Backstage escrita por Fe Damin


Capítulo 31
Capitulo 31


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu começo agradecendo a recomendação mais do que especial da Bibela! Muito obrigada pelas suas palavras tão lindas, Gabi! Sou muito grata por sempre ver um comentário seu, cada um me deixando mais feliz ainda e mais animada para continuar a escrever. Muito obrigada por ser uma leitora maravilhosa!

Agora sobre o capítulo de hoje... Primeiro eu preciso dizer que está enoooorme, segundo que acontecem muitas coisas huahuah
Espero que vocês gostem dessa reta final de Backstage :)



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A Segunda feira foi um dia triunfante, nada melhor do que ter seu trabalho reconhecido para fazer valer a pena as centenas de horas a mais e as várias dores de cabeça que passamos para conseguir completar tudo a tempo. A reunião que tivemos no final da tarde com os diretores foi muito boa. A campanha foi muito elogiada, e eles estavam apostando num bom sucesso da nova coleção. Fiquei ainda mais exultante ao ver a expressão de contrariada que a dondoca tinha no rosto, qualquer coisa que a desagradasse, era positiva para mim. Combinei com o Ced de sairmos para comemorar após o trabalho, aproveitando também que, depois de tanto tempo, estávamos deixando o escritório num horário normal. Liguei para o Ron a fim de contar as novidades e dizer que chegaria meio tarde na casa dele.

—Que bom que deu tudo certo, Mione! - ele me parabenizou.

—Obrigada, amor.

—Eu vou ter que ir no escritório, deram uns probleminhas por lá agora há pouco, devo voltar mais tarde também. Aproveita aí com o Ced, e manda meus parabéns pra ele também,

—Pode deixar, até mais tarde - ele se despediu e eu guardei o celular.

—Podemos ir? O Sr Incêndio já deu permissão? - meu amigo zombou.

—Desde quando eu preciso de permissão para alguma coisa, Ced? Me poupe! - revirei os olhos.

—Claro que não precisa! Só da minha - ele colocou a mão no peito com ares de importante.

—Lógico! - zombei - aliás, o Ron mandou parabéns pela campanha ter sido bem aceita.

—Own, que fofo o Ronizinho!

—Pode parar por aí, esse apelido cruzou a linha do aceitável! - reclamei.

—É, foi das minhas piores obras, mesmo… vou me limitar aos de sempre.

—Ótimo, vamos.

A noite foi divertida e agradável, como sempre na presença do Ced. Fomos para um bar que ele quis conhecer e no final das contas era um lugar bem legal e aconchegante. Como eu estava de carro, me limitei a tomar apenas um drink, mas com o meu amigo por perto, não tinha necessidade de álcool para dar muitas risadas. Jogamos conversa fora, ele falando mal de todos que mereciam, e me contando as últimas fofocas que eu não sabia. Por fim, já era bem tarde quando nos despedimos para cada um tomar o seu caminho.

—Vê se não vai faltar amanhã! Ninguém mandou ir dormir tarde hoje - adverti o Ced antes de ir para o meu carro.

—Que eu saiba foram ordens da minha chefe.

—Muito engraçadinho! Até amanhã, Ced.

Quando eu cheguei na casa do Ron, ele já estava dormindo profundamente na cama. Tentando fazer o mínimo de barulho, eu despi as minhas roupas, procurei a camisola que eu tinha deixado pendurada atrás da porta do banheiro e fui me deitar do lado dele. Não precisei nem de cinco minutos para o sono me levar, era sempre fácil dormir com ele próximo a mim.

Ainda naquela semana, a Martha me ligou para dizer que o vestido da Bel esrava pronto e que ela amou o resultado. Fiquei muito contente com a notícia e marquei com ela de ir no sábado ver como tinha ficado. Foi uma realização poder presenciar a felicidade da menina ao usar o vestido que eu tinha idealizado, o que só me deu vontade de poder fazer isso mais vezes.

—Não falta muito para o meu aniversário, estou ansiosa para a festa - a Bel falou toda animada.

—Você vai estar linda! - concordei - só não se esqueça de me mandar uma foto do look completo, ok?

—Pode deixar.

—Assim você já vai montando o seu portfólio - a Martha observou - porque eu tenho certeza que depois do aniversário, você vai receber muitas ligações - ela piscou para mim.

—É verdade! As minhas amigas já estão morrendo de curiosidade pelo meu vestido. mas eu ainda não mostrei nadinha, elas vão morrer de inveja, com certeza vão querer um tão lindo quanto o meu! - a Bel se vangloriou.

—Que bom que você gostou e vou ficar muito feliz se der para eu fazer mais vestidos assim.

—Com o seu talento, querida, você vai longe - a Martha me elogiou, e aquela parte de mim que adorava ter o bom trabalho reconhecido quase explodiu de orgulho.

—Obrigada, Martha. Agora eu preciso ir - levantei para me despedir das duas - tenho presentes de natal para comprar hoje.

—Falta pouco! Boa sorte! - ela me encorajou.

Eu arrastei o Ron para o shopping a fim de comprar todos os presentes de natal que precisávamos. Ele resmungou um pouco dizendo que ainda tínhamos tempo, mas eu argumentei que cada semana só faria os shoppings ficarem mais cheios e com menos opções de presentes.

—Pronto, aqui estamos - ele suspirou ao entrarmos pela porta principal, vendo os corredores todos enfeitados com árvores e bolas em cores natalinas - quantos presentes temos que comprar?

—Vamos ver: Ginny, Harry e os meus pais - contei - eu vou comprar um presente pro Ced também.

—Tenho que comprar um pro Nick, aquele chorão, se não ele não esquece no ano todo, pra Alex também e as crianças.

—Não esquece da Bete! - lembrei.

—Claro que não, pelo bem da minha vida - ele brincou - o da Ginny eu já comprei na mesma época do aniversário, são brincos para combinar com o anel.

—Devem ser lindos! - o Ron tinha bom gosto, então os brincos deviam realmente ser bonitos - eu também já tenho o dela, consegui um modelo inédito de casaco que é a cara dela.

—Se foi você que escolheu, ela vai gostar, você sempre acerta essas coisas - fomos andando pelos corredores, olhando as vitrines - o que você vai dar para o Harry?

—Acho que vou comprar uma camisa para ele, algo um pouquinho diferente, o Harry anda sempre tão tradicional… E você?

—Eu tenho que comprar presente pro moleque? - ele torceu o nariz, por mais que eu soubesse que era só fachada.

—Claro que tem!

—Não faço a mínima ideia, vamos andando que eu vejo se acho alguma coisa.

Não foi difícil comprar uma camisa que ficasse bem no Harry, e o Ron encontrou uma loja de artigos esportivos e entrou para procurar algo para, se decidindo por um boné de baseball.

—Um boné, Ron? - olhei torto para a escolha.

—Não é um boné, amor é o boné! O moleque é fã, vai gostar - disse convicto.

—Se você está dizendo - brinquei.

Passeamos por mais um bom tempo, mas no fim conseguimos comprar todos os presentes que precisávamos. O Ron estava apreensivo sobre o que dar para os meus pais, porém eu o ajudei a escolher e ele pareceu se tranquilizar com o fato.

—Compras feitas, vamos comer alguma coisa? - perguntei a ele.

