Escolhas escrita por Bianca Saantos


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Voltei amoras!!
Acho que muitas de vocês não viram o capítulo anterior, mas agradeço as que leram e comentaram, por isso estou aqui novamente hahaha
Capítulo tá enorme, e acho que vocês vão gostar do finalzinho, pelo menos eu gostei rs'
É isso, estou de volta
Boa Leitura!!!



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Violetta

 

— Pode me explicar o corrido de mais cedo?

Estávamos eu, papai, Angie, e Julietta que brincava distraidamente com um carrinho, na sala de estar. Meu pai estava em pé de frente para mim, Angie estava sentada em uma poltrona, e eu havia acabado de tomar um remédio para dor de cabeça e estava com uma xícara de chá em minhas mãos. O clima não era tão bom, mas eu estava me esforçando para manter minha sanidade intacta.

— Eu saí com o Clement depois da faculdade. – contei e ele não expressou nenhuma reação contrária.

— E como é que você saiu com o Clement e voltou com o León? – ele perguntou sério, como um juiz fazendo um interrogatório.

— Você voltou com o León? – Angie perguntou confusa.

— Você não contou a ela? – perguntei ao meu pai.

— Não queria que ela acabasse com a minha alegria de te dar um sermão de primeira. – disse dando um sorriso muito irônico.

— Vocês podem parar de falar como se eu não estivesse aqui? – Angie manifestou sua insatisfação. – Meu amor, eu pensei que eu estava inclusa na educação de nossas filhas. – esbravejou.

Nossas filhas. É por isso que eu amo essa mulher. Ela poderia me considerar apenas uma pedrinha no caminho dela, mas não, ela me trata como filha, me defende como filha. Eu nunca imaginei que pudesse sentir o que é ter amor materno depois da morte de minha mãe, mas cá estou amadamente protegida pela minha boadrasta.

— Meu anjo, você está 100% inclusa na criação de ambas, mas dessa vez, eu precisava de uma reunião de um sermão severo o suficiente que a nossa filha mais velha não esquecesse, e que a mais nova já se prepare caso venha a cometer os mesmos erros do tipo. – meu pai começou.

— Germán, a Julietta é um bebê. – Angie disse exasperada

— Mas tem que aprender desde cedo. – os argumentos do meu pai sempre me impressionaram.

Angie me olhou chocada e eu apenas dei de ombros. Ela está casada há quatro anos com o meu pai e parece se surpreender com as atitudes dele a cada dia que passa. É hilário.

— Bem, continuando. – Meu pai se sentou na poltrona que ficava de frente para Angie e ao meu lado. – Explique-se Violetta.

— O senhor pode ser um pouquinho menos parecido como um advogado de acusação? – perguntei chocada com a seriedade dele.

— Apenas fale minha querida. – Angie disse vindo se sentar ao meu lado. – Aposto que existe uma justificativa aceitável por trás de tudo isso. – pegou minha mão.

— Pior que não existe. – cochichei em seu ouvido.

Ela me olhou segurando o riso enquanto me lançava um olhar de repreensão. Além de praticamente uma mãe, Angie é a minha melhor amiga, e muitas vezes ela age como se fosse a minha irmã, sei que com ela não vai ter tempo ruim, e ela sempre estará ao meu lado, apoiando minhas decisões por mais estúpidas e incoerentes que elas sejam.

— As duas podem parar de cochichar? – papai nos olhou embasbacado.

— Desculpe. – eu e Angie dissemos em uníssono.

— Agora se explique Violetta. – papai ordenou.

— Bom, como eu disse antes, eu e Clement saímos.

— Para onde? – Angie perguntou e eu olhei para ela com os olhos arregalados, não queria dizer nada que me incriminasse mais, e com certeza dizer que eu estava visitando o apartamento que eu supostamente iria comprar e acabei comprando mesmo, me incriminaria bastante. – Ah, mil perdões, que indiscreta eu fui. – ela disse ficando vermelha da cabeça aos pés.

— Violetta! – papai gritou e Julietta se assustou largando o carrinho e correndo para o colo de Angie.

Antes que eu pudesse abrir a boca para entender o que ele havia pensado, Angie soltou uma frase que certamente deixaria o meu pai furioso.

— Ah Germán não finja que a vida sexual da sua filha não existe. – disse enquanto aninhava Julietta em seu colo.

Papai ficou de todas as cores imagináveis. Do branco ao roxo. Do azul ao vermelho. E em seguida ficou definitivamente sem cor. Escondi meu rosto atrás da almofada e contei até cinco antes de olhar nos olhos dele de novo.

— Vocês dois não chegaram a conversar sobre sexo um com o outro não é? – Angie perguntou depois de ver a besteira que ela havia feito ao dizer aquela frase completamente desnecessária.

— Não. – eu e papai respondemos juntos com o que sobrou da nossa dignidade.

