Invisible Girl escrita por LittleWolf


Capítulo 7
Um novo amigo




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—Então você é a garota misteriosa do Luke?-Calum perguntou surpreso.

—Eu não...- até tentei disfarçar, mas ele não cairia nessa tão fácil- tudo bem sou eu, mas você não pode contar pro Luke.

—E porque não? Ele armou isso aqui só pra saber quem você é- ele disse calmo.

—Luke não pode saber quem eu sou, não agora, ainda não estou pronta- implorei.

—Qual é, ele quer te conhecer, qual a pior coisa que pode acontecer?- acho que minha expressão revelou que aquela foi uma pergunta ruim, muito ruim.

Ele pode se decepcionar, não gostar de mim, me achar uma louca.

—Me deixa explicar tudo, e depois se não for o suficiente pra te convencer, eu conto pro Luke- não sei de onde saiu tanta convicção na minha voz, mas eu era uma ótima blefadora.

—Tudo bem- ele deu de ombros- vamos.

Enquanto eu seguia Calum até um dos bancos mais afastados do pátio, tentava pensar no que dizer, mas eu estava nervosa demais pra formar uma história coerente.

—Você vai ficar calada?-ele disse, depois que nos sentamos.

—Estou pensando no que dizer- expliquei.

—Não pode ser assim tão difícil- ele disse.

—Eu comecei a escrever cartas pro Luke, assinando como garota invisível- falei, ele me olhava atento- e por algum motivo, ele respondeu minhas cartas.

—Essa parte eu sei- ele disse óbvio- e meio irritante ouvir ele falando da tal garota misteriosa, as vezes é irritante.

—Ele fala de mim?-perguntei surpresa.

—Digamos que você conseguiu chamar atenção dele- ele sorriu de lado- agora só falta explicar porque você escreve pra ele.

—Nem eu sei muito bem, eu só...vi ele lá com a guitarra, e ele parecia tão...diferente- era bom dizer aquilo em voz alta- eu me senti atraída, senti a necessidade de conhecê-lo melhor. E como eu não sou a pessoa mais sociável do mundo, eu comecei a escrever.

Calum me encarava, não como se eu fosse uma idiota, mas com um sorriso divertido nos lábios.

—Não imaginei que você fizesse o tipo garota apaixonada- ele disse sorrindo abertamente.

—Eu não disse que estou apaixonada- falei rápido- eu só...gosto dele, mais que o normal.

—Você sabe que em alguma hora ele vai descobrir né?- ele perguntou.

—Só não agora, por favor?-fiz uma carinha fofa.

—Tudo bem- ele suspirou vencido- mais eu tenho duas condições.

—Estava bom demais pra ser verdade- resmunguei- ok, o que você quer?

—Primeiro, me prometa que você realmente vai dizer quem, quando chegar a hora- aquilo não era tão ruim.

—Prometo, qual é a outra condição?-falei desconfiada.

—Eu precisa de uma professora particular, sabe, eu estou prestes a reprovar em matemática- ele fez uma carinha fofa.

—Sinto como se você estivesse se aproveitando da situação- balancei a cabeça, fingindo estar séria.

—Só estou unindo o útil ao agradável, assim eu aproveito pra descobrir o que você escreve nas cartas- ele me olhou malicioso.

—Não tem nada disso nas cartas, seu pervertido- revirei os olhos, ele só ria- ele não deixou você ler as cartas?

—Não, e olha que eu tentei- aquilo era bom, de certa forma- foi por isso que nós criamos teorias, e as Ash e do Mike não são muito melhores que as minhas.

—Meu deus- senti minhas bochechas queimarem- tudo bem, eu dou as aulas de matemática.

Passei o resto do tempo ali conversando com Calum, afinal já era tarde demais pra voltar pra aula.

Na ultima aula, de química, passei o tempo pensando. Não foi tão ruim como eu pensava, apesar de ter sido descoberta, descobri algumas coisas interessantes sobre Luke.

De alguma forma, o loiro se importava comigo, isso era bom, muito.

Quando cheguei em casa, me joguei na cama pra poder relaxar. Quando estava finalmente cochilando, meu celular começou a tocar.

Encarei a tela, número desconhecido.

—Alô?

—Adivinha quem é?-reconheci a voz de Calum, ele estava rindo.

—Como você conseguiu eu número?- perguntei confusa.

—Com a ruivinha nerd- ele disse- Luce, o que tinha na carta de hoje?

—Porque, o Luke disse alguma coisa?-a curiosidade estava me consumindo.

—Hemmings ficou estranho depois que leu ela.

—Estranho bom ou ruim?

—Vem até aqui que eu te conto, sabe você tem que me preparar pra prova de amanhã- ele disse risonho.

—O que? Eu não posso...

—Você quer saber ou não?

—To indo.

Não ter um carro era triste as vezes, pelo menos eu tinha uma bicicleta.

Como Calum já havia dado algumas festas, não que tivesse ido a alguma delas, eu sabia onde ele morava.

Toquei a campainha impaciente, a mãe de Calum atendeu.

—Senhora Hood, eu sou Luce, vim ajudar o Calum a estudar- falei meio tímida.

—Finalmente uma jovem educada- ele sorriu calorosa pra mim- entre querida, ele esta lá em cima.

—Obrigado- agradeci retribuindo seu sorriso.

Subi as escadas, e bati na porta com a placa de pare pendurada.

—Foi mais rápido do que eu imaginei- ele riu.

—Tá legal- me sentei na cadeira da escrivaninha- foi um estranho bom, ou estranho ruim?

—Acho que foi bom- ele deu de ombros.

—Eu pedalei do outro lado da cidade até aqui, com meu físico de sedentária nerd, em apenas quinze minutos- falei séria- pra você me dizer só algumas palavras?

—Relaxa Luce- ele me olhou esquisito- ele ficou todo pensativo, e olha que ele não é uma pessoa que pensa muito.

—Assim como 99% dos garotos desse mundo- revirei os olhos- você acha que ele vai me escrever de volta?

—Claro- ele tentou me tranquilizar- e se não escrever, é porque ele é um idiota.

—Valeu- disse rindo- agora vamos ver se eu consigo fazer um milagre, e te ensinar algumas equações.

—Ei, eu sou muito inteligente- ele se defendeu.

—Sei, a professora de matemática que é a burra da história- falei baixinho, ele jogou o travesseiro em mim.

—Tá legal, santa Luce, faça seu milagre- ele disse, nós dois rimos.


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Notas finais do capítulo

;)



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