No dia seguinte fiz minha rotina diária, o trabalho foi como todos os outros dias, Damon não mandou mais mensagens, eu havia combinado de almoçar com minha mãe hoje, mas honestamente ela me faria tantas perguntas que não quero responder. Dani não para de me provocar, acha que eu vou acabar ficando com Nick, e eu espero que ela esteja totalmente errada. No horário do almoço eu troquei minha roupa e fui até o restaurante que minha mãe havia marcado, e lá estava ela, sentada sorridente ao me ver.

— Oi mãe – dei um beijo em sua bochecha e me sentei na cadeira á sua frente.

— Oi querida – ela sorriu.

— Como você está? – perguntei, me ajeitando.

— Estou bem querida, e você como está? E o Damon? – eu tinha me esquecido totalmente de contar á ela sobre ele.

— Mãe com toda a agitação da faculdade, do cansaço e do resto, acabei me esquecendo de te contar – eu já sentia o coração se acelerar – Damon e eu terminamos.

— Como assim? – ela parecia estar em choque, seus olhos estavam arregalados e me encarando.

— Não quero entrar em detalhes, não posso, não quero ter que repensar em tudo.

— Você precisa me contar, sou sua mãe.

— Mãe, só vou te dizer que quando nós dois brigamos, e eu voltei para casa, ele ficou no bar bebendo, bebeu muito e acabou engravidando uma garota, e ele disse que não se lembra dela, ou de nada, e vai esperar o teste de DNA.

— Ela pode estar mentindo -  como sempre minha mãe já estava á postos para defender ele.

— Eu sei, mas ela pode estar dizendo a verdade – suspirei – e não quero mais falar sobre isso, por favor.

— Tudo bem querida – ela encarou o menu.

— Por favor, não diga nada ao papai.

— Se você prefere assim – ela me lançou um sorriso forçado.

 Ela estava triste, e a decepção era evidente em seus olhos, ela permaneceu em silêncio por muito tempo, coisa que raramente acontecia.

— Não fique assim, por favor, eu já praticamente superei isso – forcei um sorriso, e era obvio que ela não acreditou, ela sabe muito bem quando estou mentindo.

 Nós fizemos nossos pedidos, ficamos conversando sobre coisas aleatórias, ela estava pensando em viajar com papai, e não queria deixar o Jer sozinho, eu disse que ele já era bem grandinho para não poder ficar sozinho em casa, mas ela rebateu dizendo que não confiava nele sozinho, e que não queria uma festa com marginais na casa dela, eu ri e disse que ele seria muito bem vindo ao meu sofá, e ela riu.

 O almoço foi tranquilo, conversamos e rimos, e era bom estar com minha mãe, ela disse que iria falar com Jer, sobre ficar lá em casa durante a viagem dela, e então voltei para o trabalho, e o restante do dia foi agitado.

 Me despedi de Lyana e Dani, e fui caminhando até a universidade, apreciando a vista, os carros e o transito, era bom ser um horário bem movimentado. Quando cheguei Nick estava sentado em uma mesa, conversando com um garoto e uma garota, eu fui em direção ao lugar que eu sempre sentava, até ele me chamar, caminhei até ele.

— Elena – ele sorriu – venha conhecer o pessoal – ele me lançou seu sorriso sarcástico – Esse é Jamie – ele apontou para o garoto sentado, seus olhos eram castanhos bem escuros, e seu cabelo era um pouco comprido loiro, e tinha as costas bem largas e fortes, Jamie olhou para mim e sorriu com um aceno de cabeça – e essa é Lexa – ele passou o braço por cima do ombro da garota, seus cabelos eram castanhos bem escuros, e haviam algumas mexas em tom de azul escuro, seus olhos verdes e sua maquiagem era forte, e usava uma roupa justa e ousada, com uma blusa bem decotada, ela me lançou um sorriso de orelha a orelha e se soltou os braços dele e se lançou a mim, me abraçando.

— É um prazer te conhecer – sorriu, fiquei um pouco envergonhada.

— Lexa não começa com essas coisas de lésbica por favor – disse Nick revirando os olhos, e ela deu um soco em seu peito.

— Por que não cuida da sua vida? – ela o encarou – e eu só estou sendo simpática.

— Sei bem da sua simpatia – ele zombou dela.

