Cobaia 0013 escrita por Juuclaudina


Capítulo 10
Capítulo 10 - Um pouco de lámen


Notas iniciais do capítulo

Oi povo! Como prometido, aqui está o capítulo novo. Realmente não vai ter como postar amanhã, então vou postar hoje mesmo.
Espero que gostem ^-^ Boa leitura.



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06-06-5026 Sábado

De volta a Companhia fomos direto a enfermaria. Só precisava de umas bandagens e curativos. Kalena foi junto, pois ela tinha alguns arranhões e cortes e a convenci de pelo menos pegar alguns curativos adesivos.

Depois, indo em direção aos dormitórios encontramos Otousan.

—Vocês estão bem?

—Estamos sim. E o goblin?

—Está no subsolo, para interrogatório. Por enquanto não conseguimos fazer ele falar.

—Droga.

—Não se preocupem. Descansem, e comam alguma coisa. - disse, gentil, e seguiu em direção a sala de reuniões.

Queria conversar com ele. Ainda não tive oportunidade de lhe contar sobre o sonho, mas provavelmente não conseguiria ter essa conversa tão cedo

—Quer almoçar lámen? -Perguntei à Kalena.

—Se não for com palitinhos eu aceito.

Kalena primeiro foi para o seu quarto tomar banho e trocar de roupa, e fiz o mesmo.

Demorei no banho. Eu pensava em tudo que tinha acontecido esses dias. Tanta coisa.

Eu estava sentado na minha cama, como a perna esquerda da calça arregaçada para que pudesse enfaixar minha coxa e ouvi batidas na porta.

—Quem é? -Perguntei.

—Kalena.

—Ah! Pode entrar!

Ela entrou e veio em minha direção enquanto ria.

—Você não está fazendo isso direito.

—O que foi? Estou tentando estancar o sangue.

—Assim você vai acabar cortando a circulação da sua perna. Deixa eu te ajudar.

—Não precisa.

—Para de ser bobo.

Ela pegou a bandagem e começou a coloca- la em minha coxa. Ela já estava com os curativos e estava atenta no que fazia.

—Viu? Assim para de sangrar e você não perde sua perna.

—Obrigado.

—De nada.

—Vou pegar o lámen.-disse tentando me levantar.

—Nada disso. Você vai deitar e colocar os curativos. Pode deixar que eu pego a comida.

—Ok.

Me deitei na cama e comecei a colocar os curativos. Tentava colocar um grande na bochecha, mas não conseguia.
Kalena chegou novamente ao meu auxílio, trazendo de uma só vez os potes com lámen, o hashi e o garfo.

Entregou eles para mim e colocou o curativo na minha bochecha.

—Obrigado.

Ela sorriu em resposta e se sentou ao meu lado. Ela conseguia ser linda toda arrumada, como hoje mais cedo e linda também com roupas simples, como as que usava agora, que consistia em uma bermuda e camiseta.

—Você foi incrível hoje. -soltei.

—Mesmo?

—Claro. Não sei como teve dúvidas de sua capacidade.

—Obrigada. Mas não sei como vocês aguentam. Eu acho que não aguento mais nada por hoje.

— Hahahaha! Então você deu sorte. Não vamos fazer mais nada hoje.

—Sério?

—Sim. Bom, estamos lesionados. Então estamos de folga por hoje.

—Isso não é bom. Você se machucou feio, Daisuke.

—Não precisa se preocupar. -Sorri. - Já já estou inteiro.

—Certo. Mas continua sendo ruim.

—Entendi, entendi... -Comi um pouco mais do lámen e olhei para Kalena. A mão dela estava suja.

—O que é isso na sua mão?

Ela olhou para mão e esfregou na bermuda.

—Só é grafite.

—Grafite?

—É. .. Eu desenhei um pouco antes de vir para cá. Tinha uma idéia na cabeça.

—Você desenha? E por que nunca me disse.

—Ah ... Sei lá.

—Poderia me mostrar um de seus desenhos?

—Não sei...

—Por quê?

Ela não respondeu, mas corou um pouco e virou o rosto na direção do lámen.