— Bem, então não me culpem pela falta de diálogo. – ela suspirou. – Mas tudo bem Violetta, não precisa dizer o que estava fazendo com o Clement.

— Céus, não. – tirei a almofada da minha cara. – Eu não estava transando com o Clement, não sou assim. – estava com os olhos fechados porque eu jamais conseguiria dizer isso olhando para eles. – Eu estava vendo um apartamento.

— Um apartamento? – ouvi Angie perguntar e eu abri os olhos para olhá-la. – Para que você quer um apartamento? – ela parecia não entender.

— Para morar. – disse o óbvio.

— Com quem? – Angie franziu a testa.

— Sozinha. – respondi olhando para a Julietta que agora estava entretida com as unhas da Angie, recentemente pintadas de vermelho.

— Por que você foi ver um apartamento? – papai finalmente disse alguma coisa e eu virei para encará-lo, o mesmo continuava vermelho como um pimentão.

— Já disse, para morar sozinha. – respondi novamente.

— Para que quer morar sozinha? – Angie perguntou completamente confusa.

— Eu não quero, eu vou. – corrigi.

Papai e Angie se olharam durante o que me pareceram longos minutos. E então ambos se viraram para mim. Até Julietta parecia apreensiva enquanto me olhava com expectativa. Angie abriu a boca, mas não disse nada. Papai franziu a testa e parecia estar pensando no que dizer. Incrível como eu consegui deixar o advogado de acusação, vulgo meu pai, sem palavras.

— Desde quando você tinha esses planos? – papai perguntou estranhamente calmo.

— Desde que iniciei a faculdade. – respondi tentando imitar sua calmaria.

— Por que quer se mudar? – Angie perguntou. – Tem algo te incomodando? – ela parecia triste. – Foi algo que eu fiz? Algo que eu disse? Alguma coisa não te agradou?

Olhei para ela e dei um sorriso. Como é que essa mulher pode fazer alguma coisa que não me agrade? Ela é simplesmente um anjo enviado do céu para nossa família.

— Claro que não Angie. – peguei sua mão. – Você é a melhor pessoa que eu já conheci na minha vida, estar com você é incrível, e eu não que não mereço uma madrasta tão bondosa quanto você.

— Não gosto de ser titulada madrasta. – ela disse me fazendo rir.

— Pois bem, você é a minha mãezinha de coração, e depois de perder a minha mãe verdadeira que era tão doce e boa como você, achei que nunca mais fosse criar laços maternais tão fortes com outra mulher, a não ser a Olga é claro. – rimos e ela deu um beijo na minha testa. – Minha mãe não pode ser substituída, mas te considero minha segunda mãe, assim como a Olga.

— Obrigada. – ela sussurrou.

— Bem, então por que quer sair de casa? – papai pigarreou.

— Porque está na hora de crescer. – engoli a ansiedade que estava fazendo o meu coração bater mais forte. – Vocês dois estão construindo um lar, uma família, creio que esteja na hora de eu ir embora e construir a minha.

— Mas você é a nossa família. – Angie disse antes de meu pai dizer algo. - Não apresse as coisas Vilu. Aqui é o seu lar, nós somos a sua família, as coisas virão com o tempo. Não tem necessidade de procurar um apartamento agora.

— Eu já encontrei. – murmurei e olhei para o meu pai. – E já comprei também.

A sala ficou em silêncio durante longos minutos. Até Angie parecia estar com raiva. Seus lábios estavam torcidos e sua testa franzida.

— Como comprou um imóvel se eu não recebi ligação nenhuma do banco sobre movimentação de dinheiro? – meu pai perguntou cruzando os braços.

— Não foi com o seu dinheiro. – revirei os olhos. – Guardei o dinheiro de todos os meus espetáculos, e acredite, foi uma boa quantia, tenho até dinheiro para comprar móveis. – falei orgulhosa de mim mesma.

— Vá para o seu quarto. – papai ordenou.

— O que? – eu não acredito que ele está me tratando como se eu fosse uma criança.

Papai nada disse apenas se virou e seguiu para o escritório, pisando forte, completamente furioso. Eu esperava que ele ficasse nervoso, mas não que me mandasse para o meu quarto, como se eu fosse uma criança mimada.

— Violetta, você nos deu muito que pensar hoje. – Angie disse se levantando do sofá com Julietta em seus braços. – Acho melhor você ir para o seu quarto, esperar seu pai refletir as suas atitudes, porque a sua saída dessa casa, vai ser um dos assuntos mais difíceis para ele entender, - ela me olhou e parecia decepcionada. – Até para mim vai ser.

 Angie saiu da sala também, e eu afundei no sofá. Não queria deixá-la triste e nem o papai furioso.

 

Gery

 

— Baby, onde você estava? – perguntei assim que León abriu a porta. – Pensei ter entendido que você ia me esperar para almoçar.

