floresta proibida... — disse Dorcas, se pronunciando pela primeira vez nessa noite.  

— NÃO! Nem pensar! Vocês enlouqueceram? Olhem a hora! Daqui a pouco vai dar o horário de todas estarem em seus devidos quartos! — enlouqueci, interrompendo as explicações que eu já sabia no que iriam dar.  

— Vamos, por favor — Tonks, que eu nunca havia falado antes, se manifestou. Ela agiu como se já nos conhecêssemos, o que, em minha opinião, era algo bom.   

— Isso é muito perigoso! — insisti, mas percebi que elas não iam desistir.  

— Lily, o que vai dizer para os seus filhos quando ficar mais velha? Eles vão querer aventuras, mas a única coisa que você faz é ficar com essa sua bunda no quarto o dia inteiro! — Tonks disparou. Logo depois, mudou a cor do seu cabelo, de roxo para um rosa berrante. — Fiquei bonita assim?   

Todos encararam a Tonks, confusos por ela ter mudado de assunto repentinamente. Em seguida, caímos na gargalhada, e a Tonks fico sem entender.  

— Sim, Tonks, você fica linda com esse tom. — Ri mais um pouco e depois suspirei, provavelmente me arrependendo do que eu diria em seguida. — E, sim, podemos ir à floresta.

Elas comemoraram, dando pulinhos histéricos e dançando algum tipo de dança desconhecida. Percebi que a Lie, Lau e Lisa estavam muito caladas. Eu já estava começando a desconfiar de todo esse silêncio repentino.   

— Saiam do banheiro, que eu já fiquei tempo demais nessa banheira — mandei e fiz um sinal de “Xô” com a mão.  

— OK, Madame — respondeu Dorcas, fazendo uma reverência, e logo sendo acompanhada por Tonks e Lene.  

Mostrei a língua para elas, em forma de resposta a todas as reverências que elas fizeram. Perguntei-me como Tonks havia ficado amiga delas tão rapidamente, mas não insisti muito nessa dúvida, pois eu também havia me aproximado de Dorcas e Lene rapidamente.  

Depois de já estar com o roupão, saí do banheiro e encontrei-as deitadas da minha cama. Como elas conseguiam ser mais folgadas que o próprio Lummy?   

— Muito relaxadas vocês, né? — comentei, fazendo uma careta, e elas apenas rolaram os olhos. Percebi que fazíamos muito isso.  

— Até que a senhorita não demorou — debochou Lene, e eu resmunguei um “cala a boca”.  

— Como vamos sair daqui? — perguntei a elas, querendo saber qual era o plano.  

— Podemos executar algum feitiço que nos faça levitar e descer em segurança — sugeriu a Dorcas, e as minhas criadas ficaram nervosas.  

— Temos que dizer uma coisa — interrompeu Lauren, mordendo os lábios.   

— Quê? Você está louca? Não podemos! — exclamou Lie, mexendo nos cabelos, acho que é alguma mania de nervosismo.  

— Concordo com a Lalau. Lie, elas vão saber de qualquer forma, e pelo o que parece não vai demorar muito para isso acontecer — disse Lisa, se intrometendo.  

— O.K, se vocês insistem, vamos lá — bufou Lie. — Mas se algo acontecer e alguém descobrir, eu vou colocar a culpa toda para vocês duas, queridinhas.  

As três trocaram um olhar inexpressivo.  

— Alô, ainda estamos aqui. — Chamei a atenção das três.  

— Vocês se lembram de que suas varinhas foram inspecionadas? — perguntou Lau, me ignorando completamente. Continuou sem permitir nossas respostas: — Então, as pessoas do castelo meio que estão controlando suas varinhas, para que não possam executar feitiços que ajudem vocês a fugirem, machucarem alguém ou quebrarem alguma regra. Enfim, vocês entenderam.  

Olhei em volta, percebendo que Tonks, Dorcas e Lene estavam com a mesma expressão que eu: puro choque. Isso devia ser ilegal! Todas já eram maiores de idade, e tinham direito de usar as varinhas onde quisessem e executar os feitiços que quisessem!  

