Escolhas escrita por Bianca Saantos


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

OEEEEEE
HOJE É SEXTA!!!!!!!!!
Nem demorei, né amoras?
Voltei rapidinho hahahah
E vou tentar voltar de novo no final de semana !!!
Boa leitura!!!!!



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Violetta

 

E então eu olhei para o lado, com o coração apertado e o estômago embrulhado. León havia colocado novamente o capacete e agora estava indo embora em sua moto em uma velocidade absurda. Olhei para os olhos de Clement que brilhavam de paixão. E eu não aguentei, eram muitas emoções em meu coração, muitas dores, muitos arrependimentos. Então, como uma criança, desabei em lágrimas, lágrimas que eu queria ter derramado desde muito tempo.

— Não era essa reação que eu esperava. – Clement murmurou me envolvendo em seus braços, me apertando em um abraço muito mais que bem-vindo. – Calma. O que houve? Não foi a minha declaração que te fez chorar desse jeito, foi?

Apenas balancei a cabeça chorando copiosamente molhando sua camisa azul marinho, e apertando a suas costas, como se fosse capaz de despejar todos os meus arrependimentos ali, com ele. Por que ele tinha que ter voltado? Por que eu tinha que ter beijado o Clement por impulso? Por que fui tão burra, a ponto de me sentir mal com toda essa situação? E principalmente, por que eu estou chorando agora?

— Está mais calma? – ele perguntou afagando os meus cabelos.

— Eu preciso ir pra casa. – murmurei completamente atordoada.

— Eu te levo. – se prontificou.

— Não, não precisa. – recusei saindo dos seus braços.

— Eu insisto. Não vou te deixar ir nesse estado.

— Eu preciso desse tempo pra mim, preciso ficar sozinha, pensando, por favor. – pedi sem forças.

— Tudo bem. – pegou meu rosto em suas mãos, e deu um delicado beijo em meus lábios. – Qualquer coisa que precisar me chama. – disse e eu assenti sem forças pra qualquer outra palavra ou gesto.

Saí de perto dele, e olhei em volta desesperada para encontrar Francesca. E lá estava a minha amiga vindo em minha direção. Ela me deu um abraço rápido e eu segurei as lágrimas que queriam vir.

— Você o viu né? – perguntou baixo com os olhos em pânico.

— Você sabia que ele estava aqui. – afirmei e ela me olhou desesperada. – Você sabia Francesca! – a acusei. – Por que não me disse nada? – senti o meu corpo fraco, e tudo que eu precisava era uma cadeira para me sentar.

— Eu não sabia como você iria reagir... – murmurou. – Você estava se recuperando bem, eu não poderia falar que ele havia voltado Vilu, me desculpe. – segurou os meus braços. – Eu não sabia que você o veria tão rápido, eu esperava... Esperava que não se cruzassem tão cedo, mas...

— Eu estou me sentindo uma tonta. – tampei os meus olhos.

— Não amiga, já passou, calma. Vamos para casa. – pegou meu braço. – Chorar na frente das pessoas não é legal.

— Fran... – segurei as lágrimas. – Eu não quero ver ele nunca mais.

— Vilu, a vida não é assim. Uma hora ou outra vocês vão se esbarrar de novo, e de novo. Vocês moram praticamente no mesmo lugar, é impossível.

— Eu não posso. Não sei reagir a essas coisas. – murmurei ainda com os olhos tampados.

— Calma... – me abraçou. – Daqui a pouco você se muda para o seu apartamento, e não corre riscos de ver ele pela rua, já que vai ser bem próximo daqui.

— Você tem razão...

— Ótimo, agora vamos para casa, porque as pessoas estão adorando esse showzinho.

 

***

 

Gery

 

— Amor? – chamei ao ouvir a porta do apartamento bater e corri para a sala. Estava vestindo uma camisa de León enquanto desembalava uns copos para por dentro do armário. Tenho que fazer alguma coisa de útil enquanto estou aqui, sei que poderia estar hospedada em outro lugar, mas não faz sentido já que o meu namorado tem um apartamento só pra ele, e também não vamos ficar mais do que esse ano aqui em Buenos Aires, eu espero.

Assim que cheguei à sala, encontrei León sentado no pequeno sofá segurando o capacete e os papéis que eu tinha dado para ele levar a faculdade. Estranho. Pensei que ele iria pegar a moto que havia comprado e ir direto a faculdade, não que iria voltar e depois ir à faculdade.

— Que carinha é essa? – perguntei vendo seu rosto um pouco pálido.

— Acho que a minha pressão caiu. – ele disse um pouco atordoado colocando os cabelos desgrenhados para trás.

Corri até a cozinha e peguei um copo de água, minha mãe tem problema de pressão baixa, e é horrível, às vezes ela até chega a desmaiar. Rapidamente entreguei o copo para ele, e León bebeu de uma vez só.

— O que aconteceu pra você ficar assim? – coloquei a mão em sua bochecha, e o mesmo soava frio. – Você não tá bem mesmo...

— Não, acho que só foi uma queda de pressão mesmo.

— Se você diz... – murmurei desconfiada. – Mas vem cá, você pegou a moto e se esqueceu de entregar os meus documentos na faculdade?

