Uma mestiça em Hogwarts. escrita por Isa or Bela


Capítulo 3
Capítulo 3 - A farsa.




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A água batia em seu rosto, o som dos raios poderiam ser ouvidos batendo nas árvores próximas da sombra. Enquanto caminhava segurando sua varinha, a sombra ganhava forma, deixando a mostra uma garota de no máximo 1,53 de altura, com largas cabeleiras loiras e cacheadas, que mantinha uma expressão de puro desentendimento enquanto olhava o ambiente ao seu redor. O local era frio, as árvores estavam úmidas e folhas balançavam de um lado para o outro ao som do vento, a grama era alta e batia em sua batata da perna. Era como uma floresta, mas ao longe a loira podia ver largas montanhas, que iam até as nuvens.  

 

Quando a garota deu de costas, um homem apareceu da escuridão. Seus olhos eram vermelhos , assim como sangue, sua pele era branca e tinha narinas finas, que lembravam fendas. Já seus cabelos, ele não tinha, mas estavam marcados pelos veias, assim como abaixo de seus olhos tinham a marca de seus ossos. Aquela aparição assustou a loira, que jurava estar vendo a fisionomia de um demônio. Antes que a loira pudesse se afastar, ele apontou a varinha para ela e disse algo que ela não entendeu. 

 

— Avada Kedavra. — ele gritou.  

 

Um forte lampejo verde voo contra a loira, acertando seu estomago. Com o impacto, o corpo da loira foi para o lado, e então, tudo escureceu.  

 

Mareena abriu seus olhos assustada, olhando para os lados sem entender nada. Seus cabelos estavam grudados em sua nuca, e o suor escorria sob sua face tentando entender o que acontecia. Mareena tinha sonhos como aquele desde seu primeiro dia em Hogwarts, quando recebeu um jornal sobre Lord Voldemort, a garota jogou suas pernas para o lado e sentiu o toque frio do piso em seu membro quente, arrepiando-se. Mareena segurou na ponta da cama e levantou-se com dificuldade, vendo Alice Purckle, sua colega de quarto, dormindo abraçada ao seu travesseiro de fronha branca.  

 

Assim que olhou para a janela, Mareena percebeu que ainda era de noite, então vestiu suas pantufas e o robe vermelho, caminhando até a porta e abrindo-a. Os corredores estavam escuros, assim como a entrada da sala comunal, Mareena retirou a varinha de suas vestes e apontou para o nada.  

 

— Lumus. — sussurrou. 

 

Uma luz amarelada brilhou na ponta da varinha, iluminando o salão comunal, Mareena empurrou o quadro e passou pelo mesmo, ouvindo uma voz atrás da mesma enquanto seguia pelos corredores do sétimo andar.  

 

— Ei, onde você vai? Não pode sair dos dormitórios agora. — era a voz da Mulher Gorda.  

 

Mareena não se importou com aquilo, apenas continuou andando apontando sua varinha brilhante para a escuridão. Mareena desceu as escadarias e se encontrou no terceiro andar, mas antes que pudesse continuar seu caminho, a loira sentiu seu corpo batendo com alguém. Após alguns segundos, Mareena olhou para cima e apontou a varinha iluminada para o rosto da pessoa, vendo Remus Lupin parado.  

 

— Ah, eu sint... — antes que Mareena pudesse continuar frase, alguém a interrompeu.  

 

— Remus, vamos logo, Argus já vai voltar e... — James Potter olhou para Mareena e depois para o garoto. — o que ela está fazendo aqui? — perguntou para o amigo.  

 

— Eu não sei, acabei de encontrá-la. — Remus explicou.  

 

— Isso não faz diferença, temos que ir. — Sirius disse, saindo da escuridão com Peter Pettigrew ao seu alcance. James concordou com a cabeça, mas segundos depois apareceu uma gata magricela, cor de poeira e com enormes olhos amarelos. — Droga, é a gata do Filch. — murmurou Sirius olhando para o animal, mas como se ela o entendesse, o bicho saiu correndo para a escuridão, fazendo Sirius olhar para os garotos. — Precisamos ir agora, ela vai voltar com Filch e vamos receber uma detenção se ele nos encontrar aqui essas horas. — Mareena concordou com o plano dele, embora não soubesse o que eles estariam fazendo aquelas horas fora do dormitório.  