Apesar de eu apostar que as outras garotas estavam pensando o mesmo, ninguém disse nada, apenas nos encaramos em silêncio. Dorcas abriu e fechou a boca várias vezes, mas nada disse. Ela estava parecendo um peixe.  

— Eu reparei uma coisa em vocês. Queria saber qual o motivo de vocês virem de vestidos — eu pus fim no silêncio (tentando mudar o foco do assunto) antes que ele começasse a ficar constrangedor demais.   

— Olha, se quer saber... eu não sei — disse a Tonks por fim, depois de um minuto pensando.  

— Vocês são desmioladas? Como que vocês vão de vestido a uma floresta? — questionei incrédula. — Vão trocar de roupa, colocar calças, pois ir de vestido, definitivamente, não vai dar certo.   

— Acontece que eu não trouxe calças! — exclamou Dorcas, preocupada.  

— Nem eu — Lene e Tonks responderam juntas.  

— Francamente, vocês são muito despreparadas! — resmungou Lisa. — Onde já se viu, como que vocês não trazem calças para o castelo?   

— Porque, afinal, aqui é o castelo! Tem tudo aqui. Como eu iria saber que não teria calças? — Tonks rebateu, ficando vermelha (literalmente).   

— Tudo bem, tudo bem. Eu empresto as minhas a vocês, mas... — comecei.   

— Ai meu Merlin, sempre tem um ''mas''! — uma Dorcas desesperada me interrompeu. — Mas o quê, Lil’s?  

— Mas... É que eu só trouxe três calças, e eu vou usar uma, então... — comentei, sem saber o que fazer.  

— Já tenho uma ideia! Troquem de roupa que eu já volto — disse Lene, e logo em seguida saiu pela porta. Aparentemente ninguém entendeu, porém não houve questionamentos.  

— Sorte que usamos uma blusa por baixo, já que o vestido incomoda muito — falou Tonks, indicando Dorcas e ela.  

Trocamo-nos; as meninas tiveram ajuda da Lie, Lau e Lisa, pois o vestido era meio difícil de tirar. Deixei-as escolherem suas respectivas calças e coloquei uma blusa. Estávamos prontas, apenas à espera da Lene, que não tardou a chegar.  

Lene entrou já pronta. Ela estava com uns shorts que deixava suas coxas à mostra. Sua camisa era colada, com mangas, deixando suas curvas destacadas. Marlene McKinnon, definitivamente, era muito bonita.  

— Uau — foi só o que eu consegui dizer.  

— Marley, você está uma gata — elogiou Dorcas, e Lene fez uma careta. Acho que ela não gosta desse nome.  

— Ah, vamos logo — falou Lene. — Não estamos esquecendo de nada, né? Roupas, OK; Convencer a Lil’s, O.K; Coragem, O.K...  

— Coragem? Só se for você, Tonks e Lily, né? — indagou Dorcas, com uma expressão aterrorizada — Eu estou morrendo de medo só de pensar naquela floresta gigante, cheia de mistérios, desconhecida...  

— Que drama, Dorcas. — Riu Tonks, e Lene a acompanhou. Eu não estava achando a menor graça, na verdade eu estava começando a ficar com medo.   

Pensei na possibilidade de desistir na última hora, mas acho que as garotas me obrigariam a ir mesmo assim, então esse pensamento da minha cabeça e tentei não pensar nos perigos existentes naquela floresta.  

Lembrei-me do que Sirius Black havia dito à Marlene quando chegamos ao castelo: ''Mesmo que você passe por nossos homens, duvido que sobreviva naquela floresta... ''. Estremeci só de pensar.  

— Só esqueceram um pequeno detalhe — lembrou Lie. Por um instante eu havia esquecido que Natalie, Lauren e Elisa estavam ali. Andavam muito quietas hoje, e isso me intrigou novamente.  

— Qual? — inquiri confusa.  

— Como vão pular a janela. — Lisa apontou para ela.  

