Dani secava meus cabelos, enquanto Caroline fazia minha maquiagem, minha mãe ficou apenas sentada na cama nos observando, e algumas vezes a vi chorando.

 Dani fez babyliss no meu cabelo, deixando os cachos grandes, e fez uma trança fina com a franja, prendendo atrás. Car fez uma maquiagem dourada com marrom que ficou perfeita. Quando eu fechava os olhos parecia que eu flutuava, era uma sensação tão maravilhosa.

— Pronto, cabelo e maquiagem prontos – Caroline sorria e admirava seu trabalho.

— Ficou lindo filha – minha mãe sorria como boba.

 Aproveitei para olhar pela janela como estavam indo as coisas lá fora. O pessoal da organização estava colocando como se fosse uma passarela de madeira, que ia até o começo do píer, e já havia algumas cadeiras dos dois lados da passarela. Vi Damon e Enzo conversando com um homem que eu não reconheci.

— Elena não se preocupe com nada lá – Caroline me puxou e me sentou na cama.

— Que horas são? – perguntei.

— Duas e meia da tarde.

— Ótimo, eles tem três horas para deixar  tudo pronto.

— Vai estar, antes até, eu vou até lá, preciso fazer umas coisinhas – ela sorriu travessa. – Não deixem de jeito nenhum o Damon entrar aqui, ele não pode vê-la – Dani assentiu.

— Quero ver o seu vestido – choramingou Dani ao meu lado.

— Daqui a pouco – eu ri.

 Minha mãe e Dani ficaram conversando comigo, tentando me distrair, mas agora eu estava realmente ansiosa.

— Elena, você viu a cara que o Nick te olhava – começou Dani – não sei se era de dar pena, ou raiva.

— Não vi, que horas?

— Todas – ela riu – a hora que você estava com Damon no jet ski, quando você estava no colo dele no píer, quando ele apareceu com você no colo, ele parecia com dor.

— Eu não o convidei, ele veio porque quis.

— Concordo, mas que dá até pena dá.

 Nenhum outro assunto me distraiu, vez ou outra eu parecia sair de meu corpo, até ser cutucada ou sacudida por uma das duas.

 Duas horas se passaram, Caroline apareceu apenas para ver se estava tudo certo e foi embora novamente, ouvi alguem  bater na porta.

— Elena? – era Damon.

— Não entra – gritou Dani e foi até a porta, a abriu apenas um pouco – o que você quer?

— Falar com a minha mulher?

— Pode falar de onde você está, você não pode ver ela. – ele bufou.

— Amor, você quer a tenda da festa do lado direito ou esquerdo do píer?

— Direito, tem mais espaço, como estão indo as coisas? Está tudo dando certo?

— Sim pequena, está tudo certo, já quase tudo pronto, e a Caroline disse que não é para você olhar pela janela, e para você – disse se referindo a Dani – não deixar ela olhar de jeito nenhum.

— Ok – disse Dani.

— Até daqui a pouco amor.

— Até – sorri.

 Ele saiu, eu estava nervosa, queria  que ele ficasse ali. Comecei a colocar o meu vestido, com a ajuda de Dani e minha mãe. O vestido era branco, tomara que caia, justo até a cintura, e depois mais solto, na parte da saia era bem rodado, ele havia uma camada de renda, que o deixava delicado, peguei meu sapato, que era um scarpin prateado todo brilhante.

— Bem discreto seu sapato em? – disse Dani rindo.

— Uma coisa ou outra poderia ser exagerado – dei de ombros e as duas riram.

 Eu estava pronta, e minhas mãos suavam, o sol lá fora já estava quase se pondo, é agora, respirei fundo e Caroline entrou pela porta.

— Filha vou ajudar o seu pai, te vejo lá, você está linda – ela deu um beijo na minha testa.

— Obrigada.

 Minha mãe desceu, enquanto Caroline acabava de arrumar sua maquiagem, ela e Dani estavam lindas, com vestidos em tom de marrom claro, e cabelos soltos, as duas pareciam até irmãs, eu ri.

