Linha Tênue escrita por Sany


Capítulo 18
Capitulo 16.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Era para ter postado o capitulo mais cedo, mas só consegui termina-lo agora.



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Por um momento fiquei atordoada e ligeiramente sem rumo, de todas as reações que achei que ele teria, aquele beijo me pegou completamente desprevenida, esse sem dúvida nenhuma foi o motivo que me fez corresponder. Isso e o fato de que empurrá-lo pareceria estranho considerando que éramos recém-casados. Ainda me abraçando ele começou suavizar o beijo com pequenos selinhos nos meus lábios, bochecha e pescoço.

— Não pareça tão surpresa, lembre-se que precisa convencer a todos. – ele sussurrou no meu ouvido antes de se afastar. – O que acha de conhecermos um pouco daquela ilha? – perguntou em um tom normal como se me beijar daquela forma fosse algo natural. - Dizem que é realmente adorável o que acha? – olhei para ele por um instante sem conseguir reagir a principio.

— Você que sabe.

— Ótimo, vamos conhecer então. – ele sorriu antes de me deixar sozinha e ir em direção ao piloto que estava nos olhando do segundo andar.

Segui em direção a cabine para um banho e antes que fechasse a porta do banheiro senti que estávamos novamente em movimento. Não tenho ideia de quanto tempo passei dentro do chuveiro tentando entender o que tinha acontecido, mas no final das contas considerei o beijo como algo positivo para mim afinal, a atitude dele indicava ciúmes e isso indicava que ele ainda sentia algo. E sem dúvida isso era uma boa notícia, já que ter Peeta Mellark novamente em minhas mãos seria o mesmo que virar o jogo. Assim que sai do banheiro, me assustei ao encontrar o loiro sentado confortavelmente na única poltrona do quarto.

— O que está fazendo aqui? – perguntei apertando um pouco mais meu roupão no corpo.

— Esperando minha esposa. Já estamos chegando. – ele se levantou e foi em minha direção lentamente parando a alguns centímetros de distância. – E aproveitando que estamos sozinhos, vou ressaltar algo importante. Não me teste Katniss você não me conhece e acredite estou disposto a levar as cláusulas do contrato bem a sério então cuidado com suas atitudes.

— Não fiz nada de errado Mellark. Você por outro lado me beijou sem meu consentimento e o contrato não fala nada sobre contato físico.

— Mas ele fala sobre sua obrigação de fazer com que acreditem nesse casamento, assim como fala sobre minha imagem e deixa bem claro que você não pode denegri-la em hipótese nenhuma. Então, eu realmente espero que cenas como a de mais cedo não se repitam entendeu?

— Pelo que lembro você mesmo disse não ter nenhuma cláusula sobre a minha vestimenta, quer que eu use uma burca para tomar sol? 

— Sinceramente não dou a mínima para o tamanho das suas roupas, mas não vou admitir que você flerte com homens descaradamente na minha frente. Não sou idiota e sei bem que estava fazendo aquele showzinho para o piloto e não admito isso, não vou fazer o papel de marido cego, você não vai denegrir minha imagem entendeu? Use o que quiser usar acredito que não preciso dizer a você o que é adequado usar já que no final das contas a imagem é sua, mas a próxima vez que fizer esse joguinho de sedução com outro homem, você e seu pai vão falar diretamente com meus advogados entendeu? – não respondi embora quisesse muito. – Vou considerar seu silêncio como um sim, espero você lá fora.

Ele saiu com naturalidade e quis muito lançar algo sobre ele. Peeta Mellark era arrogante demais, mas iria mostrar que ele não iria me atingir não mesmo, porém eu precisava tomar cuidado com todas as cláusulas daquele contrato ridículo. Coloquei uma roupa confortável e após trançar o cabelo o encontrei no deck então seguimos de mãos dadas com nosso teatro.

A ilha que ele falou era de fato muito simpática e embora realmente minúscula era muito receptiva. O guia turístico que nos recebeu era gentil, enquanto nos acompanhava contou como Two Harbors antigamente fazia parte do que chamavam de ilha de Santa Catalina na até então conhecida Califórnia um dos estados de um dos principais países da América do norte. Com toda a mudança geográfica a ilha acabou não fazendo parte de Panem como era esperado e ao invés disso se tornou uma comunidade independente. Que embora tivesse menos de 300 habitantes sobrevivia do turismo e da pesca.

