Após o café da manhã nós resolvemos que iriamos fazer um churrasco para nossos amigos próximos, e eu chamaria minha mãe e Jeremy.

  Damon estava preparando as coisas na área externa da casa, enquanto eu preparava a comida, ele já havia ido buscar o Lord, que aparentemente não gostou muito da casa nova, ele ficou apenas deitado, boa parte do dia. Eu estava cortando os pães quando ouvi a campainha tocar, deixei tudo onde estava e fui até a porta.

— Oi – disse Dani com um sorriso de orelha a orelha e uma garrafa de vinho nas mãos. – vinho combina com churrasco? – ela fez uma careta pensativa.

— Vinho combina com tudo – ela entrou e eu a abracei. – Quer conhecer a casa?

— Eu adoraria – disse ela sorrindo.

 Levei o vinho até a cozinha e comecei a mostrar para ela a parte de baixo da casa, e então fomos até lá fora, onde Damon estava na churrasqueira.

— Oi Damon. – disse ela acenando.

— Oi Dani – ele sorriu.

 Levei-a até o andar de cima, mostrei o quarto vazio, e o quarto de hospedes, e então o meu quarto.

— Elena esse quarto é enorme, caramba.

— Calma querida, ainda não acabou – sorri e fui até o closet, eu não tinha ido lá na noite passada.

 O lado direito já estava com as coisas de Damon, e sobrava bastante espaço, que obviamente seria preenchido, no centro havia um puff grande, circular de couro rosa escuro, como as toalhas do nosso banheiro.

— Ai. Meu. Deus – seus olhos brilharam.

— Incrível não é?

— Sim, maravilhoso, a sua casa é toda maravilhosa, além de romântico ele ainda é bom decorador? – ela riu.

— Ele teve uma ajudinha – dei de ombros.

 Nós voltamos para o andar de baixo, Dani me ajudou com o restante dos preparativos, meia hora depois a campainha tocou novamente, e eu fui abrir, era Klaus, Caroline e Enzo.

— Oi – Car me abraçou forte e entrou em casa, Enzo e Klaus disseram apenas oi e entraram.

 Cada um deles com um whisky em mãos, e então me lembrei do whisky que comprei para o Damon, que eu daria de natal, e acabei deixando-o no apartamento.

 Minha mãe chegou com Jeremy logo depois, nós fomos todos para a área de lazer, e por sorte hoje não estava tão frio.

 A área de lazer era espaçosa, uma parte era coberta e a outra não, na coberta havia um sofá branco de couro, com dois puffs pretos, uma churrasqueira móvel, e um balcão, na área descoberta era apenas um grande gramado verde, que Lord corria atrás da bolinha feito um doido.

Após levar minha mãe para conhecer a casa, nós voltamos para onde estavam todos, já se servindo, me sentei no sofá e minha mãe ao meu lado.

— Você não imagina o quanto estou feliz por você querida – ela segurava minha mão, e tinha lagrimas nos olhos.

— Mãe, você já passou por isso antes.

— Sim, mas não fica mais fácil.

— E o papai como está?

— Ele não está muito bem filha, mas não me deixa leva-lo ao hospital.

— Ele é teimoso, só vai quando não aguentar mais.

— Exatamente.

 Nós passamos a tarde ali, sentados, conversando sobre coisas aleatórias, sobre empregos, sobre esportes, todos os tipos de assuntos, e foi muito bom ter a maioria das pessoas que eu amo perto de mim, eu não seria nada sem minha família, e meus amigos.

                                                                            *

 Cinco dias se passaram, hoje é sexta-feira. O movimento da loja continua na mesma, e eu estou pensando muito em sair para tentar um estágio de enfermagem, a única coisa que me segura aqui é a Dani.

— Podemos almoçar juntas hoje? – ela disse animada.

— Claro.

 Quase uma da tarde nós saímos para almoçar, fomos até um restaurante ali perto, e fizemos nossos pedidos, enquanto esperávamos ela está agitada e inquieta.

— Está tudo bem?

— Depende, o que você chama de bem? – ela riu.

— Você está agitada.

— Ah não é nada – ela sorriu – sabe, acho que vou sair da Boutique – ela deu um gole em seu suco de melancia.

— Você vai? – perguntei surpresa.

— Sim, eu vou, e vou começar a faculdade de moda, que sempre foi meu sonho, Richard já disse que irá me ajudar no que ele puder, ele até falou de se mudar para morar comigo.

— Sério? – disse animada – eu acho que seria ótimo, pra vocês dois.

— É uma ideia, o que você acha?

— Honestamente, acho incrível, você precisa disso, não pode trabalhar lá para sempre.

— Exatamente o que ele disse.

— Eu também estou pensando em sair.

— Ai que alivio – ela suspirou e eu ri.

— Por que?

— Eu estava me sentindo culpada de sair e deixar você lá, é o único lugar que nos veríamos todos os dias.

