~ POV Cobra~

Ai.. Como aquilo doeu, pode ter certeza que doeu mais em mim do que na minha Pequena. Nossa, e saber que ela sentia o mesmo por mim só me fez sentir mais culpado ainda.
Cheguei em BH, quase na hora do almoço e estranhei a Dama não estar em casa, tentei localizar ela mas foi em vão. Deixei pra lá e fui dormir , eu tava bem cansadão.
Me assustei bem mais tarde com ela chegando em nosso apê. Ela se assustou comigo.
Jade: Vagabundo?? O que você tá fazendo aqui?- Como assim?-
Cobra: Que eu me lembre eu também moro aqui. Já se esqueceu Dama?
Jade: Claro que não amor. É que eu pensei que você fosse demorar mais na casa do seu Pai.- Tá bom. Eu vou fingir que acredito que é só isso mesmo.-
Cobra: Tá bom. Agora vem aqui que eu tava morrendo de saudades de você minha gostosa.
Jade: Hoje não é um bom dia pra isso Vagabundo. Eu tô bem cansada, tava estudando até agora. E olha a hora, eu já vou durmir. Boa noite meu bem-Ela se despediu com um beijo.-
Por incrível que pareça a Jade recusou fogo. Aiai alguma coisa tem aí, e eu não sei porque eu tô meio que com a cabeça pesando.
Passaram alguns dias e a Jade continuava estranha. E a saudade da Kah só aumentava. Voltei a trabalhar o que me fez manter a minha cabeça mais longe. Tinha uma academia de Muay Thai aqui por perto da qual eu fazia parte mas não se comparava a do Mestre Gael, e especialmente não tinha a minha loirinha por perto.
Eu tava bem pra baixo ultimamente, peguei meu celular e digitei o número da Karina várias vezes mas em nenhuma coloquei pra chamar. Aquilo tava acabando comigo por dentro. Eu teria que aprender a viver perto dela. Eu tenho que aprender isso.
O nosso prazo já tava acabando , eu e a Dama continuava brigando. Decidi ir pra casa do meu Pai como nosso prazo acabava amanhã ia ser o tempo certinho da minha chegada e como era feriado no próximo , eu não iria trabalhar e podia viajar tranquilo.. Dessa vez a Jade veio comigo pra visitar a mãe dela.
Chegamos à Praça e a primeira pessoa que eu vejo é a Kah e meu sorriso se iluminou, mas do mesmo jeito que ele veio ele se foi. De repente o Marcão chegou e deu um beijão na Kah e o mais preocupante é que ela retribuiu. Senti meu sangue ferver. A Jade falou irônica.
Jade: Olha lá, a Cunhadinha já tá de lero com outro. Nossa, não sei como ela consegue arrumar outro tão rápido? Feia do jeito que é.
Cobra: Ela é muito mais linda que você.- Falei com raiva.- E tem mais, ela tem uma coisa que você nunca vai ter, um coração bom.
Jade: Nem você Cobrinha. E isso agora? Tá vendo, sempre protegendo a Maria-Macho. Que ódio !! Por isso eu fiz o que fiz.
Cobra: Perai Jade ,o que você fez?
Jade: Nada não Vagabundo. Eu que estrapolei mais do que devia.
Cobra: Tá bom. Vou estacionar o carro ali. Você vai pra casa da sua mãe ou do meu pai?
Jade: Depois eu passo na casa do meu Sogrinho. Vou ver minha mãe primeiro amor.
Ela me deu um beijo e saiu rumo a casa da dona Lucrécia. Eu não engoli essa da Jade não, mas tinha que conversar com a Kah.
Fiquei de frente para os dois e eles logo perceberam minha presença.
Cobra: Oi Pequena.- Nossa!!! Ela pulou em cima de mim denovo, e como da última vez nós fomos ao chão.- Nossa Kah, desse jeito você me desmonta.
Karina: Claro que não lutador.- Rimos.- Eu tava morrendo de saudades.
Cobra: Eu também.. Eu também..-Estavamos ainda no chão, e aquilo no momento era o melhor lugar do mundo. O Marcão pareceu se incomodar.-
Marcão: Bom, eu não queria mas já atrapalhando os dois, que tal levantarem daí?
Karina:Você tem razão.- Ele ajudou ela levantar e depois eu me coloquei de pé.- Vamos conversar lá na casa do nosso Pai?
Cobra: Vamos loirinha.
Marcão: Mas a gente não ia ao cinema amor?- Espera aí, como assim amor? O que tá acontecendo aqui?-
Karina: Eu preciso conversar com meu irmão agora meu bem. - Eu ouvi bem? A Karina chamou o Marcão de meu bem?- E Cobra, não precisa fazer essa cara de dúvidas,eu e o Marcão estamos namorando. Depois eu te explico tudo.- Ela disse parecendo ler meu pensamentos. Como ela me conhece, melhor que eu mesmo.-
Cobra: Tá bom Kah. Eu vou na frente e te espero lá. Eu já ia me esquecendo.. Marcão, é bom você nunca machucar ou enganar minha irmã, senão eu acabo com você. Decorou??- Falei o mais ameaçador que consegui.-
Marcão: Pode deixar Cunhadinho.
Sai rumo a casa do meu Pai a espera da Kah. Não demorou muito e ela chegou. Conversamos bastante e acertamos nossos ponteiros. Vimos que não é bom pra gente se afasta, manteriamos a nossa relação como antes e que sempre que estivessemos precisando um do outro falariamos sem pressa nem demora. Com o tempo acabariamos nos acostumando com essa ideia de sermos irmãos.
Eu e a Dama passamos o feriado e o fim de semana no Rio. Voltamos para nossa casa a Jade tava mais estranha ainda mas tudo bem. Só me restava saber se eu ia conseguir ficar perto da Kah sem pensar em algo mais. Mas eu vou tentar e se Deus quiser vou conseguir.
Bom eu vou descansar porque amanhã é segunda braba. Ai Kah, já tô morrendo de saudades.