— Boa pergunta. Na verdade, ótima pergunta. Eu não faço a mínima ideia. Ah, que pena, teremos que desistir dessa ideia louca — Dorcas disse, com um falso tom de voz triste. Assenti freneticamente.  

— Eu tive uma ideia — disse Lene. Logo, abriu um sorriso de orelha a orelha ao dizer: — Deslizando.  

Estávamos ferradas.  

Potter.  

Exausto.  

Se tivesse uma palavra que me definiria nesse momento, essa palavra seria: exausto.   

Eu simplesmente não sabia como iria aguentar isso nos próximos dias. Passei toda tarde fazendo as mesmas perguntas, recebendo – nem todas – respostas com o mesmo tom de entusiasmo e tentando retribuir da mesma forma animada. Bem, eu consegui retribuir assim até chegar ao meu terceiro encontro. Depois dele, tudo o que eu queria era dormir, ou, sei lá, jogar Quadribol, como uma pessoa normal.   

Cindy Scamander era extremamente tímida, mas também muito bonita. Ela insistiu em me mostrar todo o seu amor por criaturas durante HORAS. Foi só eu abrir a boca para dizer que tinha um hipogrifo e um furanzão que... Droga, James. Cindy começou a falar sobre criaturas, sobre seu avô Newt Scamander e sobre outras milhares de coisas que acho que não ouvi muito bem, pois estava quase dormindo. Basicamente, o que ela quis dizer foi: se me pedissem para escolher entre você ou uma coruja, eu, é claro, ficaria com a coruja.   

Já a Lucy Burke... O que dizer sobre essa selecionada? Também não sei, já que ela não falou UMA mísera palavra no encontro, o que, consequentemente, me fez descobrir nada além do que eu já havia lido nas suas fichas. Foi constrangedor. Ela era completamente reservada! Eu perguntava algo, ela me lançava um olhar misterioso junto com os seus olhos semicerrados, e, logo após, desviava o olhar. Eu fazia uma expressão confusa, mas apenas não insistia no assunto para não irritá-la. O que tenho a dizer sobre ela é: estranha, mas sabe ouvir.   

Alison Longbotton, ao contrário da Burke, era animada. Tão animada que chegava a ser irritante. Ela seria uma boa pessoa, se diminuísse os seus gritinhos histéricos e parasse de falar de vez em quando. Eu me diverti no começo do encontro, porque ela estava um pouco contida, mas depois foi ficando insuportável. Alison sequer me deixava falar! Eu não conseguia nem acompanhar o assunto, pois além de ela falar desenfreadamente, mudava de assunto do nada. Numa hora estava falando sobre como tortas de limão são deliciosas, na outra estava falando sobre como o castelo era adorável. Bom, se me pedissem para dizer algo para ela, eu diria: acalme-se.  

Acho que o melhor encontro que tive hoje fora com Kyle Abbot. Por mais estranho que isso soe, Kyle era extremamente fofa. Não entendia muito bem algumas piadas que eu fazia, mas decidi relevar isso quando percebi que ela era uma garota leal e paciente (além de muito bonita, é claro). Ela era uma garota normal, diferente das outras quatro com quem tive encontros hoje.   

Saí de meus pensamentos sobre os encontros ao olhar para a enorme janela, que já indicava que a noite. Levantei-me da cama, bocejando, e fui até lá, olhando os jardins. Já era hora de eu me arrumar para o jantar.   

¨  

Pads, Moony e eu estávamos sentados na grama do jardim. Os dois insistiam em continuar fazendo perguntas sobre meu vira-tempo 

 — James, mas você tem certeza de que não fez nenhuma besteira com o vira-tempo? — Remus perguntou-me. 

— Sim, eu tenho certeza. Podemos parar de falar disso agora? — pedi já cansado daquele assunto.  

— Podemos! — Sirius exclamou. — Como foram os encontros? — Fiz uma careta ao ouvir essa pergunta.  