Cercada por rochas e uma área de mata fechada a ilha não contava com muitos estabelecimentos, mas o loiro fez questão de ir em alguns, isso sem contar na caminhada cheia de fotos que fizemos, mas confesso que a praia era realmente linda, a areia branquinha e o mar de um azul tão claro explicava o porque o número de turistas era realmente considerável. Devido ao horário acabamos ficando hospedados no único hotel de Two Harbors que lembrava muito mais uma pousada, contudo com uma vista realmente impressionante.

— Achei que íamos voltar para Capital amanhã. – comentei colocando a sacola com as compras que tínhamos feito em cima da cama.

— E vamos, só que ao invés de sairmos pela manhã como estava planejado, vamos a tarde quando voltarmos.

— Certo, só por curiosidade porque o hotel? Você alugou um iate de luxo com uma suíte até mais elegante do que essa, que nos levaria de volta para o Distrito 4 durante a noite sem problemas. – era uma atitude estranha.

— Não sabia que estava tão interessada em dormir comigo na suíte do iate. – vi malicia em sua voz.

— Não estava. – respondia rapidamente e ele riu. – Só achei estranho.

— Não vou forçar o piloto a seguir viagem a essa hora, e prefiro o conforto de um quarto construído em terra firme.

— Medo do mar?

— Não, só gosto de conforto e segurança. – como que quem encera a conversa ele pegou o celular e pelo que notei ligou para desmarcar algum compromisso que não entendi qual era.

Saímos para jantar no restaurante do hotel que contava com música ao vivo, e quando voltamos para o quarto já estava bem tarde. Peeta sem nenhuma palavra se aprontou para dormir e deitou na cama de casal me deixando com um sofá bem menor do que o do outro hotel, me proporcionando uma noite ainda pior do que as duas anteriores. Realmente não via a hora daquela “lua-de-mel” estúpida acabar.

Deixamos a ilha logo após o café da manhã, a viagem até o Distrito 4 foi realmente tranquila e no final da tarde estávamos novamente dentro daquele amontoado de fero barulhento que nos levou para o heliporto do hotel, onde foi realizado o casamento. O carro dele estava estacionado lá então sem muita demora seguimos pelas ruas da Capital em silêncio. Considerei a hipótese de ele morar em um desses prédios luxuosos no centro da cidade, talvez em uma dessas coberturas que valiam milhões, mas ele seguiu em direção ao bairro onde a irmã dele morava e não me surpreendi, aliás era capaz dele ter uma casa no mesmo condomínio que ela. 

Contudo, assim que estávamos chegando ao condomínio ele seguiu uma rua lateral passando por fora dos murros que cercavam as belas casas e subiu uma rua ladeada por árvores e algumas poucas casas afastadas uma das outras e fiquei realmente curiosa quando ele seguiu por uma estrada que subia para uma parte até então desconhecida para mim. Então, cerca de cinco minutos depois avistei o portão de ferro branco e fechado e assim o mesmo se abriu fiquei impressionada com o que vi.

Em meio a algumas árvores com três andares em um estilo moderno com algumas paredes de vidro estava uma das casas mais bonitas que já tinha visto. Ele seguiu pelo pátio e estacionou em frente ao que parecia ser uma garagem coberta. Uma escada de pedra subia pela lateral e levava para o segundo andar onde ficava a porta principal e assim que entramos notei que o interior não deixa a desejar.

— Peeta, que bom que chegou menino. Estava ficando preocupada. – uma senhora apareceu com um sorriso gentil e vi o loiro sorrir em direção a ela.

— Sem drama, não estamos tão atrasados assim. Deixe-me apresentar vocês. – disse me abraçando ligeiramente e me aproximando da senhora. - Essa é a Katniss, minha esposa. Katniss essa é Mags Cohen, a principal responsável por deixar as coisas em ordem por aqui.

— É um prazer enfim conhecê-la Senhora Mellark.

— O prazer é meu.

— Vocês já comeram? Posso pedir para preparar algo rapidamente.

— Já jantamos, pode ficar tranquila. Todos já se recolheram?

— Não, estão todos esperando lá dentro para fazer as devidas apresentações.

— Você não me escuta não é mesmo? Falei que poderia deixar isso para amanhã.

— Estão todos dentro do horário, vou chama-los. – ela seguiu na direção de onde tinha vindo e fiquei sem entender, até que ela voltou acompanhada de mais quatro pessoas duas mulheres que foram apresentadas como Marian e Demétria que ajudavam na casa e na cozinha e dois homens Darius que era motorista e Brutus chefe da segurança. Todos estavam sérios e agiram de forma educada. – Finn passou aqui mais cedo e deixou um envelope, esta no escritório.

— Obrigado vou verificar. Você pode, por favor, mostrar as coisas para Katniss preciso fazer algumas ligações importantes.

