Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 89
Capítulo 89 - You can't do that.




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 Um mês se passou, estamos em julho. O aniversário de Damon é em alguns dias, e faz dias que estou pensando o que lhe dar de presente, e não consigo pensar em nada que seja especial.

 Hope está cada dia mais forte, e em algumas semanas poderá ser liberada, e então irá para um abrigo de crianças abandonadas, e cada vez que penso nisso me da um aperto no peito, eu me apeguei tanto á essa garotinha, todos os dias a primeira coisa que faço quando chego é ver ela, e a ultima coisa que faço antes de ir embora é também ver ela, segurar sua mãozinha, se eu pudesse provavelmente passaria o dia todo sentada aqui apenas á observando.

 Cheguei em casa após um longo dia, eu estava exausta, me deitei no sofá, Damon veio com um salgadinho que eu gostava, mas quando se sentou ao meu lado e me ofereceu eu tive ânsia, corri até o banheiro e coloquei tudo para fora.

— Você está bem? – ele disse segurando meu cabelo.

— Sim, foi só um enjoo, nada demais – disse me livrando de suas mãos e enxaguando minha boca.

— Já é a quarta vez essa semana Elena, alguma coisa está errada.

— Deve ser o cansaço, eu durmo menos de seis horas por dia, fico em pé praticamente o dia todo.

— Eu já te falei para deixar esse estagio.

— Eu não vou deixar, isso é o meu futuro.

— Você que sabe – e ele saiu batendo os pés até a escada.

 Mas uma coisa ele tinha razão, isso não é normal, só então me dei conta, que eu estava atrasada, em duas semanas e meia, só de pensar na possibilidade já me deu um desespero, isso não pode ser.

 Me deitei ao lado de Damon que estava lendo algo, tentei livrar minha cabeça destes pensamentos, eu não estou grávida, estava exausta e então adormeci com facilidade.

 No dia seguinte chamei Dani para almoçar comigo, era uma sorte que ela trabalhasse á algumas ruas do hospital.

— E como está indo a gravidez? – perguntei.

— Ah Elena, não é fácil sabe? Eu fico enjoada o dia todo, me sinto exausta o tempo todo, mas só de pensar que tem alguém aqui, dentro de mim  - ela acariciou a barriga – compensa por todas as outras coisas.

— Você conseguiu aceitar a ideia de não fazer a faculdade?

— Aceitei, foi rápido, e eu sei que em alguns meses ou anos, eu vou poder seguir meu sonho e ter meu bebê comigo – ela sorriu – mas por que está me perguntando isso?

— Nada – sorri.

— Elena – ela arregalou os olhos – você está?

— Não – suspirei – eu não sei.

— Você precisa fazer um teste, você trabalha no hospital, pode fazer agora no horário do almoço, vamos termina isso logo – ela disse toda alegre enquanto comia.

 Alguns minutos depois nós fomos para o hospital, eu fiz o exame de sangue, e enquanto não saia o resultado, fiz um exame.

— Já apareceu? – perguntei sentada na cadeira balançando as pernas desesperadamente.

— Sim – ela me olhou tentando parecer neutra – você não prefere ver o exame de sangue primeiro?

— Daniela – rosnei e ela riu.

— Deu positivo.

 Foi como se o chão sumisse dali, não consegui respirar, um surto de pânico atravessou meu corpo.

— Elena aqui está o seu exame – disse uma outra enfermeira me entregando um envelope, o abri desesperada.

 Corri meu olhos até a palavra POSITIVO.

— Ai meu Deus – coloquei a mão na testa, tentando recuperar o folego.

— Você não queria?

— Não, não agora, eu preciso acabar a faculdade – disse com lagrimas nos olhos.

— Elena eu não acredito – ela ficou brava – você está no ultimo ano, eu não havia nem começado quando você ficou me enchendo o saco de como isso era lindo, e eu apenas morava com meu namorado, você está casada, praticamente a três anos, seu marido te ama mais do que tudo, e você está preocupada com faculdade?

— Você tem razão – respirei fundo – é uma coisa boa, é uma coisa boa, não é?

— Claro que é – ela me abraçou com força – parabéns.

