Pra você guardei o amor escrita por Maria


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes!!
Quero dizer que amo os comentários de vocês!!! Me deixam muito feliz. Como disse essa história diz sobretudo sobre as descobertas do amor, então tenham paciência. Prometo que farei meu melhor.
Love you guys.



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A volta para casa foi feita praticamente em silêncio, completamente diferente da ida quando brincavam, riam e cantavam. Emma estava com um bico encantador para Regina, mas seus olhos não tinham expressão alguma.

Regina olhava pelo retrovisor para Zelena que só dava de ombros. A ruiva não iria dar à amiga algum tipo de esperança que poderia ser falsa. Ruby poderia estar imaginando coisas, ela não era lá muito normal ou uma referencia a ser usada.

Quando chegaram em casa, Regina ainda perguntou a Emma se havia acontecido alguma coisa, se alguém tinha feito algo que ela não tinha gostado, mas a loira negou e afirmou que só estava muito cansada e que não era acostumada a beber tanto como quanto aquela noite.

A morena aceitou a resposta de Emma e foi para o seu quarto informando que se a loira precisasse de algo era só chamar. Ela só balançou a cabeça e Regina teve certeza que a amiga só estava cansada, por um segundo naquela boate, por um misero segundo, ela chegou a pensar que Emma pudesse estar com ciúmes dela. Balançou a cabeça rindo da própria estupidez e foi dormir.

Emma não estava com um pingo de sono, muito pelo contrario, estava tão agitada que poderia subir capinando morro acima sem se cansar. Tomou um banho quente para tentar relaxar, mas foi sem sucesso. Sua mente repassava os acontecimentos da noite e a loira tentava interpretá-los de forma coerente, mas não estava sendo bem sucedida nessa missão também.

Socou o travesseiro várias vezes e reprimiu um grito de ódio. Ela tinha visto Regina prensada no balcão por aquela ruiva e suas pernas tinham se movido automaticamente para lá. Ela não sabia o porquê de sua decisão. Não conseguia imaginar uma causa lógica e estava começando a ficar frustrada com isso. A loira sempre tinha uma explicação para as coisas. Forçou a mente a trabalhar e depois de analisar minuciosamente a situação deitada em sua cama, ela tinha percebido que Regina parecia ter agradecido com os olhos sua chegada. Foi isso. Emma decidiu. Tinha visto a amiga em uma saia justa e seu instinto protetor a fez correr para socorrê-la. Sorriu virando para o lado, não havia outra explicação. Fechou os olhos e se deixou ir para o mundo do inconsciente.

Na manhã seguinte acordaram quase na hora do almoço. Regina já bebericava seu café quando a loira apareceu na cozinha sorridente e fazendo suas costumeiras piadinhas matinais o que só reforçou a ideia de que na noite anterior Emma estava realmente cansada.

—Você anotou a placa Regina? – Emma perguntou.

—Que placa Emma? – Regina levantou o olhar do jornal que lia.

—Do caminhão que passou por mim. – Ambas riram. – Estou morta, nunca dancei assim na vida.

—Você parecia ter muita intimidade com a pista de dança. – Regina disse se lembrando de como Emma se mexia quando estava dançando e como quase perdeu a compostura dançando com ela.

—Tenho certeza que era o álcool. – disse piscando. Nada a mais foi dito sobre o assunto e o fim de semana transcorreu sem qualquer intercorrência.

Na semana seguinte as coisas não iam nada bem para Regina na empresa, brigava com seu pai hora sim e a outra também. Depois de contar tudo para Emma a morena percebeu que ela não queria mais ser maltratada pelo seu pai. Decidiu que queria respeito, ver a empresa crescer não supria mais sua vontade de ser verdadeiramente reconhecida como ser humano, de ser reconhecida por seu trabalho, aliás, nos últimos dias quase não tinha se dedicado a ele, se seu pai e seu funcionário eram tão bons que trabalhassem eles. Estava fazendo sua rebelião. Chegava tarde, não atendia clientes.

Observava a rua do vigésimo sexto andar onde ficava seu escritório, a cacofonia causada pelo trânsito intenso deixou Regina imersa em seus pensamentos. Ela pensava em montar seu próprio lugar, sua própria empresa, e essa ideia parecia ganhar seus pensamentos mais profundamente dia após dia. Passou olhar ao seu redor. Nada ali fazia mais sentido para ela. Aquela sala era enorme e ela se sentia tão sufocada ali dentro como se estivesse em um sarcófago por mais de dois mil anos envolta de bandagens gastas e de poeira.