— E eu ia. – ele sorriu. – Mas acabei queimando a massa italiana, então fui a um restaurante aqui perto com a minha prima. – beijou minha testa. – Mas se você não comeu eu posso preparar alguma coisa rápida.

— Não precisa. – olhei para ele desconfiada. – Você demorou tanto, que eu pedi comida chinesa, e adivinha? Já comi.

— Desculpa. – ele se sentou ao meu lado no sofá. – O que posso fazer para você me perdoar? – perguntou fazendo a carinha que eu tanto amo.

— Pergunta perigosa... – tentei não sorrir, mas falhei miseravelmente. – Quem sabe se você começasse me beijando aqui? – perguntei apontando para os meus lábios.

Ele abriu seu sorriso mais indecente e veio para cima de mim.

 

Francesca

 

— Francesca, minha querida, faz tempo que o Marcos não vem aqui em casa, não é?

Revirei os olhos. Minha mãe sempre tinha a estranha mania de tocar no nome do Marcos quando tudo estava em paz em casa. Ela estava passando roupa enquanto eu assistia ao programa da tarde comendo sorvete.

— Ele está trabalhando. – murmurei esperando que ela entendesse que eu não queria mais falar do assunto Marco.

— Ele sempre está. – ela riu. – Assim como o seu pai.

— A senhora não acha estranho o seu marido passar mais tempo trabalhando do que com você em casa? – perguntei franzindo a testa e largando o pote de sorvete de lado. – Não é normal uma pessoa passar mais de catorze horas em uma empresa.

— Você está falando do seu pai ou do Marco? – ela perguntou desligando o ferro de passar roupa. – Querida, está com algum problema? Eu sou sua mãe, nós podemos conversar. – disse vindo se sentar ao meu lado. – Além do mais, faz tempo que não conversamos.

— Nós não conversamos sobre os meus problemas, porque você sempre tem mania de defender quem está me causando problemas.

— Ah, então é o Marco. – ela sorriu com as bochechas vermelhas. – Não o defendo sempre, mas ainda não entendo o porquê de você estar tão insatisfeita. O relacionamento de vocês é perfeito.

— Está longe de ser perfeito. – resmunguei.

— Não está não. – ela me olhou séria. – Ele apenas está construindo o futuro de vocês dois. – pegou a minha mão. – Ele vai ser um homem completo Francesca, na verdade, ela já se tornou um homem completo, ele só precisa que você se torne um pouco mais madura querida.

— Um pouco mais madura? – perguntei completamente ofendida. – E o que a senhora entende como homem completo? Porque eu te garanto que o Marco não chega nem perto de ser completo.

— Você está reclamando de boca cheia.  – ela suspirou. – Ele vai ser um grande empresário, vocês vão formar uma família linda, ele entende de economia, você não precisará se preocupar com dinheiro, aliás, nem vai precisar trabalhar e...

Agora ela foi longe demais.

— Não vou precisar trabalhar? – interrompi. – A senhora acha mesmo que eu vou ser sustentada pelo Marco? Mãe, de todas as besteiras que eu imaginei que você falaria para mim, essa nem se passou pela minha cabeça.

— Querida, pense bem é... – a interrompi novamente.

— Eu não vou ser como à senhora. – desviei nossos olhares. – Eu nem sequer tenho estrutura para ser como à senhora. Eu quero a minha independência, não passar a vida inteira cuidando da casa e educando os filhos, esperando o marido voltar de madrugada apenas para dar boa noite e ele cair no sofá morrendo de sono.

— Você acha que cuidar de uma casa e educar os filhos também não é dever de uma mulher? Pois eu digo que é sim. – ela disse ofendida.

— Mas a senhora se contenta com isso? Você depende do papai para tudo, até para comprar suas roupas. Mãe, eu não quero parecer rude, mas pensa no quanto seria bom se a senhora tivesse o seu próprio dinheiro, sua própria conta. Poderia viajar o mundo, comprar aquelas roupas lindas que a gente vê passeando por Buenos Aires, poderia fazer tudo e um pouco mais.

— Estou feliz assim. – ela disse se levantando e voltando a passar roupa. – E me contento sim, porque foi à vida que eu quis.

— Então não tente empurrar a sua vida para mim, porque eu sei que eu não seria feliz. – falei irritada. – É por isso que nunca conversamos. – me levantei do sofá. – Se a senhora fosse mais jovem, seria perfeita para o Marco.

— Francesca!

Não dei ouvidos a ela, peguei o pote de sorvete e fui ao meu quarto. Céus será que ela não pode me entender ao menos um pouquinho? Eu não quero o dinheiro do Marco, quantas vezes vou ter que dizer isso? Foi graças a esse dinheiro que estamos nessa crise.

— Alô? – sequei as lágrimas de ódio antes de atender a chamada de León.

Fran, eu queria marcar para nós conversarmos, será que você tem um tempo?— ele parecia angustiado.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupada.