— É um prazer conhecer vocês – disse e sorri.

 Eles insistiram para que eu me sentasse por ali, então me sentei na mesa atrás de Lexa, e Nick ao meu lado. Não demorou muito para a sala de aula lotar, e um dos professores começar com seus novos conteúdos e explicações.

— Ei não leve em consideração o que o Nick disse – Lexa havia se virado para mim, e sorria.

— Sobre o que?

— Eu não estava dando em cima de você – fiquei surpresa, ela viu e riu da minha reação – Eu sou lésbica, mas não saio dando em cima de todas as garotas que vejo, não estou mais no colegial – ela riu – Só queria esclarecer.

— Sem problemas – sorri com sinceridade, e ela se virou para frente de volta.

 As outras aulas foram normais, com conteúdos novos também, e agora haviam marcado dois trabalhos, um individual e o outro em grupo. Eu estava saindo da sala, quando senti uma mão segurar meu cotovelo, era Nick.

— Quer uma carona? – ele perguntou me encarando.

— Não precisa, eu vou de taxi. – disse com um sorriso discreto.

— Você vai gastar com taxi sendo que posso te levar em casa? – ele me encarou com cara de tédio.

— Tudo bem, se é assim, aceito a carona – sorri e caminhei logo atrás dele.

 Fomos em silêncio até o carro, assim que me sentei no banco do carona coloquei o cinto de segurança e fiquei olhando para os nos dos meus dedos.

— Pode ligar o radio se quiser – ele disse ao se arrumar no banco.

 Liguei o radio, e estava numa radio que só toca rock, e deixei nela mesmo.

— Lexa me perguntou se você gostaria de fazer o trabalho em grupo com a gente – ele me olhou por um segundo e voltou a se concentrar na rua.

— Por mim tudo bem, se vocês não se importarem.

— Claro que não – ele riu como se eu tivesse dito uma piada boba – O grupo sou eu, Lexa, Lana e Jamie, e agora você. – fiquei pensando em quem seria Lana, e me lembrei dele ter comentado sobre ela quando me emprestou o caderno dela com as anotações.

— Tudo bem.

 O restante do caminho fomos em silêncio, e eu apenas prestei atenção nas musicas, que eram boas.

— Pronto, entregue – ele sorriu batendo na coxa esquerda e me olhando.

— Obrigada pela carona, nos vemos amanhã? – sorri simpática.

— Claro – ele piscou, me despedi e sai do carro.

 Nick esperou que eu já tivesse passado do portão e foi embora. Abri a porta e as luzes estavam apagadas, nenhum ruído nem nada, acendi as luzes, coloquei a bolsa em cima da cadeira e olhei no quarto de Dani, nem sinal dela, voltei a sala e vi uma folha branca presa á televisão, a peguei.

       Sai para jantar com o Richard, acho que volto ainda hoje HAHA, não se preocupe, bj Dani (:

 Fico feliz por ela estar saindo com esse cara, e espero que ele seja bom para ela, porque ela já sofreu demais nas mãos do babaca do Stevie.

 Tomei um banho relaxante, vesti meu pijama rosa, preparei um chá quente e comi algumas torradas, me sentei no sofá e fiquei passando os canais, meu celular que estava ao meu lado vibrou, o peguei e era uma mensagem de Damon, meu coração vibrou.

    Estou com saudades Lena.

 Fiquei longos minutos pensando se respondia ou não, decidi que sim, ai então outros longos minutos pensando, o que responder? Eu sentia falta dele, as vezes era até desesperador, acordar no meio da noite querendo sentir o peso de seu braço em minha barriga, ao acordar e querer ver sua cara de anjo dormindo, ou então sentir seus lábios nos meus ao chegar em casa e conversar sobre como fora o dia, mas eu obviamente não disse nada disso, apenas mandei uma carinha triste, e esperei por mais alguma mensagem, mas nada veio, resolvi ir dormir.

 Me deitei na cama e me cobri, fiquei olhando a cabeceira rosa e me lembrando de suas palavras, ''vou usar ela tanto quanto você'', e seu sorriso malicioso.

— Ah Damon, porque você tinha que fazer isso? – e com o coração apertado, e a saudade de seu corpo no meu ao dormir, acabei sendo vencida pelo cansaço e pegando no sono.