De repente a constatação de que ela não queria mais nada daquilo ali veio sobre ela como as águas enfurecidas de uma tsunami e a morena foi obrigada a soltar uma sonora gargalhada. Céus, ela não precisava mais arranhar a tampa do sarcófago, ela estava livre. Estava decidida. Montaria sua própria empresa e sabia que teria apoio de sua mãe e seu irmão, e claro de Zelena. E o mais importante, Emma estaria com ela.

Regina nunca havia se sentido tão leve e olhava constantemente para o chão só para se certificar se seus pés estavam bem assentados ali. Ria de sua própria tolice. Conversaria com Zelena assim que tivesse a oportunidade. Passou a olhar suas finanças. Ela tinha uma pequena fortuna que daria para ela começar com algo pequeno e ainda assim viver bem e ainda pagar a cunhada para trabalhar com ela. E com certeza Cora a forçaria aceitar sua ajuda.

Estava louca para contar para Emma. Colocou a mão no telefone, mas lembrou que ela já estaria no orfanato ajudando com as preparações do aniversário das crianças. Sorriu lembrando a primeira vez que viu Emma brincando com Sophia e Henry, imediatamente teve a visão deles no chão de seu apartamento brincando como uma família. Ao relembrar essa cena sentiu uma certeza se apoderar de seu interior, ela teria a sua família, se ela estava saindo da empresa do pai, se isso estava acontecendo, então todo o resto também poderia.

Levantou de sua cadeira pegando seu terninho que estava no encosto, saiu da sala e avisou a secretária que não voltaria mais naquela tarde. A moça somente acenou e não saberia dizer com o que se assustara mais, se foi com o fato de Regina Mills não trabalhar à tarde ou com o sorriso contagiante com o qual saiu pelos corredores. 

Emma sorriu largamente ao olhar através do pátio e ver Regina com roupas de frio casuais e um sorriso capaz de iluminar a noite mais escura andando em sua direção.

—Então - a morena disse – em que posso ser útil? – perguntou e logo foram lhe dadas centenas de instruções e Regina colocou a mão na massa. Não tivera muito tempo para conversar com Emma, pois era muito trabalho encher as bolas, arrumar as mesas e cadeiras. Tudo era muito simples, mas feito com tanto carinho por todos. Três crianças estariam comemorando seus aniversários nesse mês, dentre eles o pequeno Henry que faria um aninho.

Elas haviam comprado presentes para os três que Regina havia lembrado de levar para o orfanato, já que talvez não daria tempo de voltar em casa. E não deu. As crianças enchiam o pátio junto com as irmãs e algumas pessoas que eram benfeitoras do local, bem como alguns casais que procuravam crianças para adotar e estavam se acostumando com eles.

Henry se recusava a sair do colo de Emma, a não ser se quem esticasse os braços para ele fosse Regina, aí ele até largava a loira, mas voltava para ela pouco tempo depois. A loira era o entretenimento da festa. Tinha preparado várias brincadeiras e tinha a ajuda dos mais velhos para entreter a todos.

—Ela tem o dom não tem? – Madre Cecília perguntou parando ao lado de Regina que sorria vendo-a arrancar gargalhada de um grupo de crianças afoitas.

—Ela tem.  – Seu sorriso se alargou mais. – Atrapalhada, mas isso só a torna mais cativante. – A Madre riu. Era verdade.

—Será uma boa mãe. Sorte terá quem se casar com ela. – Regina somente acenou com a cabeça, mas nada disse. – Sabe Regina, eu tenho a minha fé e sei no que acredito. Sei o que minha doutrina ensina e a prego com afinco e jamais deixarei de fazê-lo. – a morena a olhou com olhar interrogativo, mas já temendo o que viria – Mas sei reconhecer o amor quando o vejo. – Regina desviou do olhar da irmã – Eu vejo centenas de casais entrarem aqui e a maioria deles não tem um pingo do carinho que vejo entre vocês duas. Você a ama não ama?

—Amo. – Regina percebeu que não queria mentir e nem precisava. Voltou a olhar a irmã e percebeu que ela sorria. – Mas ela não sente o mesmo por mim. – Sentiu seu sorriso vacilar.

—Existe um tempo para cada coisa Regina. Tenha paciência e a recompensa pode ser maior do que você imagina. – A morena assentiu e elas sorriram juntas. Olharam em direção a Emma e a loira olhava para elas com Henry em um dos braços e Sophia no outro todos três sorriam abertamente – uma recompensa muito maior. – completou antes de levantar.

Regina ficou ali observando Emma a encarando. Se essa fosse sua recompensa passaria  resto de seus dias agradecendo a Deus. Levantou também e foi ao encontro deles. Sophia pulou pra seu colo e ficaram ali desfrutando de um tempo juntos.

