Tomei um banho demorado e relaxante, fui de toalha até o closet, passando os vestidos, escolhi um branco meia manga, que era bem delicado, escolhi uma sandália nude, me vesti, passei uma maquiagem leve em tons claros, fiz babyliss no meu cabelo e então ouvi barulho lá em baixo, quando fui descer Damon estava subindo, me olhou e sorriu.

— Está maravilhosa – ele beijou meu rosto – eu fico pronto em dez minutos e nós podemos ir ok?

— Ok – disse animada.

 Coloquei o pacote branco na minha bolsa e fiquei esperando no sofá, cerca de vinte minutos depois Damon chegou, estava com uma calça jeans preta justa, uma camisa cinza escura, e um blazer preto por cima, seu cheiro exalava por toda a sala.

— Podemos ir? – ele sorriu e eu me levantei.

 Entrei no carro e Damon fez o mesmo, fomos conversando sobre nossos dias, ele disse que teve problemas no bar com um dos garçons, mas que já havia resolvido, decidi contar sobre a Hope.

— Falei hoje com a minha supervisora sobre a Hope – ele me olhou por um longo segundo.

— E ai?

— Os avós dela apareceram – ele suspirou – talvez seja melhor assim amor – passei a mão no pescoço dele, que apenas assentiu.

 Cerca de quarenta minutos depois nós chegamos, já havíamos vindo aqui, o que me lembrou que eu vinha também com meu pai após suas burradas, e me deu um aperto no peito, meu pai não vai conhecer o meu bebê.

— Me acompanhem Sr. E Sra. Salvatore – disse um rapaz sorridente, nos levando até uma mesa próxima a janela.

  Estava quente, julho normalmente era minha época do ano preferida, e agora mais um motivo para isso. Me sentei e agradeci o rapaz que saiu dali e nós deixou a sos.

— Eu já volto – disse a Damon que me encarou.

 Fui em direção ao banheiro, senti o olhar de Damon me seguir, quando sai ele não olhava, então fui até o rapaz que nos atendeu e conversei com ele, lhe entreguei o pacotinho branco e ele sorriu.

 Voltei para a mesa, Damon já havia pedido um vinho, e então não sabia o que fazer.

— Eu não estou com vontade de beber vinho.

— O que quer então pequena?

— Um suco de maracujá por favor – disse ao garçom, que assentiu e saiu, eu ia precisar me acalmar.

 Escolhi comer um filé ao molho rose, e Damon também, nosso pedido não demorou para chegar, Damon bebia vinho, eu o suco e nós jantamos quase em silencio, eu percebi que ele estava um pouco chateado por não podermos adotar a Hope.

— Você quer alguma sobremesa? – perguntei á ele.

— Acho que não – ele franziu a testa.

— Por que não? – droga

— Não estou com vontade pequena, você quer?

— Eu quero, mas você também quer – sorri tentando disfarçar meu nervosismo.

— Eu não quero Elena – ele estava me encarando com a testa franzida.

— Você quer.

— Não eu... – antes que ele terminasse eu praticamente rosnei.

— Você quer sim – dei meu melhor olhar ameaçador, ele riu.

— Ta bom então, se quer tanto assim que eu coma algo doce – ele chamou o rapaz que nos atendeu, pediu duas sobremesas uma para mim e uma para ele, antes que ele saísse dali eu pisquei e ele sorriu. – Está flertando com o garçom Elena? – ele disse segurando uma risada.

— Claro que não – revirei os olhos.

 Damon despejou mais vinho em sua taça e a virou quase toda.

— Está chateado pela Hope?

— Um pouco, achei que agora teríamos a chance de começar nossa família.

— Ei – me inclinei olhando em seus olhos –nossa família vai começar em breve, não se preocupe.

— Você tem razão – ele sorriu – se você quis adota-la, já está pronta para ser mãe.

— Talvez – sorri.

