Hoje é sexta-feira, Damon já havia arrumado quase tudo na nova casa, ele se empenhou mesmo, claro que teve muita ajuda, porque não pode carregar peso, mas segundo ele a casa estava a minha cara, e eu gostaria. Durante a semana nós discutimos duas vezes, as duas pelo mesmo motivo, eu queria pagar as coisas, e ele não queria deixar, sempre falando que não precisava e etc.

— Elena eu tenho dinheiro, me deixe gastar com a nossa casa, eu não economizei atoa.

— Eu sei disso, mas não quero que você pague tudo, já está pagando a casa.

— Elena, não quero mais discutir sobre isso, devia ter deixado pra te falar sobre os moveis novos quando você chegasse – ele revirou os olhos.

 Durante a semana só nos vimos duas vezes, e eu estava muito ansiosa para sábado.

 Cheguei na faculdade e me sentei ao lado de Lexa.

— Então, já foi ver como esta a casa nova? – ela perguntou animada.

 - Não, ele não deixou, disse que só vou poder ver com ela totalmente pronta, e isso será amanhã.

— Ele é meio romântico não é?

— Bastante, uma das coisas que eu sempre amei nele.

 A aula começou, Nick estava no mesmo lugar que nos outros dias, ao fundo e sozinho, de vez em quando Jamie ou Lexa iam falar com ele, mas voltavam irritados pelas grosserias que ele dizia.

                                                                                                   *

 Acordei no sabado por volta das dez horas, eu ainda tinha que arrumar as minhas coisas pra levar para a casa nova, porque durante a semana eu não tive tempo.

— Vai querer ajuda? – disse Dani parando no batente da porta.

— Com certeza – ri.

 E lá fomos nós.

 Peguei as malas de viagem, e nós fomos colocando minhas roupas, e depois o sapatos, acabamos em duas horas.

— O que você vai levar do apartamento?

— Não sei, Damon comprou varias coisas, não sei do que vou precisar.

— Você pode voltar depois e levar o que precisar. – ela sorriu, mas no fundo eu sabia que ela estava triste – agora vamos lá, me ajude a fazer um almoço, nosso ultimo almoço como colegas de apartamento.

 Nós preparamos uma lasanha de quatro queijos, que modéstia parte, ficou maravilhosa, e ficamos conversando, sobre todos os bons momentos que nós tivemos aqui, juntas, sobre as nossas madrugadas de conversa, eu com certeza iria sentir falta de tudo isso, amo estar com Damon, mas eu poderia acordar Dani as três da manhã para desabafar, que ela ficaria conversando comigo, me aconselhando, ela é a irmã que eu nunca tive.

— Que horas você vai sair?

— Damon disse que vai passar aqui mais ou menos 18h.

— Então vamos assistir algum filme na televisão, comer besteiras, e fazer piadas sobre os atores.

— Você que manda.

 Nós fizemos pipoca, brigadeiro, e abrimos um pacote de jujubas, achamos uma comédia romântica na televisão e ficamos a tarde toda juntas assim.

 Damon havia mudado os planos, disse que me levaria para jantar antes de irmos para a nova casa, ele queria me deixar doida, eu estava ansiosa demais, mas resolvi aceitar. Vesti um vestido vermelho escuro, que era pouco acima do joelho, ele era bem justo em meu corpo, e tinha um decote interessante, e um scarpin preto.

  Ele veio me buscar, quando entrei no carro ele estava com um sorriso iluminado, de orelha a orelha, parecia uma criança no dia de natal.

— Oi – o beijei.

— Oi pequena.

— Então, jantar?

— Na verdade – ele riu – o jantar é na casa nova, não mencionei isso eu acho.

—  Não, você não mencionou.

— Se preferir podemos ir á algum lugar.

— Claro que não Salvatore, vamos lá, quero ver o que você fez na nossa casa, estou ansiosa.

— Então vamos lá – ele sorriu, e após algum tempo disse – A propósito, você está muito sexy.

— Fico feliz em saber disso – ri com malicia.

Nossa casa era cerca de cinco minutos dali, Damon colocou o carro na garagem subterrânea e nós subimos uma escada até o hall da casa, eu nem havia reparado que ali tinha uma porta.

— Você promete que se não gostar de algo vai me dizer? – ele estava parado segurando a maçaneta.

— Eu prometo que sim.

— Então vamos lá – ele sorriu, e por um minuto ele pareceu estar ansioso, mas com um sorrio infantil nos lábios.

 No hall havia agora um mancebo preto, e ao lado dele uma mesa estreita e um pouco comprida, também preta, e acima dela havia um vaso com flores de plástico, eu ri.

— Flores de plástico hã?

— Dado ao nosso histórico com flores, achei melhor – ele deu de ombros ainda sorrindo.

 Primeiro ele me fez entrar na cozinha, como já era quase toda mobiliada não tinha muita coisa, apenas a geladeira de inox dessas de duas portas e com filtro em uma delas, e dois lustres pretos acima do balcão, que havia um vaso com flores, de verdade, dois bancos altos e vermelhos, e um jogo americano também vermelho, ele havia trago o resto das coisas de sua casa, os utensílios estavam aparentemente todos ali.

— Gostou?

— Sim.