Hey. - disse e colocando a mão em seu queixo levantando seu rosto em minha direção. - Não está com vergonha de mim, está?

—N... Não! É que... Eu nunca mostrei pra ninguém.

—Eu ficaria feliz em ser o primeiro. -Sorri.

—Eu... Eu vou pensar. - Ela disse e voltamos a comer.

—O que tem no subsolo da Companhia?

—Ah! -terminei de mastigar.- Lá ficam prisioneiros, e quem precisa ser interrogado.

—Entendi.

Depois de acabarmos com o lámen peguei os potes e coloquei no chão.

—Daisuke!

—O que? -Perguntei voltando a me acomodar na cama.

—Isso é nojento.

—Eu levo depois.

—Você disse a mesma coisa ontem e os potes ainda estão aqui!

—É que eu não tive tempo.

—Claro, claro.

Kalena se ajeitou na cama e começou a tirar os curativos. Fiz o mesmo, mas não toquei na minha perna esquerda precisava de mais alguns minutos para melhorar.

Fiz menção de me levantar, mas Kalena colocou a mão em meu peito me interrompendo.

—Só quero sorvete! -disse em minha defesa.

—Eu pego para você. Você tem que deixar essa perna melhorar.

—Já está melhor. - disse enquanto ela ia até a cozinha.

—Mas não está 100%. Está?

—Não.

Ela voltou com duas colheres e um sorriso triunfante no rosto, por conta da minha resposta. Talvez eu deve - se me aproveitar mais desse ferimento, pois estava tendo uma ótima companhia por conta disso.

—Qual sabor você quer?

—Chocolate.

—Hum... -Parecia procurar o sabor que eu pedi.- Ah! Achei.

Ela voltou com dois potes de sorvete e me deu um.

—Do que você pegou? -Perguntei curioso.

—Maracujá.

—Ótima escolha.

—Chocolate é o seu favorito?

—Com certeza!

Ficamos um tempo assim, com a TV ligada e conversando sobre sabores de sorvete, depois comidas favoritas. Descobri que Kalena não come frutos do mar, e ri. Era engraçado! O prato favorito dela é macarronada e me lembro dela ter comido isso na primeira vez que almoçamos juntos, no dia em que a conheci.

—Como tá a sua perna?

—Tá bem melhor. -comecei a tirar a bandagem. A pele estava lisa e sem nenhuma cicatriz, como se nada tivesse acontecido.

—Que bom!

—Quero treinar! -disse num impulso.

—Sério? Eu só quero ficar deitada e você quer treinar?

—Ah Kalena! Deixe de manha. Até parece que você está cansada. Se recupera rápido também.

—E aonde vai treinar?

—Tem um lugar legal onde PODEMOS treinar.

—Sinto muito, Daisuke. Talvez outro dia. Posso até te fazer companhia, mas prefiro só observar.

—Certo, certo.

Me levantei, peguei umas bandagens e o meu celular.

—Vamos?

—Você treina de "pijama"? -perguntou enquanto fazia aspas com os dedos.

—É. Dois em um. Posso dormir com moleton e treinar com ele.

Ela soltou uma risada nasalada e veio em direção a porta. Quando saímos do quarto Kalena pediu para dar uma passada em seu quarto, disse que iria esperá - la em frente ao meu quarto mesmo.

Depois de um tempo ela voltou, cantarolando com um caderno e alguns lápis nas mãos.

Tinha uma sala, perto dos dormitórios que funcionava como uma academia, ou minha academia. Ninguém gostava muito de treinar. O chão era todo coberto por tatame azul e uma das paredes era composta de espelhos. Haviam alguns sacos de pancada pendurados e vários halteres e pesos.

—Wow. Bem legal aqui.

—Eu gosto.

Fomos de encontro a parede oposta à de espelhos e nos sentamos apoiando as costas nela.

—Vai desenhar? -Perguntei enquanto me alongava, esticando a perna esquerda, enquanto a direita estava flexionada, e me esticando para alcançar o dedão.

—Vou.

—E eu vou poder ver depois?