— Tem razão, mas precisamos ser egoístas de vez em quando, você seguir seu sonho de ser estilista, e eu o meu de ser médica, e nós podemos nos ver nos finais de semana.

— Parece ótimo – brindamos com nossos sucos.

                                                                    *

 Cheguei na faculdade um pouco mais cedo, e fui até a secretaria ver se havia algum anuncio de estágio de medicina, e peguei alguns panfletos. Minha sala havia apenas algumas pessoas, me sentei no lugar de costume, e fiquei lendo um dos panfletos do estágio, que era bem interessante.

— Oi – disse Lexa se sentando na minha frente.

— Oi – sorri.

— Então, tudo de pé para amanhã? – amanhã? Fiquei com cara de paisagem, não me lembrava de nada.

— Meu aniversario Elena, eu já tinha te avisado a quase dois meses – ela estava brava.

— Claro, seu aniversário – sorri – tudo certo, eu vou.

— Ótimo, já queria te matar garota – ela riu.

— O Damon pode ir comigo?

— Pode, só não deixa o Nick saber até lá, por favor, não quero que ele deixe de ir.

— Ele não vai saber – sorri.

 As aulas passaram normalmente, eu estava saindo do prédio apressada, quando ouvi alguém gritar meu nome, quando me virei era Nick, ele quase corria em minha direção.

— Oi Nick – forcei um sorriso, eu queria ser amiga dele, só não sabia como fazer isso.

— Oi, eu queria falar com você, tem um minuto?.

— Claro, pode falar.

— Eu queria te pedir desculpas, eu tenho sido um idiota com você e com todo mundo na verdade – ele riu sem graça – eu quero mesmo ser seu amigo, mas...

— Mas o que Nick? – eu o encarava.

— Eu ainda te amo, não consigo seguir em frente, não consigo aceitar que você está com ele de novo Elena.

— Nick, eu amo ele, me desculpa – ele abaixou a cabeça, e olhou ao redor, e então me beijou, ele me segurou em seus braços, enquanto eu tentava o empurrar.

— Que porra é essa Elena? – ouvi Damon gritar, e então Nick me soltou.

— Damon? – mais essa agora – Damon não é o que você está pensando, eu juro.

— O que estou pensando? Que você estava beijando seu ex?

— Ele me beijou, eu estava tentando me soltar. – e por um minuto eu entendi – você sabia Nick, sabia que o Damon estava aqui, por isso me beijou, seu cretino – dei um tapa bem dado no rosto dele.

 Caminhei até o Damon e o puxei pela mão até o carro, ele foi em silêncio e parecia muito irritado.

— Damon, você sabe que ele fez de propósito não sabe?

— Não. – ele respondeu dando um murro no volante.

— Eu nunca o beijaria, pelo amor de Deus, eu te amo, você acha que eu teria me mudado com você se eu quisesse ficar com ele?

— Por que você estava falando com ele, pra começar?

— Ele me chamou, veio pedir desculpas, disse que queria ser meu amigo, mas não conseguia, porque ainda me ama, e eu disse que eu amo você, foi ai que ele me beijou, porque ele te viu – eu grasse gritava, ele precisa acreditar em mim.

— Você já o amou?

— Não – minha resposta foi imediata.

— Então porque namorou com ele?

— Porque eu me sentia estranha, como em divida com ele, não sei explicar, mas nosso relacionamento não foi muito bom.

— Entendi. – ele ficou quieto.

— Damon, eu te amo mais do que tudo, você precisa acreditar em mim.

— Eu acredito – ele disse depois de um longo tempo. – Eu te amo – ele pegou minha mão e a beijou – mas por favor, não fala mais com esse babaca.

— Não vou – passei meu polegar nas costas de sua mão.

 Nós fomos para casa, eu tomei um chá quente, um banho, vesti um pijama quente e me deitei na cama, Damon se juntou á mim um pouco depois.

— Vem aqui – ele me puxou mais perto dele, deitei a cabeça em seu peito e fiquei apenas apreciando seu cheiro. – Quando eu vi aquilo hoje, eu achei que seria o meu fim.

— Como assim? – ele entrelaçou nossas mãos, e nossos dedos brincavam.

— Eu achei que você iria voltar com ele, ou me trair.

— Eu jamais faria algo assim, você sabe disso – olhei irritada para ele.

— Sim, eu sei, me desculpa, mas só a ideia de te perder de novo me da um desespero.

— Você não vai me perder, eu não vou te deixar, Damon, você é tudo o que eu sempre quis, e ainda quero, você tem que esquecer as coisas que aconteceram enquanto eu não tinha minhas memórias, você disse que deixaria no passado, por favor você tem que deixar pra lá, se não você nunca vai confiar em mim.

— Eu confio em você – ele beijou minha testa – e vou deixar no passado.

— Ótimo, agora me esquenta, porque estou com muito frio.

 Ele me abraçou forte, e ficamos em baixo das cobertas, abraçados até pegarmos no sono.