 

Quando uma luz apareceu no fundo do corredor, todos saíram correndo, e Mareena não hesitou em copiá-los.  

 

— Nox. — a luz da varinha de Mareena apagou-se, mas ninguém se importou com aquilo, porque pareciam ocupados demais em salvar sua própria pele.  

 

Assim que chegaram no sétimo andar, Mareena ficou de frente para o quadro da Mulher Gorda enquanto os quatro garotos ficavam atrás dela olhando se Argus Filch aparecia.  

 

— Onde vocês estavam? — perguntou a Mulher Gorda.  

 

— Pastéis de Banana. — Mareena ignorou a pergunta do quadro, dizendo a senha.  

 

Sendo obrigada, a mulher abriu espaço para os mesmos entrarem, e assim fizeram. Antes que pudessem subir para seu dormitório, Mareena ficou na frente da escada, trancando a passagem deles.  

 

— O que você quer agora? — perguntou Sirius, impaciente.  

 

— Onde vocês estavam? — Mareena respondeu sua pergunta com outra. — E aprontando o que?  

 

— Por que você acha que estávamos aprontando alguma coisa? — perguntou James, fingindo-se de ofendido.  

 

— Eu posso esperar tudo vindo de você, Potter. — respondeu. 

 

— Assim você me ofende, Watson. Mas de qualquer forma, você descobrirá amanhã. — Mareena fuzilou James com o olhar, mas abriu passagem para eles. — Até amanhã, Watson.  

 

— Até, Potter. — murmurou.  

 

Os quatro garotos se despediram da loira e subiram para seu dormitório, e assim que Mareena teve certeza que eles tinham adentrado em seu  quarto, Mareena subiu para seu quarto que dividia com Lily, Marlene, Dorcas e Alice. Empurrou a porta de leve e olhou para dentro, vendo as garotas que continuavam dormindo, soltou um suspiro e retirou a pantufa, pendurou seu robe no mesmo lugar de antes e posicionou sua varinha no criado-mudo, puxando a cortina da cama. Mareena cobriu-se e abraçou seu travesseiro, caindo no sono. 

 

                                                                              *** 

 

— Me passa esse livro, por favor. — pediu Mareena para Lily, que estava do outro lado da mesa rodeada de livros grossos e empoeirados que conseguiram na biblioteca. Assim que ouviu a voz rouca da loira, Lily olhou para onde Mareena apontava e passou o livro de capa roxa. — Obrigada.  

 

Lily sorriu e Mareena abriu o livro bem no meio, onde estava escrito com letras finas ''A revolta dos Duendes''. Mareena empurrou seus pergaminhos para o lado e começou a ler o que estava escrito para Lily, que observava a amiga cautelosamente.  

 

— Em 1365 a.C., muitos Duendes do Mundo formaram uma comissão onde tentariam tomar o poder para si próprios, tentando enfrentar os poderes de bruxos, mutantes e vampiros. Um deles, o mais forte, sábio e poderoso, Glubkin, era a favor dessa Revolução, pois o tamanho de sua ambição se igualava ao tamanho de seus poderes. — Mareena olhou para Lily, que fez um aceno para ela continuar lendo. — Glubkin queria libertar o seu povo dos sacrifícios que eram obrigados a fazer pelos Vampiros, mas sabia que os bruxos eram contra os vampiros e tentavam libertar os Duendes havia séculos, mas o poder dos Vampiros da Antiguidade era maior e precisavam da ajuda dos mutantes para isso, porém eles não queriam se envolver nessa briga, considerando-se neutros.  

 

— Então já temos o que é necessário para responder essa pergunta. — comentou Lily desenrolando o pergaminho, que tinha escrito perfeitamente as cinquenta perguntas passadas pelo professor Binns que deveriam ser entregues dali dois dias. — Que é... ''1° - Como começou a Revolta dos Duendes?''  

