Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 42
Capítulo 42 - Divorce signed.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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 Minha boca estava seca, e minha cabeça doía, lentamente abri os olhos, olhei para o lado e Nick dormia com o rosto virado para mim, fui me levantar da cama e então reparei, eu estava completamente nua, meu corpo gelou, merda.

 Vesti uma roupa qualquer e fui até a cozinha, esforçando ao máximo meu cérebro para me lembrar de ontem a noite, peguei um copo d’agua e o virei, senti a presença de alguém.

— Dormiu bem gatinha? – disse Lexa com seu habitual sorriso malicioso.

— Acho que sim – engoli em seco.

— Você e o Nick hein? – ela levantou a sobrancelha para mim.

— Eu? Nick?

— Você não se lembra de ter ficado com ele ontem? – ela disse me observando com atenção.

 E então as imagens da noite passada me vieram, Nick e eu bebendo, dançando, um se esfregando no outro, nós dois nos beijando, e de novo, Nick sentado na cama de costas para mim, eu apenas de lingerie me deitando na cama e o desafiando, nós dois nos beijando de novo, nós transamos, merda, merda, merda.

— Meu Deus do céu. – levei a mão á testa.

— O que rolou depois que chegamos? – ela perguntou curiosa.

— Meu Deus – não sabia o que dizer, eu ria em desespero – nós dois transamos.

— Eu sabia – ela disse toda orgulhosa rindo – sabia que ia rolar mais coisas entre vocês.

— Lexa, isso não deveria ter acontecido – eu ria nervosa, e ela também ria, mas da minha reação.

— Nick vai estar feliz da vida.

— E eu não sei onde enfiar a minha cara.

— Relaxa Elena, é só sexo.

 Para mim não, nunca fui de fazer sexo por fazer, não mesmo, e ainda mais na minha atual situação psicológica, o que foi que eu fiz?

                                                                                                 *

 Evitei Nick o máximo que pude, nós ficamos a manhã toda na piscina, sempre que ele tentava puxar assunto, eu dava uma desculpa e saia para algum lugar, mas sei que não posso evitar ele por muito tempo. Arrumamos nossas coisas e as colocamos no carro, ele não tentou mais falar comigo, e eu fiquei um pouco aliviada, me daria mais tempo para pensar no que dizer.

— Até amanhã – disse Lexa me dando um abraço.

 Me despedi de todos e entrei no carro de Nick, alguns minutos depois ele fez o mesmo, eu fiquei fuçando no meu celular, e ele ficou em silêncio, por boa parte do caminho.

— O que está acontecendo Elena? – ele virou o rosto para mim.

— O que quer dizer?

— Você sabe o que quero dizer, toda vez que acontece algo entre nós você fica assim.

— Nick, olha você quer saber? Ok, eu acabei de sair de um relacionamento muito muito complicado, você sabe das coisas que aconteceram, e eu ainda gosto muito do Damon, eu lhe disse isso.

— Mas você sente algo por mim, ou não me beijaria, nem teria feito nada comigo ontem a noite.

— Eu sinto atração por você Nick.

— Também sinto por você Elena, muita – ele sorriu.

— O que vamos fazer? Não podemos ficar nos pegando sempre que bebemos.

— Eu sei que você não quer nada sério, que não quer um relacionamento, mas se sente atraída por mim, e eu por você – ele analisou algo – e se nós tivéssemos uma amizade colorida? – ele me encarou com um sorriso malicioso.

— Amizade colorida? – eu ri da idéia.

— É, nos podemos ficar quando quisermos, sem ter nenhum tipo de relacionamento, e ainda evitar situações constrangedoras.

— É algo a se pensar. – disse começando a gostar da ideia.

— Eu sou um gênio – disse ele estufando o peito, e se concentrando na rua.

 Nós fomos conversando sobre várias coisas, na metade do caminho meu celular começou a tocar, era Damon, meu coração acelerou.

— Alô – disse.

— Oi Lena – ouvi um sorriso fraco – tudo bem?

— Estou bem sim, e você?

— Você sabe – disse ele num tom triste. – Estou te ligando para marcarmos algo amanhã, para assinarmos os papéis.

— Ah, claro – foi bem rápido – que tal eu ir até a sua casa?

 Antes que Damon respondesse, Nick começou a cantar a musica que tocava na radio, ele cantava alto, fiz gestos para ele calar a boca, e ele só cantava mais alto, fechei o punho e dei um soco fraco em sua barriga, ele riu e fingiu faltar ar.

— Você está acompanhada? – perguntou Damon, sua voz quase um sussurro.

— Estou com Nick, estamos voltando para Nova York.