Sim, há quatro anos.— ele disse falando como se fosse óbvio e eu dei risada. – Estou falando sério.— mas ele estava rindo também.

— Por que remexer o passado? – perguntei comendo mais um pouco do meu sorvete.

Porque eu não pude remexer nele antes.— suspirou. – Preciso de uma amiga e uma psicóloga, será que consigo as duas coisas em você pra hoje? Quero aproveitar que Gery está dormindo.

— Acho que eu posso ser as duas. – sorri. – To precisando de um amigo também.

Eu posso ir a sua casa ou...— o interrompi.

— Não, a gente se encontra naquele café que tem perto da sua casa, é melhor para mim.

Ok. Daqui a meia hora estarei lá.

— Fechado. – desliguei.

É um alívio sair de casa, pelo menos vou evitar minha mãe durante algumas horas.

 

***

 

Cheguei à cafeteria e encontrei três fotógrafos tentando convencer o pobre segurança a entrar no estabelecimento, porque havia um famoso lá dentro, e eu imediatamente me perguntei: quem? Então rapidamente encontrei a resposta: León.

— O que está acontecendo aqui?

— Esses jornalistas querendo entrar no estabelecimento! - o segurança disse irritado.

— León Vargas está aqui dentro, sabemos disso! - um dos jornalistas disse irritado também.

— Eu acho que não está não. - cruzei os braços - Eu acho que eu o vi entrar no shopping da Rua Maya.

— A senhorita tem certeza? - outro perguntou.

— Absoluta. - sorri.

Os três se juntaram, e rapidamente saíram em direção ao shopping da Rua Maya. O segurança me olhou agradecido e eu apenas sorri adentrando na cafeteria, e como previsto, León estava me esperando em uma das últimas mesas, as mais discretas do estabelecimento.

— Acabei de te livrar de um bando de jornalistas e fotógrafos malucos.

— Te devo uma. - ele riu.

— Com o que você está tão perturbado? – perguntei me sentando de frente para ele na pequena mesinha da cafeteria.

— Violetta. – ele bebeu a água de uma vez só. – A gente podia ter essa conversa em um bar, falar disso com um pouco de álcool ajuda muito.

— Não, é melhor você continuar consciente. – ri. – Mas o que tem ela? Pensei que já havia esquecido. – suspirei.

— Porque todos acham que eu a esqueci? – ele perguntou franzindo a testa. – Ao que me parece ela me esqueceu.

— Porque você foi um babaca. – revirei os olhos. – Tolinho, acha que aguentar a traição de alguém, ainda mais sendo uma das pessoas que você mais ama, é fácil? – ri. – É claro que não. Eu passei esse tempo todo ao lado dela, e foi... – pensei um pouco na palavra que eu iria usar. – Foi um processo complexo e cansativo. Posso dizer que a Violetta foi a primeira pessoa que eu usei os meus conhecimentos psicológicos.

— Como assim? – ele pareceu confuso.

— Bom, nos primeiros meses foi um saco. – apoiei meu cotovelo na mesinha. – Ela passava a noite chorando e o dia inteiro com o rosto inchado, sem contar que ninguém podia falar o seu nome, que ela se transformava. Ou ficava morrendo de raiva ou chorava, mas na maioria das vezes ficava morrendo de raiva e depois chorava.

— Tá isso eu entendi, mas como assim traição? – perguntou completamente confuso agora. – Não me lembro de tê-la traído em nenhum momento.

Franzi a testa e olhei bem nos olhos dele. León parecia bem tranquilo em dizer isso, sem culpa, sem ressentimento. Será que ele havia virado um bom mentiroso, ou é o fato de ele nunca tê-la traído é verdade? Bem, eu acho que ele virou um bom mentiroso.

— Você tá zoando com a minha cara? – perguntei olhando sério para ele. – Porque se estiver, eu juro que... – ele me interrompeu.

— Não! Francesca me escuta... – ele respirou fundo. – Em todos os nossos anos de amizade, você realmente acha que eu trairia a Violetta? Você mais do que ninguém sabe o quanto eu a amo, jamais seria capaz disso.

— A ama? – perguntei surpresa.

— A amava. – ele piscou algumas vezes e eu me segurei para não rir, estávamos discutindo um assunto sério. – Eu seria incapaz de cometer tamanha loucura. E eu nunca traí ninguém.

Isso é verdade. Olhei novamente em seus olhos tentando buscar algum resquício de culpa, mas só encontrei os seus olhos esverdeados brilhando cheios de necessidade, cheios de...

— Você pode me dizer como ela chegou à conclusão de que eu a traí? – ele interrompeu meus pensamentos.

— Ela não chegou à conclusão nenhuma. – murmurei franzindo a testa achando estranho o fato dele não saber o que estava acontecendo. – Ela teve provas León, provas suficientes para... – então me toquei de uma coisa. – Espera um momento. – pensei um pouco. – Você disse que não a traiu correto?