—Já terminou? E o meu presente? - ele resmungou.

—Você acha que eu vou comprar o seu com você do meu lado? Qual é a graça? - zombei.

—Eu acho muita graça - ele rebateu.

—Então por que você não comprou o meu também? - levantei as sobrancelhas em desafio.

—Ah…- o argumento dele pareceu perder força.

—Acabou a graça, não é?

—Estraga prazeres - ele fez uma careta, e eu ri da infantilidade - vamos comer, então.

—Não se preocupe que você foi um bom menino, vai ganhar presente - ele gostou de ouvir a minha declaração e já estava mais felizinho quando sentamos para comer a pizza que pedimos.

Logo que o Ron aceitou me acompanhar na viagem para a Austrália, nós compramos as passagens e eu já comecei a fazer um preparo psicológico para que ele não morresse de ansiedade durante a viagem, por mais que eu soubesse que não seria fácil para ele. Combinamos de encontrar com o Harry e a Ginny antes da nossa viagem para podermos trocar os presentes de natal. Saímos todos contentes com o que recebemos, a Ginny adorou o casaco e para o Harry eu fiz também as recomendações de como ele poderia usar a camisa que comprei.

A semana seguinte era a minha última no trabalho antes de viajar, Tudo continuava mais tranquilo depois que a nova campanha tinha sido lançada e estava fazendo sucesso. Na sexta feira que precedia à minha viagem, eu levei o presente de natal do Ced para o escritório, para me despedir dele e desejar boas festas. Vi quando ele chegou na mesa dele, o telefone pendurado no ouvido. De maneira nada comum, ele não veio até a minha sala, permaneceu - no que parecia ser uma conversa animada - me deixando curiosa, devia ser a convivência com ele. Deixei o embrulho que continha o presente dela na minha mesa e fui até ele a tempo de ouvir o final da conversa.

—Tá bom, a gente se fala depois - ele fez uma pausa, ouvindo o que a pessoa dizia - até mais, Colin.

Ao escutar o nome da pessoa que falava com o meu amigo, ainda mais com o sorriso satisfeito que ele tinha no rosto, comecei a rir, chamando a atenção dele para a minha presença.

—Oi, chefinha - ele se sentou direito, tentando disfarçar - nem vi que você estava aí.

—O Colin, é? - provoquei.

—Agora deu pra ficar escutando a conversa dos outros? - ele franziu a testa.

—Com quem será que eu aprendi isso? - coloquei a mão no queixo fingindo pensar no assunto.

—Não sei, mas pode dizer para essa pessoa que é um péssimo hábito! - nem ele conseguiu deixar de lado o absurdo daquela declaração e acabou rindo de si mesmo.

—Vocês andam se falando? - eu estava curiosa para saber o que estava se passando entre os dois.

—Sim, nós saímos uma vez… ou duas - ele explicou com um sorriso atrevido.

—Você parece feliz.

—Consideravelmente - ele concordou.

—Vão se ver de novo? - continuei a inquisição.

—É o plano… - quando ele viu meu sorriso maldoso, se apressou em adicionar - estamos só nos divertindo, chefinha, nada demais!

—Não sei onde eu já escutei isso - zombei.

—Bom, mas não foi para escutar minha ligação que você se deu ao trabalho de vir até aqui - ele desviou o assunto completamente - em que posso ajudá-la?

Balancei a cabeça com a atitude abertamente esquiva do meu amigo, mas decidi deixar passar, se fosse sair alguma coisa séria entre os dois, eu saberia no futuro, apenas queria que meu amigo fosse feliz.

—Eu trouxe o seu presente de natal, eu viajo na segunda - expliquei.

—Ah, ótimo, porque eu trouxe o seu também - ele pegou uma sacola que estava guardada debaixo da mesa e me acompanhou até a minha sala onde a entregou a mim, recebendo o pacote que eu tinha trazido.

—Que lindo, Ced! Adorei, obrigada - ele tinha me dado um lenço maravilhoso que nós tínhamos visto entre os lançamentos das tendências mais recentes, eu ainda não fazia ideia de como ele conseguia a maioria dos presentes que me dava.

—Você arrasou no presente também, chefinha! Combinou com a minha beleza - ele brincou, elogiando os óculos escuros que eu tinha escolhido para ele. - obrigado.

No final do dia, nos despedimos desejando boas festas, e principalmente boas férias, já que estávamos merecendo um bom descanso. Eu e o Ron passamos o final de semana sem fazer muita coisa. Ele já estava ansioso por causa da viagem, por mais que tentasse disfarçar, então ficamos em casa, arrumando as malas e deixando tudo em ordem, Claro que ele reclamou do tanto de coisa que eu estava levando, mas no final das contas se conformou que não teria outro jeito, eu apenas me divertia com os resmungos dele, sabendo que ele cederia.

O Ron tinha falado com a Ginny para nos levar ao aeroporto, porém devido ao horário, ela estaria trabalhando, de forma que a tarefa foi repassada para o Harry que a cumpriu com seu bom humor natural. Ele chegou pontualmente na hora que combinamos e nos dirigiu até o local de onde sairia o nosso voo.

—Boa viagem pra vocês - ele desejou ao se despedir de nós.

—Obrigada por nos trazer, Harry - agradeci

—Sem problemas.

—Vê se cuida direito da Ginny, viu moleque! - o Ron advertiu em tom de brincadeira, mas no fundo, eu sabia que ele estava meio preocupado de não estar ao lado da irmã como sempre fazia.

—A Ginny não precisa que cuidem dela, amor - argumentei.

—Não mesmo - o Harry falou - mas pode ficar tranquilo que eu vou fazer o melhor que ela me deixar - eu vi um entendimento se passando entre os dois naquele momento, duas pessoas que amavam a minha amiga com todo o coração, o Ron não podia desejar nada melhor para a irmã.

—Qualquer coisa, diz pra ela me ligar, vou estar com o celular ligado - o Harry concordou em passar a mensagem e nós finalmente nos separamos.

Ao entrarmos no avião, o Ron estava mais calado do que o normal. Eu me sentei na janela e vi o quanto ele estava tenso ao se acomodar do meu lado. Seriam muitas horas de vôo, e eu rezava para que pelo menos não houvessem turbulências ou nenhum outro tipo de acontecimento que pudesse deixá-lo ainda mais nervoso. Quando o avião decolou, peguei a mão dele na minha, e fui conversando sobre qualquer coisa que pudesse distraí-lo. O lado bom é que pegaríamos boa parte do voo pela madrugada, então ele conseguiu dormir. Eu nunca o vi tão aliviado quanto no momento em que os pés dele voltaram a tocar o solo. A cor que tinha saído aos poucos do rosto dele, foi voltando depressa. O nervosismo que surgiu enquanto esperávamos a nossa bagagem tinha uma razão completamente diferente.

—Eles vão vir nos buscar? - perguntou sobre os meus pais.

—Claro, amor - eu me segurei para não rir do olhar apreensivo dele - não precisa ficar nervoso.

—Eu não estou nervoso! - ele negou - só um pouco.

—Já falei que vai dar tudo certo - eu o abracei, tentando tranquilizá-lo.

