Freedom escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 10
O beijo gelado mais quente


Notas iniciais do capítulo

Anos se passaram e eu voltei. Me perdoem, é que eu me senti sozinha escrevendo isso. Por favor, Comentem!



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N: Hellen 

 

Depois que o Francis invadiu, ninguém mais botava o pé no laboratório. Era território inimigo. Então eu fui escondida, torcendo para que ninguém me visse. O lugar estava vazio, mas uma fina fumaça cobria meus tornozelos. O lugar era quase todo branco e azul, com uma enorme janela com vista para a floresta e uma enorme estátua de uma pantera. Continuando a caminhar, vi uma câmara de criogenia, aberta, um pouco assustada, fui até os computadores, procurando alguma informação. Foi quando ouvi uma voz atrás de mim. 

— Calma! Ainda não terá o que veio buscar. 

Me virei bruscamente e fechei a cara. 

— Estou mais interessada em saber como você sobreviveu. 

— O tempo que Wade ficou atrás de mim, eu me preparei. O tiro na cabeça foi o que eu precisava para ativar o soro. Agora, minha vez: preciso de uma coisa sua. 

— Pra que seria isso? Te aprimorar? Dominar o mundo? O que seria essa coisa? 

— Não é muito importante, mas eu preciso que você aceite ficar do meu lado antes que eu diga. E eu sei que você mata por prazer. Se ficar do lado deles, nunca mais fará isso. 

— Eu não sou uma psicopata. Não vou me vender por violência gratuita. 

— Você tem razão! -  disse ele caminhando em minha direção - Você não é uma psicopata. Você cria laços. Se apega. Não é mesmo, Hellen? 

Em seguida, desapareceu. Eu realmente achei que era ele, mas era mais uma projeção. E atrás dele, lá estava o pálido homem de cabelos castanhos, se costas pra mim, parecendo se acostumar com uma prótese de metal nova, apoiando a mão no ombro metálico e abrindo e fechando a mão. Eu congelei. Não sabia o que falar, vendo ele assim, vivo, tão perto. Meus olhos começaram a lacrimejar e eu abri um enorme sorriso, mas ainda não conseguia falar direito. O lugar estava muito frio e eu sabia que quando ele me abraçasse, o metal de seu braço estaria gelado. Mas que diferença fazia? Eu simplesmente chamei. 

— Barnes? 

Ele se virou para mim com um olhar de fúria, me assustando. Dei alguns passos para trás, me apoiando na mesa, mas ele se virou e correu, desferindo um soco em meu rosto. Eu me regenerei, mas ele me pegou pelo pescoço e me ergueu, me fazendo segurar seu pulso assustada. 

— Bucky... sou eu! Por favor, esse não é você! É um bonequinho da Hidra! 

Ele não respondeu, apenas me jogou contra o vidro, me fazendo o atravessar, mas eu parei no ar, flutuando. Comecei a tirar os pedaços de vidro do corpo enquanto ele me observava. ao terminar de me curar, o empurrei contra a parede e, com minha manipulação de matéria, fiz a parede algemar seus pulsos e calcanhares. 

— James, esse não é você. 

Ele arrebentou o que o mantinha preso na parede e, antes que algo pior pudesse acontecer, movi um cilindro de oxigênio e o bati contra suas pernas por trás, o fazendo cair. Flutuando até ficar sobre ele, prendi seus pulsos novamente e me sentei sobre seu peito, pondo meus dedos sobre a lateral de sua cabeça, usando a telepatia e a manipulação mental para trazer suas memórias de volta. Ele gritou muito alto, mas então vi uma luz vermelha piscando em seu pescoço, e logo a retirei. Assim ele desmaiou e eu me levantei, me afastando. 

Logo, ele se levantou também, atordoado e dolorido. Com um sorriso aliviado, chamei de uma forma mais descontraída. 

— Jin? 

— Hellen. - ele falou, quase na mesma hora – Só você me chama assim. E eu nunca vou esquecer a sua voz. 

Lentamente, ele caminhou até mim, mas eu não consegui reagir. A luta me deixou muito cansada, e eu estava lutando para me manter de pé. Então ele parou diante de mim e ficou me observando. Meus olhos se prenderam nos dele, mas eu não consegui reagir nem dizer nada, até que finalmente, ele quebrou o silêncio. 

— Diga alguma coisa. Para eu acreditar que você está aqui mesmo, e não é uma ilusão da minha mente. 

Ao invés de dizer, eu o abracei pelo pescoço e apoiei o rosto em seu pescoço. Ele estava sem camisa, e normalmente eu não gostava muito de ter contato com qualquer namorado usando pouca roupa, mas eu não me importei com isso. Ele apertou minha cintura e implorou. 

— Por favor. Quero ouvir sua voz de novo. 