—Talvez.
Não insisti e continuei me alongando. Enrrolei algumas bandagens nas mãos. Depois me levantei e enquanto olhava para o espelho alongava o tronco. Esticava o braço direito para cima e jogava o tronco para o outro lado e vice - versa.
Depois peguei meu celular e o entreguei para Kalena. Ela, que antes estava atenta em seu caderno, me olhou como quem faz uma pergunta.

—Escolhe uma música. -falei.

Comecei a correr um pouco e ouvi a música tocar. Era "A light that never comes" do Linkin Park. Olhei para Kalena pelo reflexo do espelho e ela sorriu.

E eu corei.

Me posicionei de frente para um dos sacos de pancada e comecei a socar.

Eu queria treinar por que estava estressado. Não sabia o por que do sonho. Não sabia o que fazer sobre o que estava acontecendo comigo e com Kalena. E o que estava acontecendo? Ela era minha amiga. Mas é só isso mesmo que eu quero? Por que era ela que cantava em meu sonho? Por que depois que descobri sobre o sonho nunca mais sonhei com isso? Queria falar disso com o Otousan, mas nem sabia como começar. Robert não era uma opção de conversa já que iria caçoar de mim até o fim dos tempos depois de eu ter me entregado, ontem. Tudo era tão confuso.

Comecei um série de chutes. Chutes básicos na altura da cintura. Me concentrava na velocidade e na força. Mas... Por que eu não parava de pensar na Kalena? Eu mal a conhecia. Mas ela era tão gentil e linda. Droga, Daisuke...

O que tudo isso significava?

Eu ainda chutava.

Sentia o suor cobrir meu rosto e meu dorso. E chutava cada vez mais rápido. Mais rápido, mais forte, mais rápido. ..

Parei e olhei para onde Kalena estava. Bom... Ela não estava mais lá. Saiu e eu nem mesmo percebi. Meu celular ainda estava lá, perto da parede.

Ouvi o barulho da porta e era Kalena.

—Nem vi você sair.

—Eu percebi. Estava tão concentrado.

—É.

—Pensei em trazer uma toalha e água para você. -ela carregava uma toalha pequena e felpuda e duas garrafas d'agua.

—Valeu. - peguei primeiro uma das garrafas e tomei um pouco.

—De nada. - Ela disse já se virando em direção ao lugar que estava antes, perto da parede.

Coloquei a garrafa no chão e comecei a chutar o saco novamente, mas agora dava chutes na altura da cabeça.

~Daisuke off~

.

~Kalena on~

—Vai desenhar? -Ele perguntou curioso, enquanto estávamos sentados e ele se alongava.

—Vou.

—E eu vou poder ver depois?

—Talvez.

Ele não insistiu e continuou a se alongar no chão. Depois se levantou e continuou a se alongar.

Talvez eu não devesse ter aceitado vir ver ele treinando.

Eu tinha que admitir, era uma visão e tanto. Por conta do espelho eu podia ver além das costas perfeitas, podia ver também o seu peito musculoso e o abdômen . ..

Kalena!

Olhei para o caderno e pensei em desenhar uma garota fofa. Aquilo iria fazer com que eu parasse de babar pelo Daisuke.

Quando comecei a rabiscar, Daisuke me entregou o seu celular.

—Escolhe uma música.

Larguei o lápis e comecei a ver sua playlist. Tinha algumas músicas escritas em uma língua que não conhecia, e presumi que eram k-pop. Reconheci Linkin Park e coloquei para tocar. Era "A light that never comes".

Olhei para ele pelo reflexo do espelho e sorri.

Depois de um tempo correndo ele parou e ficou de frente para um dos sacos de pancada. Começou a dar vários socos neste.

Mais uma visão e tanto.

Não tinha como ver os músculos tencionando e depois relaxando e não ter pensamentos impuros. Ele era lindo! Demais! E não só bonito de rosto, tinha que ter um corpo maravilhoso também. E ele conseguia ficar ainda mais bonito assim, todo concentrado socando o saco de pancada.

Kalena!