—Não tenho uma experiência muito boa com sogros…

—Mas o problema com certeza eram os sogros e não você - eu não tinha dúvida nenhuma de que os pais da ex-esposa dele deviam ser tão estranhos quanto ela própria.

—Eles eram difíceis mesmo.

—Pois então, os meus pais não são.

—Você fala isso porque é a filha deles - ele zombou - eu sou o namorado.

As nossas malas chegaram juntas, interrompendo a nossa conversa e não permitindo que o Ron pensasse mais no assunto, pois minutos depois nós estávamos passando pela porta automática que nos separava do saguão do aeroporto. Meus pais esperavam entre a multidão de pessoas, o sorrisos radiantes ao nos encontrar. Me encaixei no abraço que eles me ofereciam, aproveitando a felicidade do reencontro.

—Que saudade, querida - minha mãe passou a mão pelos meus cabelos assim que eu me afastei.

O Ron tinha ficado um pouco para trás, parecendo encabulado de se intrometer. Eu me virei e puxei-o pela mão, para que ele se aproximasse.

—Mãe, pai, esse é o Ron - apresentei-o.

—Eu sou o Adam - meu pai estendeu a mão para ele, o rosto ainda sorridente, o que pareceu quebrar um pouco do nervosismo do meu namorado.

—Muito prazer, Sr Granger.

—Nada de senhor, só Adam está ótimo, se não me sinto professor até fora da universidade - ele brincou.

—Olá, querido, eu sou a Jean, e nada de Sra Granger também - minha mãe com seu jeito tranquilo deu um passo à frente e abraçou o Ron que pareceu um tanto surpreso, mas apenas por um instante ínfimo - estamos muito felizes que você tenha aceitado vir, não é, amor? - ela olhou para o meu pai que se apressou a concordar.

—Eu que agradeço pelo convite.

—O voo foi tranquilo? A Mione disse que você não gostava muito de aviões…

—Deu para sobreviver - ele brincou - só não consigo fazer isso toda semana, se não acho que não durmo mais.

Continuamos numa conversa leve por todo o trajeto que nos levou até a casa dos meus pais, onde eles nos instalaram logo no meu quarto de sempre e nos deixaram descansar já que o fuso horário do nosso corpo ainda era muito diferente. Os dias que passamos todos juntos foram muito agradáveis e divertidos. Meus pais ficaram em êxtase ao descobrir que o Ron adorava mergulhar e não demoraram em conseguir um dia para fazerem um passeio completo pelos recifes mais bonito. Eu permaneci bem sequinha na praia, rindo da empolgação dos três, já que meus pais pareciam muito satisfeitos de terem para quem mostrar tudo o que eles amavam tanto, e o Ron de poder conhecer aquelas belezas.

Foi exatamente como eu falei, meus pais adoraram o meu namorado. Depois que ele se acalmou, não teve dificuldade em conversar e ficar mais confortável na presença dos dois, ainda mais quando descobriram várias coisas que tinham em comum relacionada aos seus gostos. Minha mãe nos paparicou num nível que apenas mães conseguem, e meu pai não ficou muito atrás. Numa das tardes, ele levou o Ron para pescar, satisfeito por finalmente ter uma companhia, já que a atividade era entediante para a minha mãe também.

—O seu Ron é uma ótima pessoa, querida - minha mãe puxou assunto quando ficamos apenas as duas.

—É mesmo - concordei, o sorriso bobo de quem já tinha passado do estado de apenas um pouco apaixonada há muito tempo.

—Algo me diz que vamos vê-lo aqui mais vezes - ela continuou.

—Se depender de mim, com toda certeza.

—Seu pai gostou dele também, viu a cara de orgulho dele explicando todos os tipo de varas de pescar que ele tem? - ela riu.

—O Ron estava nervoso - confessei - de que vocês não fossem com a cara dele.

—Mas que besteira, pode dizer pra ele, que ele tem uma cara muito bonita - ela disse bem humorada - aqueles cabelos ruivos vão ficar lindos nos meus netos.

—Não vamos apressar as coisas, mãe! - levantei as mãos tentando conter as ideias dela.

—Não estou apressando nada, Mione, só dizendo…

—Sei… - falei sem acreditar por um só segundo - mas bebês ruivinhos devem ser lindos mesmo - concedi e ela acabou rindo.

—Um dia nós descobrimos, o importante é você estar feliz, querida.

—Eu estou, e muito - afirmei.

—Então não tem mais o que dizer.

Na véspera de natal, trocamos os presentes à meia noite. Meus pais adoraram o que escolhemos para eles. O Ron me deu uma pulseira limda que eu amei, mas o prêmio de empolgação ficou para o Ron quando eu dei o presente que tinha comprado para ele: o video game de realidade virtual que tínhamos testado juntos na feira de jogos. Ele literalmente parecia uma criancinha, o sorriso não cabia no rosto, e boa parte do dia seguinte foi passada com todos nós nos aventurando a testar o brinquedo novo dele, até a minha mãe entrou na brincadeira de matar uns monstrinhos e se divertiu, além de nos fazer rir com toda as reações dela.

O ano novo foi igualmente tranquilo, aproveitamos a queima de fogos que havia todo ano na cidade, um espetáculo para os olhos. ainda tínhamos mais duas semanas para aproveitar depois disso. O Ron já parecia bem confortável andando pelos corredores da casa dos meus pais, e nem se importando de estar na presença deles sem mim, já que na maior parte das vezes, ele acordava primeiro. Quando faltavam apenas três dias para o nosso retorno, eu notei que o ele amanheceu com o semblante pesado. Algo anuviava a cabeça dele, e prendia todas as palavras, pois ele permaneceu mais quieto do que o normal. Até os meus pais perceberam, mas eu os tranquilizei dizendo que falaria com ele.

—O que foi amor, aconteceu alguma coisa? - o achei sentado na varanda.

—Hã? - ele estava distraído quando eu cheguei, os pensamentos longe, eu apenas queria saber onde para poder ajudar - não, amor, não foi nada… é que hoje… - ele se atrapalhou nas palavras e eu fiquei mais preocupada ainda - só preciso ligar pra Ginny daqui a pouco - ele disse por fim e foi aí que eu entendi.

—Foi hoje? - perguntei, sentindo a tristeza que ele deixou transparecer, a dor que ainda existia pela morte dos pais dele, mesmo depois de tantos anos. Ele apenas assentiu com a cabeça - eu sinto muito, amor - abracei-o passando todo o apoio que ele tinha em mim, ele permaneceu calado, o rosto apoiado em mim.

—Obrigado, amor - um sorriso esmaecido fez menção de surgir - acho que já dá pra falar com a Ginny agora…

—Liga pra ela, vou deixar vocês conversarem - eu dei um beijo na testa dele e voltei para dentro. Era importante para mim que ele soubesse de minha presença para quando precisasse, mas eu sabia que aquele era um momento apenas dos dois.

Eu expliquei de maneira geral para os meus pais, o significado daquele dia para o Ron, e agradeci mentalmente o bom sendo que eles tinham de nem tocar no assunto com ele. Depois de falar com a irmã, ele ficou um pouco melhor, saber que ela estava bem, o deixava mais tranquilo. O resto dos nossos dias passou voando e quando vimos já estava na hora de pegar o avião de volta para casa. Meus pais se despediram efusivamente de nós, cobrando promessas de que retornaríamos em breve.

