Modified By Disappointments escrita por Amanda Katherine


Capítulo 8
"Jack"


Notas iniciais do capítulo

oii Morangurts, espero que gostem.



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Demetria Pov’s

   Remexi na cama, mas não me recordo como vim parar aqui. Esta menos confortável do que me lembro. Abri os olhos e estava tudo escuro, um cheiro de mofo tomou conta das minhas narinas. Sentei na “cama” e mesmo no escuro, notei que era uma cama de solteiro e não a minha.

    Comecei a tatear os lugares a procura de luz ou a saída, estava começando a ficar em pânico, odeio lugares fechados, ainda mais no escuro, pior ainda com um cheiro horrível.

    Tropecei em algumas coisas e um fio bateu em minha cabeça, me assustei, mas não era nada de mais, puxei o mesmo e uma luz acendeu, me dei conta de onde estava. Porão.

   Subi as escadas correndo e comecei a bater na porta freneticamente, obra de Justin, só pode.

— Imbecil, filho da puta, abra aqui agora. – gritei irritada. – Justin?! – chamei.

    O silencio me deixava mais desesperada ainda, será que ele saiu, mandou todos os empregados embora e me deixou sozinha aqui em baixo, onde possivelmente tem assombração, parece até um cenário de atividade paranromal.

    Com esses pensamentos, o pânico ficou ainda maior, me tomando por completo. Comecei a imaginar sombras atrás de mim, vozes e cada vez mais, por causa do medo, parecia ser real.

— JUSTIN! – gritei e o silencio era o mesmo. – JUSTIN, FILHO DA PUTA. EU VOU TE MATAR, POR FAVOR, EU FAÇO TUDO QUE VOCÊ QUISER. – gritei sentindo meus olhos ficarem lacrimejados.

    Depois  de tanto tentar, sentei perto da porta e fiquei choramingando, pois não iria adiantar nada, se ele saiu estou ferrada, se ele esta aqui, estou também porque ele não vai abrir tão cedo. Passou alguns minutos e eu sentada ali, quase dormindo, olhei de volta para baixo e percebi o quão infantil eu sou.

   Levantei rápido e desci lá embaixo, comecei a olhar tudo ao redor, havia bastante caixas lacradas com legendas indicando o que havia dentro. Eram coisas que minha mãe não queria mais, mas também não queria se desfazer, havia muitos brinquedos meus também. Inclusive Jack, minha girafinha de pelúcia.

      Peguei a mesma e abracei, estava cheirando mofo, mas ainda sim era uma sensação ótima abraça-la. Minha mãe que escolheu o nome.

   Notei uma caixa roxa, com corações, estava escrito “Lembranças”. Peguei a mesma e me sentei na cama. Abri a mesma e na primeira foto, não consegui conter as lagrimas, lá estava meus pais quando ainda nem eram casados.

       Pareciam felizes, mas esse tempo nunca mais vai voltar, ele está lá com a outra agora e nem se quer ligou para saber se estou viva. Nos abandonou por uma perereca de fogo.

    Continha tantas fotos, inclusive da minha gravidez, estava tudo tão lindo, mas estranhei uma em que minha mãe estava sentada entre as pernas do meu pai, na praia, em sua enorme barriga, estava escrito “Demetria” e “Jack”.

     Congelei, será que minha mãe estava gravida de gêmeos? Não pode ser, e não era mesmo, era só o nome da minha girafa. Mas... minha girafa eu só ganhei quando estava com cinco anos, quando entrei na loja e fiz escândalo por minha mãe querer me comprar uma Barbie e eu querer a girafa.

   Havia algo de errado, comecei a passar as fotos rapidamente, onde se passavam, minha mãe com a barriga maior, até o hospital quando a mesma estava de dieta. Ela estava carregando... duas crianças, uma com a cor das vestes roxa e outra com cor azul. Minha mãe estava mais feliz do que posso lembrar.  

      Meu pai também estava feliz. Não consegui conter as lagrimas, quer dizer que eu tenho um irmão que eu nem sabia que existia.  Nas outras fotos, estava eu e “Jack” no berço. Eu era maior que ele, parecia que ele era prematuro de tão miúdo.

