Escolhas escrita por Bianca Saantos


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

OEEEEE GALERINHAAAAAAA
NÃO DEMOREI NÉ
Sei que porque eu demorei um tempão, muitas pessoas ainda não viram o capítulo anterior, e por isso não comentaram, mas estou postando mesmo assim em consideração a todos os meus leitores e principalmente aos que comentaram no capítulo anterior. Obrigada de verdade.
Espero que gostem do capítulo de hoje, fiz com muito carinho e tem muito do nosso casal preferido.
Boa leitura amoras!!!!



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León

 

A tempestade já havia desabado sobre nossas cabeças e nada do táxi chegar. Olhei para Violetta que está encharcada e com frio enquanto tenta inutilmente se aquecer no próprio abraço. Olhei para Francesca que tremia no abraço do Diego, enquanto o mesmo murmurava insultos pelo táxi demorar tanto. Sem pensar duas vezes, tirei o casaco do smoking e rapidamente passei pelos ombros de Violetta. Ela me olhou assustada, mas não dei chance dela se esquivar.

— Não precisa... – tive de cortá-la.

— Eu insisto. – murmurei.

Ela deu um sorriso de lado agradecido e eu, bobo como sou, tive que piscar os meus olhos várias vezes para saber se aquele sorriso era mesmo real e direcionado a mim.

— É muito gentil, mas você pode acabar pegando um resfriado.

— Não me importo. – murmurei incapaz de desviar os nossos olhares.

As bochechas dela ficaram coradas e mesmo com a tempestade caindo sobre nossas cabeças, pude perceber que ela estava desconfortável, e antes que eu pudesse prolongar o meu agrado em olhá-la, o táxi chegou, nos dispersando com o som da buzina alta.

Diego ajudou Francesca a entrar, mesmo com os protestos dela de que estava bem o suficiente para se virar sozinha, me fazendo rir, era bom saber que os meus amigos continuavam os mesmos. Indiquei que Violetta entrasse em seguida, enquanto Diego ia até a calçada pegar a carteira que havia caído de seu bolso.

Assim que Violetta entrou, me apressei em entrar também, mas uma mão firme pousou em meu ombro, me detendo de tal ato. Era o Diego.

— Foi impressão minha ou vocês... – nem o deixei terminar.

— Foi impressão sua. – murmurei.

E assim entramos no táxi.

 

Violetta

 

O clima naquele táxi estava quente. Nossas respirações estavam abafadas fazendo com que os vidros daquele ficassem embaçados. Francesca escrevia o próprio nome na janela embaçada, e Diego apenas olhava a vista pela outra. Eu estava entre Francesca e León. Por algum motivo o meu corpo está tenso e em estado de alerta. Nunca pensei que fosse estar ao lado dele, não tão cedo, não tão repentino, e por incrível que pareça, não senti repulsa ou nojo. Pra falar a verdade não estou sentindo nada, apenas uma estranha onda de desconforto e... Calor? 

Foi só aí que percebi que minha mão estava sobre a de León no estofado no banco.

Pelo meu movimento, León voltou seu olhar para mim. Um calafrio passou pelo meu corpo quando vi aqueles olhos esverdeados se concentrarem nos meus de forma tão calorosa, e pelo visto não era só eu que estava com calor dentro daquele táxi.

Tentei recuperar o ar que os meus pulmões tinham perdido, mas tudo que consegui foi ficar cada vez mais sufocada e agoniada. Era tão perturbador estar ao lado dele novamente depois de tanto. Muitas emoções, muitas sensações que eu não me permiti sentir por muito, muito tempo.

Um pouco retraída, tirei minha mão de cima da sua, e ele me olhou com um sorriso compreensivo. Não tivemos um passado rápido, namoramos por tanto tempo, foi tão forte, e se eu, apenas tocando na mão dele, consiga sentir a maioria dos sentimentos passados, imagina se... Meu Deus, isso é surreal, às vezes penso o quão forte é a minha ligação com o León, mesmo depois de tanto tempo separados e de tudo que ele já me fez sofrer, e de todas as noites que eu passei em claro chorando por suas mentiras.

Minha respiração acelerou quando percebi que ele olhava para os meus lábios entreabertos. Odeio essa chama que queima no meu corpo simplesmente por causa do olhar dele.

— Violetta, nós já... – a voz de Francesca me assustou de tal forma que eu saltei no banco onde eu estava sentada. – Céus garota, o que foi?