Voltar ao trabalho significou retornar à rotina de sempre. A melhor notícia foi saber que a consultora não era mais pessoa integrante do quadro de funcionários da empresa. Pelo que diziam as fofocas, os diretores não ficaram muito satisfeitos com os relatórios que ela emitiu, e decidiram que não continuariam com os serviços dela. Eu achei ótimo, foi um motivo de festa para todos, principalmente para mim, e o Ced, e claro o Ron que ficou muito contente e aliviado de saber que não corria mais perigo de ter que cruzar com aquela mulher indesejável.

Começo de ano, era sinônimo de começo de trabalhos para o desfile da empresa, mais uma vez lá estava eu trabalhando em ritmo acelerado. Entretanto, a equipe já tinha se acostumado com o meu ritmo e exigências, e tudo estava correndo bem. O tempo passou tão rápido que eu nem senti fevereiro se aproximando do fim. Quando me dei conta, faltavam apenas pouco mais de duas semanas para o aniversário do Ron. Quarenta anos, era uma data importante, e eu decidi que queria fazer algo diferente. Ele geralmente comemorava apenas com a irmã, ou comigo, mas de repente me veio a ideia de que aquele ano merecia um pouco mais. Assim que a decisão de fazer uma pequena festa surpresa surgiu na minha mente, eu tive que escalar o meu fiel escudeiro para me ajudar.

—Ced, dá pra você vir aqui? - chamei-o na minha sala

—O que foi, chefinha?

—Preciso da sua ajuda para um pequeno projetinho - falei em tom conspiratório.

—Não sei o que é, mas só pela cara já gostei, pode contar comigo! - ele falou animado.

—Eu quero fazer uma festa surpresa para o aniversário do Ron, nada grande, só uma reunião informal - expliquei.

—Own que lindinha, a minha amiga. Claro que eu empresto minhas ideias brilhantes pra você, é agora dia primeiro, certo? - eu adorava isso no meu amigo, não precisava pedir duas vezes para que ele se juntasse a qualquer empreitada.

—Isso, não temos muito tempo, mas acho que dá.

—Com certeza dá - ele puxou o celular - dia primeiro cai num sábado, o que sempre ajuda, ele trabalha nesse dia?

—O trabalho dele não tem dias exatos para ir ao escritório, mas sábado é difícil - falei.

—Porque ia ser bom mantê-lo fora de casa.

—Isso eu dou um jeito, ocupo o tempo dele.

—Aí você passa pelo menos a tarde fora com ele e todos já tem que estar preparados na festa quando vocês chegarem - era bem rápido que o plano se concretizava na mente do Ced.

—Ótimo, simples e eficiente, não quero que ele desconfie.

—Então, quantas pessoas serão?

Ele continuou me fazendo perguntas e em pouco tempo tínhamos um plano todo elaborado para a festa surpresa, com direito ao cardápio, decoração e a lista de convidados. Fui ficando mais ansiosa quanto mais perto chegava do dia da festa. Liguei para todos que seriam convidados, não era muita gente, apenas a Ginny, o Harry, o Nic, a Alex e as crianças, o Colin e o Ced - que estavam mais do que enrolados àquela altura do campeonato - e a Bete. Eu ainda não conhecia pessoalmente a secretária do Ron, a minha correria louca deixava quase impossível que eu tivesse tempo de passar no escritório dele como ele já havia sugerido, porém na semana antes do aniversário, eu dei um jeito de ir até lá no almoço e tive sorte de ser um dia que o Ron não estava.

Eu tinha estado ali apenas uma vez desde que nos conhecemos, e foi num horário fora do comercial, então não presenciei o andamento normal do escritório. O local não era enorme como o andar em que eu trabalhava, mas tinhas salas o suficiente para quem não conhece se perder. A mesa da Bete ficava logo na entrada, e eu reconhecia senhora de rosto simpático pelas fotos que o Ron já havia me mostrado.

—Boa tarde, meu bem? No que posso ajudá-la? - ela levantou os olhos dos papéis que estava preenchendo e abriu um sorriso gentil.

—Eu sou… - comecei a me apresentar, mas escutei uma voz me chamando.

—Hermione, que surpresa você por aqui! - o Nick tinha saído nesse exato momento da sala à minha esquerda e veio me cumprimentar - o bobão do seu namorado não está aqui hoje, teve um almoço com um cliente, provavelmente não volta.

—Ah, não tem problema, eu vim conhecer a Bete - olhei para ela que agora me encarava encantada.

—Você é a namoradinha do Ronald! - achei engraçado como ela falou aquilo, não com desdém, e sim da maneira que uma mãe ou avó falaria, toda contente - finalmente eu estou te conhecendo! - ela saiu detrás da mesa e veio me abraçar.

—Desculpa pela demora com a visita.

—Mas o que é isso, meu bem? Não tem que se desculpar por nada - ela me avaliou com olhos atentos - que linda e toda bem vestida que você é!

—Eh…. obrigada - respondi ligeiramente sem graça.

—Pronto, Mione, já caiu nas graças da Bete, tá com a vida feita - o Nick zombou.

—Não seja debochado, Nicholas! Só estou elogiando a menina - ela o repreendeu, apenas para voltar novamente a atenção para mim - mas vem aqui, senta um pouquinho comigo.

—Claro, não tenho muito tempo, no entanto.

Ela aproveitou bem os minutos que eu tinha, fazendo várias perguntas e comentários, sempre bem humorada. Por fim eu confirmei a presença dela na festa como já havia feito pelo telefone. Fiquei feliz de ter tirado um tempinho para conhecê-la antes do aniversário do Ron, onde provavelmente seria bem difícil conversar dessa maneira. Nós nos despedimos assim que eu precisei voltar ao trabalho, mas ela me fez prometer que eu visitaria novamente, além de me assegurar que mandaria pelo Ron os biscoitos de canela que ele sempre propagandeava.

Alguns dias antes do aniversário do Ron, eu puxei o assunto com ele sobre o que faríamos para comemorar, levando o tema para o lado que eu queria. Ficou combinado que passaríamos um dia diferente, passeando em todos os lugares que ele queria. A sugestão seria perfeita para mantê-lo fora de casa. Tudo que precisaria ser levado para a casa dela no dia da festa estava armazenado na casa do Ced. A Ginny passaria para buscar tudo assim que eu o tirasse de casa e eles ficaram encarregados de arrumar o ambiente. Bem que eu queria poder participar dessa etapa, porém eu não tinha como estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Foi uma correria tremenda mas deu tudo certo. O sábado do aniversário dele amanheceu bonito, eu acordei antes dele - ansiosa pelo que o dia reservava - e sem conseguir esperar que os olhos dele se abrissem naturalmente, eu me apoiei de lado perto dele e fui distribuindo beijos rápidos do pescoço ao ombro, até que eu o senti se mover e finalmente se espreguiçar.

—Bom dia - ele falou com a voz ainda rouca. Os cabelos emaranhados caiam sobre os olhos ainda embaçados de sono.

—Bom dia, amor, Feliz aniversário! - ele sorriu, e eu juntei o meu sorriso ao dele no primeiro beijo do dia.