— Eu fiquei com medo de ser mentira. Quando me disseram que você estava vivo. Eles disseram que você morreu. Achei que você não se lembraria de mim. Estou tão feliz! 

— Eu me lembrei de algumas coisas, aos poucos. Também estou muito feliz por você ter me encontrado, mas eu devia acordar apenas quando encontrassem uma cura para o meu dano mental. 

— Eu posso te ajudar. Agora eu posso. 

Em seguida, afastei meu rosto e apoiei a mão em seu rosto, com um sorriso emocionado e ele apoiou sua testa na minha, com um sorriso apaixonado. Aqueles olhos azuis cansados pareciam tão vivos para mim. Eu estava mais feliz do que nunca. 

— Não vai embora de novo. Eu não vou aguentar te perder mais uma vez. 

— Você não vai me perder. E eu não vou te esquecer. Não mais. 

Em seguida, ele tocou seus lábios frios nos meus como se fosse a última vez que ele o faria. Foi um momento para matar toda a saudade que que foi acumulada durante todos esses anos. Apertei seu pescoço e abri a boca um pouco mais, deixando minha língua entrar para tornar o cainho frio e quente ainda mais íntimo e amoroso, e ele em resposta acariciou meus cabelos e retribuiu tão apaixonado quanto eu. 

Tínhamos problemas, mas quem liga? Tudo o que importava era o outro lá e aquela chama entre nós que parecia aquecer o ambiente. Ao fim do beijo, nos afastamos e eu ri fraco, o olhando nos olhos novamente. 

— Eu tenho a leve impressão de que eu preciso ir. E você vem comigo. Tem coisas ruins acontecendo. Precisamos recuperar os poderes da Zoe. 

— A amiga albina do Steve? Perdeu os poderes? 

— É uma longa história... o que me faz penar... que eles esconderam você de mim. Isso me dá ódio. 

— Deve ter sido por um bom motivo, Hellen. Você não deveria se amargurar tanto com isso. 

— Não importa. Você tá aqui. Agora, eu adoraria aproveitar um pouco mais o tempo antes de irmos. Que tal mais um frio beijo quente? 

 

N: Zoe 

 

Eu não consegui dormir naquela noite. Troquei meu pijama por alguma roupa e caminhei para o elevador que me levou até a sala de jantar, onde encontrei Sam. Ele sorriu para mim e eu me aproximei, me sentando ao lado dele. Ele estava usando apenas uma calça de moletom camuflada e encarando um copo d'água. 

— Aposto que quando as pessoas dizem "a vida não é um mar de rosas", elas pensam em problemas muito mais simples que esses. 

— Nenhuma pessoa normal precisa se preocupar com mostos voltando ou filhas que viraram assassinas e não se lembram de você. 

— Então você tem muita certeza de que é ela. 

— Na verdade, não tenho mais tanta certeza. Ela afirma ter vivido com os pais e se lembrar deles. 

— Eu já vi casos na Hidra de memórias implantadas.

— Hellen tem poderes psíquicos, é capaz dela ser imune a qualquer um desses métodos. 

— Em teoria. Mas e se não for assim de fato? 

— Quais são as chances? Eu provavelmente me iludi com falsas evidências. Mas... eu ainda sinto algo muito forte. Ainda tenho a profunda sensação de que estamos ligadas de alguma forma. 

— Aquela garota é muito parecida com você. A Zoe destemida e brincalhona que eu conheci, que não perdia uma piada e gostava de fazer enigmas e ser misteriosa. 

Ri com sua lembrança, pegando o copo que ele encarava e dando um gole. 

— Acabei sendo misteriosa até demais. 

— Não vamos entrar nesse assunto. Não merece ser discutido. 

— Você sabe que eu te amo. E não ia mentir pra você sem um grande motivo. 

— Eu sei. Mas tenho que admitir, foi revoltante. - respondeu ele, dando uma risada fraca. - Mas está tudo bem agora. Estamos aqui, e você está completamente desmascarada. 

— Obrigada pela segunda chance, mesmo no meio de toda essa confusão. 

— O futuro é imprevisível para pessoas como nós. Até mesmo para você. Vai que algum dia a gente consegue fazer igual o Barton? Casar, ter filhos, morar numa fazenda... 

— Uma fazendinha conseguiria nos manter longe de confusão? 

— Se você diz, provavelmente vai correr atrás disso. 

Ri com seu comentário. Eu não tinha visões fazia um bom tempo, então supus que as coisas ficariam como estão, então apenas ignorei seu pensamento. Sam quase me pediu em casamento naquela conversa, mas eu ignorei. No fundo, nós dois sabíamos que lutamos demais para aquela relação se manter de pé e ela não iria acabar sem um bom motivo. Foi quando ouvimos a voz de Hellen. 

— Acho que vocês me devem explicações. 

E lá estava ela, de mãos dadas ao Soldado Invernal. 


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora, mas eu tô voltando! Prometo!



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