— Claro. – ele sorriu e beijou meu rosto antes ir em direção a uma porta na outra extremidade da sala. – A senhora deseja conhecer a casa agora?

— Estou um pouco cansada, se puder me mostrar o quarto é melhor. – ela confirmou com a cabeça e me guiou em direção ao outro andar, as escadas eram de madeira clara com o corrimão de vidro, no fim da escada havia uma parede de vidro com uma vista realmente linda do bosque por onde tínhamos vindo. Seguimos por um corredor com cerca de quatro portas laterais e uma no fim do corredor que ela abriu mostrando uma suíte ampla e muito bem decorada em tons claros.

— Organizamos suas coisas no closet, se desejar que sejam organizas de outra forma é só falar. – concordei com a cabeça, havia deixado minhas roupas e pertences pessoas mais íntimos organizadas e iria buscá-las após o casamento, porém Prim havia se oferecido para mandar tudo. Após perguntar se precisava de algo ela me deixou sozinha e pude enfim respirar aliviada. O fim de semana foi realmente cansativo e tudo que queria era uma pausa de tudo.

Aproveitei para tomar um logo banho na banheira e relaxar um pouco depois de tudo. Mas todo o alívio que senti se foi quando voltei para o quarto e encontrei o loiro entrando no mesmo.

— Ah não! O que você esta fazendo aqui?

— Esse é meu quarto.

— Você só pode estar brincando, tenho certeza que tem outros quartos na casa. Não vamos ter essa discussão não é mesmo? Eu vou para outro quarto sem problemas.

— Não vamos dormir em quartos separados, confio plenamente na equipe que trabalha nessa casa, mas não vou arriscar qualquer suspeita então sim você vai dormir aqui.

— Seu objetivo por acaso é transformar minha vida em um inferno?

— Não dramatiza as coisas, e poupe nosso tempo e aceite de uma vez os fatos ou continue dormindo no sofá, na poltrona, no chão realmente não me importo. – olhei ao redor e diferente do hotel o quarto tinha apenas um recamier na ponta da cama e uma poltrona aparentemente confortável para sentar, mas não para dormir.

— Não tem como dormir nessa poltrona. Dividir o quarto com você é ridículo.

— Não sei se reparou, mas tem uma cama enorme bem ali e acredite não tenho nenhum interesse em chegar perto de você, então fique a vontade para deitar lá ou não como disse antes não me importo. E realmente estou cansado demais para esse tipo de conversa então chega. Ah! E antes que esqueça, isso é seu. – estendeu um envelope branco em minha direção. – Eles já estão liberados para uso.

Abri o envelope e vi que eram dois cartões de banco com meu nome.

— Isso seria?

— Você esta como minha dependente, você não esta trabalhando e ao menos que tenha alguma conta muito bem escondida não tem muito dinheiro para se manter. Como minha esposa não ficaria bem você não te dinheiro, então enquanto o contrato valer esses cartões serão validos.

— Ah sim! As aparências.

— Exatamente.

— Posso saber o limite meu bem?

— Não o suficiente para que abuse deles, mas o suficiente para usar em lojas e restaurantes por ai. – o vi ir em direção ao banheiro e deixei o envelope em cima da cômoda antes de ir ao closet buscar algo para vestir.

Observei por um momento a organização e não tinha do que reclamar, de um lado estavam as roupas dele, todas muito bem organizadas do outro as minhas. No fundo estavam os sapatos de ambos divididos por um espelho de corpo inteiro. No centro havia um puff redondo. Coloquei uma camisola e voltei para o quarto e observei a cama por um momento. Era de fato grande e por mais orgulhosa que fosse não iria aguentar dormir naquela poltrona por tempo indeterminado, então sem muita escolha deite na cama após colocar alguns travesseiros no centro dela. Poderia se infantil, mas iria deixar claro que estava ali contrariada. De olhos fechados escutei o movimento dele se deitando do outro lado e embora achei que faria algum comentário antes de dormir, ele não fez.

Interiormente sentia como se tivesse perdendo mais uma batalha e isso não me agradava nem um pouco. Precisava pensar em alguma coisa, precisava mudar as coisas e acabar logo com esse casamento.


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Notas finais do capítulo

É isso... Que comece a convivência do dia a dia para esses dois.
Anny acho que o capitulo foi tranquilo e sem possíveis problemas para o coração kkk.
Espero que vocês tenham gostado.
Não vou deixar uma data certa para a próxima atualização, mas volto em breve.
Uma excelente semana a todos.
Beijos