—Já é o meu aniversário favorito dos últimos tempos - ele falou manhoso, me abraçando e escondendo o rosto no meu pescoço, tentando fugir da luz.

—Por quê? Ainda nem começou direito - será que ele estava desconfiado da festa? Alguém poderia ter deixado escapar alguma coisa…

—Porque eu já acordei com você do meu lado - ele explicou e eu me derreti, como sempre acontecia com aqueles momentos doces que ele fazia surgir num passe de mágica - e pensar que no ano passado você nem quis ficar.

Assim que ele se lembrou do aniversário anterior, eu me dei conta de como parecia uma vida inteiramente diferente. Aquela Hermione nem sabia o que sentia por ele, e parecia que tinha algum bloqueio contra simplesmente ser feliz.

—Agora você tem que me aguentar, porque o que eu menos quero é sair do seu lado.

—Leu os meus pensamentos - ele falou me fazendo sorrir mais uma vez.

Eu me estiquei até o criado mudo, e peguei o embrulho que continha o presente dele, entregando-o.

—Agora eu ainda ganho presente de aniversário - ele zombou.

—Só não são cinco - brinquei.

—Ah, mas eu não vou ganhar o de sempre? Não me parece uma troca justa… - ele quase fez um bico ao se referir à nossa tradição nos aniversários dele.

—Vamos, ver, vou pensar no seu caso - claro que eu tinha comprado uma lingerie nova, e vermelha, para a ocasião, mas não fazia mal deixar para mais uma surpresa.

Ele abriu a caixinha do presente e tirou de dentro o relógio que eu tinha escolhido cuidadosamente. Quando eu o conheci, ele tinha um relógio que não saia do pulso, já há algum tempo eu percebi que o objeto tinha sumido, e descobri que ele havia estragado ao ter levado uma queda, por isso me veio à mente substituir o objeto.

—Que lindo, amor! Eu estava mesmo precisando - ele deixou a embalagem de lado e já colocou no lugar, avaliando como ficou.

—Faz tanto tempo que o seu estragou, não sei porque não comprou outro antes - eu brinquei.

—Nem eu sei… - ele parou e sorriu - não, mentira, eu sei sim. Era pra ganhar esse de presente.

—Seu bobo - revirei os olhos e ele riu - agora vamos levantar que temos um dia de comemoração.

Eu levantei da cama e puxei um Ron - que ainda fazia manhã para levantar - junto comigo. Saímos um pouco antes do almoço, com a intenção de comer em um restaurante que ambos gostávamos muito. Tínhamos reservas, então não houve problema algum para conseguir uma mesa. O garçom nos entregou os menus, e ficamos poucos instantes trocando ideias sobre o que pediríamos. Como era um local que não nos era estranho, a escolha foi rápida.

—É a primeira vez que almoçamos juntos no seu aniversário - eu comentei pensativa, em geral eram sempre jantares que nos juntavam nessa data, e nem sempre no dia certo.

—Verdade, que casal mais fofo que viramos - ele brincou, apoiando as mãos na mesa, mas o sorriso contente tomou um ar bem menos inocente quando ele se inclinou em minha direção - mas isso não quer dizer que eu não quero o jantar também, inclusive a sobremesa.

—Acho que você está querendo demais - falei com ares de provocação, que só o fizeram intensificar o olhar em mim - além disso, vamos jantar com a sua irmã, esqueceu?

A maneira que encontrei de tirá-lo de casa foi fazendo a minha amiga convidá-lo para jantar na sua casa pela de noite, e argumentando que então eu o levaria para almoçar e se distrair durante o dia. Não era nada estranho o suficiente para que ele desconfiasse, só faltava que a última parte do plano funcionasse, pois eu teria que inventar uma desculpa para irmos na casa dele antes de tal “jantar”, onde a festa estaria esperando. Eu tentava controlar a minha ansiedade não pensando muito no assunto.

—Eu não pretendo ficar preso na casa da Ginny de novo - ele argumentou.

—Vamos ver como você se comporta no resto do dia.

—Mas é meu aniversário! Não preciso ser comportado para ganhar presentes - ele resmungou com a cara contrariada mais fofa do mundo, a visão me fez imaginar um Ron de cinco anos fazendo birra com os pais.

—Você fica uma gracinha fazendo bico, amor - brinquei levando a mão à bochecha dele.

—E você desviou o assunto…

—Minha especialidade - pisquei um olho para ele, o que acabou desarmando a manha e dando lugar a uma gargalhada.

Levamos um bom tempo no restaurante, aproveitando a comida saborosa e uma boa dose de conversa. Eu sabia que tinha um bom tempo para enrolar até a festa, então fiz questão de comer o mais devagar possível de modo que não parecesse que eu estava fazendo de propósito. Como o combinado era passar a tarde fora, ele decidiu que preferia ir ver algum filme, então nosso destino foi o shopping. Assim que a sessão terminou, já era hora em que todos deviam estar a postos na casa dele. Eu recebi uma mensagem do Ced confirmando que tudo estava pronto, então quando o Ron perguntou se podíamos ir, eu concordei.

—Que bom que ainda temos algum tempo antes do jantar, assim consigo me arrumar - comecei a primeira desculpa que tinha vindo na minha cabeça, torcendo para que ele não achasse estranho.

—Você está linda assim, amor não precisa se preocupar - tínhamos chegado ao carro, onde ele assumiu o lugar atrás do volante.

—É o seu aniversário, claro que eu vou me arrumar de novo - revirei os olhos enfatizando o quanto ele estava sendo absurdo - já pensei o que vou vestir, assim fica mais rápido…

—Quem sabe a gente chega no horário então! - ele olhou pra mim fazendo gracinha.

—Eu nunca me atraso! - dei corda para a brincadeira, a hora do teatro mesmo tinha chegado e eu tinha que fazer um trabalho melhor do que o da Ginny quando nos prendeu na casa dela - ah não! - exclamei.

—O que foi? - ele perguntou preocupado.

—O sapato que eu preciso para usar hoje, esqueci que está na sua casa…

—Usa outro, amor, você deve ter algum parecido - ele dispensou o problema rapidamente, mas eu teria que insistir.

—Claro que não, Ron! Tem que ser aquele para combinar… eu não queria ter que escolher outras roupas - falei num tom melancólico.

—Você ia ter que escolher tudo de novo? - senti que ele tinha ficado ligeiramente apreensivo.

—É o jeito - dei de ombros.

—A gente passa lá e pega, então. Com certeza é mais rápido - bingo! Foi até melhor do que eu pensava, nem tive que sugerir, ele mesmo chegou a conclusão que eu queria.

—Obrigada, Ron - estalei um beijo na bochecha dele em agradecimento.

Eles estacionou o carro na garagem vazia, todos tiveram o cuidado de deixar os carros bem distantes da frente da casa dele. Ao nos aproximarmos da porta eu fiquei cada vez mais nervosa, eu queria tanto que ele gostasse da surpresa, mas a verdade é que eu não sabia muito o que esperar. Me apressei a passar na frente dele para ser a pessoa a abrir a porta. Ele vinha com um semblante tranquilo atrás de mim e eu tinha total certeza de que não desconfiava de nada. Coloquei a chave na fechadura e respirei fundo antes de dar a volta na maçaneta. A escuridão não nos permitia enxergar nada e - para mérito dos convidados - nenhum som podia ser ouvido também. Fiz questão de entrar direto para sala, deixando para ele o trabalho de acender a luz.