— Desculpa. Eu estava um pouco transtornado, mas... – ele suspirou. – Você tem certeza que quer estudar naquela faculdade?

— Pensei que já havíamos discutido isso. – cruzei os braços começando a me irritar.

— Não, não é isso. É que existem tantas outras, por que aquela?

— Porque aquela é a melhor. – falei óbvia. – É uma das faculdades que a Maria Castillo frequentou!

— Ma... Maria Castillo? – ele gaguejou e em seguida ficou branco. – Desde quando você conhece essa mulher?

— León essa mulher morreu. – falei pausadamente, ele parecia transtornado demais para entender qualquer coisa que eu lhe dissesse. – Mas você a conheceu? Aliás... É óbvio que você sabe quem é essa mulher, e agora eu fiquei curiosa, como?

— Eu... – ele suspirou. – Eu acho que todo mundo sabe, ela era uma bailarina. Não era?

— Era sim. – cruzei os braços, desconfiada. – E estudou em diversas escolas e faculdades de artes, ela era um exemplo forte da arte.

— Entendi. – ele disse colocando o copo de água no chão.

— Ó, deixa que eu mesma passo naquela faculdade amanhã e entrego esses documentos. – sentei ao seu lado. – Agora que você chegou, pode me ajudar a arrumar o resto da cozinha, e mais tarde eu vou à casa dos meus avôs. O que acha?

— Tudo bem. – sorriu brevemente, e eu soube que nada estava bem.

 

***

 

Violetta

 

Eu estava deitada nas pernas de Francesca, enquanto ela fazia carinhos nos meus cabelos e cantarolava uma música de algum seriado que eu desconhecia. O meu desespero já havia passado, e agora eu estava pensativa.

Eu só o vi durante alguns segundos, foi tudo muito rápido. Ele tirou o capacete e olhou para mim, e quando eu me dei conta, eu estava beijando o Clement, e ele foi embora em seguida. Não reparei em cada traço de León, mas ele estava mudado, o cabelo estava um pouco maior do que ele era costumado a deixar. O seus olhos verdes ainda eram intensos, mas agora pareciam me causar agonia e desespero.

— Ontem eu fui à casa do León. – Francesca disse de repente.

— Por isso não queria que eu a fosse buscar? – perguntei já sabendo a resposta.

— Sim. – ela suspirou. – É melhor contar agora, não quero que descubra depois. – ela riu brevemente. – A mãe do Marco não estava doente, é que organizaram uma recepção para o León, e eu e Marco fomos convidados. Mas nós acabamos brigando, e aquele carro que você viu ontem... Foi o León que me trouxe até aqui.

Fiquei em silêncio por um momento. Eu realmente havia acredito que a mãe do Marco estava doente. Francesca deveria ser uma atriz.

— Eu conheci a namorada dele. – disse baixinho e eu senti o mundo parar por alguns segundos.

— Como ela é? – tentei parecer indiferente.

— Igualzinha como nas revistas. – contou. – Só que é ciumenta demais, e acho que não gostou de mim. Acredita que ela veio com a gente? Ela pensa o quê? Que eu vou agarrar o namorado no caminho de volta pra casa? Faça mil favores, né? – disse indignada e eu ri.

— Ele gosta dela? – perguntei sentindo algo doloroso preencher o meu coração.

— Eu não sei... – murmurou. – Ele respeita muito o relacionamento dos dois, e estavam sempre juntos de mãos dadas, talvez, quem sabe?

— Foi estranho vê-los?

— Muito. – Francesca riu. – Ela é muito diferente de você e... – parou do nada. – Desculpe, eu não queria comparar nada.

— Relaxa Fran... – levantei, ficando de frente para ela. – Já passou. Eu estou bem, melhor do que antes. Achei que fosse ser pior, mas tá tudo sobre controle.

— Sério mesmo? – perguntou preocupada e eu assenti com um sorriso. – Tá bom, então eu vou indo. Tenho que ir pra casa, amanhã tenho prova e um trabalho para apresentar.

— Vai lá. – sorri.

Francesca me deu um beijo na testa, pegou a mochila e saiu. Deitei na minha cama, e fiquei horas e horas encarando o teto, até que o sono bateu, e eu adormeci.

 

***

 

— Quer casar comigo? – León perguntou do nada.

— O quê? – ri do modo espontâneo que ele disse aquilo.

— É... Você sabe... Casar. Trocar sua aliança prata pela dourada, ter meu sobrenome, dormir todo dia juntinho... – disse ainda encarando o teto, com um sorriso bobo nos lábios, mesmo tendo essa conversa estranha, eu o estava achando super fofo.

— Eu tenho dezessete anos, ficou maluco? Meu pai nunca deixaria. – falei entre risadas.

— Não precisa ser agora.

— Quando então? – perguntei voltando a encarar o teto também.

— Quando você quiser dizer sim.

Ri e me sentei na cama, ele fez o mesmo. Ficamos nos encarando mais um pouco, antes dele pegar a minha mão e dar um beijo no dedo onde estava a aliança prata. Ele era um romântico incurável, isso eu tinha certeza.

