Linha Tênue escrita por Sany


Capítulo 17
Capitulo 15.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Fiquei muito feliz com o retorno de vocês no capitulo passado, alguns já conheciam o livro Senhora, e aparentemente vocês gostaram do resultado.
Sem mais delongas vamos para o capitulo.



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Sabe quando dizem que quanto mais você deseja que o tempo passe logo, mais lento ele passa? Agora eu entendo bem o que querem dizer com isso, já que meu dia realmente se arrastou dentro daquele quarto de hotel. Estava em um dos Distritos mais belos, cercada por praias lindas, em um dos hotéis mais caros da região cheio de atividades possíveis para fazer independente do tempo, e, ao invés de estar aproveitando tudo isso estava trancafiada em uma suíte com um loiro arrogante e extremamente irritante.

O dia não estava muito convidativo para ir à praia, mas sem duvida qualquer coisa seria melhor do que ficar ali dentro com alguém que desejava o mais longe possível de mim. Como disse que faria Mellark se acomodou em um dos sofás e ficou lendo aquele livro estupido que trouxe – como eu queria rasgá-lo em pedaços –, sem se incomodar nem um pouco com o barulho que tentei fazer para atrapalhá-lo. Era uma atitude infantil? Sim era, mas estava tão irritada que só queria perturbá-lo o máximo possível.

— Cresci com duas irmãs, acredite vai precisar mais do que isso para tirar minha atenção da leitura. – decretou enquanto virava calmamente uma pagina.

Depois disso acabei me irritando o suficiente para ir me isolar no quarto, onde aproveitei para dormir um pouco, contando que minha noite havia sido péssima. E mesmo depois que acordei continuei ali sem muito que fazer. Ele pediu serviço de quarto no almoço e no jantar, mas não me sentei com ele para nenhuma refeição. Verdade seja dita o clima dentro daquela suíte era horrível. Não quis discutir novamente sobre a cama, ao invés disso tomei banho e me acomodei no sofá após fechar as cortinas da sala. Não que tenha adiantado algo já que abri-las e deixar a luz entrar foi o modo que meu “marido” usou para me acordar na manhã seguinte quando o sol estava nascendo.

— Você enlouqueceu? Me deixa dormir Mellark!

— Acorda, vamos sair em meia-hora. Ficaremos o dia inteiro fora então sugiro que se prepare e leve roupa de banho entre outras coisas. – ele saiu sem mais informações, respirei fundo antes de voltar para o lado e tentar dormir novamente com o travesseiro na cabeça. – Se tiver que chamá-la outra vez garanto que ao invés da luz será água. – metade de mim queria muito testá-lo ainda sim acabei me levantando sem esconder meu mau humor.

Meia-hora depois estávamos saindo do hotel em um carro do mesmo, não tinha ideia de para onde íamos ainda sim não quis perguntar. E cerca de vinte minutos depois, chegamos ao porto. Peeta segurou minha mão antes de seguirmos em direção ao um iate luxuoso.

— É seu? Não me diga que você vai pilotar isso! – perguntei observando o barco com atenção, branco, dois andares realmente muito bonito. Mas a última coisa que precisava era estar sozinha em alto mar com ele. Do jeito que as coisas estavam, era capaz de voltar apenas um de nós.

— Não. Nunca me interessei por barcos e não tenho licença para pilotar, mas o Finn tem e me recomendou uma empresa que faz passeios pela região. Então, vamos passar o dia em alto mar em um roteiro romântico feito por muitos casais. – antes que pudesse contestar vi um homem se aproximar com um largo sorriso.

— Peeta Mellark, que prazer revê-lo.

— Colin quanto tempo. – ele estendeu a mão e cumprimentou com um sorriso. – Essa é minha esposa, Katniss. – o cumprimentei com um sorriso – Esse é Colin Jones responsável por alguns barcos aqui no porto.

— Soube que vão passar o dia em alto mar.

— Vamos sim, aproveitar que a previsão para hoje está otimista.

— Realmente o dia promete ser agradável, uma pena o Annie estar em manutenção seria um prazer leva-los para conhecer as ilhas mais próximas.

—Finn me contou, até queria deixar a manutenção para outro final de semana, mas pelo que soube a empresa de barcos é ótima e os passeios bem agradáveis.

— Ela é sim, vocês vão gostar tenho certeza. Quem sabe agora você não se anima e compra uma belezinha dessas – comentou apontando para um dos iates parados. – Já tem até um nome para dar a ele, tenho certeza que sua esposa adoraria um desses de três andares com o nome dela no porto.

— É pouco provável que tenha um Katniss por aqui. – comentou rindo. – Mas nunca se sabe. Caso isso aconteça já sabe que vai cuidar dele para mim. – Jones nos acompanhou até dentro do iate onde fomos apresentados a equipe composta por duas moças, um rapaz e o piloto.

— Bem vindos ao Atenas. – o piloto deu as boas vindas e em seguida fez as apresentações. Todos eram muito educados, uma das moças nos mostrou o barco e nos deixou em uma cabine que aparentemente era a suíte principal.

— Só espero que o nome do barco não seja um mal presságio. – comentei observando o cômodo muito bem decorado e com amplas janelas proporcionando uma vista espetacular.

— Como?

— Atena, mar, Poseidon... Diziam que esses dois deuses se odiavam então não acho que seja o melhor nome para um barco.