 

— Bom, então podemos colocar que muitos Duendes do Mundo formaram uma comissão onde tentariam tomar o poder para si próprios, tentando enfrentar os poderes de bruxos, mutantes e vampiros. O que você acha? — perguntou a loira.  

 

— Perfeito. — então Mareena e Lily pegaram suas penas, molharam na tinta preta e começaram a responder a primeira pergunta das cinquentas. — Agora é a segunda questão. Qual era o Duende mais import... — antes que Mareena pudesse continuar, uma garota de cabeleiras loiras e várias sardas espalhadas pelo rosto apareceu entusiasmada.  

 

— Vocês não vão acreditar. — Marlene gritou assim que avistou as duas garotas juntas, mas recebeu um olhar furioso da bibliotecária Pince. — Desculpe-me, mas continuando, voces não vão acreditar. Alguém soltou várias bombas de bosta no corredor do terceiro andar ontem á noite.  

 

Corredor do terceiro andar?  

 

— Corredor do terceiro andar? — perguntou Mareena já soltando sua pena e encarando a colega de quarto com uma expressão séria — Você tem certeza?  

 

— Absoluta. — confirmou — Filch está furioso, e está apontando para todos alunos que passam pelo corredor, e quando alguém faz cara de confuso, ele acusa a pessoa de ter soltado as bombas. Está uma confusão, mas Dumbledore não parece se importar muito com isso, na verdade, ele parece estar achando graça dessa situação.  

 

— Dumbledore é louco de achar isso engraçado. — disse Mareena, já voltando á anotar algumas coisas no pergaminho, enquanto pensava nos quatro supeitos.  

 

Será que foi James, Sirius, Remus e Peter quem soltou aquelas bombas no corredor? Se sim, ela tinha certeza que eles receberiam uma baita detenção por destruir propriedades da escola.  

 

— Seja lá quem foi, ele terá uma grande fama na escola. Os alunos estão falando que quem explodiu essas bombas é um deus, ninguém nunca fez algo igual antes. — completou Marlene. — Eu preciso ir agora, Dorcas está me esperando. Tchau, meninas. 

 

— Até, Lene. — Lily despediu-se enquanto Mareena apenas acenava em troca. A garota saiu da biblioteca saltitando e Mareena voltou o olhar para a ruiva. — O que foi?  

 

— Nada, nada. Então, onde estávamos?  

 

                                                                              *** 

 

— Eu não acredito que vocês explodiram o corredor com bombas de bosta. — disse Remus incrédulo. — E onde foi que vocês conseguiram bombas?  

 

— Até parece que você não nos conhece, Remus. — disse James.  

 

— É. — concordou Sirius — E isso é segredo, Remus. — sorriu marotamente, fazendo o garoto revirar os olhos.  

 

— Se alguém descobrir, vocês vão receber uma detenção. E já não basta á detenção por terem chegado atrasados na aula do professor Flitwick. — murmurou Remus.  

 

— Mas não foi nossa culpa, o Pirraça que nos deu o caminho errado para a sala. —James explicou-se, mas ele sabia que era inútil, Remus conseguia ser pior que a Mcgonagall quando ele queria. 

 

— E a culpa é sua por não ter nos esperado. — apontou Sirius.  

 

—É verdade, é verdade. — concordou Peter.  

 

— Não, não é. — murmurou Remus, retirando um pergaminho de sua maleta que recebeu os olhares curiosos dos três amigos. — Eu sei que vocês não fizeram a tarefa de história da magia, então aqui está. Copiem rápido.  

 

— Obrigado, Remus. — agradeceu James.  

 

— É, você é um grande amigo. — e aquele comentário de Sirius fez o coração de Remus aquecer-se. Ele tinha sorte em tê-los como amigos, mas ele pensava o que aconteceria se eles descobrissem seu segredo, possivelmente perderia a amizade deles.  

 

Só de pensar no seu segredo, ele se lembrava das noites de lua cheia, a próxima seria dali uma semana, o que significa que ele teria que procurar Albus Dumbledore para saber o que ele planejou para ser seu esconderijo durante as luas cheias.  