—SURPRESA! - todos gritaram em uníssono, assim que o Ron apertou o interruptor.

O Ced tinha feito um ótimo trabalho arrumando tudo, ele rearranjou os sofás, espalhou as cadeiras e decorou o que precisava ser feito. O pequeno grupo de pessoas batia palmas e cantava parabéns, e claro eu me juntei a eles. Meu sorriso estava imenso ao ver o semblante embasbacado, porém feliz do meu namorado.

—Seus… - ele falou balançando a cabeça já rindo.

—Você achou que a gente ia te deixar chegar a quarenta anos sem vir aqui te lembrar disso, é? - o Nick zombou ao vir abraçá-lo.

Eu já o tinha monopolizado pelo dia todo, então dei a vez para os outros me limitando a observar. Eram umas quinze pessoas, contando com os amigos que eu pedi para o Nick chamar, e um por um, foram distribuídas felicitações e brincadeiras pela cara de susto que ele exibiu ao chegar. O sorriso no rosto do Ron ficou mais emocionado ao receber o abraço da irmã.

—Não acredito que você conseguiu me enganar! - ele falou admirado.

—Claramente sou uma ótima atriz - ela rebateu - quarenta aninhos, Ron! - ela se afastou para encará-lo.

—Estamos ficando velhos.

—Fale por você - ela rebateu - mas pode tratar de viver mais um cento e quarenta anos, porque você já sabe, né? - ela esperou a resposta dele.

—Tenho que cuidar de você, claro - os dois riram juntos, e eram momentos assim que me davam saudade de algo que eu nunca tive, um irmão ou irmã. Me alegrava, porém, ver como duas das pessoas que eu mais amava no mundo, se apoiavam de maneira tão incondicional.

As felicitações chegaram ao fim e o Ced - no seu estilo mais sutil - declarou que a festa estava oficialmente aberta, com comida e bebida já dispostas na mesa de jantar. Os convidados se dirigiram ao local, e foi a minha vez de ganhar novamente a atenção do aniversariante.

—Só podia ser ideia sua - ele declarou, passando as mãos pela minha cintura me puxando para um abraço.

—Como você pode saber? - retruquei, mas a certeza era clara nos olhos dele.

—Porque eu te conheço, Srta Granger e para organizar algo assim para mim, só existem duas opções de pessoas, e tenho certeza de que a outra nunca nem imagino cogitar algo assim - ele brincou.

—Você gostou? - passei a mão pelos cabelos dele, colocando no lugar uma mecha que estava em seus olhos.

—Adorei, amor, fazia anos que eu não tinha uma festinha de aniversário - ele se inclinou e capturou meus lábios num beijo rápido.

—Tem até bolo, pelo menos acho que tem, essa parte também era encargo do Ced.

—Ah, então tem! - ele riu - espero que tenha docinhos também

—Claro - revirei os olhos para a ofensa ao meu planejamento de festa - agora vamos deixar de ser mal educados e dar atenção aos convidados.

—Podemos ser mal educados depois, então? - eu respondi apenas com um sorriso sugestivo e o puxei pela mão até o local onde estava a comida.

A festa foi muito divertida, os amigos do Ron não deixaram por menos o entretenimento. Por entre as várias conversas, consegui escutar diversas histórias engraçadas, e nem mesmo aqueles que trabalhavam para ele - para os quais ele argumentou que difamar o chefe dava demissão - deixaram de adicionar informações. A minha satisfação maior era vê-lo feliz, exatamente como eu tinha planejado. Dei parabéns ao Ced por tudo ter saído muito bem. A comida estava ótima - principalmente os brigadeiros de acordo com a Ginny - e ele até se lembrou de comprar o vinho de uma das minhas marcas favoritas.

Assim que a noite se transformou em madrugada, os convidados começaram a ir embora, até que fechei pela última vez a porta nos deixando sozinhos. O Ron não estava na sala, entrei no quarto para achá-lo saindo do banheiro. Ele sorriu ao me ver, e se aproximou para me envolver num abraço gostoso.

—Enfim sós? - ele perguntou.

—Uhum - respondi, sem levantar a cabeça que eu tinha confortavelmente apoiada no peito dele.

—Eu estava errado no ano passado, acho que esse foi o melhor aniversário - a animação na voz dele colocou um sorriso nos meus lábios.

—Que bom que você gostou, pelo jeito ganhou um monte de presentes, vamos completar a tradição e abrir? - ele se afastou um pouco e envolveu o meu rosto com a mãos, os lábios tão próximos dos meus que eu sentia a respiração dele na pele.

—Só tem um presente que eu quero abrir agora, e não envolve nenhuma embalagem - o que ele queria estava bem claro nos olhos dele, todo o desejo que com certeza estava presente da mesma maneira nos meus.

—Não, envolve o que? - provoquei.

—Envolve - ele colocou a mão nas minhas costas, deslizando a ponta dos dedos pelos botões pequenos que fechavam o vestido que eu usava - vários botõezinhos, perdi as contas.

—Eu posso te ajudar com isso - virei de costas pra ele, trazendo o cabelo para frente afim de deixar a visão livre das minhas costas.

—Deixa eu contar de novo - senti a pressão das mãos dele no primeiro botão, fazendo menção de abri-lo, porém eu me afastei de modo a impedir.

—Quem disse que você pode abrir? - sussurrei em tom de desafio - os botões são meus.

—O que eu tenho que fazer para serem meus?

—Acho que eu mereço algo em troca de cada um - ele afundou os dedos na minha cintura, ao mesmo tempo que levou a boca ao meu pescoço num beijo nada inocente.

Ele não se deu ao trabalho nem de perguntar se era um preço suficiente, os dedos dele foram rapidamente tirar o primeiro botão da casa.

—Um - ele contou.

Dessa vez o beijo veio mais em direção a minha nuca, me arrepiando inteira quando senti a língua dele me provocando.

—Dois - o segundo botão já não era mais uma barreira.

A mão esquerda dele escorregou até chegar à pele da minha coxa onde o vestido já não escondia. Ele infiltrou os dedos por debaixo do tecido me fazendo gemer baixinho ao apertar a carne macia.

—Três - ele continuou alternando carícias com eliminações de botões, explorando todo o meu corpo. Eu sentia o ritmo do meu coração cada vez mais acelerado, a respiração saía em cortes, e eu nem me dei ao trabalho de refrear cada arrepio ou gemido que ele me causava, aquela brincadeira estava saindo muito melhor do que se pode esperar de um simples tirar de roupas.

—Dez - ele chegou ao último botão e puxou as alças pelos meus ombros.

—Não tem mais nenhum? Tem certeza? - reclamei, aquilo estava tão gostoso que eu fiquei de arrumar um vestido com o dobro de botões muito em breve.

—Tenho - com alguns puxões nada sutis, ele conseguiu fazer com que a peça escorregasse do meu corpo e fosse parar no chão, eu me virei de frente para ele, que ficou alguns segundos me observando - olha só, o meu presente favorito! Acho que esse vai ter que virar um daqueles clássicos que é sempre bom ver de novo.