— Vem, vamos continuar – ele segurou minha mão e me guiou até a sala, que era dividida por meia parede.

 Na sala estava o sofá em L preto que eu tanto gostava, fiquei feliz por ele mante-lo, havia um painel preto tomando metade da parede, e uma televisão presa á ele, e abaixo um rack também preto e branco, com dois porta-retratos nossos, e um tapete igual ao meu de pelinhos, só que branco e preto, na parede atrás do sofá havia um quadro grande, e então reparei, do outro lado da sala havia uma mesa, com duas velas acesas, toda preparada, com os pratos, talheres e taças.

— Damon – eu estava impressionada, e não havia visto nem a metade.

— Calma, quero uma avaliação final – ele riu.

 Fomos até o escritório, ali havia uma mesa que já estava com as coisas de Damon, e ao lado uma estante com vários livros, o banheiro de serviços do andar de baixo já estava todo organizado também, com toalhas de rosto brancas.

— Quem te ajudou a organizar as coisas?

— Por que acha que tive ajuda?

— Está tudo muito detalhado.

— Caroline me ajudou.

— Sabia – eu ri.

 Nós subimos pelas escadas, o primeiro quarto havia apenas uma cama de casal, no outro não havia nada.

— Esse eu resolvi deixar para depois, não havíamos decidido o que fazer – ele deu de ombros.

  Continuamos nosso tour, o banheiro central estava todo branco e preto, só então me dei conta o quanto de branco e preto tinha nessa casa, mas isso não me incomodou, pelo contrário. Finalmente chegamos á nossa suíte, ele segurou a maçaneta e sorriu para mim.

— Este eu escolhi tudo sozinho, - ele disse orgulhoso – espero que você goste amor.

 E então abriu a porta.

 Sua cama estava ali, com um edredom todo branco e pétalas de rosas formando um coração, meu coração se encheu de uma coisa que não sei explicar, apenas sentir.

— Damon ficou maravilhoso – o beijei.

 Então voltei a olhar o quarto, a cama estava com uma cabeceira quase igual a minha, toda preta só que mais alta, com um criado mudo também preto, e de cada lado dela havia um tapete médio de pelinhos creme, na frente um painel preto e uma televisão presa á ele, do meu lado havia um abajur vermelho comprido, do outro lado, próximo á janela havia uma poltrona de couro branco, ele me levou até o banheiro, que agora havia toalhas rosas e pretas penduradas, e algumas prateleiras pequenas acima da banheira com sais de banho, óleos perfumados, e um tapete também rosa.

— Aqui quase tudo foi escolha da Caroline, confesso.

— Eu amei tudo Damon – joguei meus braços por seu pescoço e fiquei olhando nos seus olhos – você realmente me surpreendeu, ficou tudo perfeito, acho que nem eu faria algo tão aconchegante.

— Não acha que ficou tudo, branco e preto demais? – ele riu.

— Não, eu não acho.

— Por favor, lembre-se de dizer isso para a Caroline.

— Eu vou – ri.

 Ele me pegou no colo e me beijou, passei minhas pernas por sua cintura, e nós ficamos ali por um longo tempo, apenas nos beijando.

— Vamos jantar? – ele pegou minha mão e fez o caminho de volta até a mesa de jantar, puxou a cadeira para mim.

 E foi até a cozinha, voltou alguns minutos depois com uma travessa de rondelis, um lado molho branco e do outro molho vermelho.

— Nunca fiz isso na minha vida, é rondeli de queijo, espero que esteja bom.

 Ele abriu a garrafa de vinho que estava lá e despejou em nossas taças, eu me servi do rondeli e ele fez o mesmo.

— Está delicioso.

— Ufa – ele riu.

— Damon, estou muito impressionada, e honestamente mal sei o que dizer, tudo ficou tão incrível.

— Obrigado pequena, mas é só até o Lord chegar e roer os móveis – nós dois rimos.

— Obrigada.

— Pelo que?

— Por tudo Damon, pela casa, pelo jantar, por estar ao meu lado, por me amar.

— Faço tudo com o maior prazer do mundo – ele pegou a minha mão e ficou acariciando.

 Após algumas taças de vinho, e um jantar delicioso, resolvemos subir para o quarto, me sentei na cama cheia de pétalas, é possível alguém ser melhor do que esse homem?

— Me promete só uma coisa? – ele disse parando na minha frente.

— O que?

— Que você nunca mais vai me deixar.

— Eu já prometi isso antes, e prometo agora, de novo, eu não vou te deixar Damon, nunca mais, nem que você queira – sorri.

— Nunca vou querer – e então ele veio para cima de mim, me beijando com carinho – estou doido pra tirar você desse vestido provocante.

— Á vontade Sr. Salvatore – mordi o lábio inferior.

                                                                                          *

 Duas horas depois, nós estávamos na banheira, eu estava encostada em Damon e ele acariciando meu braço.

— Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. – ele disse passando o indicador em minha clavícula.

— Você também – me virei de frente para ele. – Não me canso de dizer o quanto eu te amo.

— Eu também não, e não vejo a hora de você voltar a ser a Sra. Salvatore.

— Acredite, também quero muito isso.

— Então vamos focar nisso agora?

— Com certeza.

 E nós nos beijamos de novo.