— Não poderia ter sido pior. — Bufei. — Odeio ter que admitir isso, mas acho que preciso de aulas com você, Sirius.  

— Também odeio ter que admitir isso, mas acho que eu seria um péssimo professor. Nem me lembro da última vez que eu saí com uma garota. O que é irônico, pois tem trinta e quatro garotas aqui. — Bufou, como eu havia feito antes. — Esse trabalho está me matando.  

— Você nunca me responde sinceramente, mas... por que raios se ofereceu para ser meu guarda? — questionei. Sempre que eu perguntava sobre isso, Sirius fazia alguma piada ou mudava de assunto.  

— Não tem mais porquê de esconder isso, Sirius. Conte para ele, não é nada demais — disse Remus, olhando o céu estrelado.  

— Depois de eu me mudar para cá, Rem pensou que eu estava à vontade demais... — Revirou os olhos. — Então sugeriu que eu levantasse minha bunda do sofá e fosse fazer algo produtivo.  

— Eu estava certo — comentou Remus.  

— E então decidiu ser meu guarda? Por que não me contou isso na época? — Arqueei as sobrancelhas.  

— Decidi ser seu guarda porque, bem, o Remus já era um então eu não ficaria sozinho nesse emprego. Além de que somos amigos, então pensei que não seria um sacrifício tão grande... Não te contei na época porque, bem, eu não queria admitir que Moony estava certo —  Sirius explicou, passando a mão por seus cabelos (essa era uma mania que nós dois tínhamos). 

— E agora você admite? — indaguei divertido.  

— Não! — indignou-se, provocando risadas em mim e em Remus. — Mas às vezes eu só queria deixar de ser guarda por um dia.  

Nossa conversa foi interrompida por um barulho que vinha de algum local do jardim. Assustados, nós três nos levantamos e fomos procurar a origem do alarde.  

Após andar um pouco pelos jardins, tivemos uma visão inacreditável (e que fez meu estômago parecer que tivesse levado um soco) de uma das janelas do castelo: Lily Evans jogava, pela janela, lençóis amarrados um no outro. Eles eram tão cumpridos que, mesmo estando em um local muito alto do castelo, conseguiu chegar até a grama do jardim.  

— Mas que...? — Remus começou, mas fiz sinal de silêncio para ele se calar e corri para trás de um arbusto, chamando-os para me acompanharem.  

— Você ficou louco, Prongs? — disse Sirius, relutante, mas logo abaixou-se e ficou ao meu lado e ao lado de Remus, atrás do arbusto.  

— Precisamos da capa da invisibilidade, Moony — pedi, ignorando a pergunta de Sirius.  

Remus, mesmo sem entender, correu para dentro do castelo, a fim de pegar a capa.  

— Elas acharam mesmo que iriam conseguir fazer isso sem serem vistas? — perguntei, mais para mim do que para o próprio Sirius. Agora, uma mulher de cabelos pretos, Marlene McKinnon (obrigada, Merlin, por me fazer ter uma boa memória), descia, agarrando-se no pano que Lily havia jogado minutos antes.  

— James, não sei se elas acharam isso, mas precisamos fazer algo! — Sirius desesperou-se, visualizando a moça descer, sem medo algum, do castelo.  

Os passos de Rem correndo chamaram minha atenção. Ele trazia consigo a minha capa, como eu havia pedido. Fui até ele e peguei-a.  

— Desculpe, Sirius, mas eu tenho uma ideia melhor. — Sorri de lado ao olhar para meus amigos.  

— O que você vai fazer, Prongs? — Remus e Sirius arregalaram os olhos.  

— Qual é, gente! Elas acharam que nós não a veríamos, agora, chegou a hora de darmos o troco. E, Sirius, você disse que queria um dia sem ser guarda, que tal uma noite? — fiz a proposta para ele, tendo a certeza de que o próprio não recusaria.  

— Sério? — deslumbrou-se.  

— Mais que sério. E então? — indaguei com expectativa.  

— O que iremos fazer? — Sirius perguntou com brilho no olhar. Não precisou ele dizer mais nada, pois eu já sabia que ele havia confirmado.  