— Eu... Eu me assustei. – murmurei completamente sem fôlego.

— Só queria avisar que já estávamos chegando. – disse segurando o riso.

Assenti, e voltei o meu olhar para minhas mãos, que estavam entrelaçadas uma as outras em meu colo. Pior do que ainda sentir algo pelo seu ex, é sentir um chama queimar de dentro para fora com o simples fato de estar ao lado dele.

Não demorou muito para chegarmos a frente de minha casa. Francesca iria dormir lá hoje, o que não era nenhuma surpresa para mim, já que ela vinha evitando o Marco todos os dias.

— Tchau León e tchau Diego, não vou dar beijo em ninguém que nem eu estou suportando esse cheiro de bebida em mim. – Francesca disse fazendo cara de nojo enquanto os garotos riam.

— Tchau Diego. – murmurei dando-lhe um beijo na bochecha. – Até um dia desses.

— Até. – Diego sorriu.

— Tchau León. – minha voz saiu baixa e trêmula ao perceber que os nossos lábios estavam tão próximos um do outro. Seus olhos ficaram intensos e eu senti a minha pele queimar por inteiro. Isso realmente está proibido de acontecer.

Dei um beijo rápido em sua bochecha e saí o mais rápido que consegui daquele táxi, porque até o ar estava me sufocando.

Mas assim que fechei a porta, e o carro partiu, senti as minhas pernas vacilarem, e as batidas de meu coração ficarem mais rápidas. Se isso não é o que eu estou pensando, o que será?

 

Diego

 

— Caraca, o que foi isso?! – perguntei assim que o táxi deu partida em direção ao próximo destino, que seria a minha casa.

— Não sei do que você está falando.

— Corta essa cara, o clima ficou tenso do nada nesse carro. – falei e León me olhou com os olhos arregalados.

— Você sentiu também? – perguntou constrangido.

— Só um idiota não perceberia o clima tenso e quente entre vocês dois. – ri. – Aposto que até a Francesca percebeu.

— Foi estranho, confuso e sim, muito quente. – riu. – Eu não sei o que aconteceu comigo... – respirou alto e jogou a cabeça para trás, fechando os olhos. –... Ela continua incrível e linda.

— Você não a esqueceu depois de tudo que passou, não é? – perguntei vendo no modo de falar dele.

— Estaria mentindo se negasse. – disse baixo.

Quis falar do tanto que ela sofreu depois que ele foi embora, e também do tanto que ela sofreu quando ele a traiu, mas por algum motivo, senti que não estaria sendo justo se jogasse todos os sofrimentos da Violetta na cara dele, quando ele claramente ainda sofria por eles dois. Era estranho, mas algo ainda machucava o León de forma profunda.

— Ela está namorando, não está? – León perguntou me tirando dos meus devaneios, e eu demorei alguns segundos para recuperar o meu raciocínio. – Deixa pra lá. – riu desajeitado. – Não é da minha conta.

— Não, calma. – ri. – Não que eu saiba, nunca vi a Violetta com ninguém, a não ser que ela seja bem discreta em relação a isso, mas com certeza Francesca daria com a língua nos dentes em algum momento, você sabe que ela não é boa com segredos. – rimos.

— Sei... – sorriu. – Mas ela já deve ter seguido em frente, depois de tanto tempo.

Minha vontade foi de dizer que ela não seguiu em frente coisíssima nenhuma, mas isso pegaria mal pra ela, então não consegui contrariá-lo, gosto muito da Violetta, e se eu dissesse isso, estaria a chamando de fraca mesmo que sem intenção.

— Acho que vocês precisam conversar. – falei por fim. – Tem muita coisa mal resolvida, que eu não faço a mínima ideia, mas tem.

— Ô se tem... – o escutei sussurrar e franzi a testa. – Ainda não entendo metade das coisas que nos aconteceram uns meses depois de eu ter viajado, mas... Eu não quero remexer o passado agora, foi horrível no começo e pode ser horrível agora. – disse fazendo uma careta de dor e eu pude confirmar minhas suspeitas de que ele ainda sofria. – Não estou psicologicamente preparado. – deu uma risada fraca.

— Acho que entendo. – dei um sorriso. – Mas um dia vocês vão ter que se esclarecer, porque foi muito estranho ver Violetta sem León e vice-versa.