Sem mais delongas, ele colou o corpo no meu, correndo o dedo pela renda que cobria os meus seios ao mesmo tempo que capturava meus lábios com os dele. O beijo ficou mais intenso à medida que as nossas línguas exploravam a boca um do outro. O toque das mãos dele em meus seios me fez ofegar, e eu mordi com um pouco mais de força o lábio dele, ficando contente ao escutar um gemido grave. Subi as minhas mãos pela parte interna da camisa dele arranhando a pele e sentindo-o se arrepiar. Ele não demorou muito a se desfazer do meu sutiã, levando a trilha de beijos molhados até os pontos mais sensíveis.

Minha mão estava agarrada nos cabelos dele, enquanto a outra tentava - sem muito sucesso - abrir os botões da camisa dele. Lentamente, fui sendo guiada até a cama onde eu me deitei, puxando-o para cima de mim. Aquele foi apenas o início de uma noite muito bem aproveitada entre toques, beijos e gemidos.

Algumas semanas depois do aniversário do Ron, o ritmo do trabalho estava novamente a todo vapor. Eu chegava o mais cedo possível, e não eram poucos os dias em que o horário de voltar para casa era muito parecido com o que dizia que eu já deveria estar dormindo. Abril mal tinha começado e eu me sentia exausta. Acordar cedo ficava cada vez mais difícil, e eu me via querendo muito poder dormir nem que fossem alguns minutinhos a mais. O Ced já tinha me chamado atenção, dizendo que eu precisava dar uma maneirada, se não acabaria tendo um treco, mas o trabalho não ia me esperar descansar.

Na hora do almoço, o Ced veio me buscar para irmos comer, porém eu protestei dizendo que comeria alguma coisinha mais tarde, eu estava aguardando a visita de um dos fornecedores do nosso evento para aquele dia e não queria correr o risco de não estar lá quando ele aparecesse.

—Nada disso, chefinha! Você vai comer sim e é agora! - ele brigou comigo - olha essa sua cara de cansada, não dorme direito e agora não come também?

—Muito obrigada pelo elogio tão carinhoso - falei irônica.

—Não é engraçado, Mi estou preocupado. Se eu tivesse que apostar diria até que que você emagreceu esses dias…

—Ai, tá bom, Ced! Vamos logo almoçar - levantei a contra gosto, mas fiz um movimento brusco demais ao me impulsionar e, num momento estranho, senti o mundo balançar à minha volta.

—Ei, pera aí - ele se adiantou para me segurar pelo braço - tava indo aonde, chefinha? - o olhar dele era mais preocupado ainda.

—Não foi nada, Ced só uma tontura - expliquei, mas a verdade é que aquilo tinha me assustado, eu nunca tive nada do gênero. Meu amigo provavelmente estava certo, e o cansaço aliado à falta de comida tinha causado um efeito colateral.

—Qual foi a última vez que você comeu? - ele me olhou bravo, fazendo com que eu me sentasse de novo.

—De manhã.

—De manhã que horas? - ele cruzou os braços.

—Antes de vir - falei baixinho sabendo que ele ia ficar mais irritado.

—Ah, ótimo! 500 horas atrás. Você já é bem grandinha para eu precisar  ficar chamando atenção, Mi! Chegou na fase de rebelde agora? Você nunca foi assim….

—O tempo está corrido, Ced você sabe - me justifiquei.

—Como esteve em tantas outras vezes - ele argumentou, e me dei conta de que era verdade.

Parei por um segundo para prestar atenção e percebi que, na verdade, nos últimos dias parecia que nada me apetecia, e juntando isso com a falta de tempo, eu acabei nem percebendo que estava deixando de comer. Esse ritmo de trabalho não estava me fazendo bem mesmo.

—Você tem razão, Ced, não vou mais fazer isso.

—Acho bom, se não, como eu explico pro Sr Incêndio que tive que te levar toda acabada pro hospital?

—Para de falar besteiras e vamos almoçar - zombei, dessa vez me levantando com a calma de sempre.

—Pode escolher hoje, você que está precisando de carne nesses ossinhos - ele beliscou de leve o meu braço e ganhou um tapa - ainda com tendências violentas, continua normal.

Eu acabei escolhendo o meu restaurante favorito ali das redondezas. Ele servia um filé a parmegiana que eu amava, então ao entrar no estabelecimento, não precisei nem pensar quando o garçom chegou com os menus. Os pratos demoraram um pouquinho, mas eu e o Ced ficamos conversando, principalmente sobre o direcionamento do novo desfile, além dele dar um jeito de enfiar mais algumas broncas no meio, dizendo que se eu não passasse a ir para casa mais cedo, ia ter que criar uma força tarefa para me mandar embora todo dia, e o pior é que eu não duvidava que ele fosse capaz.

O meu prato delicioso chegou, a comida ainda fumegava. É verdade quando dizem que comemos primeiro com os olhos, pois a aparência estava maravilhosa. Cortei o primeiro pedaço, e estava prestes a colocá-lo na boca, quando o cheiro da comida me atingiu em cheio, revirando o meu estômago na hora. Larguei o garfo instantâneamente e levai a mão à boca, respirando fundo para tentar controlar a súbita náusea.

—Mi? - o Ced me olhava inquisidor, mas eu consegui apenas chacoalhar negativamente a cabeça. A sensação não passava e, cada vez mais, aquele cheiro me enjoava. - o que foi? Tá passando mal?

—Ced, eu preciso sair daqui - falei de uma vez.

—Ai meu Jesus Crsitinho, você tá parecendo uma cera, vem - ele se levantou e me puxou da cadeira, guiando os meus passos até a porta do banheiro, onde ele não teve nenhum pudor de entrar comigo, visto que era apenas uma cabine.

A sensação de náusea só aumentava e sem pensar duas vezes, eu me inclinei sobre o vaso sanitário, porém nada aconteceu.

—Nem tem nada no seu estômago, vai vomitar o que? - meu amigo perguntou.

—Alguma coisa me embrulhou o estômago… aquela carne… - falei baixo, eu sentia que estava suando frio.

—Você sempre pediu isso, Mi - ele me olhou frisando as sobrancelhas.

—Já vai passar - eu falei.

—Tem certeza? - ele perguntou ainda desconfiado.

—Sim.

—Agora ou daqui a uns nove meses? - a pergunta dele perfurou os meus ouvidos e eu quase ri do absurdo.

—O que? Agora você está imaginando coisas, Ced - a cada respiração parecia que o nó no meu estômago se afrouxava,

—Você está ajudando a minha imaginação então - ele levantou a mão e começou a contar nos dedos - está sempre cansada, com sono, não está comendo, teve tontura e agora enjoo. Eu não sou mulher, chefinha, mas até nós homens já vimos novela e filmes o suficiente pra saber que isso são sintomas de um fator muito específico.

—Não tem a menor possibilidade, Ced - eu estava muito convicta de que as chances eram remotas.

—Se você está dizendo - ele deu de ombros - está melhor?

—Sim, acho que podemos ir.

