Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 38
Capítulo 38 - Divorce.


Notas iniciais do capítulo

Chorei escrevendo esse cap gente, boa leitura.



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 Ele estava me olhando, e não consegui avalia-lo, estávamos os dois em um silêncio ensurdecedor, meu coração estava acelerado só por estar perto dele, meu corpo ardia por dentro, é impressionante como meu corpo responde á sua presença.

— Oi – ele disse e me deu um sorriso fraco.

— Oi.

— Você está bem?

— Estou, e você como está?

 Ele deu uma risada triste e ligou o carro, me olhou novamente e agora tinha dor em seus olhos.

— Onde quer ir?

— Você pode escolher.

 Ele saiu com o carro, fiquei quieta fitando meus dedos, eu estava nervosa, e triste, não seria uma conversa fácil, não seria agradável, e muito menos alegre. Ele dirigiu até um restaurante, nós entramos e fomos até uma das mesas mais afastadas, estávamos em silêncio, e isso era pior do que qualquer conversa ou briga.

— Então, porque quis jantar comigo? – ele agora olhava em meus olhos, o que tornava as coisas ainda mais difíceis para mim, minha garganta estava seca e eu sentia uma angustia no peito.

— Vamos comer primeiro.

— Por favor Elena, não me deixe nessa agonia.

— Eu quero o divorcio – disse de uma vez, e abaixei a cabeça, eu não aguentaria ver seu rosto, e só então reparei que eu estava prendendo o ar.

 Criei coragem e levantei os olhos, ele parecia chocado, estava a respirar com dificuldade, e seus ombros se curvaram, ele abaixou a cabeça, fiquei encarando seu corpo ali parado e ombros caídos, eu não tinha o que dizer, nada poderia tornar isso mais fácil, nem para ele e muito menos para mim.

— Eu sinto muito – disse, e ele continuou de cabeça baixa.

 Longos minutos se passaram, ele passou a mão no rosto e chamou o garçom.

— O que vai querer Elena? – sua voz agora era séria, quase grosseira.

— Vou querer um filé ao molho poivre por favor – sorri para o garçom, Damon disse seu pedido, e pediu também uma garrafa de vinho.

 O garçom se retirou, o ar estava pesado, estávamos em silencio absoluto e nos olhávamos, um procurando algo no outro, e então meu celular tocou, olhei o identificador e era Nick, droga.

 Não atendi, e alguns segundos depois ele tornou a ligar.

— Pode atender – disse Damon.

— Desculpe, vai levar só um minuto – disse me levantando.

— Pode ficar Elena – me sentei de volta imediatamente, eu nunc ouvirá Damon usar esse tom de voz, ele parecia muito irritado.

— Alô.

— Onde é que você está Gilbert? – ele perguntou e pude ouvir vozes ao fundo.

— O que você quer?

— Grossa – ele reclamou – nós estávamos esperando você, resolvemos ir para a praia sexta feira á tarde, já que não teremos aula.

— A tarde? Eu não posso ir a tarde, eu trabalho.

— Você não pode faltar?

— Claro que não.

— Elena, por favor, vai ser um dia a mais para ficarmos lá, vai para o hospital, diz que tem alguma consulta marcada, seja criativa.

— Não é fácil assim.

— Ah é sim.

— Tudo bem, vou ver com a Lyana se ela me libera na sexta mais cedo.

— Isso ai garota. – ele riu.

— Tchau Nick — disse já um pouco irritada, e nem percebi que havia dito o nome dele, só me dei conta quando Damon cerrou os punhos sobre a mesa.

— Tchau Elena.

 Eu desliguei, guardei o celular e com medo da reação de Damon, fui levantando o olhar com cuidado, para analisa-lo, ele parecia derrotado.

— É por isso que você quer o divórcio? – perguntou ele quase choramingando.

— Não – minha voz saiu mais alta do que eu gostaria – claro que não.

— Você está saindo com esse tal de Nick?

— Não Damon, eu não estou saindo com ele, nós vamos viajar na sexta-feira, junto com o restante do grupo da faculdade.

— Então por que Elena? – sua voz saiu apenas um sussurro.

— Damon, nós não estamos juntos, não tem por que manter isso.

— Mas e se um dia você mudar de ideia?

— Eu não vou Damon – dei uma longa pausa antes de continuar – e eu preciso o mais rápido possível, Dani quer comprar um carro, e ela precisa do meu nome, pois o carro do ex dela ainda está no nome dela.