Depois de um tempo ele parou e começou a dar chutes na altura da cintura. Olhei para o meu caderno e só haviam vários esboços dos movimentos que Daisuke fazia.

Nada de menina fofa.

Olhei de novo para Daisuke e ele suava. Via o suor correndo do pescoço para o peito...

Kalena!

Aquilo era a gota d'agua.

Água! Isso! Água!

Sai de lá levando meu caderno e fui buscar água para ele.

~Kalena off~

.

~Daisuke on~

Depois do meu treino me deitei perto de Kalena e sequei uma pouco o rosto enquanto arfava.

—Desenhou alguma coisa?

—Ah.. Sim! Sim, desenhei.

—Eu posso ver?- Eu já esticava a mão na direção do caderno.

—Não tudo! Só um.

—Ok..ok.

Ela abriu o caderno e tinha uma garota. Era uma garota fofa, usando um vestido rodado e uma coroa de flores.

—Wow. Você desenha muito bem!

—Não está tão bom assim.

—Não seja modesta.

—Não estou sendo modesta. É verdade.

—Sei, sei... Está lindo.

—Obrigada.

Eu ia virar a página, com a intenção de ver outros desenhos,mas Kalena foi mais rápida e puxou o caderno.

—Daisuke!

—Hahaha. Não custava tentar!

Ficamos um tempo em silêncio.

—Que horas são? -Ela pegou meu celular e olhou a tela.

—18:15.

—Nossa! Está com fome?

—Um pouco. Mas você deve estar com muita fome. - Ela estava certa.

—Estou mesmo.

Mais um tempo em silêncio.

—Vamos a um lugar?

— Que lugar?

—Um lugar. -Ela me olhou com uma sobrancelha levantada, desconfiada. -Confia em mim. Vai ser legal.

Combinamos de nos arrumar e quem se arrumasse primeiro passava no quarto do outro.

Achei que ela ia passar no meu.

Eu não sabia o que vestir.

Eu estava mesmo preocupado com uma roupa? Eu não sou desleixado, mas nunca fiquei quase meia hora procurando por roupas. Decidi pegar uma calça jeans preta, camisa xadrez vermelha e preta e coloqui minha botas. Meu punhal ainda estava na bota, não gostava de sair desarmado.

Depois peguei meu celular e as chaves do quarto.

Me olhei no espelho pela milésima vez e sai.

Bati na porta do quarto de Kalena algumas vezes. Não ouve resposta.

Bati mais algumas vezes.

—Só um segundo. - Ouvi a resposta abafada pela porta.

Depois de um tempo Kalena abriu a porta.

—Desculpa, ainda não estou pronta.

—Tudo bem. Precisa de ajuda?

—Na verdade já pedi ajuda.

Comecei a entrar no quarto e fui logo repreendido.

—Não, não Daisuke. Ela ainda não está pronta. -Robert estava sentado na cama de Kalena e várias roupas estavam em cima da cama e no chão.

—Mas...

—Mas nada. -Robert levantou da cama e veio em minha direção. -Vai dar um role pela Companhia.

E me vi de novo de frente para a porta fechada do quarto de Kalena.

~Daisuke off~

.

~Kalena on~

Me olhei no espelho pela milésima vez.

Eu não sabia o que vestir.

Peguei meu celular, eu precisava de ajuda. Depois de um tempo, ele atendeu.

"-Alô?

—Oi! Robert. Sou eu, Kalena.

—Ah! Oi Kalena. Tudo bem?

—Nem tanto.

—O que ouve?

—Você está ocupado?

—Não. Estava só lendo alguns relatórios.

—Bom... Daisuke me chamou para sair e não sei o que vestir.

—Chego aí em um instante."

Me sentei na cama e esperei pela ajuda.

Depois de alguns minutos ouvi as batidas na porta. Torcia para ser Robert.

Abri a porta e lá estava ele.

—Vamos ao trabalho!

Depois de tirar todas minhas roupas do armário ainda não sabia o que vestir.

Ouvi batidas na porta.

—Droga.

—Não abre a porta, deixa ele lá.

—Robert!

Mais batidas.