— Correto. – ele estava ansioso.

— Então como ela recebeu um... – arregalei os olhos. – León, quando você começou de fato o seu relacionamento com a Gery? Quero a verdade, não minta para mim.

— Começamos há namorar dois anos depois que a Violetta terminou comigo. – ele franziu a testa.

— Dois anos depois? – perguntei olhando os seus olhos fixamente, para não dar a chance de ele mentir. – Não aconteceu nada durante esse meio tempo?

— Não. Quer dizer, sim. – ele suspirou. – Nos beijamos uma vez em Nova York, oito meses depois de Violetta ter terminado comigo. – ele abaixou os olhos, envergonhado. – Nós havíamos saído para comemorar, eu bebi demais, e aconteceu, mas só foi um beijo, eu juro. – olhou para mim arrependido.

— Mas a Violetta viu uma foto sua em uma revista com a Gery um tempinho antes de ela terminar com você.

— Então está me dizendo que a Violetta terminou comigo por conta de uma foto? – ele riu amargo. – E eu achando que ela era madura o suficiente.

— Não foi só por isso. – me estressei. – Foi uma sequência de fatos, tanto que ela considerou bastante, porque ela não estava disposta a terminar com você por conta de rumores.

— Que sequência de fatos, Francesca? – perguntou nervoso. – Eu nunca dei motivos.

— Ela me disse que dias antes de ver a foto, você estava distante, não a respondia com tanta frequência e... – ele me interrompeu.

— Eu estava distante? Eu estava trabalhando Francesca. – ele cerrou os punhos. – Estava focado, fazendo as minhas músicas, tentando agradar os meus produtores, os meus superiores. Eu mal tinha tempo de falar com a minha mãe, mas eu sempre me esforcei para estar presente na vida da Violetta, mesmo que eu só mandasse um bom dia. Eu não tinha tempo para respirar, para lazer. A única coisa que eu fiz durante esses anos todos, foi trabalhar, ao contrário do que muitos pensam, eu não curtia as minhas viagens, ou conhecia culturas diferentes, eu estava traçando o meu destino, e como todo sonho, o início nunca é fácil.

Eu ainda estava digerindo as primeiras palavras que ele disse, porque ainda não batiam muito com a história que a Violetta me contou. Eu não queria entrar muito em detalhes, mas eu sei que se eu contasse para ele sobre o telefonema que a Violetta recebeu, eu iria desmascará-lo, porém não fazia sentido contar isso para ele, porque parece que isso nunca aconteceu para ele. São duas histórias distintas. E eu realmente não sei quem está me dizendo à verdade. Ou se os dois estão.

— Francesca, eu juro para você, eu nunca fiz nada de errado. Eu sempre me contive, sempre deixei o amor que eu sentia por ela prevalecer, sempre a coloquei em primeiro lugar, sempre. – ele pegou a minha mão por cima da mesa. – E essa foto que ela supostamente viu, deve ter sido um dos momentos que eu e Gery nos escondíamos dos paparazzi. Mas eu nunca tive sentimentos pela Gery, não antes dela terminar comigo sem eu ao menos saber o porquê do término.

Eu não iria contar sobre o telefonema. Não vou me meter mais do que eu já me meti. A relação não era minha, tudo está entre ele e a Violetta, o problema está entre eles. São duas histórias, com versões arrasadoras. Por mais que eu não tenha vivido quatro anos com o León, não preciso duvidar de que ele também sofreu, e que provavelmente a Gery foi o refúgio que ele viu. Mas eu estive aqui com a Vilu, e sei que até hoje a mesma está quebrada por dentro. Ela pode negar quantas vezes quiser, mas eu sei que ainda sofre. Eles dois precisam por as cartas na mesa, contar os fatos, tentar achar semelhanças entre as duas versões, e ver qual foi o grande mal entendido, porque eu tenho absoluta certeza de que tudo isso não passou de um mal entendido. E isso é terrível, porque esse mal entendido pode ter acabado com uma das histórias de amor mais linda que eu já presenciei.

— Vocês devem conversar. – aconselhei. – Precisam se entender.

— Ela não aguenta nem olhar para mim direito. – ele olhou para as próprias mãos. – Ela me odeia Francesca, a família dela me odeia, não há esperança em nos entendermos.

— Mesmo assim, a conversa é sempre a melhor opção. – suspirei. – Sei que ela está machucada, e o quanto isso pode doer quando vocês finalmente conversarem, e colocarem tudo em panos limpos, mas a verdade é sempre a melhor opção, não importa o quanto doa. – dei um sorriso. – Eu acredito em você, acredito na sua história, acredito no seu sofrimento. – o vi dar um sorriso pequeno. – Mas eu também acredito no dela. Vocês são os meus melhores amigos, pessoas que eu amo.

— Obrigado. – ele agradeceu. – De verdade.