— Vocês, realmente, estão loucos. — Remus estava incrédulo.  

— Quem começou com a loucura foram elas — respondi olhando para a garota que já estava quase terminando o percurso dos lençóis. 

Então ela saltou, e eu me assustei, pois estava a uns 5 metros do chão. 

— Você não precisa vir com a gente, mocinho exemplar — Sirius comentou com as sobrancelhas arqueadas fazendo com que eu voltasse minha atenção a eles. 

Remus considerou a situação por um momento. 

— Eu vou, mas apenas para conter vocês dois. 

— Esse é o meu maroto — Sirius disse enquanto dava palmadinhas em suas costas. 

— Quem é aquela? — Remus perguntou de repente, apontando para a janela. 

A garota que agora descia pelos lençóis parecia ter dificuldade para executar a ação. Não a reconheci, mas ela tinha grandes cabelos claros (era a única coisa que dava para notar naquele escuro). 

Ela chegou ao chão, mas, diferente de McKinnon, sua aterrissagem fora desengonçada e ela rolou algumas vezes na grama quando saltou. 

Olhei para a janela e lá estava mais uma selecionada. Seu cabelo era rosa e a identifiquei imediatamente como Nynphadora Tonks, a metamoformaga. 

— Ela tem um cabelo legal — comentou Sirius. 

Quando ela já estava no chão, outra garota começou a descer. Lily Evans. Foi muito estranho, não só porque ela estava fazendo aquilo, mas também porque ela estava com uma roupa nada a ver com as que sou acostumado a vê-la usado. Posso dizer que foi sido bem interessante vê-la deslizando em lençóis daquela forma. 

— Jay, pisca por favor — Sirius disse rindo, tirando-me de meus devaneios. 

Revirei os olhos para ele e voltei minha atenção às moças a alguns metros de nós. 

— Eu não acho que isso seja uma boa ideia... — começou Lily. 

— Shiiiiu. Se for pra ficar falando assim, volta pro castelo, os lençóis ainda estão aqui — Marlene disse de forma autoritária. 

— Uau, gostei dessa menina — comentou Sirius e foi a minha vez de fazer shiu. 

Lily olhou para sua janela e, fazendo um gesto com a varinha, fez sair uma pequena luzinha, que foi subindo até chegar a seu quarto. Então, como se fosse combinado (e deve ter sido mesmo), os lençóis foram puxados e a janela foi fechada. 

— Essa é a minha garota. — Marlene sorriu satisfeita para Lily. 

— O que vamos fazer na floresta mesmo? — Nynphadora Tonks perguntou. 

— Capturar unicórnios para beber seu sangue e vender seus chifres — McKinnon respondeu e perguntei-me se eu não deveria começar a ter medo dela. 

— Que horror! — exclamou Aquela-Que-Não-Sei-O-Nome. — Isso não é sério, é? 

— Claro que não, a Lene só quer... — começou Lily, mas, de novo, foi interrompida por Marlene. 

— Fazer vocês calarem a boca. Vamos logo! 

Então, silenciosamente, elas começaram a caminhar em direção à floresta. 

— Vamos! — exclamei pegando a capa e cobrindo-nos. — Fica um pouco curta demais, mas... 

— Está escuro e elas não vão prestar atenção no chão atrás delas — completou Sirius. 

A floresta do castelo é enorme e, caso você não tenha bons olhos exploradores, verá apenas mato e árvores. O que não é o meu caso, logicamente. Conheço esta floresta tão bem que sou capaz de entrar durante a noite e não me perder. Até porque eu adentro-a apenas durante a noite. Mas aquelas donzelas não a conhecem, e é minha responsabilidade, como príncipe, não deixá-las correrem perigo dessa forma.  

— Eu não devia ter vindo de shorts — Marlene disse, após assustar-se com uma planta que passou por suas pernas.  

— Oh, sim... você definitivamente devia — Pads sussurrou, enquanto dava uma bela olhada nas pernas de Marlene. Dei um tapa em seu pescoço, fazendo-o reclamar.  

