Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 18
Capítulo 18 - Don't touch me.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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 - Quer ir á algum lugar?

— Podemos ir para sua casa? – perguntei tentando esquecer da discussão com meu pai.

— Certo. A peça será ás 20h, se ainda quiser ir.

— Eu quero, mas preciso me distrair.

— O que aconteceu?

— Meu pai, ontem quando cheguei ele me fez seu habitual sermão, como se eu tivesse dezessete anos de novo, e ainda para ajudar hoje ele chamou o babaca do Matt para almoçar em casa. – percebi que ao ouvir o nome do Matt  ele apertou com força o volante do carro. – Eu discuti com Matt, e discuti com meu pai, e eu disse que não voltaria para casa, e eu não vou.

— Você pode voltar para nossa casa se quiser.

— Não Damon, eu parei para pensar que eu nunca estive sozinha, nunca tive um lugar para chamar de meu, eu quero ter a experiência de morar sozinha, sem ouvir sermão pela hora que estou chegando nem nada disso.

— Nunca te dei um sermão – ele disse e riu.

— Eu sei, mas acho que seria mais saudável para o nosso relacionamento se eu morasse em outro lugar, mas até eu conseguir um lugar que eu possa pagar o aluguel e sobreviver com o meu salario, eu posso ficar na sua casa?

— É claro que pode, lá vai ser sempre sua casa também, você querendo ou não. – não consegui evitar um sorriso.

 O restante do caminho fomos em silêncio, assim que chegamos desci do carro e fui até a porta, Damon a abriu e assim que coloquei os pés lá dentro fui atacada pelo urso dourado, que me lambia e balançava o rabo desesperado.

— Também senti sua falta garoto – o abracei.

 Ele em suas patas traseiras ficava quase do meu tamanho, brinquei com ele por um tempo, jogando o que restou de um brinquedo, então quando ele se cansou, me sentei no sofá ao lado do Damon, ele estava relaxado.

— Vamos assistir alguma coisa? - ele perguntou bebendo um gole de sua cerveja.

— Podemos assistir algum filme – dei de ombros.

 Tirei minhas sandálias e coloquei as pernas no colo de Damon, ele continuou mexendo na televisão, procurando algum filme.

  O filme estava acabando, ouvi meu celular tocar, era minha mãe, resolvi ignorar, não queria que ela tentasse me convencer á voltar, só vou voltar para pegar as minhas coisas, e pretendo fazer isso sem ver meu pai, resolvi mandar uma mensagem para ela.

                         Mãe, coloca as minhas roupas na mala, todas elas, tem mais algumas malas no closet, pode por todas que depois decido com o que vou ficar, por favor, passo ai mais tarde para buscar, Elena.

Damon alisava meu tornozelo com o polegar, sem nem prestar atenção no que fazia, eu ri, ouvi meu celular vibrar e era uma mensagem da minha mãe.

    Você tem certeza que é o que você quer?

    Sim.

  Quando o filme acabou já passava das 16h, pedi para o Damon ir comigo até a casa dos meus pais pegar as minhas coisas, porque eu não tinha nenhuma roupa aqui para ir ao teatro, ele se levantou no mesmo instante. Fomos até lá em silêncio, ele estava estranhamente quieto hoje.

 Bati na porta duas vezes, alguns minutos depois a Sra. Vera a abriu, sorriu e me deu passagem, retribui o sorriso, ao entrar ouvi uma conversa na sala de estar, era meu pai e para minha total infelicidade Matt.

— Vamos tentar ir o mais rápido possível ok? – disse segurando a mão de Damon, ele apenas assentiu e nós subimos as escadas e fomos até meu quarto.

 Minha mãe estava colocando minhas roupas em uma das malas, já haviam duas em cima da cama, ela parecia estar triste, mas sorriu ao me ver, parou o que estava fazendo e me abraçou.

— Não fique brava comigo. – choramingou ela

— Jamais vou ficar brava com você mãe – a puxei para um abraço, Damon estava ao meu lado com a mão em meu ombro – eu te amo, e eu agradeço por você estar comigo sempre.

— Você vai embora de novo – uma lagrima escorreu de seus olhos.

— Mãe, eu vou embora, mas nós vamos continuar nos vendo, eu só não vou suportar ficar nessa casa, olhar para o meu pai todos os dias, e ser obrigada a aceitar a presença daquele cretino.

— Eu sei – ela disse passando a mão em meu rosto, enxugou suas lagrimas e se afastou de mim – Então vamos lá, falta muita coisa ainda, você deixou muita coisa quando foi embora.

— Eu sei, e sei também que metade vou dar embora – suspirei – mas preciso levar tudo.

— Onde você vai ficar?

— Na casa do Damon, por enquanto, até eu conseguir um lugar que possa pagar com meu salario.