— Está pronta? – perguntou Dani.

— Como nunca estive – sorri.

— Isso é para completar – Caroline sorriu e me entregou uma caixinha preta quadrada, a abri e havia uma coroa de flores rosas, pequenas e delicadas, meus olhos se encheram de lagrimas.

— Obrigada.

— De nada, e não chora, vai borrar a maquiagem – ela riu e colocou a coroa em minha cabeça, a deixando perfeita. – O fotografo está aqui, precisa de umas fotos suas antes de você descer, e eu também.

 Então fiquei alguns minutos posando para as fotos do fotografo e de Caroline, que era ainda mais exigente que ele, tirei foto com as duas também.

 - Então vamos lá – Dani disse rindo e pegou minha mão.

 Caroline pegou a outra e nós descemos as escadas, o fotografo estava na nossa frente tirando fotos, e eu resolvi o ignorar.

 Paramos em frente a porta, e então meu pai apareceu, ao lado de minha mãe, ele se levantou com um pouco de dificuldade da cadeira de rodas, eu segurei o máximo que pude as lagrimas, mas algumas conseguiram escapar, Caroline me encarou me repreendendo.

— Desta vez eu estarei onde é o meu lugar, ao seu lado – ele disse, e seus olhos ficaram marejados.

— Pai – não consegui controlar as lagrimas invadiram meus olhos, e eu o abracei, pude ver minha mãe chorando atrás de nós.

— Esta na hora – disse Car sorrindo.

 Minha mãe saiu apressada pela porta, Caroline e Dani deram as mãos e caminharam porta afora, alguns minutos depois elas chegaram em seus lugares, respirei fundo, é agora.

— Pronta filha?

— Como nunca – sorri, e ele entrelaçou seu braço no meu.

 Pude ouvir uma musica lá fora, era Thousand years, da Christina Perri, eu não havia programado isso, o que me deu mais vontade de chorar ainda, essa musica é uma das minhas favoritas, e se encaixa perfeitamente neste momento. Havia um tapete vermelho da porta até o píer, nós dois começamos a caminhar, eu sentia todo o meu corpo tremer, respirei fundo.

— Estou com você – sussurrou meu pai, e voltou a sorrir para o fotografo.

 Quanto mais próximos ficávamos, melhor era a minha visão de Damon, ele estava lindo, perfeito. A musica ia tocando ao fundo, e fazendo meu corpo todo se arrepiar, atrás de Damon havia aquela faixa que Caroline trouxe com os nossos nomes, e pelo píer todo haviam corações pintados com tinta branca, eu não conseguia ver mais nada além do fim do corredor, onde ele me esperava.

 Meu pai estava conseguindo acompanhar meu passo, e eu sorria, como uma boba para o homem que estava a apenas alguns passos de mim, a sensação que me invadia era inexplicável, era uma coisa boa, era algo que me dava a sensação de flutuar, ele seria meu, de novo.

 Paramos bem diante de Damon, meu pai se virou para mim e sorriu, beijou minha testa e entregou minha mão á Damon.

— Cumpra o que me prometeu  - ele disse e Damon assentiu, o que ele havia prometido?

 O juiz estava ali diante de nós, ele havia concordado em realizar a cerimonia também, Damon segurou a minha mão e a beijou, dei um passo e fique a seu lado, meu corpo parecia que iria derreter a qualquer momento. O juiz começou a falar, meu coração estava acelerado.

— Vocês estão se casando, pela segunda vez certo? – o juiz perguntou e assentimos, ele sorriu.

 Ele continuou todo o discurso, de como a vida a dois tem seus altos e baixos, de como nós precisamos ser fortes, e apoiarmos um ao outro, nos bons e maus momentos.

— Damon – ele disse, e assentiu,  Damon se virou de frente para mim, e eu fiz o mesmo, ele segurou minhas duas mãos.