—Vocês podiam se casar e adotar a gente. –Sophia disse baixinho depois de algum tempo e só foi possível ouvi-la porque coincidentemente a musica tinha acabado naquele momento. Emma arregalou os olhos de choque. A loira perdeu a capacidade de falar e alternava entre o branco e o transparente. Regina foi obrigada a rir.

—Querida, nós adoraríamos adotar vocês, mas as cosias são muito mais complicadas que isso. Eu e tia Emma somos amigas. – Sophia não escondeu seu descontentamento, Regina conseguiu esconder o seu muito bem. E Emma experimentou uma sensação antes desconhecida para ela ao imaginar os quatro como uma família.

—Sãos vocês adultos que complicam tudo. Todo mundo sabe que quando uma pessoa ama a outra elas se casam e formam uma família. – cruzou seus bracinhos na frente do peito.

Nem Emma nem Regina tinham resposta para aquilo e foram salvas pelas irmãs que chamavam a todos para cantar os parabéns. Eles levantaram, Emma estava tremula e quase não conseguia caminhar direito, já Regina exibia um sorriso do tamanho que uma fita métrica jamais teria como medir.

Chegaram em casa exaustas, mas muito felizes, tomaram um banho e se aninharam na sala perto da lareira elétrica para se aquecerem.

—Tenho que te contar uma coisa. – Disse Regina sorrindo e Emma repassou as últimas horas na sua mente reparando que desde que chegara ao orfanato tudo que a morena fazia era sorrir e cada sorriso que ela dava parecia maior que o anterior. – Está nesse planeta Emma? – Perguntou Regina estalando os dedos na frente do rosto da amiga.

—Estava lembrando que nunca tinha te visto sorrir tanto. – Emma disse corando ao ser pega divagando. – Aparentemente aconteceu alguma coisa muito boa.

—Ainda não. Mas vai acontecer. – Emma arqueou a sobrancelha. – Eu decidi que vou sair das empresas Mills e vou abrir meu próprio negócio. – Regina disse tudo com uma empolgação contagiante, mas Emma não reagiu de imediato deixando a morena preocupada.

—Você vai deixar a empresa do seu pai e vai trabalhar por conta própria? – Emma repetiu só para ver se tinha entendido direito.

—Sim Emma. – Regina disse já se perguntando se tinha feito a escolha certa. Quando ia se justificar sentiu a loira pular em seu colo a derrubando de costas no chão e lhe dando um beijo estalado na bochecha obrigando a morena a rir. Passou as mãos pelas costas de Emma e permaneceram rindo nessa posição até Regina rolar e ficar por cima da loira. – Você me deu um susto sabia?  - bateu no braço de Emma que reclamou e fez bico – achei que não tivesse gostado.

—Não gostar? Só fiquei pensando se tinha ouvido direito ou se estava escutando coisas. – Regina deu outro tapa na loira – Aqui sai de cima de mim que você está muito agressiva hoje. – Reclamou empurrando Regina que rolou para o lado rindo, mas permanecendo do lado da loira. Emma procurou pela mão de Regina e assim que encontrou a pegou. – Estou tão orgulhosa de você. Tenho certeza que terá muito sucesso. – olhou para o lado sorrindo.

—Depois que conversei com você e contei tudo, eu percebi que eu não queria mais passar pelo o que eu passava. Decidi que merecia mais. Graças a você abri meus olhos. Nunca vou poder retribuir a isso.

—Quero que seja feliz. Será minha maior recompensa. – Emma disse carinhosamente passando o polegar pela palma da morena. – Quando vai comunicar ao seu pai? – Perguntou.

—Queria fazer isso agora, mas tenho que me organizar e checar alguns lugares. Não será nada extravagante, mas será meu.

—Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa.

—Eu sei.

—Que bom. Ache que teria que ficar lembrando essa cabeça dura. – Virou de lado se apoiando no cotovelo e com a outra mão batendo na testa de Regina. A morena reclamou e depois acabou rindo.

—E eu que estou violenta. – Rolou os olhos. Emma riu e levou a mão em direção ao rosto da morena de novo fingindo que daria outro tapa em sua testa, mas somente pousou a mão em sua bochecha em uma forma de concha depois de colocar uma mecha de cabelo para trás da orelha de Regina.

Olhavam-se profundamente e Regina não ousava respirar, Emma chegou mais perto dela e deitou em seu peito se aconchegando em seu corpo. A morena saiu do transe e abraçou a cintura da loira e permaneceram assim embaladas pelo carinho e o som de suas respirações.


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Notas finais do capítulo

E comentem!!!!! Prometo que começarei a interagir com vocês!!!



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