 

— Vocês viram? A próxima lua cheia é semana que vem. — disse Sirius chamando a atenção dos amigos.  

 

— Lu-lua cheia? Se-será que tem lo-lobisomens na floresta? — perguntou Peter com os olhos arregalados de medo, e a menção da palavra ''lobisomem'' fez o corpo de Remus arrepiar-se. 

 

— Não seja estúpido, Peter. Não tem lobisomens na floresta, lobisomens são humanos, nenhum humano viveria na mata. — explicou James para o garoto gorducho, que o olhava com os olhos brilhando. James era inteligente, embora não chegasse no nível de Remus, que era o gênio do grupo.   

 

— Como você sabe tanto sobre isso? — perguntou Sirius curioso, e Remus confessava que também queria saber.  

 

— Meu pai, ele me ensinou tudo que sabe sobre o mundo bruxo. — James deu de ombros, era tão comum para ele falar sobre aquilo.  

 

— Ele é auror? — agora foi Remus que perguntou.  

 

— Não, não. Ele é inventor, ele criou uma poção para deixar cabelos lisos.  — respondeu.  

 

— Cabelos lisos? Que ironia. — Sirius começou a rir, e não demorou para Remus entender. Os cabelos de James eram bagunçados, e vários fios voavam de um lado para o outro.  

 

— Vamos jogar snap explosivo? — ofereceu James, que Sirius concordou. O garoto moreno esticou o braço e pegou o baralho, começando a jogar com o amigo.  

 

— Vamos de desafio, três galeões pro ganhador. — Sirius apertou a mão do garoto e continuaram jogando enquanto Remus e Peter observavam os amigos. 

 

                                                                              *** 

 

Severus corria pelo corredor, os livros estavam pressionados contra seu abdômen e ele caminhava pelo andar á procura de Mareena e Lily. Quando estava perto da escadaria, Severus sentiu seu corpo batendo e caiu no chão, deixando seus livros e a maleta caírem no chão, fazendo com que os pergaminhos brancos ficassem manchados com a tinta preta. Severus ergueu sua cabeça e encarou quem teria se batido com ele, e avistou Sirius e James que riam de sua situação. Com raiva, Severus se levantou e retirou sua varinha das vestes negras, mas os dois garotos eram mais rápidos, e desarmaram o menino antes que ele pudesse pensar no que fazer.  

 

— Expelliarmus. — a varinha voo, Severus girou o pescoço e encarou a varinha jogada próxima a escada, o garoto correu até a varinha e a agarrou, apontando contra Sirius e repetindo o feitiço desarmador. — Droga. — Sirius murmurou correndo até a varinha enquanto James continuava apontando o objeto para o garoto de cabelos oleosos.  

 

— Conjunctivitis. — gritou Severus antes que James pudesse lançar o feitiço, o menino arrepiados deixou seus óculos e a varinha cair no chão, levando suas mãos aos olhos enquanto os esfregava com força tentando retirar a sombra em suas pupilas, que tinha o deixado cego.  

 

Sirius, assim que percebeu o que tinha acontecido com seu amigo, agarrou na pressa sua varinha e apontou a mesma em direção á Severus, lançando um feitiço no garoto antes que ele pudesse fazer algo. 

 

— Alarte Ascendare. — então Severus voou, caindo com força do outro lado do corredor desacordado devido ao impacto. Como um tabu, Mareena e Lily apareceram, encarando os dois garotos que pareciam fracos e, em seguida, o amigo desmaiado — Droga. — murmurou Sirius para James, que agora tinha voltado a enxergar e arrumava a lente do óculos de armação redonda que tinha uma rachadura no meio do vidro.  

 

— O que foi que vocês fizeram com ele? — perguntou Mareena caminhando até os dois garotos apertando a varinha entre seus dedos finos, a fúria estava exposta em seu rosto. Se Mareena não estivesse tão brava, Sirius diria que ela estava fofa daquela forma — Vamos, digam.  