— Certo – ela sorriu, e voltou a colocar roupas nas malas.

 Comecei a fazer o mesmo, pegando as roupas do closet e colocando nas malas, Damon estava me ajudando, quando ouvi meu pai coçar a garganta na porta.

— Vocês duas sabem que não aceito nenhum garoto no quarto – não consegui segurar a gargalhada.

— Estamos arrumando as minhas coisas, e eu não tenho mais dezessete anos.

— Você sabe as regras, independente da sua idade.

— Já chega Grayson – minha mãe o encarou – chega de implicar com o Damon, chega de atormentar nossa filha, chega, fique com o seu queridinho lá em baixo.

 Provavelmente é a primeira vez que vi minha mãe enfrentar meu pai, posso dizer que fiquei impressionada, e feliz. Colocamos tudo nas malas, o closet estava vazio, e eu estava com quatro malas de rodinhas lotadas.

— Tudo pronto? Podemos ir? – perguntou Damon, eu assenti.

 Eu peguei uma mala, minha mãe também, Damon pegou duas, nós descemos as escadas, meu pai estava com Matt quase que no caminho até a porta.

— Com licença – disse ao passar por eles e abrir a porta, Damon me seguiu e minha mãe também.

— Você vai mesmo fazer isso Elena? –  disse meu pai.

— Claro que vou, não vou aguentar ficar sob seu teto vivendo suas regras hipócritas e vendo você trazer á cobra para o almoço.

— A cobra que você quase se casou se me lembro bem – disse Matt em tom sarcástico.

— Mas por sorte consegui enxergar o que estava fazendo.

— Ah claro, e ai escolhe o primeiro que aparece? - disse ele com desdem.

— O que quer dizer? – rosnei.

— Esse cara com quem você se casou, ele é um – o interrompi antes que ele jogasse seu veneno.

— Não se atreva a dizer mais nada – disse entredentes.

— Elena, ignora ele – disse Damon me puxando pelo braço.

— Vai defender ele? Ou você sabe que eu tenho razão.

 Damon estava com o punho cerrado ao meu lado, seu maxilar estava travado, ele colocou outra mala no banco de trás do carro e voltou até a mim, Matt agora estava mais próximo, nos encarava com nojo.

— Não sei de verdade o que você viu nele, merece coisa muito melhor.

— Melhor? Tipo você? – ri com a idéia.

— Algo assim – ele deu um sorriso maldoso.

— Já se esqueceu o porque do nosso noivado ter acabado? Eu peguei você na cama, com minha melhor amiga.

— Aquilo foi um erro, e eu sei disso.

— Que bom que sabe – me virei de costas para ele levando outra mala.

— Me dê mais uma chance Elena – ele disse se aproximando mais de mim, e segurou minha mão.

— Tire essa mão imunda de mim, agora – eu quase gritei.

— Mais uma chance Elena, eu prometo que vai ser diferente – ele dizia em tom de suplica.

— Já disse, me solta. – rosnei de novo, puxando o braço.

— Solta ela, porra! – Damon estava ao meu lado, seu corpo todo rígido.

— Você não manda em mim – disse Matt sem tirar os olhos de mim.

— Eu não vou falar de novo. – Damon disse fuzilando Matt com o olhar, e ele riu com ironia.

  No segundo seguinte vi Damon dar um murro no rosto de Matt, que caiu no chão,na verdade se jogou no chão, sei que teve uma pequena encenação ali, meu pai correu até ele.

— Eu vou chamar a policia – ele gritou para Damon – é isso que você quer para sua vida Elena?

— Com certeza.

— Então pode ir, mas esqueça que sou seu pai.

— Farei isso com muito prazer.

  Dei um abraço apertado em minha mãe, que estava a beira de um colapso nervoso.

— Fica calma, eu vou ficar bem.

— Eu sei, eu vou te ajudar. – ela enxugou o rosto e me deu um beijo na bochecha. – Cuida dela – disse minha mãe para Damon, que estava ao meu lado.

  Entramos no carro, e assim que ele saiu dali, deixei toda a angustia, a dor, e as lagrimas se libertarem. Eu chorava, soluçando, não conseguia me acalmar, até que Damon parou o carro e me puxou para mais perto, colocando minha cabeça em seu peito, e ficou alisando minha cabeça.

— Eu estou com você.

— Ele preferiu o Matt á mim, ele preferiu um traidor mentiroso á mim Damon – eu segurava em sua camisa, com as lagrimas escorrendo sem controle.

— Eu sei pequena, eu sei. – ele continuou me abraçando, e após longos minutos eu consegui me acalmar, e parar de chorar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Alguns podem achar que está monótono, previsivel, chato, mas garanto que não vai continuar assim por muitos capitulos, sinceramente sinto muita falta de comentários, porque é bem ruim você se dedicar á algo e não ter reconhecimento.



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