 Eu estava nervosa, e estava demorando muito, não sabia mais o que conversar com Damon sem dizer tudo, e então vi o rapaz caminhar até nós, respirei fundo, ele colocou a sobremesa de Damon tampada a sua frente e fez o mesmo com a minha, eu estava rezando para ele não ter se confundido, Damon acenou com a cabeça e ele saiu dali.

 Tirei a tampa de alumínio e lá estava minha torta, sem nada, então encarei Damon, que bebeu outro gole de vinho e respirou fundo, e então tirou a tampa de alumínio, e seus olhos se arregalaram, onde deveria haver uma torta holandesa, havia uma chupeta branca, com um cordão também branco, e na ponta a frase ‘’ I love daddy’’, ele ficou encarando aquilo por um longo tempo, perplexo, meu sangue havia fugido do rosto, eu estava tremendo um pouco, e então ele olhou para mim, seus olhos estavam cheios de lagrimas.

— O que isso quer dizer? – ele perguntou me analisando.

— Quer dizer que você vai ser pai – meus olhos se encheram de lagrimas – eu estou grávida Damon, feliz aniversário – sorri.

 Ele levou a mão á boca e deixou algumas lagrimas escorrerem, ele se levantou e veio até mim, me virei para ele, que se ajoelhou e tocou na minha barriga.

— Você não imagina como eu estou feliz pequena – ele se levantou e me beijou, por longos minutos.

 Após a ficha cair por completo, e o nervosismo passar, Damon pagou a conta e nós voltamos ao carro.

— É sério isso Elena?

— Claro que é – eu ri – por que eu mentiria?

— Não sei, meu Deus eu vou ser pai.

— Você vai.

— Esse é o melhor presente de aniversario que eu poderia ter  - ele segurou minha mão e a beijou.

 Alguns minutos depois nós chegamos em casa, Damon estava agitado, andando pela casa procurando algo enquanto eu brincava com Lord no sofá, apenas o observando.

— Minha mãe me deu isso – ele me entregou uma blusa de lã minúscula, toda branca – no dia que ela foi embora, ela me deu isso Elena – ele riu.

— É linda.

— Era minha, ela fez várias dessas quando teve que ficar de cama durante a gravidez, e ela me deu, disse apenas que eu iria precisar em breve, ela sabia?

— Claro que não, nem eu sabia, soube essa semana.

— Porque não me falou antes?

— Queria te dizer hoje, no seu aniversário.

— Não podia ser melhor – ele me pegou no colo, envolvi minhas pernas em volta de sua cintura, ele estava rindo como um bobo. – Nossa família vai começar.

— Ela já começou – segurei seu rosto entre minhas mãos e o beijei.

 Damon subiu comigo no colo, e fomos até o quarto, ele tirou meu vestido, e eu tirei sua roupa, ele me beijava, baixando sua boca por meu pescoço, meu peito, minha barriga.

                                                                                        *

 - Estou tão feliz – ele estava deitado ao meu lado, eu estava nas nuvens ainda após nosso clímax, com o corpo todo relaxado.

— Também estou feliz – ele me deu um selinho, e então se deitou mais para baixo, deixando seu rosto próximo á minha barriga, ele a acariciava.

— Você vai ser o bebê mais amado desse mundo – ele sussurrava, eu ri.

— O que você está fazendo?

— Conversando com meu filho.

— Damon, eu nem sei de quanto tempo estou grávida, provavelmente ele ainda é uma ervilha, então...

— Com licença? – ele me encarou e eu comecei a rir, ele jogou o travesseiro em meu rosto.

— Você já está ficando louco.

— Você vai marcar uma consulta? – ele disse voltando a se deitar ao meu lado.

— Sim, preciso saber ao certo de quanto tempo estou, se está tudo bem, fazer alguns exames e começar a tomar as vitaminas.

— Eu vou poder ir com você?

— Se você quiser é claro que pode – beijei a ponta de seu nariz.

— Eu quero acompanhar cada minuto – ele sorriu e me deu um selinho demorado, e me puxou para mais perto de seu copo, deitei a cabeça em seu peito, deixando meu ouvido bem acima de seu coração.