 Nas outras fotos, não estava mais lá, havia apenas “Jack” entre Mamãe e Papai. Em muitas fotos só havia ele entre meus pais, e onde estava eu? E onde esta ele agora? Fora adotado? Doado? Não, impossível.

   Eu já não sabia mais o que pensar,  minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Todos confusos. Quando percebi já estava soluçando por conta do choro. Cada foto que eu passava, Jack estava com sua fisionomia pior, mais pálido, até que chegou ao fim, agora havia apenas fotos minhas com meus pais, minha mãe estava com uma carinha totalmente triste, meu pai estava aéreo, o que está acontecendo? Peguei a ultima foto de minha mãe e Jack e a fitei, por instinto virei a mesma, estava escrito coisas.

“Para sempre meu filho eterno, Mamãe nunca o esquecerá, a joia mais rara e mais amada do mundo, ninguém tomara seu lugar.

Para sempre o mais amado, Jack D. Lovato, chegou por muito pouco tempo, mas neste meio termo, fez tantas pessoas felizes, só por se esforçar a sorrir.

 Seus olhinhos brilhantes e sinceros implorando para ficar mais um pouco, mas por ironia do destino, ele não quis assim e mudou nossos caminhos.

Eu te amo, te amamos Jack, descanse em PAZ!

     Eu soluçava tão alto que o mundo inteiro poderia ouvir, eu não iria me importar, a dor era imensa, será que meu pai foi embora por não conseguir ter tido um menino? Será que minha mãe, sempre me jogando pelos escanteios, evitando de ficar comigo, isso tudo por que ela queria que Jack estivesse aqui? Tudo bem, uma mãe jamais quer que seu filho morra, mas que culpa eu tinha? Por que não me contaram? Só por olhar essas fotos, um amor já surgiu de mim para Jack, eu merecia saber que tinha um irmão e o que aconteceu com ele. E não ficar sabendo assim, sozinha, sem um ombro para chorar, da pior maneira possível.

    Eu estava com raiva, muita raiva de minha mãe e meu pai, mas queria eles aqui para me abraçar, nem Justin está aqui, o que só o seu cheiro me acalmaria. Por que isso esta acontecendo comigo? O que foi que eu fiz?

    A raiva tomou conta, fiquei completamente descontrolada, comecei a quebrar tudo que havia naquele porão, dei um murro num espelho velho que havia lá, o resultado não foi dos melhores, minha mão ficou completamente cortada, sentei no chão reprimindo a dor vendo o sangue pingar gota atrás de gota no chão sujo e frio de madeira. A tontura e dor de cabeça por conta do nervosismo surgiram, eu dizia coisas sem nexos algum, xingava pessoas que não tinha nada a ver com a historia, estava descontrolada.

   Ouço um estrondo na porta, Justin desceu quase voando as escadas com os olhos arregalados.

— O que houve? – perguntou se abaixando até mim, vendo minha mão.

   Sem pensar duas vezes, o abracei, demorou um pouco, mas ele retribuiu, pela primeira vez, nos abraçamos. Afundei minha cabeça em seu pescoço sentindo seu cheiro e ele afagou meus cabelos. Ele estava molhado e sem camisa. – O que houve? – sussurrou em meu ouvido.

— Tudo Justin, houve tudo, tudo errado. – disse entre soluços.

— Vem, me desculpe por te trancar aqui, eu nunca mais vou fazer isso. – disse me levantando, peguei minha girafa e subimos.

   Provavelmente ele esta achando que fiz isso por ele ter me trancado lá embaixo. Antes fosse isso. – Você não tem culpa de nada Justin, o único problema sou eu. – o olhei com os olhos inchados e vermelhos.

  ........................

  Justin Pov’s

   Acordei com o celular tocando. Era Victoria, ela queria que eu fizesse isso o quanto antes, pois o baile de mascaras foi antecipado, ela quer ser pedida em namoro lá, para ser mais especifico, o baile será semana que vem. Ela quer que Demetria pague pelo que fez ontem o quanto antes.