— Eu, Damon Salvatore, recebo a ti, Elena Gilbert, como minha esposa, para ama-la e respeita-la, na alegria ou na tristeza, na saudade ou na doença, nos momentos bons e ruins, até o ultimo segundo da minha vida, pequena – eu não sei como, mas conseguia segurar as lagrimas.

— Elena – o juiz olhou para mim e assentiu.

— Eu, Elena Gilbert, recebo a ti, Damon Salvatore , como meu marido, para ama-lo e respeita-lo, na alegria ou na tristeza, na saudade ou na doença, nos momentos bons e ruins, até o meu ultimo suspiro – os olhos dele brilhavam.

— As alianças por favor – disse o juiz, Damon olhou para mim e riu, então ele assoviou, fiquei o olhando sem entender, e ele apontou para o caminho de onde eu vim, e lá estava Lord.

 Ele caminhava pelo tapete vermelho, com uma almofada vermelha amarrada ás costas, levei a mão a boca para controlar o choro que vinha involuntário, era uma surpresa maravilhosa, Lord parou bem abaixo de nossos pés.

— Obrigado amigão – disse Damon pegando a caixinha vermelha da almofada, Lord se deitou ao lado dele.

— Você aceita ser minha, minha pequena, para sempre? – ele disse sorrindo, e pegou a minha mão.

— Eu aceito – uma lagrima saiu.

 Ele colocou a aliança em meu dedo, e beijou onde ela estava, e sorriu para mim, me entregando a caixinha.

— Você aceita ser o amor da minha vida, para sempre? – eu sorri, e ele também deixou uma lagrima cair em meio a um sorriso bobo.

— Para sempre – sem tirar meus olhos dos seus, coloquei a aliança em seu dedo e a beijei.

— Então eu vos declaro, marido e mulher, o noivo pode beijar a noiva – o juiz disse sorrindo.

 Damon me puxou pela cintura, com seu sorriso malicioso maravilhoso nos lábios, e então me tombou para trás, e me beijou, por longos segundos, só parou quando o ar nos faltou.

— Para sempre – sussurrei com nossas testas coladas uma na outra e ele sorriu.

 Todos ficaram em pé e aplaudiram, Enzo assoviava ao lado de Damon,  e então ele me abraçou com força, e nós caminhamos pelo tapete vermelho de volta a casa, com Lord atrás de nós.

 Entramos e fechamos a porta, Damon me puxou pela mão e me beijou.

— Finalmente posso te chamar de Sra. Salvatore de novo – ele riu.

— Finalmente – levei minha mão á sua nuca, trazendo seu rosto até o meu. – O nosso para sempre começa hoje.

— Sim pequena, e dessa vez para valer – ele passou o indicador por meu rosto.

 Alguns minutos depois nós saímos de novo, e seguimos pelo tapete rosa que estava indo até a grande tenda que seria a festa, todos já estavam lá, o fotografo estava novamente a nossa frente tirando fotos.

Havia um palco ali, e um DJ, que eu não me lembrava de ter contratado, olhei para Damon e ele me deu seu sorriso travesso. A tenda havia lustres por toda sua extensão, alguns garçons circulavam entre as mesas, nós caminhamos até a nossa mesa, que estava minha mãe e meu pai, Lilly e Jeremy.

— Vocês estavam tão lindos – minha mãe me abraçou com força – perfeito, simplesmente perfeito.

— Ah filho – Lilly o abraçava forte.

 E então ela me abraçou, e minha mãe abraçou Damon, meu pai fez um esforço para ficar em pé, eu caminhei até ele, e o abracei.

— Você sabe o quanto estou feliz de você estar aqui hoje?

— Eu cometi um erro enorme não indo ao seu casamento da primeira vez, me desculpe.

— Você está aqui hoje e é o que importa – o abracei com força.

 Quando eu ia me sentar senti alguém me puxar – era Lexa.

— Você estava maravilhosa – ela me abraçou – eu até chorei Lena, foi lindo.

— Obrigada Lexa – sorri.

 Após cumprimentar algumas pessoas mais próximas, ou que vinham até nós, finalmente me sentei, respirei fundo, eu ainda tremia.