— Tem coisas que você precisa saber que eu não posso te contar. – falei e ele me olhou confuso. – Tente procurá-la, e conversem, apenas conte tudo, e ela te contará de volta. Tenho absoluta certeza.

— Você faz parecer fácil. – ele riu.

— É melhor tentar salvar algo que ainda há esperança do que tentar salvar algo que já não há salvação, ou não quer ser salvo. – falei sentindo as palavras me afetarem de uma forma muito mais pesada do que deve ter sido para ele.

Está tão óbvio para mim agora. Marco não quer salvar nossa relação. Ele não quer dar o braço a torcer, e eu também não. Estamos jogando a lados opostos faz muito tempo, e eu não estou a fim de ser adversária do meu próprio namorado.

— Já pode me contar o que está acontecendo com você e o Marco. – León interrompeu novamente os meus pensamentos. – Sei que vocês tão passando por alguma coisa desde o dia da minha festa de boas-vindas.

— Não, primeiro você se resolve com a Vilu, e depois conversamos sobre o Marco, tudo bem? – propus.

— Tudo bem.

 

***

 

León

 

Respirei fundo e toquei a campainha. Já é noite, e certamente minha visita não vai agradar muito a essa família, mas eu realmente preciso conversar com a Violetta, Francesca conseguiu me colocar em alerta, e vir conversar com ela certamente é a melhor opção. Estou tão nervoso, mas eu não sei com o que exatamente. Talvez seja o medo do pai dela me colocar para correr, ou dela mesmo me mandar para fora. Eu sei que preciso tentar, mas meu corpo precisa parar de tremer primeiro.

— León?

Quase ajoelhei agradecendo a Deus por não ter sido o Germán a atender a porta. Angie estava carregando nos braços a menininha que vi também nos braços do Germán. A garotinha me deu um sorrisinho e logo olhou para Angie, que me olhava como se não entendesse o que a minha presença significava.

— Não queria incomodar, mas eu realmente preciso conversar com... – ela me interrompeu.

— Calma. – colocou a menina de cabelos castanhos no chão. – Não vai me dar um abraço antes? – perguntou colocando as mãos na cintura.

Aliviado dei um abraço na mesma, é bom saber que alguém daquela casa não vai ser tão rude comigo.

— Violetta está no quarto, e você tem sorte do Germán não estar em casa, porque ele está querendo te matar, assim como eu. – ela disse séria, me assustando brevemente. – Mas acontece que eu não sou tão radical e nem tão rude.

Dei um sorriso.

— Isso significa que...?

— Pode entrar, mas não demore, porque se o meu marido chegar e você ainda estiver aqui... – ela suspirou. – Eu não me responsabilizo pelas atitudes dele e nem pela sua morte. – me olhou seriamente, mas eu não me senti aterrorizado.

— Obrigado Angie, de verdade, eu não sei como te agradecer.

— Apenas se resolva com a Vilu e eu já estarei feliz.

 

Violetta

 

Eu havia acabado se sair do banho e estava em minha cama assistindo uns vídeos de dança pelo computador. Eu não estava muito a fim de sair do meu quarto. Papai saiu cedo, Angie não está falando comigo direito, e a Olga brincou o dia todo no parque com a Julietta. Ou seja, não tinha nada para mim naquela casa e nem ninguém para conversar. Acho que vai ser até melhor quando eu sair daqui. Eles têm que aceitar que eu cresci algum dia.

Ouvi um barulho em minha porta e soube que era a Olga. Eu havia pedido que ela trouxesse o meu almoço no quarto, já que a minha família resolveu me ignorar, eu também irei ignorá-los. Porém quando abri a porta, tive imensa vontade de fechá-la novamente.

— O que é que você tá fazendo aqui? – perguntei não acreditando.

Ele estava vestindo uma camisa polo, e uma calça jeans, o estilo León de sempre e me fitava com uma intensidade que fazia todo o meu corpo arrepiar.

— Preciso conversar com você.

— Não precisa não. – neguei prontamente tentando fechar a porta do quarto, mas ele colocou o pé para que eu não fechasse na cara dele.

— Eu preciso falar com você, de verdade.

— O que é então? – perguntei ainda fazendo força para fechar a porta.

— Para de graça e me deixa entrar?

— Não.

— Violetta...

— Ai que droga – resmunguei deixando que ele abrisse a porta e entrasse em meu quarto. – O que é que você quer?

— Conversar, entender, compreender, todas essas coisas e outras mais.

— Quer conversar sobre o que? – perguntei colocando meu hobby, porque eu não me sinto confortável em ficar de camisola na frente dele.

— Quero saber o porquê que terminamos, porque você me odeia. Nada faz sentido na minha cabeça. – disse melodramático e eu cruzei os braços.

— Você me traiu. – falei entre dentes. – Quer motivo maior para o nosso término e para o meu ódio? – perguntei óbvia, mas ainda assim morrendo de raiva.