— Voltando? – merda, porque disse isso?

— Sim, fomos para a praia com alguns amigos da faculdade para o fim de semana.

— Ah sim – ele suspirou – então sobre amanhã, pode ser aqui em casa sim, posso te buscar no trabalho?

— Ah, tudo bem, pode ser – sorri.

— Certo, então até amanhã.

— Até amanhã. – ele desligou.

  Fiquei encarando o celular em minha mão, meu coração estava novamente apertado, as vezes é tão difícil fazer a coisa certa.

— Seu idiota – dei outro murro na barriga de Nick – porque você começou a cantar?

— Qual é Elena – ele ria – vocês não tem mais nada juntos, você não deve satisfação á ele.

— Não, eu não devo, mas eu já disse, o Damon é importante para mim, e não quero que ele fique mais mal do que já esta. – ele apenas revirou os olhos e não disse mais nada.

                                                                                                                 *

 Eu estava atendendo a ultima cliente do dia, em alguns minutos Damon apareceria e eu iria para a casa dele assinar os papéis do divórcio, um nó estava formado em minha garganta.

— Você está bem? – perguntou Dani, passando sua mão em meu braço.

— Não muito – dei de ombros.

— Elena, você não precisa fazer isso se não quiser, eu não vou ficar chateada, ta na cara que você não quer o divórcio.

— Não é só pelo seu carro Dani, nós não estamos mais juntos, não tem porque estarmos juntos no papel.

— Mas e se vocês decidirem voltar?

— Nós não vamos, ele vai ser pai.

— Elena – ela ia falar alguma coisa, mas recuou ao ver meu rosto sério.

 Troquei a minha roupa, vesti uma calça jeans, uma bata preta e uma bota de salto de 2cm também preta. Apenas soltei o meu cabelo e fiquei pensando em como seria essa noite.

 Alguns minutos depois Damon estava conversando com Dani na loja, peguei minha bolsa e fui até eles. Nos cumprimentamos com beijos na bochecha.

— Boa sorte – Dani tocou no meu braço e no de Damon, lançando um sorriso solidário, sorri para ela.

 Fomos em silêncio até o carro, e até a casa dele, assim que cheguei fiquei um tempo brincando com o Lord, e então ele me chamou, me sentei ao lado dele no sofá.

— Está tudo aqui – ele me entregou uma pasta transparente, a abri e haviam vários papéis.

— Certo – respirei fundo.

 Comecei a ler o que estava escrito, e na metade eu desisti, não iria aguentar ler tudo, Damon fez o mesmo com os papéis em suas mãos.

— Então – ele deu um sorriso falso – vamos assinar?

 Eu não disse nada, apenas assenti, ele me entregou uma caneta, fiquei o olhando, ele assinou a primeira folha, e então comecei a assinar onde havia a linha acima de meu nome, depois assinamos os mesmos papéis, um silêncio tomava conta do lugar.

— É até um pouco engraçado – ele riu – foi nesse mesmo lugar que eu decidi que te pediria em casamento – ele riu, mas seu sorriso transbordava dor.

— Damon...

— Está tudo bem Elena, eu vou ficar bem. – ele segurou minha mão. – você fica para jantar?

— Acho que é melhor eu ir embora – eu queria ir embora, precisava ficar sozinha.

— Posso te levar.

— Não, eu vou de taxi.

— Tem certeza? Eu não me importo de te levar.

— Está tudo bem, vou de taxi – forcei um sorriso.

— Se você prefere assim. – seus olhos pareciam mais escuros.

 Me levantei e caminhei até a porta, Damon me seguiu, assim que sai me virei para ele, seus olhos encaravam os meus, ele estava sério, seu corpo rígido, fechei os olhos e respirei fundo, passei meu braços por seu pescoço e o abracei, ele envolveu os braços em minha cintura, e me apertou com força, tirando meus pés do chão, eu senti o cheiro de sua pele, de seu perfume, da loção pós barba, eu ia sentir falta desses cheiros.

 Ele me soltou, e eu fiz o mesmo, o taxi já estava me esperando, dei um selinho no canto de sua boca e caminhei até o taxi. Obriguei-me a não olhar para trás, obriguei-me a ser forte.

 Entrei em casa e Dani caminhou até mim, fiz sinal negativo com a cabeça e fui para o meu quarto, tranquei a porta e me deitei na cama, e então ali eu podia deixar tudo sair, podia deixar as lagrimas me dominarem, podia ser fraca, podia sofrer o quanto eu precisasse, e deixar toda essa dor e magoa ali, para que o dia seguinte, seja um novo começo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? espero os comentários (:



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