Já estávamos dentro da floresta durante uns 15 minutos e as únicas coisas que se podiam ouvir eram os passos das garotas, barulhos de animais e os gritos das garotas por causa dos barulhos dos animais. 

— Elas têm sorte de esta semana não ser a semana que vem — Sirius comentou casualmente, fazendo Remus estacar. 

Remus estacou. Eu não. E a capa de invisibilidade ficou com ele, fazendo com que eu ficasse visível. 

— Que merd... — comecei a dizer. 

— Remus, o que é que te deu? — perguntou Sirius em algum lugar atrás de mim. 

— Nada... É que... 

— Vocês ouviram isso? — uma voz feminina perguntou e pude ver varinhas acesas apontarem em nossa direção. 

— Prongs, rápido! — Sirius chamou. 

Corri para debaixo da capa, mas não sei se fui rápido o bastante. 

— Vocês viram aquilo? — perguntou uma garota, e eu não sabia mais quem era quem ali. — Tem alguém ali... 

— Claro que não Dorcas, não tem ninguém... — Essa era, com certeza, a voz da Marlene, porém não com a confiança de sempre. 

— Vamos voltar Lene... Ai meu Santo Merlin, o que deu em minha cabeça ao aceitar isso... Lene, vamos voltar, por favor... 

— Para de ser burra, Lily. Voltar pelo caminho de onde veio o barulho? 

— É para lá que a gente está indo neste momento, não é? — Lily disse com escárnio e me surpreendi com seu tom. 

— Okay, então a gente pode voltar a fazer o caminho de antes e deixar que esses trasgos continuem nos seguindo — devolveu Marlene com mais escárnio ainda. 

— Trasgos? Sério? Não tinha nada mais simpático, não? — Sirius disse e dei um tapa em sua cabeça. 

— Cale a boca, Sirius — gritei com ele. 

— Você que tá gritando, seu retardado... 

— Potter? — uma voz chamou, era Lily.  

— Droga vocês dois — disse Remus tirando a capa. — Não sabem fazer silêncio?! 

— Olha o linguajar, Remus — o repreendi e Sirius riu. 

— Alguém pode explicar o que está acontecendo aqui? — aquela garota, que acho que se chama Dorcas, perguntou. 

As gurias estavam bem perto agora, e nos encarava ameaçadoramente. 

— Como se fosse nós que tivéssemos que nos explicar aqui, não é? — Elas se entreolharam. — Saíram durante a noite, após o toque de recolher, com roupas que... com certeza vocês não pegaram do vestuário do castelo. 

— Não fale das roupas — interrompeu-me Sirius —, elas são legais. Você viu o tamanho que ficou a... 

— Sirius, é melhor você parar de falar — aconselhou Remus passando a mão pelo rosto. 

— Vocês vão fazer alguma coisa com a gente? — perguntou Tonks. Seu tom, porém, era calmo e tedioso. — Façam logo então. Nada de discurso e falação, por favor. 

— Primeiro vocês têm que responder o que faziam aqui na floresta a esta hora da noite — inquiri. 

— Precisamos responder mesmo? — Marlene devolveu cansada. — Tudo indica que vocês estão atrás da gente desde que saímos da janela da Lily. Sabem cada passo que demos até aqui. 

— Literalmente — completou Lily. 

— Sim... mas qual era o propósito disso tudo? Vir até aqui durante a noite... 

— Só queríamos respirar um ar fresco — respondeu Dorcas. 

—Você só está piorando tudo, Dorcas. Isso é o tipo de desculpa que as pessoas dão quando estão indo fazer algo de errado. Príncipe Potter, elas não têm culpa de nada, eu que insisti e... se quiser expulsar, bater, enfeitiçar, azarar, mutilar, matar, faça isso apenas comigo — Marlene disse soltando um longo suspiro. 

— Ele não vai fazer nada com você — Sirius respondeu por mim e virei-me para ele. 

