O Décimo Anjo - A Morte escrita por Yori Medina


Capítulo 3
Terceiro Conto: Capacidade e Consequências


Notas iniciais do capítulo

Olaaaa!!! Yeeh, falei que era a rainha dos imprevistos. Quando postei a fic, estava desempregada, e agora me encontro empregada. É, acreditem quando falo. Hahaha
Desculpem a demora, acabei sucumbindo e me afundando no trabalho -de novo-.
Obrigada por esperarem, quero mandar um beijo pra dupla de leitores, que deixaram um apoio, obrigada mesmo! E ao povo que só lê e da o fora, obrigada também!
Sem mais delongas, aproveitem. Boa leitura e beijuuuous ❤



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Muito intrigante, aquilo fez minha cabeça girar, precisava entender. Decidi então tomar o mesmo rumo que alguns soldados se direcionavam, conforme me aproximava, o clima mudava, os rostos doloridos, cansados, apavorados, ficaram relaxados, tranquilos. Como se a cena de antes não significasse nada.

Comecei meu trabalho, aconcheguei almas em meus braços, vi e senti suas histórias.

Creio que julguei precipitadamente, aqueles soldados eram apenas crianças. Ninguém nasce para matar seus próprios irmãos, a maldade não vem do berço, mas infelizmente é algo que pode ser ensinado e aprendido. Vi muitos garotos idiotas, ou melhor, corajosos, esses que mentiam suas idades para se juntar ao campo, e defender aquilo que lhes ensinavam desde pequenos, como mais precioso, seus países, seus lares. Confesso, sim, isso mexeu comigo. Eram apenas crianças, todos eles, mesmo os senhores de patentes altas, meras almas inocentes. Me culpei, mas ainda havia um pouco de desgosto em mim. Guiei com calma e me senti bem. De fato, a fogueira de sentimentos ruins, tinha se apagado. Mas as minhas perguntas ainda estavam de pé.

Foi quando ouvi uma conversa, de um senhor aparentando ser muito importante e um rapaz, que mesmo com feição infantil, carregava estrelas e medalhas. Este que estava a receber novas congratulações, pois quem se arriscou de contatar o general atrás das linhas inimigas, fora o mesmo. E dele a ideia de parar aquela loucura, uma trégua, uma noite e um dia para celebrar, mandar cartas e recebe-las. Cantarem canções, partilhar a ceia.  Tratava-se do natal. Minha reação, bem acho que pasmo, não consigo explicar. Fiquei feliz, sim, no meio de uma guerra me vi feliz.

E assim fizeram, foi uma experiência única, dos dois lados. Era incrível e estranho, ver coisas boas em meio ao caos. Mas como tudo que é bom dura pouco, no primeiro dia do ano, retomaram a guerra. Então, fiquei apenas de lado observando. Sempre de olho no rapaz.

Certo dia em meio ao tumulto, o jovem salvou quatro companheiros, prevendo o destino de uma granada, de fato não era a hora deles, no entanto já havia me dirigido a eles, aquilo me surpreendeu. Não acreditava em heróis, porem o menino se fez um, tamanha era sua bravura, me sentia como uma criança assistido a um desenho, desejava cuidar dele, era  quase um instinto. Nunca soube de fato quanto poder tinha, e nem fazia ideia do meu potencial.

Já fazia um mês que estava lá, sempre de olho. Ele era esperto, se esquivava muito bem, e do lado dele os que obedeciam viviam. No entanto aquilo gerou ciúme, e um homem asqueroso o traiu, quando fiquei sabendo, a fúria e o medo tomaram o controle.

Foi a primeira vez que salvei a criação. Usei a forma de um animal e chamei a atenção de Alexei. Pensem em quão surpreso fiquei. O garoto cujo sobrenome significa filho do lobo, salvou mais uma vez seus comandados. E assim os dias seguiram. No segundo mês, aconteceu. Enquanto tentava interferir, salvando cinco rapazes, um soldado inimigo se infiltrou e apenas ouvi quatro disparos. Dois no menino Alexei, e os outros destinados ao seu carrasco. Mais que depressa fui ao encontro, me ajoelhei e toquei a criança pela primeira vez.

—--Visões---

Assim que o processo começou, vi seu nascimento, sua infância, a adolescência, e sua jornada até o dia em questão, porem as imagens não paravam. Vi o futuro dele, no momento em que o traidor tentaria mata-lo, um fiel amigo o salvaria morrendo em seu lugar. Vi saindo da guerra sem uma perna, contudo ainda vivo. Se apaixonaria por uma enfermeira, casaria, teria lindos filhos, um gatinho terrível e um belo cachorro. Em seu rosto felicidade. E o fim da sua vida seria aos oitenta e cinco anos, ele veria a Segunda Guerra, perderia um filho nela. E do nada a visão parou. E sua alma estava entregue a mim, antes de manda-la ao rumo, ouvi uma voz. O rapaz me disse um obrigado sussurrando e se foi.

Ali aprendi, que existe um plano maior que eu. E por não ter essa noção, acabei apenas acelerando o processo. Dali em diante, jurei não mais me intrometer. Por muito tempo mantive a promessa, mas não durou tanto.

Viajando um pouco para a futuro, sabem aqueles videos de pessoas escapando de fins trágicos... pois é.  Mas depois disso, ninguém sabe o que acontece, a não ser eu. 

Depois do que aconteceu, pensei que poderia ser coincidência, a dúvida e a curiosidade me pegaram, quais eram meus limites, quanto poder tinha e como usar.

Depois de Alexei, não encontrei nada que realmente valesse a pena lutar. Então encontrei cobaias, pessoas normais, sem grandes vivencias, alguns apressadinhos, e principalmente aqueles que desejavam morrer.  As pessoas me deram um novo nome e uma função: O anjo da guarda. Coisa estranha, porque eles nem são meus primos. Então, assumi uma forma diferente. Agora vestes brancas e asas grandes. Até que era legal.

Meus experimentos estavam indo bem, várias pessoas. Meses e meses as observando, analisando e aprendendo. Depois de aperfeiçoar e praticar, comecei a perceber melhor as coisas. De fato, posso salvar quando e onde quiser, posso aparecer como animal, pessoa, ou me apresentar. Descobri que não tem um tempo certo, alguns levam dias, dez a dezoito, outros um mês a três, todos morriam após minhas intervenções de qualquer jeito. Sempre o mesmo, as visões. Aquilo começou a me perturbar, comecei a me questionar, fazer aquilo, me tornava um ser ruim. O medo me contagiou, novamente desisti daquilo tudo e voltei aos vilarejos, para afugentar e aliviar o peso que carregava.


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Notas finais do capítulo

Yeee. Obrigada por chegar até aqui! Desculpem a demora, se bem que acho que demora é um pré requisito para ser um bom escritor. Hahahaha brinks
Valeeeu, amo vocês!
Muiitos beijos, muitos mesmo! Se cuidem e até mais! ❤



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