 Quando Dani foi embora fui invadida por uma sensação que eu não conhecia, eu estava assustada, eu queria um filho, sempre quis, mas eu queria ter terminado a faculdade primeiro, e o Damon? Como ele irá reagir a isso?

 Fiquei horas sentada ao lado de Hope, apenas a observando respirar.

— Você acha que eu vou ser uma boa mãe? – sussurrei.

— Elena – disse minha supervisora surpresa – você já deveria ter ido embora a uma hora e meia.

— Eu sei, desculpe – me levantei – eu quis ficar aqui mais um pouco – sorri sem graça.

— Vai pra casa Elena – ela sorriu e saiu dali.

 Cheguei em casa e me deitei no sofá, minha cabeça estava latejando.

— Por que demorou tanto? – ele perguntou descendo as escadas.

— Eu tive que ficar um pouco mais com a Hope.

— Amor, você sabe que cada vez que você se apega mais a ela, mais difícil vai ser quando ela for embora, não sabe?

— Eu sei, só que... Deixa para lá, não é importante.

— Eu sei que você não quer ter filhos agora – ele se sentou ao meu lado – mas você já pensou na possibilidade de adotar ela?

— Adotar ela? – quase engasguei.

— Sim, eu sei que você quer terminar a faculdade, quer ser médica primeiro, quer sua carreira, mas Elena, eu quero um filho com você, é tudo o que eu quero. – e ai então eu me dei conta, esse era o momento perfeito para termos um bebê, ele quer um bebê, e eu não sabia que queria, até agora, até ver o brilho nos olhos dele, até ele estar disposto a adotar a Hope.

— Eu não posso adotar a Hope, são regras do hospital.

— Eu entro com o pedido, se você quiser, é só me dizer. – ele pegou uma mecha do meu cabelo e colocou para trás da minha orelha – quero uma família com você pequena – e então me beijou.

                                                                                                   *

 Três dias se passaram, hoje é sexta-feira e aniversário do Damon, eu não sei como, mas consegui não contar a ele sobre minha gravidez, esse seria seu presente de aniversário. Haviamos combinado de sair para jantar hoje, apenas nós dois.

 Estava sentada ao lado da incubadora de Hope, ela segurando meu dedo indicador com força, eu havia pensado muito no que Damon disse, e acho que seria uma coisa maravilhosa conseguir adota-la.

— Está aqui ainda Elena – disse a Dra. Hann aparecendo do nada.

— Sim, gosto de passar aqui antes de ir embora.

— Entendo como é – ela sorriu.

— Doutora, eu conversei muito com meu marido, sobre a Hope, e como ela foi deixada aqui, eu me apeguei muito a ela, sei que não deveria, mas me apeguei, e honestamente eu não quero que ela vá para um abrigo, meu marido quer adota-la e eu também quero muito...

— Elena isso não será possível – ela disse com um cara triste – encontraram os avós maternos dela, e eles querem a guarda – foi como levar um soco – eles disseram que quando a filha engravidou ela fugiu de casa, e eles não a viram mais, a policia os encontrou, e contou como tudo aconteceu, e eles disseram que querem a guarda, e é muito provável que consigam.

— Ah – foi tudo que consegui dizer, murchei como uma bexiga.

— Eu sinto muito – ela tocou meu ombro – sei como você se apegou a ela, e sei que seria uma ótima mãe, mas infelizmente eles tem o direito legal.

— Tudo bem, eu entendo, talvez seja até melhor para ela, ter a família biológica – eu estava decepcionada.

— Pegue isto como uma lição Elena, você não pode se apegar aos pacientes, embora muitas vezes isso seja difícil.

— Tem toda razão eu – me levantei – eu preciso ir, até amanhã doutora.

— Até amanhã – ela me lançou um sorriso acolhedor e eu sai dali.

 Fui quase correndo até em casa, assim que cheguei Damon não estava lá, havia uma mensagem no meu celular dizendo que ele teve que ir até um dos bares e que voltava logo, resolvi esquecer toda a história com Hope, e focar no que eu faria hoje.


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Notas finais do capítulo


O que acharam? Vou aguardar os comentários ok?



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