— Como é que é, Sirius? — perguntei confuso. 

— Qual é... ela é legal. — Ele deu de ombros. 

— Depois conversamos sobre isso. — Lancei um olhar significativo para ele. 

Será que o velho e bom Sirius Black conquistador estava de volta? 

— E não, eu não vou fazer nada com as senhoritas. 

— Até porque seria meio sem sentido, não é? — comentou Remus, surpreendendo a todos.  — Sirius e você fazem isso o tempo todo... Saem por aí sem motivo algum, apenas para... sair.  

As meninas riram um pouco e, depois de um silêncio constrangedor, começamos a voltar para o castelo. 

— Gostei da capa de vocês — comentou Dorcas quando já estávamos na orla da floresta. 

— Vocês podiam nos emprestar qualquer dia desses, né? — pediu Tonks. 

— A minha capa sozinha, com outras pessoas? Não mesmo — respondi. 

— Não há problema nisso, James. A gente pode ir junto... — sugeriu Sirius e as garotas reviraram os olhos enquanto riam. 

— Ahm... Potter? — Lily chamou-me, e fiz a cara mais surpresa que consegui. 

— Sim? — perguntei com expectativa, tentando disfarçar meu espanto.  

— Como foram os... os encontros? — Lily indagou, como se estivesse forçando-se a dizer tais palavras. Com certeza agora eu já estava muito mais surpreso do que estivera antes. Lily Evans estava me perguntando sobre meus encontros amorosos! Lily Evans!  

— Bem, não poderiam ter sido piores... — respondi, observando-a fazer uma cara interessada. — Mas, se é o que quer saber, você ainda tem chances comigo.  

— Vá se danar, James Potter. — Lily saiu pisando fundo. Por que você sempre tem que estragar tudo, James? 

— Como é que vocês vão entrar no castelo? — Remus perguntou depois de um tempo. 

— Do mesmo modo que saímos — respondeu Dorcas com a voz esganiçada enquanto olhava para a janela lá no alto. 

— Podemos ajudar... — sugeri, porém fui interrompido por Evans. 

— Não Potter, não precisamos de sua ajuda, podemos muito bem subir sozinhas. Muito obrigada, tchau — ela respondeu com os olhos cheios de desprezo.  

— Mas... mas há uns minutos atrás você estava perguntando como foram meus encontros... Eu pensei que... — eu disse, sem entender. O que, por Merlin, eu havia feito agora? 

— Pensou errado, Potter. Só porque eu tive a estúpida ideia de te perguntar isso, não quer dizer que agora somos melhores amigos. 

Após pronunciar, com raiva, essas palavras, Lily apontou a varinha para cima, e a mesma luzinha de mais cedo saiu em disparada. Imediatamente os lençóis caíram da janela e Lily começou a escalar, muito desengonçadamente, devo dizer. 

— Essa roupa ficou muito bem em você, Evans — comentei alto o suficiente para que ela escutasse. 

— Ninguém te perguntou, Potter — rebateu ela. 

Se me pedissem para dizer algo sobre Lily Evans, eu diria: pessoa mais adorável não há. 


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Notas finais do capítulo

E entãããããão??
O que acharam do capítulo? Hein? Hein???
Já sabem o que devem fazer, certo?! Comentem exatamente tudo o que acharem aqui, ok? Só não pode ofender a minha pessoa, heheh
Eu, particularmente, gostei muito desse cap porque eu AMO a relação Dorcas + Remus + Marlene + Sirius + Lily + James e, agora, + Tonks também!
Eu decidi inserir a Tonks nisso porque, para falar a verdade, eu NUNCA li uma fic na qual ela fizesse parte desse grupo. Está sendo bem legal escrever com ela e espero que vocês estejam gostando também! Prometo me aprofundar bem mais na relação de todos eles, ok?
Enfim, nos vemos domingo que vem, ok?! Espero vocês no próximo!
Obrigada a todos que ainda estão acompanhando AMNS, viu? Amo vocês, batatitas!
Até maisss, tchau!



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