Ele assentiu e abaixou a cabeça parecendo desconsolado, e eu me perguntei se ele tinha consciência que eu sabia que ele havia traído Violetta ou se a Violetta tinha consciência de que talvez a traição de León não tivesse passado de um grande engano.

— Chegamos. – o taxista disse alto, chamando a nossa atenção, e eu quase me esqueci de que tínhamos plateia nos escutando.

— Até logo cara. – dei um abraço em León. – Foi bom te reencontrar.

— Digo o mesmo. – ele sorriu. – Até um dia desses, espero.

— Até.

 

Francesca

 

— Vilu? – murmurei depois de completar exatas meia hora de que a Violetta estava sentada em sua cama olhando para a parede sem dizer uma palavra sequer.

Ela piscou os olhos apressadamente e se virou para mim, parecendo estranhamente inexpressiva. Sei que talvez esse encontro repentino com o León tenha bagunçado os sentimentos e a mente dela, mas não imaginava que a pudesse deixar tão sem palavras.

— Na sua concepção de psicóloga, seria ruim demais para o meu psicológico eu querer falar sobre o que aconteceu hoje? – ela perguntou timidamente e eu abri um sorriso.

— É claro que não.

— Eu senti aquilo Francesca. – ela disse suspirando como se fosse um segredo que ela enfim pudesse estar revelando. – E se eu fechar os olhos... – ela os fechou. – Se eu fechar os olhos, ainda consigo sentir o arrepio e a formigamento na pele ao imaginar os olhos esverdeados dele me olhando intensamente. – ela sorriu brevemente e abriu os olhos. - É como se eu sentisse... Calor?

— Calor? – perguntei sorrindo e ela assentiu com as bochechas avermelhadas. – Ah Vilu! – a abracei.

— Depois de tanto tempo... – ela murmurou em meu ombro. – É como se eu enfim pudesse saber o que é sentir desejo de novo.

— Eu acho tão incrível essa sua capacidade de ser sincera e tão pura. – me afastei para olhar em seus olhos. – E se você realmente ainda sente isso, é porque a sua história com o León, está completamente longe de terminar.

— Ou talvez já tenha terminado no momento em que ele me traiu e eu estou aqui desejando o cara que me fez passar o maior perrengue da minha vida.

— Duvido muito. – sorri compreensiva.

 

León

 

Depois de chegar ao meu apartamento à única coisa que eu precisava era de um banho quente, se não era capaz de pegar uma pneumonia de tão molhado que eu estava. Às vezes acho que eu deveria me preocupar mais com minha saúde.

Tirei a roupa molhada e pendurei, liguei o chuveiro e sem demora entrei dentro do box. Fechei os olhos, e deixei que a água caísse em minha cabeça, relaxando os meus ombros. Grande erro. Ao fechar os olhos, a primeira imagem que me veio à cabeça foi a de Violetta e os seus olhos castanhos me olhando com um misto de expectativa medo, seus lábios entreabertos e sua respiração desregulada.

Aquela sensação me remeteu a um passado distante que mexeu com a minha mente e o meu corpo. E pequenos flashes de memórias passaram pelo meu cérebro naquele momento.

Eu a chamei, mas antes que pudesse dizer que aquela era a visão mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida, ela cobriu os olhos se escondendo de mim.

Respirei fundo tentando acalmar os meus ânimos.

Suas unhas foram de encontro as minhas costas, arranhando sem pudor, deixando as marcas do seu descontrole em meu corpo, grunhi seu nome não reconhecendo o meu próprio tom de voz.

— Preciso muito de você. – me lembro do meu tom de voz desesperado em meio a um de nossos beijos antes do grande momento.

Como essas lembranças conseguiam estar tão vivas no meu consciente?

— Eu também preciso. – ela disse convicta e foi o que bastou para que eu tomasse a coragem de estar dentro dela e...

Coloquei o chuveiro na água fria, antes que eu ficasse mais animado e corresse atrás da garota que roubou os meus pensamentos e os movimentos do meu corpo com apenas um reencontro.

— Eu ainda preciso dela? – perguntei confuso de olhos fechados numa pergunta silenciosa que só Deus poderia me responder.

Terminei o banho às pressas com medo de que se demorasse mais um segundo debaixo daquela água pensando na Violetta, eu pegasse a chave da minha moto e fosse até a casa dela e a tomasse em meus braços, como fazia antes de tudo, que eu ainda não sei o que, acontecer.