— Sim. – sussurrei.

— O quê? – tentou esconder o sorriso.

— Eu quero.

— Mas você acabou de dizer... – o interrompi.

— Não precisamos casar do jeito que você acabou de dizer. – dei um sorrisinho. – Podemos fazer o nosso casamento aqui, agora, só com os nossos votos inventados, depois a gente casa do jeitinho que você quiser. – ele me deu um selinho, e em seguida um sorriso.

— Eu aceito. – riu.

Ele ficou de joelhos na cama e eu fiz o mesmo. Entrelaçamos nossos dedos e León beijou minha testa.

— Eu, León, prometo estar contigo sempre, mesmo que você não queira mais ouvir minha voz, ou se cansar do meu jeito. Prometo te amar sempre, te respeitar e te ouvir quando você estiver mal, porque eu te amo, e só quero o melhor para você. Prometo nunca te decepcionar, ou ficar triste por uma besteira que eu tenha feito. Não aguentaria viver sem você.

Suspirei apaixonada.  

— Eu, Violetta...

 

Acordei assusta, ficando sentada em segundos na cama. Meu coração estava acelerado e meus pensamentos a mil. Como eu poderia sonhar com algo que aconteceu há tanto tempo? Foi então que em meio a minha afobação, percebi que Angie estava no meu quarto, sentada em uma poltrona lendo um livro.

— Até que enfim você acordou. – ela sorriu, mas logo ficou séria. – O que aconteceu? Você está bem? – perguntou se levantando e eu assenti. Angie pegou uma bandeja que estava apoiada no chão, e veio em minha direção. Meu estômago embrulhou quando eu vi que a comida me esperava. – Já ia te acordar, mas você parecia cansada demais, então deixei. – sorriu. – Olga fez macarrão ao molho branco, do jeito que você gosta. – apoiou a bandeja na minha cama.

— Angie, eu não to com fome. – fiz uma careta para a comida.

— Rejeitando o macarrão da Olga? Você não tá bem mesmo...

— Eu só quero descansar um pouco.

— Descansar é uma coisa, se alimentar é outra. Você chegou da faculdade faz tempo e não comeu nada, desse jeito vai ficar doente e...

— O León voltou.

— E trazer inúmeros problemas a sua saúde e... – ela parou a frase no meio. – O que disse? – arregalou os olhos.

— O León voltou. – murmurei abaixando o meu olhar.

— Ah meu amor... – me abraçou. – Eu não sabia que você sabia.

— Espera, você sabia?

— Eu sempre sei das coisas. – riu.

— Por que não me contou? – perguntei me irritando por todos saberem das coisas menos a idiota aqui.

— Porque você estava ótima. – sorriu acariciando o meu rosto

— Eu não pareço ótima agora? – perguntei contando até dez para não me estressar mais do que eu já estava estressada.

— Não, pelo contrário, parece péssima, e ainda por cima está recusando o macarrão delicioso da Olga. – disse pegando o garfo e comendo um pouco da minha comida. – Está tão gosto. – murmurou de boca cheia me fazendo rir. – Você deveria comê-lo.

— Acha que ele pensa em mim? – perguntei e ela me olhou cuidadosamente.

— Querida, o León passou muito tempo fora, é provável que ele tenha te esquecido, ou superado. – explicou docemente.

— Ele me viu beijando o Clement, eu acho, e foi embora. – desviei nossos olhares.

— Beijando o Clement? – perguntou e eu assenti. – Você beijou o Clement? – perguntou novamente e eu assenti de novo olhando os seus olhos que pareciam divertidos com algo. – Pensei que fossem apenas amigos. – deu um sorriso suspeito.

— Eu também pensei, mas ele se declarou diversas vezes, e eu meio que o beijei por impulso. – contei envergonhada.

— Por impulso? – Angie arqueou uma de suas sobrancelhas.

— Sim, uma parte de mim queria mostrar para o León que eu havia superado, e de que estava bem.

— Mas você não está bem.

— Eu sei, na verdade estou me sentindo muito pior. Beijei o Clement, o iludindo para afetar o León e saí de lá chorando com o Clement preocupado comigo. – escondi o meu rosto. – Sou mesmo muito dramática.

— Eu diria indecisa, mas se você prefere dramática, então sim, muito dramática. – disse me fazendo rir. – Tenho que dar um banho na Julietta agora. – beijou minha testa. – Ela brincou no parque e está com areia até no cabelo. – murmurou e eu sorri. – Coma toda a comida, se não mando Olga vir aqui para te fazer comer tudinho.

— Obrigada Angie. – sorri.

— De nada meu amor.

Ela saiu e eu fiquei encarando o prato de macarrão a minha frente. Eu não tinha dúvidas de que Olga havia caprichado, mas meu estomago estava tão embrulhado, que eu sei que não seria capaz de comer o meu prato favorito.

E ainda tem o León que continua rondando os meus pensamentos. Por que ele tinha que ter voltado?


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Notas finais do capítulo

IMPORTANTE

Quem aí de SP vai na Bienal?!
Espero que todo mundo hein hahaha

Beijo e até breve!!!!



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