—Só um segundo. -Falei um pouco mais alto e depois olhei para Robert com uma cara fechada por conta da idéia que ele havia me dado. Deixar o coitado lá fora.

—Desculpa, ainda não estou pronta.

—Tudo bem. Precisa de ajuda? -Daisuke estava muito bonito, claro, com as botas e calças jeans pretas, mas dessa vez usava uma camiseta xadrez, preta e vermelha.

—Na verdade já pedi ajuda. -respondi.

Daisuke começou a entrar no quarto, mas logo Robert o cortou.

—Não. não Daisuke. Ela ainda não está pronta.

—Mas...

—Mas nada. -Robert se levantou da cama e veio em direção a porta. -Vai dar um role pela Companhia.

E depois fechou a porta.

—Robert!

—É verdade. Você não está pronta.

Voltamos toda a nossa atenção para as roupas e Robert parou um pouco e olhou pensativo para elas. Depois se aventurou pelas roupas espalhadas pelo chão e me entregou algumas peças.

Suspirei pesado e fui em direção ao banheiro. Logo após, sai de lá e fui em direção a Robert, que sorriu.

— Está linda!

Eu usava uma camisa branca com botões dourados e uma saia com cintura alta marrom, com alguns babados que ia até um pouco acima dos joelhos.

—Eu não sei.

—É por causa das escamas?
Olhei para o chão. Não queria chorar, mas queria esquecer que era sereia, ou melhor, que não era uma. E doía pensar em minhas irmãs. As escamas só me lembravam de todas essas coisas.

—Desculpe. Não... Não queria deixar você chateada. -Robert se abaixou e tocou meu rosto.

—Não é culpa sua. Eu... Vou assim.
Robert sorriu e me entregou um par de saltos pretos parecidos com os que havia usado o substituindo como parceira de Daisuke.

~Kalena off ~

.

~Daisuke on ~

Resolvi ir pro meu quarto e comer um pouco de sorvete enquanto esperava por Kalena. Depois de um tempo ouvi batidas na porta e me levantei rapidamente.

—Vamos?

—Você está linda.
Ela estava realmente linda. Depois que fiz a afirmação reparei Robert atrás de Kalena fazendo um sinal de positivo, usando o seu braço bom.

Kalena corou, mas continuou olhando para mim.

—Bom. Vamos.

.

.

Queria levar Kalena para um dos meus locais favoritos. O bar Cosgrove. E era legal ir lá esse horário. As vezes tinha até música ao vivo.

Entramos e o bar estava meio cheio. Procuramos uma mesa no canto e por sorte tinha uma pequena, vazia. As mesas de canto tinham bancos encostados na parede, então nos sentavamos um do lado do outro, de frente para um pequeno palco. Nos sentamos e Kalena olhou ao redor.

—Gostei.

—Que bom! Gosto muito de vir aqui.

Estiquei um dos cardápios que estavam na mesa para ela. Em um dos lados tinham várias bebidas e do outro aperitivos.

—Eu nunca bebi nada alcoólico.

—Legal... E eu te trago para um bar. -disse com um tom irônico.

—Hahaha tudo bem. Me recomenda alguma coisa.

Olhei para o cardápio. E fiquei um tempo pensando. Luther apareceu para atender a mesa ao lado, mas veio me cumprimentar.

—E aí Daisuke!

—Fala Luther! - demos um aperto de mão.

—Sumiu hein?

— É tava meio ocupado.

Ele se voltou para a outra mesa e logo uma moça veio nos atender.

Era Charlotte. Uma bruxa, ela era morena tinha cabelos bem escuros e pele clara e seus olhos eram azuis. Já havíamos ficado, mas não foi para frente, nenhum de nós queria algo sério.

—Daisuke!

—E aí Charlotte ?

— Faz tempo que não o vejo!

—Trabalho haha.

—Ah... entendi. Trabalho acaba com a gente.

Nós dois rimos.

—E aí? O que vai querer?

— Bom... Vou querer uma cerveja, uma porção grande de batatas e...- ainda não sabia o que pedir para a Kalena.

