"Luke,

É bom saber que você esta ai, lendo minhas cartas, mesmo sendo meio estranho.

E não, não sei quem eu sou, isso não me incomoda. Sei a pessoa que sou quando escrevo pra você, e é muito bom. Ultimamente eu tenho tido alguns dias cinzas, e sei que vai soar clichê, mas você anda colorindo muito deles. Fico aqui me perguntando...

O que colore seus dias cinzas?

Garota Invisível"

A vida seria mais fácil se todos dissessem como realmente se sentem. Era nisso que Luce pensava enquanto sua mãe gritava com ela, por alguma motivo que a garota havia esquecido.

Depois de levar a bronca, com um sorriso no rosto, ela foi para o colégio.

A vida podia ser injusta, por ser Meghan a ter sorte de beijar um certo loiro. Mas o mundo era mais colorido quando se tinha uma resposta de Luke.

A professora de literatura não teria como saber que Luce escrevia cartas pra alguém, e nem que aquela aula deixou garota nervosa.

— Não, os jovens de hoje perderam o romantismo. Onde esta o romance? A alegria da conquista, o brilho da paixão?

As perguntas eram retóricas, alguns olhavam pra professora com um olhar tedioso.

—E foi dai que sai minha ideia pro trabalho de vocês- ela sorriu animada- vocês terão que escrever uma carta de amor.

Os garotos resmungaram, algumas garotas ficaram animadas, Luce ainda estava meio sem reação.

— Mas não vai ser qualquer carta de amor, quero algo verdadeiro, que envolva o romantismo de antigamente.

— É obrigatório?- um garoto perguntou.

—Sim, mas não quero que encarem assim. Pra facilitar as coisas, escolherei as duplas. De uma menina e um menino. Assim poderão trocar ideias quando forem escrever suas respectivas cartas.

Se aquilo fosse um desenho, teria uma lâmpada acesa na cabeça de Luce.

Luke.

O mundo não seria incrível se por algum milagre do universo, Luke fosse seu par?

Ela poderia conversar a sós com ele. Poderia conhece-lo mais. Poderia tentar descobrir o que ele pensava de certas cartas. Poderia. Sim.

A garota nunca foi de rezar muito, mais enquanto a professora formava as duplas, ela rezou. Com tanta intensidade, que quando a professora disse Luke, ela prendeu a respiração

— Luke e...Meghan.

O não foi sonoro na mente dela. O mundo é injusto. A professora era má. O universo a odiava. Sim, com certeza.

— Lucinda e David- a vida é uma droga, que nunca conspira ao seu favor.

David era o garoto de sorriso fofo, mas Luce não ia muito com a cara dele.

No refeitório Summer não parava de falar no quanto estava feliz com sua dupla, um tal de Jake. Era bom ver que pelo menos alguém ali estava feliz com a sua dupla.

— Acho que é universo- Summer disse sorrindo- ele gosta de fazer as pessoas felizes.

Pra não falar nada, Luce deu uma grande mordida no seu sanduiche. A verdade é que o universo é um lugar irônico, que não da as chances pra quem merece.

Na sua mesa, Luke ria de algo. O mal humor desapareceu por um momento, e garota se permitiu apreciar a cena. O mundo ficou mais colorido. Os unicórnio caminhavam no seu caminho mágico de arco-íris.

Luke sorrindo. Ela queria muito tirar uma foto, ou gravar. Talvez fazer uma gif. Sim seria perfeito. Dava pra enquadrar, não seria caro imprimir. Ela colaria na sua parede.

Summer estalou os dedos na frente do rosto dela

— As vezes você preocupa Luce- a ruiva esta com uma expressão estranha- você viaja muito fácil, agora mais que o normal.

Luce se limitou a dar de ombro e sorrir. Não era culpa dela, era culpa de Luke.

Quando chegou a aula de história, Luce percebeu que tinha esquecido o caderno na sala de literatura. O professor deixou ela ir buscar, e ela aproveitou a oportunidade pra deixar sua carta no armário de Luke. Pegou a resposta e guardou no bolso.

Quando ela entrou na sala, se surpreendeu ao ver a professora de literatura e ....Luke conversando.

—Lucinda- a professora sorriu.

— Eu esqueci meu caderno...só vim pega-lo- foi difícil falar sabendo que o loiro a olhava.

— Bem ja que esta aqui, o que você acha de Lucinda Luke?- sangue congelado- acho que voces vão se dar bem fazendo o trabalho juntos.

—Como é?- a voz da garota saiu meio alta demais, o loiro sorriu.

—Luke vei me pedir pra trocar sua dupla, e já que o motivo é válido, eu concordei- a minha doce e linda professora falou.

— Tudo bem pra você?- Luke esta falando comigo. FALANDO.COMIGO. Agora responda e pare de encarar ele como idiota.

— Uhum- disse balançando a cabeça.

—Muito bem- a professora disse- agora voltem pra aula,não quero vê-los matando aula.

Eu ia sair junto com Luke, eu estava vibrando por dentro.

—Lucinda, você não ia pegar o seu caderno?- a professor disse.

Senti meu rosto queimar, Luke riu. Por um momento, pensei em gravar aquele som.

— ãn, claro - disse.

— A gente se vê depois, Lucinda- Luke disse saindo com um lindo sorriso no rosto.

Depois de pegar o caderno, voltei saltitando pra aula de história.

O mundo definitivamente não era injusto. Definitivamente não. Luke não queria fazer o trabalho com Meghan. O que era maravilhoso. E só ficava cada vez melhor.

Eu vou escrever uma carta de amor, com Luke. Ah meu Deus.

No momento seguinte a garota entrou em pânico.

Talvez o universo ainda estivesse sendo irônico com ela, não dava pra saber.

"Garota Invisível

Blink 182 é uma das minhas bandas favoritas. Será que temos mais coisas em comum? estou curioso.

Ser invisível não é ruim, em alguns momentos eu gostaria de desaparecer, isso sim seria um dom. Só não gosto da sua invisibilidade. Quando vou poder ver você?

Luke"