— Entendi – ele suspirou – vou ligar para o meu advogado amanhã, vou pedir para o começo da semana que vem, ai levo para você assinar.

— Tudo bem – forcei um sorriso.

 Nossos pedidos chegaram, eu não estava com nem um pingo de fome, mas me obriguei a comer, a comida estava pesada e mal passava por minha garganta, bebi um longo gole de vinho. Nós passamos todo o restante do jantar em silencio, o ar estava mais pesado ainda, e eu mal conseguia respirar, quando terminamos imediatamente Damon pediu a conta e pagou. Nós voltamos até o carro, me sentei no banco do carona e fiquei olhando para frente, ele se arrumou no banco e fomos o caminho todo em silêncio. Ele parou o carro em frente ao meu prédio, eu não conseguia simplesmente dizer tchau e sair, algo me segurava ali, eu estava sofrendo do mesmo jeito que ele.

— Até a semana que vem Damon – quando dei um beijo em sua bochecha senti algo molhado e salgado, ele estava chorando, eu nunca o vira chorar, desmoronei por dentro, tudo que eu queria era deitar ele em meu colo, ou me deitar em seu colo, pois eu estava tão triste quanto ele, fiquei alisando seu cabelo e reprimindo o choro, eu tinha que ser forte.

— Não faz isso com a gente Elena – ele sussurrou encostando a cabeça no volante, ver ele daquele jeito estava acabando comigo, era de cortar o coração, eu não queria ver ele assim.

— Eu te chamaria para subir, mas o Jer está em casa e – ele não me deixou terminar a frase.

— Vamos para minha casa – ele levantou o rosto, seus olhos estavam bem vermelhos e cheios de lagrimas. – Não vamos fazer nada, eu te prometo, só que a pessoa que eu sempre corri nos momentos como esse foi você, não posso lidar com isso sozinho, não agora – eu não sabia o que fazer, eu não poderia fazer isso, ou poderia? – Por favor Elena.

 Meu corpo parou, meu cérebro me abandonou quando mais precisei, não sabia o que fazer, eu não podia deixar ele desse jeito, mas seria muito mais difícil se eu fosse até lá.

— Eu te trago mais tarde se você quiser. – ele acrescentou quando não ouviu nenhuma resposta.

— Tudo bem – suspirei.

 Ele não disse mais nada, apenas ligou o carro e dirigiu até a sua casa.

 Assim que chegamos eu brinquei um pouco com Lord, ele estava eufórico, e demorou para que se acalmasse, enquanto jogava um brinquedo para ele, vi Damon encher um copo com Bourbon e se sentar no sofá, caminhei até ele, e me sentei ao seu lado, peguei o copo de sua mão e dei um gole, ele ficou me olhando, mas não disse nada. Ficamos os dois encarando o nada em total silencio.

— O que vai ser de mim sem você Elena? – virei o rosto para olha-lo – eu não consigo mais tomar decisões sozinho, sempre acho que se não ouvir sua opinião vou fazer burrada, eu não – ele começou a chorar de novo.

— Por favor não chora – o abracei forte, com meus braços em seus ombros, e meu rosto em seu pescoço, senti seu cheiro inebriante, respirei fundo. Ele passou um dos braços por minha cintura, ele parecia uma criança perdida.

— Sabe o que é engraçado? – mais ou menos – é que no momento mais difícil, no nosso divórcio, o que nós precisamos é um ao outro – deixei algumas lagrimas escaparem, senti um vento gelado.

—Você está com frio? – ele perguntou.

— Um pouco.

 Damon saiu de meus braços, foi até o quarto e voltou com o cobertor que eu gostava, ele se sentou e me puxou para mais perto de si, colocando o cobertor sobre nós dois, apoiei minha cabeça em seu peito.

— Não é nem um pouco fácil para mim também.

— Eu sei disso.

 Nós ficamos ali por muito tempo, abraçados, enroscados um no outro, sem nenhuma tensão sexual, sem beijos ou coisas do tipo, apenas um dando colo ao outro, um consolando ao outro, e por um momento questionei a mim mesma se estava fazendo a coisa certa, e do fundo de minha mente algo gritou sim, e estava certo, não posso me deixar levar pelo momento.


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Notas finais do capítulo

EU GARANTO QUE SOFRI MAIS QUE VOCÊS ESCREVENDO ESSE CAP.
Gente, mas tudo faz parte do meu plano futuro, então não me xinguem ok? aguardo os comentários.



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