Me virei para ela que olhava fixamente para Charlotte enquanto esta anotava o pedido, seus olhos pareciam mais escuros, mas acho que era só impressão.

—O que você recomenda para alguém que nunca bebeu algo alcoólico?

—Hum... Temos drinks leves e doces que são feitos a base de frutas. - Charlotte apontou no meu cardápio. -Geralmente são o que fadas pedem.

Mostrei para Kalena que olhou rápido para o cardápio e já decidiu.

—Morango.

—Hum... ok! Daqui à alguns minutinhos eu volto.

Charlotte saiu, deixando eu e Kalena sozinhos.

—Não gostei dela.

Eu me virei para Kalena, que olhava para o palco, onde a banda se arrumava.

—Por quê? Ela foi super gentil.

—Hum...

Droga... Eu fiz alguma coisa de errado?

Luther passou perto da minha mesa com uma bandeja e eu fui atrás dele.

—Hey! Luther!

— Oi Daisuke, algum problema?

—Nada demais. Só queria saber se você podia atender minha mesa.

—Hum... Por que? Não tá afim de falar com a Charlotte?

— Não conte para ela ok? É só você mandar ela pra uma mesa cheia de caras que ela nem vai se importar.

— Eu sei. - ele pensou um pouco. -Relaxa. Vou ver o que eu faço.

—Valeu Luther, você é o melhor.

Corri de volta para a mesa. Kalena me encarava.

—O que foi?

—Nada. Você só saiu correndo e me deixou sozinha.

—Foi mal, eu precisava falar com Luther.

—Com Luther? -perguntou... irônica?

—Sim. Por quê?

—Hum...

Aquilo era... ciúmes? Não, não podia ser.

— O que foi Kalena? -Perguntei enquanto esticava o meu braço esquerdo pelo encosto do banco, assim me aproximando de Kalena. Que olhava novamente para o palco.

—Nada.

—Nada?

—Nada!

Droga. Ela estava chateada.

—Quer ir embora?

Ela olhou para mim.

— Não, não. Desculpe se dei a entender que não estava gostando daqui. Só... Só não saia correndo de novo.

—Ok... - estávamos com os rostos bem próximos, não teve como não encarar os lábios dela, tão próximos dos meus. - Desculpe. - sussurrei, involuntariamente me aproximei mais de Kalena.

—Cerveja, batatas e um um drink de morango...

Demos um pulo e no viramos para Luther que estava parado de frente para mesa com uma bandeja e em cima o nosso pedido.

—Certo? -Ele perguntou sorrindo. Filho da mãe.

—C... Certo. - respondi.

A banda começou a tocar e começamos a comer. Fiquei olhando meio distante, para Kalena. Ela pareceu gostar da bebida. Mas não era bem nisso que eu me preocupava.

Conhecia a música que eles tocavam, era "Demons" do Imagine Dragons.

Kalena pareceu reconhecer a música também, pois tirou a concentração da bebida vermelha e se virou para a banda.

Ela falou algo, mas mesmo com a audição boa, eu não pude ouvir claramente, por conta da música alta. Tive que me aproximar dela, que colocou a mão em concha perto da minha orelha.

— Gosto dessa música! - Droga. Ela estava tão próxima e senti um arrepio quando ela terminou a frase.

Estiquei o braço novamente no encosto da banco e falei em seu ouvido.

—Também gosto.

Voltamos a nossa atenção para a banda.

— I want to hide the truth..

—I want to shelter you... -Olhei para Kalena, que agora havia cantado.

—But with the beast inside. -Eu cantei.

—There’s nowhere we can hide. -Agora foi sua vez.

Agora cantávamos juntos.

—No matter what we breed

We still are made of greed

This is my kingdom come

This is my kingdom come

When you feel my heat

Look into my eyes

It’s where my demons hide

It’s where my demons hide

Don’t get too close

It’s dark inside

It’s where my demons hide

It’s where my demons hide

Sorrimos um para o outro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♡
Links
A light that never comes : https://www.youtube.com/shared?ci=Gi36kBfjIPY

Demons: https://www.youtube.com/shared?ci=zDx_3X_7bic



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