 

***

 

Estava na minha cama jogando em meu celular, quando escutei a porta bater com força quase me fazendo cair da cama de susto.

— Onde você estava?! – Gery perguntou em um grito furioso chutando os próprios saltos assim que entrou no apartamento, mais especificamente no meu quarto.

— Bem aqui. – murmurei enquanto largava o celular. Não fui totalmente sincero, mas jamais iria contar que saí sem rumo por aí com Diego e encontrei duas pessoas que ela não gostava nem um pouco.

— Por que não me avisou que iria embora mais cedo?!

— Porque eu queria ir embora, e você estava tão furiosa quanto está agora.

— Isso não justifica.

— E também porque se eu te falasse talvez não me deixasse ir embora daquela festa nunca. – continuei.

— Ou eu poderia ter ido embora junto.

— Eu sei, e você também sabe tanto quanto eu que, Gery Cauviglia, mais conhecida como você mesma, jamais sai de uma festa sem antes dela chegar ao fim. – falei calmamente me sentando na cama e ela me olhou chocada. – Estou dizendo alguma mentira? – perguntei erguendo uma sobrancelha desafiadoramente e ela grunhiu.

— Você esgota todas as minhas paciências León! Todas! – gritou furiosa, indo em direção ao banheiro.

Voltei a pegar o celular, continuando o jogo que eu havia interrompido antes de Gery chegar aos gritos. Um sorriso brotou nos meus lábios, ao me lembrar da escapada que dei daquela festa, porque por um breve momento, me senti normal, entre amigos, e não um sujeito famoso que não tem amigos verdadeiros em volta, apenas uma namorada que se importa demais com a minha carreira. Sem contar que relembrei pequenas recordações das expressões de Violetta, sua careta insatisfatória, os olhos brilhantes, suas bochechas coradas e o seu sorriso tímido de lado que me fez pensar nos primeiros dias que eu a conheci nos corredores do nosso antigo colégio.

— O que é isso? – Gery perguntou vagarosamente saindo do banheiro segurando a roupa que eu usei na festa.

— A roupa que você me pediu para usar. – murmurei voltando os meus olhos para o jogo do celular, não estava muito a fim dos ataques histéricos dela.

— Isso eu sei, mas elas estão encharcadas. – disse com a raiva contida e eu fui obrigado a olhar para ela. – Por que estão molhadas?

— Tomei um pouco de chuva. – murmurei.

Ela me olhou desconfiada e em seguida olhou para as peças de roupas encharcadas demorando três ou quatro segundos, como se as tivessem examinando, como se fossem material exclusivo de um crime perfeito.

— Onde está o seu casaco?

— O que? - como ela foi capaz de reparar em um detalhe como este?

— Onde está o seu casaco? – ela murmurou com a voz trêmula e pelos seus olhos vermelhos, pensei que ela fosse chorar a qualquer instante.

Droga. Eu havia emprestado para Violetta. Esqueci completamente de pedir o casaco de volta, fui disperso, como sempre.

— Devo ter esquecido dentro do táxi. – falei tentando parecer natural.

Gery se sentou na cama com os ombros cansados, largou as roupas no chão e apoiou o rosto nas mãos, e eu pensei que ela estivesse realmente chorando agora, e por esse motivo, me aproximei da beirada da cama onde ela estava, tentando me mostrar um bom namorado.

— Você não está mentindo para mim, não é? – ela perguntou com a voz baixa erguendo os olhos vermelhos e marejados em minha direção. – Eu não suportaria ser enganada, não por você.

Apenas balancei a cabeça e a abracei, se eu dissesse alguma coisa, era capaz de Gery me matar ali mesmo. Ela me abraçou com mais força e sussurrou algo que nesta noite, eu não me sentia digno de ouvir.

— Eu te amo muito León.

Apenas continuei abraçando-a, dizer isso para mim nunca pareceu difícil, mas sempre houve um bloqueio muito grande em mim para dizer isso a Gery, é como se nenhum momento fosse o certo o bastante para dizer que eu a amo. E talvez eu não consiga, porque eu não sinto.

Depois de vários minutos abraçados, adormecemos.

 

***

 

Gery

 

Acordei no outro dia com sono e um pequeno torcicolo. León não parou quieto um segundo durante a noite inteira, sem contar que ficou murmurando coisas incoerentes durante horas e horas na madrugada, coisas do tipo: "Preciso de você", "Mais do que tudo", "Para sempre", e eu espero que cada palavra desse sonho que ele disse em voz alta tenha sido só para mim.