 

— Foi ele quem começou. — Sirius e James falaram ao mesmo tempo, fazendo com que Mareena revirasse os olhos com a imaturidade dos garotos — Ele quase cegou James.  

 

— Isso é mentira, Sev nunca faria algo assim. — é claro que Lily defenderia Severus, pensou Sirius — E Potter me parece ótimo. 

 

Lily era tão ingênua as vezes.  

 

— Lily. — chamou Mareena, conseguindo a atenção de Lílian, que ergueu sua cabeça e a encarou com a sobrancelha arqueada — Pode levar Severus para a ala hospitalar? Eu vou resolver isso aqui. 

 

— O que você vai fazer? — perguntou Lily se levantando e encarando a amiga.  

 

— Não se preocupe, não farei nada estúpido. — acalmou.  

 

Lily suspirou, conjurando uma maca e colocando com dificuldade o garoto de cabelos oleosos nele, e por algum motivo, aquilo fez Sirius ter vontade de rir. Assim que a garota ruiva desapareceu pelas escadarias, o sorriso de Sirius sumiu ao ver Mareena o encarando com seus pequenos olhos azuis e frios. 

 

— Por que você está me olhando assim? — perguntou James próximo de Sirius.  

 

— Vocês são completamente imaturos. — cuspiu Mareena com nojo, ela mal conseguia olhar para a cara dos dois garotos, que pareciam chocados.  

 

— O que quer dizer com isso? — Sirius arqueou a sobrancelha.  

 

— Eu estou dizendo que nenhum garoto com algo útil para fazer iria fazer seu colega desmaiar, isso que eu estou dizendo. Vocês já pensaram nas consequências antes de fazer algo estúpido? Bom, parece não. — respondeu enquanto apertava seus lábios um contra o outro — De qualquer forma, vocês estão livres. — James e Sirius se encararam confusos — Eu não sou a professora Mcgonagall para dar uma detenção á vocês, e muito menos vou prende-los aqui. Agora eu preciso ir, eu quero ver como meu melhor amigo esta. — Mareena deu de costas e subiu as escadarias para o terceiro andar, onde ficava a ala hospitalar.  

 

— Eu serei um idiota se eu estiver arrependido por aquilo que fizemos? — perguntou Sirius para James assim que Mareena sumiu de vista. 

 

— Não, eu também me sinto assim.  

 

                                                                              *** 

 

Mareena Watson atravessou o corredor silenciosamente, bruxos caminhavam ao seu lado conversando entre si, sem parecer notar a garota baixa e de longas cabeleiras loiras que passava suas mãos pequenas e pálidas na saia de pregas preta que batiam em seu tornozelo. Assim que chegou no fim do corredor, avistou a porta de entrada para a ala hospitalar, que se mantinha fechada, embora Mareena conseguisse ouvir vozes do outro lado do cômodo. Sem hesitar, a loira empurrou as portas enormes e viu as cabeleiras ruivas de Lily virando-se para o lado ao encará-la, Mareena forçou um sorriso e fechou as portas, caminhando até onde Lily estava junto de uma sombra.  

 

Assim que se aproximou, a sombra ganhou forma, mostrando um garoto adormecido com o pulso enfaixado e o cabelo oleoso escondendo seu rosto triangular.  

 

— O que aconteceu? — sussurrou Mareena ao lado de Lílian.  

 

— Segundo a madame Pomfrey, Sev caiu em cima de seu braço e bom... ele torceu-o. — respondeu Lily sem tirar os olhos de Severus — Será que você pode olhar enquanto eu vou buscar minha capa no nosso dormitório? Está esfriando e...  

 

— Sem problemas. — disse Mareena sem esperar ela completar a frase — Pode ir á vontade, eu cuido dele.  

 

— Obrigada, Mare. — agradeceu Lily saindo com pressa da ala hospitalar e fechando as portas atrás da mesma, Mareena se abaixou e sentou-se na cadeira de frente para a cama, onde Severus estava desacordado.  

 

— Vamos, acorde. — sussurrou apertando a mão do amigo com força, o garoto desacordado estava agonizando a mesma. — Vamos, acorde.  