   Vou ter que correr contra o tempo, pois ela deixou bem claro que não importa o que aconteça, se eu não fizer até o dia do baile, pode esquecer namoro.

    Levantei bufando e fui tomar meu banho, para Victoria é assim, tudo na hora em que ela quer, pensa que é fácil enganar, Demetria não é tão boba assim.

    Desci e tomei meu café, disse para os empregados de jeito nenhum tentar abrir a porta para Demetria, ela terá de aprender uma lição, quem ela pensa que é para machucar Vic daquela forma?! Eu estava com um pouco de raiva de Demetria.

     Comecei a rir quando escutei os gritos desesperados dela, por mim, passaria a noite lá de novo, mas depois vou tira-la de lá, senão posso entrar em encrencas. A empregada a toda hora pedia para que eu tirasse ela de lá. Mas não vai rolar. Do nada fez silencio, acho que ela desistiu, me chamou até de filho da puta, ah se eu pego essa menina, lavo a boca dela com sabão!

    Fiquei um tempo na piscina, ia ligar para os meninos e as meninas virem aqui, já que Demi nem vai ver, se não fosse a empregada vir correndo e ofegante.

— Senhor Justin, eu estava passando pelo porão e escutei gemidos vindo de lá, seguidos por coisas quebrando, por favor, abra para a menina sair. – pediu quase em prantos.

    Pulei da piscina e fui direto abrir, mas a chave estava lá em cima no quarto, não pensei duas vezes e arrombei a porta, desci  as escadas tropeçando em meus próprios pés. A visão que tive, por um momento cortou meu coração, Demi estava sentada no chão chorando, suas mãos cheia de sangue.

    Me abaixei até ela que sem pensar duas vezes me abraçou, fiquei com um pé atrás em retribuir, mas o fiz, a abracei com toda força possível, minha vontade é de esmaga-la, mas não num sentido mal, no sentido em que você deseja morder a pessoa inteira e beija-la loucamente.

   O que? Que merda estou pensando? Acho que estou doente, não posso gostar dela.

    Ficar abraçado com ela, já estava me tirando o controle, ultimamente é assim, quando ficou perto dela, sinto tanta necessidade, mas isso passa, tudo passa, até uva-passa. Isso não é amor, é apenas desejo, amor é o que sinto pela Victoria. Para não perder os limites, a chamei para subir, ela pegou uma girafinha da cama e subiu. Pedi desculpas a ela por tê-la trancado aqui, afinal, não sabia que ela reagiria dessa forma. Ela disse que não tenho culpa e que o problema é ela, não entendi, mas se a culpa não foi minha tá suave.

     Levei ela para o quarto e enchi a banheira para a mesma, ela tomou um banho e tomou dois remédios, sobre minha permissão claro, vai que né... Um era para dor de cabeça e o outro para dormir. Ela se deitou na cama, sem ao menos tomar o café que pedi para a empregada trazer, em menos de dez minutos ela apagou por causa do remédio.

    Fique encarando-a enquanto ela dormia, ela é linda, com esse pijaminha então, mostra a raridade que ela esconde com aquelas calças, merece coisa muito melhor que eu. Não sei por que exatamente estou fazendo isso, nem sei se vale realmente a pena machuca-la dessa forma por causa de Victoria.

    Não pense asneiras Justin. – me repreendi. – Claro que vale, Victoria é a mulher da sua vida.

    Eu estava com muita vontade de me deitar e ficar abraçado com Demi, mas não vou fazer isso, não mesmo. Ultimamente estou muito gay com ela, demonstrando sentimentos proibidos.

    Sai do quarto e fechei a porta, estava quase no final do corredor quando voltei correndo e entrei de volta, peguei um lençol e me deitei atrás dela, puxei mais para perto e a mesma virou de frente para mim, me abraçou e entrelaçou sua perna em minha cintura, o que não deu certo.

    Concentra Justin, ela está dopada. – pensei. – Mas uma passadinha de mão não mata ninguém.

    Coloquei minha mão em sua bunda macia e fiquei acariciando o local, até o Jerry dormir, assim eu podendo dormir também. 


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Notas finais do capítulo

o que acharam?



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