Fui até o banheiro e tomei um banho quente tentando relaxar os meus músculos tão tensos devido a nossa briga de ontem e a minha noite mal dormida. Escovei os dentes dei uma arrumada no meu cabelo, que apesar de ser curtíssimo, precisava de cuidado. Vesti um vestido solto e quando saí León ainda dormia como pedra.

Revirei os olhos e peguei a peruca loira dentro do guarda-roupa, vou comprar algo para comer, e eu não sei por que o León ainda não contratou uma governanta para cuidar de tudo, facilitaria bastante a minha vida e principalmente a dele.

— Senhorita. – o porteiro Otávio cumprimentou e eu tirei os óculos escuros para que ele me reconhecesse. – Ô senhorita Gery. – abriu um sorriso. – Bom dia, como está? – perguntou simpático.

Eu não fui acostumava a tagarelar com porteiros, mas Otávio era diferente e bem menos intrometidos do que a maioria que eu conheço.

— Muito bem e o senhor?

— Muito bem também. – sorriu deixando o jornal que estava lendo sobre a bancada.

— O que estava lendo aí?

— Estava lendo sobre a previsão do tempo, e iria ler sobre uma festa que aconteceu no Aires Palace ontem. – explicou completamente gentil.

De repente perdi a vontade de comer.

— Seu Otávio, o senhor teria um desse jornal para mim? – perguntei fingindo um sorriso de simpatia.

— É claro, na verdade tenho muitos, só estava esperando dar onze horas para entregar na porta de cada um. – respondeu tirando um exemplar de dentro da gaveta e me entregando. – Aí está.

— Muito obrigada, o senhor é muito gentil. – agradeci e ele apenas balançou a cabeça com um sorriso grande.

Peguei o jornal e entrei no elevador novamente, dessa vez voltaria ao apartamento. Que engraçado, não sabia que as coisas sobre a festa de ontem sairiam tão cedo assim, ainda mais em um jornal que é entregue de graça para a população.

Entrei no apartamento e mal pude sentar que já estava com os olhos grudados no jornal. Espero que tenham falado sobre mim e do quanto eu estava arrasando na noite passada. As primeiras notícias eram sobre o clima, depois sobre automóveis, depois sobre moda, uma moda muito péssima diga-se de passagem, e aí sim, sobre a festa de ontem, contada na voz de Iara Carson, que eu já havia conhecido tempos atrás, porque por incrível que pareça ela também era conhecida em Los Angeles, e eu não sabia que alguém tão bem conceituada, também escrevia em jornais tão bregas.

 

 Notícias quentinhas sobre a noite no Aires!

Uma reportagem por Iara Carson

Eu, Iara, tenho a honra de informar a toda a gente maravilhosa de Buenos Aires tudo de importante que correu na festa M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A que no Aires Palace ontem à noite.

Primeiramente, devo informar que Leonor Alcântara estava A-R-R-A-S-A-N-D-O, e quando eu digo: A-R-R-A-S-A-N-D-O é porque ela estava mesmo. Leonor vestiu um dos vestidos caríssimos de Alexandre Guido, e estava usando saltos da minha coleção! Exatamente! Se eu estou me achando?! É claro que estou! Não é todo dia que tem uma estrela usando o salto alto da sua mais nova coleção, né amores?! E só para os que não sabem, os meus saltos estão sendo vendidos em todas as lojas do país! Aproveitem, os preços estão em conta, e em breve teremos uma promoção pra quem ainda não tem condições.

Agora vamos para a fofoca da vez! E fiquem sabendo que não é do meu feitio contar fofocas, já que não é esse o foco das minhas reportagens, porém o meu dever é publicar tudo que acontece no mundo da fama, e infelizmente alguns escândalos não passam despercebidos por mim.

Já sabem quem voltou?!

NÃO?!

COMO ASSIM?!

Pois eu já vou dizer!

O cantor teen mais famoso no mundo inteiro atualmente, León Vargas, acaba de voltar para a cidade, para alegria das fãs! Pois é! Ele compareceu ao Aires ontem à noite! E não para por aí! O gato chegou acompanhado da namorada, Gery Cauviglia que, diga-se de passagem, estava maravilhosa, usando um vestido azul Royal magnífico.

Mas as novidades não param por aí (Pra falar a verdade, é agora que vem a fofoca)...

