O Décimo Anjo - A Morte escrita por Yori Medina


Capítulo 2
Segundo Conto- Timeline


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mandar um beijo bem grande pra pessoa maravilhosa, que deixou um review❤ Obrigada!!!! Uns bjo pra quem só leu, e agradecimentos também! Desempregada e com tempo de sobra, vou postar seguido, sem promessas de prazos, porque sou rainha dos imprevistos.
Bem viiiiindos! Mais beijoooos! Boa leitura!



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Parece meio confuso, desculpem se avancei demais, são muitas lembranças, elas vão aparecendo e não consigo controlar... Sabe, demorei muito tempo para lembrar o que era de verdade, com todas aquelas ofensas, tomei a forma do esqueleto fantasma, comecei a pensar que era mesmo a punição divina. Porém, nunca me desvie do destino.

Hum, vejamos. Vou lhes contar de quando conheci aquela pessoa.
Uma tarde vagando e delirando, conheci um ser que me via perfeitamente, imagine o susto e a alegria que senti. Se apresentou como Lilith, a primeira mulher. Fez sentido, o motivo de não ter conhecimento sobre ela, afinal no dia de seu nascimento me mantive afastado. Ela se referiu a mim como Décimo anjo, que estava feliz de ter me encontrado. Algo nela me deixava inquieto, continuou dizendo algumas coisas entranhas como se ficássemos juntos faríamos coisas grandiosas, seriamos temidos, amados, via um futuro glorioso.
Antes que continuasse, me afastei, algo em mim não acreditava naquele ser, tinha perguntas a fazer, mas não era confiável, atravessei a primeira parede que vi. Fui seguido, e após ouvir sobre jamais dar as costas para uma dama, a recusei deixando-a terrivelmente enfurecida, fechei os olhos desejando outro lugar e assim fiz.
Mas de alguma coisa serviu nosso encontro, decimo anjo, era isso. Despertei de forma errada. Ao que parece, sou como o irmão gêmeo da vida. Nasci fraco e sem amparo porque nunca estive nos planos. Acredite ou não.
Ora, seu semblante não me parece bom, esta esperando o pior? Acalmasse. Aliás, vamos descontrair, que tal, relaxar, ainda é cedo.
Estou avançando inconsistentemente no tempo pois pra mim, milênios passam num piscar de olhos. Vejamos, na idade média, tempo difícil, humanos são complicados. Por isso prefiro os animais!
Desde a criação os únicos que podiam me ver eram eles, com o tempo passando mais depressa o formato e aparência já não eram o mesmo. Chamavam de evolução. Quase todos me odiavam, coisa estranha, porque que me odiaria um simples anjo, que dá o descanso eterno.
Pois é, rejeitado até na flora. Ou! Para de me olhar como um fracassado! Deve estar pensando isso, que maldade!
Vou ignorar isso, continuando, quero chegar nos domésticos, nos gatinhos malvados e nos cachorros. Ao contrário do que pensam, com a domesticação, a sensitividade aumentou significativamente, pois como não precisariam mais se preocupar com predadores, o fator caça foi apurado. Interessante não é mesmo. Claro isso é uma teoria, descorde se quiser, em silêncio!
Hey, que? Esconder, não estou... Tá. Sendo assim. O período negro, idade das trevas, ou melhor idade do sofrimento e lamurias. O tempo que me fez ter nojo da criação, aqueles que se diziam mensageiros que pregavam as palavras, usando falsos ideais para encobrir seus propósitos, machucava, tudo aquilo era sufocante. Vomitavam dizeres, vendiam pessoas, pregavam a paz queimando umas mulheres, acusando falsamente, criando mitos. Imaginem que período perfeito para se estar, gostaram? Eu não.
Vou interromper aqui. Vamos deixar algo bem claro! Não roubo almas, não mato pessoas. Não sou eu! Desculpem ser grosso, é que esse padrão é arcaico, desde que fui criado. Como se sentiriam no meu lugar, pensem.
Alguns exemplos rápidos; doenças, homicídios, suicídios, catástrofes, ditadores... Tudo o que conseguir pensar. Surpreendam-se, não é a minha função! E não, também não é divino. A ciência explica, e a bíblia também. Livre arbítrio, o direito de humanos fazerem o que quiser, quando quiser. Exato, o grande lobo mal da história são suas atitudes egoístas. Mais uma coisa, o que faço é guiar almas. Entendido.
Pronto, voltando... Uh, sim. As guerras, cruzadas romanticamente falando. No início achei justo, realmente, os templários tinham ótimos discursos e pareciam tão incríveis. Porém bastou a morte de um dos senhores do alto comando, para entender as fraudes. Senti o golpe, e perdi o pouco de esperança, de novo.
Bem nesse tempo da história, andei meio deprimido, não gosto de pensar, tudo ressente, me incomoda. Avancemos para o próximo.
Há, lembram que assumi a forma, pois é e com a criatividade me deram um garfo. Sério! E depois uma foice, que desperdício de talento.