 

Após alguns minutos de puro silencio, Severus piscou os olhos freneticamente, virando sua cabeça para o lado, onde Mareena estava o encarando.  

 

— Ah, graças a Merlin. — suspirou Mareena, aliviada — Você finalmente acordou.  

 

— O que... aconteceu? — perguntou Severus.  

 

— Você não se lembra? — Mareena arregalou os olhos assim que Severus negou — Bom, isso não é importante agora. Você está bem, isso que importa. 

 

— Tudo bem. — aceitou, fazendo uma careta assim que sentiu um aperto em seu pulso — Meu pulso dói.  

 

— Vou chamar a madame Pomfrey. — Mareena levantou-se na pressa, correndo entre as camas até a mulher que bebericava o chá enquanto uma pena de ganso escrevia sozinha no pergaminho — Madame Pomfrey, Severus acordou. — Poppy Pomfrey ergueu a cabeça e olhou para a menina, lançando um feitiço que fez a pena cair na mesa sem se mover, levantou-se e seguiu-a até a cama do sonserino. — Aqui está ela.  

 

— Veremos. — madame Pomfrey caminhou até Severus e deixou seu braço ereto, apertando com o dedo levemente onde estava enfaixado — Aqui dói? 

 

— Muito. — concordou, então Pomfrey se afastou e voltou segundos depois segurando um frasco transparente com um líquido verde-esmeralda em seu interior — O que é isso? — perguntou Severus encarando o líquido gosmento.  

 

— É uma poção que cura suas dores. — assim que ouviu o ''cura suas dores'', Severus retirou o frasco de suas mãos e a rolha do vidro da poção, bebendo o líquido inteiro com apenas um gole — Melhor? 

 

— Sim, obrigado. — agradeceu.  

 

— Bem, como você está melhor, não tem necessidade de mantê-lo aqui. — Pomfrey disse retirando a faixa do pulso do garoto, que tinha melhorado com o tempo.  

 

— Sério que eu posso ir? — os olhos de Severus brilharam.  

 

— Mas é claro. — Poppy Pomfrey sorriu enquanto se retirava, mantendo Mareena e Severus sozinhos.  

 

— Daqui á pouco é o jantar, vá se trocar que eu te espero. — Severus concordou lentamente com a cabeça.  

 

— Então eu te encontro no Salão Principal? — Snape perguntou.  

 

— Isso. — Severus Snape se retirou da ala hospitalar e caminhou até as masmorras, onde ficava a Sala Comunal da Sonserina. 

 

Quando Mareena estava na biblioteca terminando sua tarefa, lembrou-se de algo que deveria falar para Severus e não disse, então levantou-se na pressa e guardou suas coisas na bolsa de couro de dragão, junto do frasco de tinta e a coleção de penas. Caminhou até a saída da biblioteca e desceu as escadarias na pressa até as masmorras, passando por pessoas que gritavam seu nome sem se importar. Assim que chegou no corredor da sala de poções e iria pro corredor da sala comunal, ouviu duas vozes masculinas, e parou atrás de uma armadura para que não a vissem enquanto ouvia.  

 

— Snape, por que você anda com a Watson e Evans? — Igor Karkaroff perguntou para Severus Snape, que tinha acabado de se retirar da Sala Comunal esfregando seu pulso avermelhado.  

 

— Não sei, acho que por pena. — Snape deu de ombros enquanto o corpo de Mareena congelava onde estava — Eu morei por pedido do meu pai em uma rua de sangue-ruins, e elas me seguiam por onde eu ia. É claro que eu tentava me afastar, mas elas não desistiam. — pena? Como assim pena? 

 

Assim que o espaço ficou silencioso, Mareena saiu de trás da armadura enquanto se afastava o mais rápido possível. Seu peito doía e sentia as lágrimas chegando enquanto subia as escadarias para o primeiro andar, encostando seu corpo á cada cinco minutos na parede para tentar manter-se de pé. 

 

 No final, Sirius Black e James Potter estavam certos. Severus era como todos os outros garotos da Sonserina: preconceituoso e arrogante, e ninguém poderia mudar isso.  


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