— Ouvi dizer sobre essa suposta traição. – ele revirou os olhos.

— O que? – perguntei franzindo a testa.

— Eu disse que eu ouvi dizer sobre essa traição.

Ele estava sendo arrogante e muito, muito irônico. Ouviu dizer? O que?

— Francesca me contou. – fez um gesto brando com as mãos.

— Não acredito que aquela... – ele me interrompeu.

— Eu insisti, confesso. – ele pigarreou. – Mas ela me disse que eu precisava saber de mais coisas. E eu realmente preciso entender o porquê de você achar que eu te traí, além dos motivos que ela me contou é claro. – seus olhos fixaram em mim, e ele parecia zangado. – Qual a chance de eu ter trocar o seu amor, por um caso?

Ergui a sobrancelha. Era muita presunção.

— Eram muitas as chances. – cruzei os braços. – Considerando que não iríamos nos ver por quatro anos inteiros. – minhas costas ficaram eretas. – E se não fosse com Gery, seria com outra.

— Você está insinuando que... – o interrompi.

— Você tem suas necessidades, não tem? – perguntei deliberadamente, e ele franziu a testa. – Ah León, eu duvido que você tenha sobrevivido sem compartilhar a cama com alguém durante tanto tempo. – revirei os olhos ao vê-lo ficar vermelho.

— Não que seja da sua conta, – ele começou dando dois passos à frente.  – mas eu realmente estava disposto a me segurar se você não tivesse me ignorado por quase três anos e meio.

— Então você admite que você não se controlou só porque eu te ignorei por quase três anos e meio?

— Basicamente.

— Basicamente?

— Eu não esperaria você a vida inteira.

— Não? – perguntei rindo. – É óbvio que não. Vocês homens só atendem as próprias necessidades, as próprias escolhas, sem se importar com o que deixaram para trás.

— Eu não queria. – ele disse fechando as mãos em punho e dando mais alguns passos em minha direção. – Eu juro que eu não queria, eu nunca quis. – a cor verde de seus olhos estava tão brilhante que por um momento pensei estar acreditando no que ele dizia, mas só foi por um momento mesmo. – Eu me segurei ao máximo, por quase dois anos e meio, mas ela me ofereceu uma coisa que eu estava precisando desde que você resolveu me ignorar sem nenhum motivo aparente. – ele riu desgostoso. – Com ela, eu tinha apoio, carinho, a... – o interrompi.

— E uma cama aquecida? – apertei com força o encosto da cadeira a minha frente. – Um corpo a sua disposição?

— Nem tudo é sobre sexo Violetta. – ele parecia furioso. – Se fosse apenas isso, eu poderia achá-lo em qualquer lugar, a qualquer hora. – se aproximou ainda mais de mim. – Eu queria uma companheira, e não alguém que eu usasse em busca de prazer físico. – seus olhos estavam em chamas. – Eu queria estabilidade emocional, coisa que você me tirou nos momentos mais decisivos da minha vida.

— Coisa que eu te tirei? – perguntei perplexa com a audácia dele. – Eu tirei sua estabilidade emocional León? – perguntei novamente. – Por que você pensa que foi pior para você? Você não tem o direito de achar que sofreu mais do que eu, porque você nunca vai saber o que eu senti. – engoli o nó que se formava em minha garganta. – Nunca vai saber.

— Eu estou aqui disposto a entender! – se exaltou. – Foram dois anos de agonia até eu me sentir confortável nos braços de outra pessoa! Você acha que eu não sofri o bastante até achar alguém que me consolasse?!

— A diferença é que eu nunca encontrei consolo nos braços de ninguém! – me irritei.

Ele me olhou por segundos e em seguida deu um sorriso irônico.

— E o que você fez durante todo esse tempo com o tal Clement? – perguntou cruzando os braços. – Se tem alguém que pode ser acusado aqui, esse alguém é você.

— Eu até tentei. – me lembrei de Paris. – Mas nunca houve sentimento vindo da minha parte. Eu só queria alguém para te esquecer, e isso me fez bloquear todos os caras que se aproximavam de mim. – mordi o canto da bochecha.

— Eu também precisava te esquecer. E durante a maior parte do tempo, Gery conseguiu realizar o meu desejo. – disse rude.

Fechei os olhos, e desejei com todas as minhas forças não ter escutado o que ele realmente disse. Como é difícil aceitar que o homem que você ama, porque eu não vou negar, eu amo, está feliz com outra, porque ela simplesmente é capaz de fazer com que ele se esqueça a mim. Quando abri novamente os meus olhos ele estava mais próximo, mais valente.

— Talvez nós nunca iremos saber realmente o que aconteceu. – ele disse. - Mas eu quero que saiba que um dia o meu coração foi seu, e que eu não te amava apenas com o meu corpo e sim com toda a minha alma, nosso amor não era imaginário, era vivo, eu nunca precisei fingir ser alguém que eu não sou com você.