— Conheço a mitologia grega, fico surpreso que você conheça. – muito sobre as historias dos deuses gregos assim como muitos outros temas tinha se perdido ao longo dos anos. A mitologia grega e egípcia eram temas realmente esquecidos por muitas instituições de ensino já que muito se perdeu. Porém, quando ainda estudava no Hawking meu professor de história falou sobre eles e na época tive um interesse real sobre o assunto e acabei pesquisando o máximo que pude. O deus dos mares acabou por ser o meu favorito e em consequência disso conhecia bem suas desavenças, incluindo as que diziam que ele teve com a deusa da sabedoria.

— É claro que conheço, acha que só você estudava? – ele não respondeu apenas deu um sorriso fraco meio debochado e acabei achando melhor não levar aquela conversa adiante. Era muito cedo para me desgastar com o loiro.

Pouco tempo depois estávamos em alto mar. Não vou negar que estava gostando do passeio, a paisagem era linda e confesso que o mar era uma das coisas que mais me atraia, aquela imensidão era linda demais e apreciando aquele paraíso me permiti esquecer com quem estava um pouco. Tomamos café em uma área gourmet que ficava no segundo andar do iate. E reparei que embora tentasse disfarçar o loiro não parecia muito à vontade, ainda sim manteve o teatro de bom marido, sempre ao meu lado, mostrando o que sabia sobre as praias e ilhas que passávamos. Tiramos algumas fotos juntos como era esperado que fizéssemos e um pouco depois do almoço fomos para a proa onde havia uma bela área para banho de sol.

Observei jovem piloto pelo canto dos óculos escuros, sabia que de onde ele estava tinha uma vista perfeita de toda proa então com um sorriso nos lábios tirei a saída de praia lentamente ficando apenas de biquíni. Nunca tive qualquer problema com meu corpo, desde a adolescência quando ainda era líder de torcida nunca vi problema com decotes ou roupas curtas. Claro que, nunca fui de exagerar a ponto de usar roupas vulgares, usava roupas que favoreciam meu corpo e quando fui comprar um biquíni para minha “lua-de-mel”, acabei escolhendo um modelo realmente bonito, mas que deixava pouco para imaginação.

Claro que a intenção era apenas testar o Mellark, mas agora depois de tudo que ele disse ontem havia achado outra utilidade para o meu figurino. Então, com um sorriso singelo me deitei na espreguiçadeira estilo chaise que ficava bem em frente a onde o piloto estava. E como esperava não demorou para que sentisse o sol ser coberto pela sombra do loiro parado ao meu lado. Ele se sentou em seguida no canto da espreguiçadeira apoiando a mão do outro lado do meu corpo me olhando atentamente.

— Não tinha um biquíni menor querida? – o tom que usou era baixo e ele estava sorrindo, ainda sim era possível notar o aborrecimento em sua voz.

— Provavelmente tinha querido, mas gostei desse. Por quê? Não gostou? – perguntei tirando os óculos olhando em seus olhos.

— Não tanto quanto nosso piloto. – comentou passando a mão lentamente em meu cabelo, provavelmente para não parecer que estávamos discutindo. – O que você pretende com isso?

— Nada, só estou tomando sol. Quanto ao piloto olhar, achei que era o que você queria afinal é o que as pessoas fazem quando veem quadros caros e carros de luxo não é? – voltei a olhar para frente colocando meus óculos de volta. Se estivéssemos sozinhos, provavelmente a conversa não teria acabado ali, mas como não estávamos ele apenas sorriu antes de voltar para a espreguiçadeira ao lado.

— Senhor Mellark. – uma das moças se aproximou alguns minutos depois. – Essa é a área de mergulho que falamos mais cedo, vocês gostariam de parar um pouco?

— Gostaríamos sim, por favor. – respondi antes dele. – Um mergulho é uma ótima ideia não é amor?

— O que você quiser querida. – a moça sorriu antes de nos deixar sozinhos novamente e vi ele respirar fundo.
Não demorou para que parássemos, então com toda a naturalidade possível, segui em direção a parte mais baixa do iate na poupa onde já haviam colocado a escadinha. Porém, ao invés de usá-la, fiz questão de pular com toda a elegância que consegui. Se havia algo que gostava muito era nadar, na infância havia feito aula de natação e muitas festas na piscina de casa, mas confesso que aquele era um local perfeito, a água era tão clara tão linda.

— Não vai se juntar a mim? – provoquei assim que vi que o loiro não deu qualquer sinal de que entraria na água. – A água esta ótima. Vem amor — chamei assim que vi uma das moças trazendo uma bebida para ele e vi que ela sorriu em nossa direção como quem acredita que esta vendo um casal apaixonado de recém-casados.

— Estou bem aqui, mas divirta-se. – ele nem ao menos tinha tirado a camiseta ainda sim sentou em uma das cadeiras e ficou me observando enquanto bebericava um pouco da bebida, fingi não notar e continuei aproveitando a água. Um tempo depois, quando voltei para o iate ele veio em minha direção com uma toalha e um sorriso sínico nos lábios e me enrolou na mesma me abraçando em seguida.

— O que você esta fazendo?

— Mostrando de quem é o quadro. – sem qualquer outra palavra ou aviso ele me apertou mais em seus braços sem se importar em se molhar e beijou meus lábios com intensidade, sua mão direita subindo lentamente pelas minhas costas até chegar à minha nuca, sua língua explorando a minha boca sem nem ao menos pedir permissão. Um beijo que não lembrava nada o que havíamos trocado 10 anos atrás no chão do meu quarto.


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Notas finais do capítulo

É isso... A Katniss resolveu provocar nosso loiro, mas não foi muito como ela planejava. Sei que vocês querem me matar por parar nessa parte, mas eu prometo tentar postar o capitulo 16 até o próximo sábado ou domingo. Espero que vocês tenham gostado vocês sabem que adoro a opinião de vocês fiquem a vontade em dizer o que estão achando.
Beijos