Pagamos a conta, mesmo sem ter comido, e compramos apenas um lanche leve na volta. Ele insistiu que eu tinha que comer, então acabei cedendo. As palavras dele ficaram martelando na minha cabeça, mas eu deixei logo aquilo de lado, era praticamente impossível que eu estivesse grávida, eu e o Ron sempre tomávamos precauções. Foi aí que a memória da noite do aniversário dele me veio a cabeça, tínhamos sido menos cuidadosos do que habitualmente, mas mesmo assim não fazia sentido, eu tomava anticoncepcional que deixava a porcentagem de falha perto de nenhuma.

Porém, um sentimento estranho começou a me incomodar, igual a quando tentamos sem sucesso, lembrar de algo, e num impulso, abri a minha bolsa e achei a cartela de meu remédio. Era tão habitual tomá-lo que eu nem prestava atenção nos pequenos números, mas apenas para me deixar tranquila olhei com cuidado, o que vi não foi um bom sinal. Meu estômago afundou quando eu fiz as contas necessárias e vi que tinham mais remédios ali do que deveria. Um momento de pânico me assolou. Eu só conseguia pensar “e agora?”. Eu ainda podia estar errada, feito mal as contas, como eu tinha me esquecido de tomar?

—Ced! - gritei por ele pela porta que estava aberta e num piscar de olhos ele estava na minha frente. Só de ver a minha cara de nervoso e o que eu segurava nas mãos, ele fez as contas e entendeu o que se passava na minha cabeça.

—Você sabe que só tem um jeito de resolver isso, né? - aquele era um dos momentos de praticidade extrema do meu amigo, não era sempre que acontecia, mas parece que resolveu dar as caras.

—Eu… eu.. - as palavras não se formavam.

—Pode deixar, eu vou na farmácia pra você - ele colocou a mão no meu ombro tentando me tranquilizar.

A verdade é que eu nem percebi quando ele saiu. Minha mente começou a entrar numa espiral sem controle. E se o pior tivesse acontecido? Pior? Não, não era o pior, ou era? Eu não conseguia me decidir, a possibilidade real de que eu pudesse estar grávida me aterrorizou em segundos, mesmo que eu nem soubesse exatamente o porquê. Talvez fosse o fato de que eu mal tinha tempo para mim e para o Ron, imagina uma criança. Ou talvez fosse a falta de planejamento e o Ron… Naquele momento, eu me lembrei dele falando que gostaria de ter filhos e do olhar que ele tinha, a imagem era linda e de repente uma calma me envolveu. Fosse o que fosse o resultado, o Ron estaria ao meu lado, e um bebezinho de cabelos ruivinhos e sorriso fácil se intrometeu nos meus pensamentos.

O Ced voltou poucos minutos depois, e eu tomei coragem de ir fazer o teste. O tempo que se leva para esperar o resultado, parecem mais longos do que os normais. Cada segundo marcando a possibilidade de início e fim, tudo dependendo de quantas linhas aparecessem. Eu estava sentada esperando, fechada dentro do banheiro. O Ced com certeza estava com a orelha colada na porta e escutou o grito de surpresa que eu dei ao ver a confirmação de que sim, eu estava grávida, pois no instante seguinte já tinha aberto a porta.

—E então, eu vou ser titio? - o sorriso radiante dele já mostrava a esperança.

—Vai! - o resultado pesou sobre mim e eu não consegui compartilhar da felicidade imediata dele - Ced… como… - de que adiantavam indagações?

—Não me diz que você quer que eu te explique como os bebês são feitos? A mamãe Granger devia ter feito isso, mas vamos lá: quando um homem e uma mulher…

—Para Ced! - empurrei-o de leve para calá-lo, senti as minhas mãos trêmulas.

—Ah, Mi não chora! - ele me abraçou forte e foi apenas quando ele disse, que eu notei a umidade nas minhas bochechas.

—Eu vou ter um bebê, Ced! - a minha voz estava embargada pelo choro.

—Vai - ele acariciava os meus cabelos com calma, me balançando num ritmo lento tentando me acalmar.

—Um bebê meu e do Ron - consegui falar entre os soluços.

—Espero mesmo que seja! - ele zombou me fazendo rir - estamos felizes, não estamos?

—Isso não estava nos planos nem de longe…

—Não perguntei dos planos, Mi.

—Ainda não consegui assimilar, mas...eu estou feliz - confessei.

Como eu não ficaria? Eu queria ter filhos, e mesmo que não tivesse pensado numa gravidez para esse exato momento, quando seria um momento bom? Assim que o susto foi diminuindo, as novas conjecturas da minha mente envolviam bebês em todas elas.

—Claro que está e seu bebê tem que estar mais ainda porque vai ter esse tio ótimo - ele brincou mais uma vez.

Eu respirei fundo e consegui acalmar as lágrimas e fazer minha respiração voltar ao normal. Só havia uma coisa que eu queria fazer no momento.

—Preciso contar para o Ron! - eu e o Ced voltamos para a minha sala.

—Você não vai fazer isso por telefone, né? - ele me olhou desconfiado ao me ver pegar o celular e fazer uma chamada.

—Claro que não! - ele atendeu rápido - oi, amor.

—Oi, Mione, Tudo bem? - ele sempre ficava ligeiramente preocupado quando eu ligava em horários pouco comuns.

—Sim, só queria saber se você quer ir jantar fora hoje - não era nada estranho e ele aceitou facilmente, com a voz até bem animada.

—Onde? - ele perguntou.

—Pode escolher, só me avisa por mensagem que eu te encontro lá, vou passar em casa primeiro para me arrumar, pode ser?

—Claro. Te vejo as oito?

—Até as oito, Ron.

—Até as oito, amor.

—Pronto, ele vai escolher o restaurante - falei para o Ced.

—Eu queria poder ver a cara dele quando você contar, alguma chance de eu poder ir junto? - ele sorriu todo cara de pau.

—Nenhuma! - chacoalhei a cabeça - como se conta uma coisa dessas, Ced?

—Querida, você está perguntando pra mim? Eu nunca vou passar por isso - ele me olhou como se eu fosse de outro planeta.

—Vai que você tivesse visto em algum filme também - dei de ombros.

—Isso na verdade eu já vi mesmo.

—Preciso ir, tenho que passar no shopping antes de chegar em casa - falei dando um pulo da cadeira, eu não ia conseguir me concentrar mais de qualquer forma.

—Vai com calma! - ele me repreendeu - fazer o que lá?

—Tive uma ideia de como contar - eu sorri exibindo a minha felicidade.

—E o visita do fornecedor? - ele perguntou.

—Cancela, por favor - percebi nos olhos dele a surpresa, não era do meu feitio, mas naquele momento eu não me importava. Nem o deixei perguntar mais nada, peguei a minha bolsa e fui embora. Tudo o que eu conseguia pensar era que eu precisava que oito horas da noite chegasse logo.


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Notas finais do capítulo

Olha, aconteceu muita coisa nesse capítulo, eu não sei vocês, mas tudo que eu consigo pensar no momento é em como o Ron vai reagir a essa notícia! O que vcs acham? A única coisa que eu não dúvido é que ele será maravilhoso no novo papel que terá que desempenhar.
Não esqueçam de me dizer nos comentários se vocês estão gostando ou não, estou com saudades de ouvir opiniões de várias de vocês...

Bjus

Crossover: em DV vocês comseguem ver melhor como foi a festa pelo ponto de vista da Ginny, além da reação dela com as novidades, não percam!