— Não diz essas coisas para mim. – senti as primeiras lágrimas descendo por minha bochecha. – Não diz o que eu desejei ouvir anos antes de tudo isso acontecer.

Ele tentou tocar o meu rosto, mas eu virei, eu não suportaria.

— Essas feridas internas – olhei para ele abraçando o meu próprio corpo. – elas doem de dentro para fora León. – solucei. – Eu nunca vou estar cem por cento pronta para alguém, eu nunca vou me doar cem por cento para alguém, e sabe por quê? Porque você levou uma parte de mim, um pedaço essencial da minha existência. E por mais que eu tenha tentado com Clement, por mais disposta que eu estava a me entregar para ele, toda vez que ele me abraça, eu fico me imaginando como seria se você estivesse me abraçando, se você estivesse comigo. E é por isso que eu me acho incapaz de amar alguém de novo.

— Não era pra ter acabado, não assim... – ele deu mais um passo para frente, sem me tocar.

— As nossas histórias são completamente diferentes, e eu não entendo como. – franzi a testa. – Você parece a vitima da história, quando eu sempre pensei que fosse eu. – engoli a vontade de chorar. – Depois daquele telefonema, eu me senti tão humilhada, tão amarga, tão sozinha.

— Que telefonema? – ele franziu a testa.

— Eu não queria te contar, porque sempre que eu falo sobre isso, eu me sinto humilhada como naquele dia. – olhei para o teto buscando inspiração. – Eu te liguei, uma noite, e foi por isso que eu te mandei a mensagem terminando tudo. – olhei nos olhos dele. – Eu te liguei, mas não foi você que atendeu. – respirei fundo. – Gery, ela atendeu e disse que você estava dormindo.

— Isso é impossível, eu tive uma reunião naquela noite, passei a madrugada acordado.

— Mas ela disse que você estava dormindo, e ainda reclamou, porque eu não estava deixando o namorado dela em paz.

— Você só pode estar brincando. – ele me olhou rindo zombeteiro.

— Ela ainda disse que eu a estava irritando, e insinuou que vocês estavam dormindo juntos. – falei me lembrando dos fragmentos daquela conversa humilhante. – Como você acha que eu me senti?

— Não faz sentido... – ele bagunçou os cabelos. – Eu não estava com a Gery nessa época, ela dava indícios de que gostava de mim, mas nós não estávamos juntos. E eu sempre a considerei uma amiga, antes de qualquer coisa.

— Pois bem, a sua amiga, e atual namorada, me disse que vocês estavam juntos. E eu só fiz o que ela pediu para eu fazer, parar de ligar para o namorado dela.

— Você tem noção do que você está me dizendo? Você está acusando a minha namorada. Você tem certeza do que está falando?

— Se eu não tivesse tanta certeza jamais teria terminado com você. – limpei as lágrimas de meu rosto. – Jamais teria deixado nossa história ser jogada no lixo, jamais.

— Eu preciso sair. – ele parecia um pouco confuso, talvez fosse informação demais, ou culpa. – Preciso falar com Gery, preciso saber a verdade, preciso sair. – disse indo em direção à porta.

— O que a verdade mudaria? – perguntei fazendo com que ele parasse onde estava. – Mesmo que ela negue que eu sei que ela vai negar, e eu sei que é nela em que você confia. O que mudaria?

— Eu posso não amar você do jeito que eu amava há quatro anos. – ele disse e seus olhos transbordavam sinceridade. – Mas se uma das duas estiver mentindo para mim, isso muda tudo, não só o meu status de relacionamento, como os meus sentimentos e as minhas atitudes.

— Se eu estiver mentindo, o que você vai fazer?

Ele não respondeu e então saiu do meu quarto, batendo a porta com força, me fazendo fechar os olhos assustada. E pela primeira vez em tanto tempo, me senti como a Violetta de anos atrás, sozinha e apavorada, sem saber o que irá acontecer daqui para frente.

Deitei em minha cama, e me enrolei nos lençóis. O León mudou. Não é mais o garoto que costumava a gritar quando estava certo, ou simplesmente me ignorar quando achava que eu estava fazendo o errado. Ele buscava a verdade, e Deus sabe que eu fui completamente verdadeira em minhas palavras. Mas o meu maior medo é o que ela, Gery, vai dizer para ele.

Minha cabeça deu um estalinho e tudo ficou claro como água para mim. O problema não é o León, ou a suposta traição, porque se ele tivesse me traído, certamente a verdade cairia em meus braços cedo ou tarde, mas ele me olhou tão tranquilo quando eu disse que ele me traiu, tão sem ressentimento, e eu sei que ele não é frio o bastante para mentir para mim, não desse jeito. O problema é ela.

Um drama romântico não era o que eu esperava para minha vida.


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Notas finais do capítulo

O que acharam lindinhas????
Beijinhos, volto logo!!!!!!



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