Idade moderna, a mesma coisa, nunca muda, ganância, miséria, pobres de espírito. Guiar aquelas coisas, irritante, entediante. Há sim nesse tempo senti vontade de poder interferir, um pouco que fosse, ia ser a cura, iria evitar tanta burrice. Ódio!
Uma história em particular acontecia ao mesmo tempo. A velha amiga... Caramba, como ela era velha, se nasceu depois de mim, como se chama alguém tão... Anciã era pouco. Esquisitona. Pessoa, ou seria coisa? Hum, então aquilo apareceu.
Lá estava fazendo o de costume, assustando um gatinho, atrapalhando uns bebês, guiando uma alma, o de sempre. Quando senti algo acontecendo, fechei os olhos e fui em direção. Quando os abri, me vi escondido ouvindo uma voz familiar, falando sobre revolução, contando planos, a segui para um local onde haviam trabalhadores incitando ódio.
Aquilo mexeu comigo, como, de que forma ela conseguia fazer aquilo, sou uma patente acima, melhor em todos os sentidos, aquela coisa irritante podia e eu não, tá de brincadeira! Como desejei esganar, asquerosa!
Depois de lutar contra a vontade de fazer uma idiotice, que resultaria em nada, comecei a pensar. Será que todas as guerras foram forjadas, faz sentido, mas é preocupante. As regras de quem anda na luz são supremas, mas e pra ela que fora amaldiçoada e renegada. Sozinha não poderia fazer. Perguntas, que coisa! Com orgulho ferido levantei a cabeça e as fiz, tranquilamente, juro. Falei de vagar e não xinguei ninguém, serio! E a resposta veio, de alguém que ainda não descobri, mas que tinha uma arrogância. Falou que não era minha função, que meu tempo deveria ser usado no trabalho, ridículo se meter nesse assunto. Com toda a classe, respondi com calma e elegância, escuta aqui seu metido, sabe com quem esta falando? Tem algum problema comigo, palhaço! Se tem desce aqui, resolvemos logo! -Pensei.
Na verdade, me desculpei e voltei a seguir a aberração ambulante. No entanto, enquanto dialogava internamente, a perdi. Os planos dela foram mudados, ui! Humanos são incontornáveis, quem diria.
Aquilo me deu alívio e me sufocou, quer dizer que ela pode ascender o estopim, mas cabe a eles explodirem, ou não, intrigante.
Há, suas caras de tédio me insultam! Muito bem. Idade contemporânea, ou! Esse sorrisinho, irritante.
Nossa, muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo, mas destaco apenas duas. A primeira guerra mundial, e ao termino da mesma a epidemia de gripe espanhola, mal pude me curar das devastações, fui jogado, assim de cara, não sei dizer em qual trabalhei mais, desastroso, se espalhava rapidamente, alcançou quase todo o globo terrestre com exceção de alguns locais no Polo Norte (Sibéria) e Oceania. Era horrível, a impotência, ficar sentado vendo a ruína, não poder intervir, o sofrimento das mães, viúvas, pais, mas o que ironicamente mais me matava era o choro dos órfãos e dos inocentes. As pessoas ainda velavam os soldados, filhos, irmãos... Tive tanto medo. Ninguém me respondia, nem para me xingar, estavam todos a merce do destino.
Mas, nem tudo são tormentas, durante a guerra, aconteceram algumas histórias cruzadas, houve momentos em que quase recuperei por completo a crença nos homens. Figuras com caráter e que admiro ainda hoje. Como um tenente, Senhor Alexei Volkovich, um russo, aqueles ditos como impiedosos.
Quando estourou, julguei os soldados como pessoas que não mereciam ter almas, simplesmente fingi que não estava acontecendo, escória. Não sabiam viver em paz, não mereciam a paz eterna. Foi o que passou em minha mente. Fiquei cerca de um mês, em um vilarejo, brincando com os cachorros, puxando os rabos dos gatos, atrapalhando os pastores, assustando as ovelhas. Na véspera do segundo mês, uma sensação inundou meu corpo, e sem pensar, fui parar no meio das linhas. Disparos, gritos, ódio, medo, mortos. Sem encostar em ninguém, os sentimentos vinham do mesmo jeito que o ar entra para os pulmões. Ranger de dentes, feridas expostas, paramédicos, correria.
Quando me preparei para sair dali, subitamente, tudo parou. Os tiros, os gritos, de repente um silêncio, que logo foi quebrado por alguns sussurros aliviados. Vi soldados se ajudando, carregando feridos, alguns risos paralelos, piadas mal contadas.
As coisas não se encaixavam, oque era aquilo, tinha acabado, ou eles...Novamente me perdi em perguntas.


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Notas finais do capítulo

Noooossa, escrevi tão animada, queria ter feito mais >< Agora estou seriamente preocupada, não sei se melhorei •-•
Obrigada por ler até o fim!
Bjooooos, se cuidem e até mais!



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