León chegou com a namorada, mas Gery foi embora sozinha...
Segundo fontes muito seguras, o cantor foi visto na companhia de um amigo + duas garotas, depois de ter saído uma hora mais cedo da festa.
A foto abaixo segue para confirmar o que eu estou dizendo.

Mas e aí? Quem eram as garotas hein León? E Gery? Como será que modelo reagiu a isso? É isso amores, até a próxima novidade!

 

Meu sangue ferveu e eu atirei a revista na parede. Como é que pessoas assim conseguem essas notícias tão rápidas?! E pior ainda, onde é que o León se meteu ontem à noite para ser visto com duas sem noções?! E eu aposto que ele estava com aquele tal de Diego, já vi que esse cara não é confiável.

Escutei a respiração alta de León vindo do quarto, e sei que isso significa que ele estava tendo em um sono muito pesado. Levantei calmamente do sofá, tentando controlar a minha raiva misturada ao meu desgosto, porque a vontade era de chutar e quebrar tudo ao meu redor. Peguei o meu celular. Precisava ligar para minha mãe urgente, preciso de uns conselhos.

Fui até um canto na sala e disquei o número dela.

Bonjour, mon amour.

— Não me diga que a senhora está na França novamente mamãe... – murmurei me sentindo cansada de repente, só por imaginar o quanto aquilo estava me custando.

Mas é claro que eu estou, mon cher. Precisava espairecer, estou andando muito estressada ultimamente.

— Estressada com o que, posso saber? – perguntei irritada sabendo que ela não fazia nada da vida, a não ser viagens caras e salões de beleza as minhas custas.

Terminei com o meu italiano. – disse em um tom falso de tristeza.

— Que pena, mas aposto que já arranjou outro para substituí-lo.

Arrumei mesmo, um francês dono de uma empresa que eu não faço a mínima ideia do que seja.

— Espero que ele esteja te bancando, porque o meu dinheiro não nasce em árvore.

Vai me dizer por que me ligou, ou vai ficar tentando controlar os meus gastos?— perguntou deliberadamente e eu revirei os olhos.

— Preciso de ajuda. – quase sussurrei.

Ó meu Deus!— ela exclamou e pude perceber que estava contente. – Fico até emocionada por saber que posse ser útil pra você minha filha...— disse claramente emocionada, e eu revirei os olhos mais uma vez.

— Ah mamãe, por favor, a senhora sabe que eu odeio drama. – murmurei. – E só preciso da sua ajuda porque não tenho a mínima ideia de como fazer com que o León me ame. – continuei.

Você sabe que eu não sou cupido, não é?

— Mas é claro que eu sei. – bufei. – Só quero o seu segredo de como segurar alguém que eu gosto muito.

Bom, pra segurar o seu pai eu engravidei de você.

— Mamãe! – gritei chocada e só depois me dei conta de que o León estava dormindo, mas por sorte ele tem o sono pesado.

Não falei nada do que você já não suspeitasse.

— Isso foi cruel. – murmurei chocada.

Ó, por favor, Gery. Você já me disse coisas muito mais sórdidas. – riu. – Diga-me o que quer que eu diga.

— Quero que me ajude a conquistar o León para sempre. – pedi. - Mas não quero fingir uma gravidez.

Hm...— ela pareceu pensar. – Sem inventar uma gravidez fica difícil. – ela riu.

— Ora mamãe... A senhora foi uma pilantra.

Mas respeito porque eu ainda sou sua mãe.

— Só me diga o que eu tenho que fazer. – pedi mais calma mbora com o desespero crescente dentro do peito.

Há quanto tempo estão juntos?

— Dois anos...

Meu Deus Gery! Você não se cansou dele ainda?!

— Mamãe, eu o amo.

Isso seria lindo, se não fosse trágico. – suspirou. – Chego a Buenos Aires em dois dias ou três se Frederick não me impedir.

— Vai vir para Buenos Aires?! – murmurei chocada mais uma vez.

Claro, minha filhinha está precisando de ajuda.

— Você é maluca. – ri.

Até logo, mon amour. – disse e logo desligou.

Com ela aqui, tudo ficaria mais fácil. Minha mãe podia até ser um pouco – muito – desmiolada, mas sempre consegue tudo o que ela quer.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Por que eu adorei escrevê-lo hahaha
Beijos amoras!!!
Até logo!!!!!!