Ana Narrando:

Depois que eu recebi aquela mensagem de Reneesme fui correndo para casa, Laura fez a mesma coisa, nós duas sabíamos o que ia acontecer, só não esperávamos que aquilo fosse acontecer novamente. Só espero que nada de ruim aconteça a minha menina.

Mesmo Reneesme chegando de um modo inesperado nas nossas vidas, ela mudou tudo, nosso jeito de viver, de agir e de pensar. Antes dela chegar erámos apenas duas vampiras vagando por ai, sem rumo, sem incentivo na vida, só querendo diversão.

Reneesme despertou em mim e na minha irmã um amor que achamos que não iriamos sentir por mais ninguém, a não ser por nós mesmas. Mudamos nossas vidas por ela e eu não me arrependo nenhum dia por isso.
Logo percebo que anoiteceu, olhei para Laura na minha frente e disse:

— O prazo de espera já acabou- Falei olhando para janela, vendo o dia dando o lugar para noite – Temos que procura – la agora Laura ou mais desgraças podem acontecer.

— Eu sei Ana, mas eu não tenho ideia de onde podemos começar. A ultima coisa que sei é que ontem ela, Selena e uns tais de Cullens iriam para a boate do Rafael. - Disse ela pensativa.

— É claro Laura ! Os Cullens são a família de Reneesme. - Digo.

— Deve ser... Já sei vou ligar para Selena, ela deve saber o que houve, capaz de Reneesme ter dormido lá. - Disse e já foi pegando o telefone para falar com Selena.

Passado uns minutos, Laura desliga o telefone e me fala o que aconteceu.

— Selena disse que Reneesme passou a noite na casa dos Cullens, porque ela passou mal e acharam melhor levar ela até lá por causa do doutor Carlisles. - Disse ela.

— Então minhas suspeitas estavam certas – Falo olhando para ela – Se Reneesme sumiu, o motivo deve ter sido eles.

— Tem razão Ana, vamos até lá só temos que descobrir onde eles moram.

— Eu sei – falo já pegando as chaves do carro – Vamos até lá tirar toda essa historia a limpo.

Fechamos a casa e vamos até o carro. Dirijo o mais rápido que consigo até a casa dos Cullens, eu sabia onde eles moravam por causa que uma vez doutor Carlisle disse onde morava.

Agora tudo faz sentido, o interesse dele por Reneesme sempre que tocava no nome dela. Os Cullens estão no meio disso certeza.

Logo chegamos na frente da casa, bem longe da cidade, uma boa escolha para um clã de vampiros que prezam pelo seu segredo. Logo tocamos uma campainha e uma baixinha ruiva vem nos atender.

— Olá ! Sou Alice, o que desejam ?

— Queremos falar com o doutor Carlisle com licença – Fala a Laura já entrando na casa.

As vezes me esqueço do jeito temperamental dela, peço desculpas para a garota e sigo minha irmã. Nossos sentidos diziam que ele estava no seu escritório, logo entramos e vimos sua surpresa em nos ver ali.

— Ana o que faz aqui ? – Pergunta Carlisle curioso.

— Viemos saber de Reneesme. Já sabemos de tudo. – Falo seria.

— O que vocês fizeram com a menina ? – Pergunta Laura.

— Nada, somente dizemos toda verdade a ela.

— Bom seja lá o que vocês disseram, Reneesme ainda não voltou para casa. – Falo preocupada.

Nisso um cara alto, com cabelos levemente cobreados entra, com um semblante preocupado.

— Carlisle é verdade o que essa moça disse ? - Pergunta o rapaz.

— Ana e Laura suponho, esse é Edward, o pai da Reneesme. – Fala o Carlisle apresentando ele.

— Muito prazer em conhece – lo – Dou um Sorriso.

— Não imaginava o pai dela com a aparência de um adolescente – Disse a Laura.

— É um prazer conhecer vocês também, mais me digam o que houve com Reneesme ? – Pergunta ele preocupado.

Respiro fundo, olho para Laura e ela balança levemente a cabeça, me incentivando a falar tudo. Eles não pareciam uma ameaça afinal.

— Reneesme hoje mais cedo nos mandou uma mensagem, ela disse que se não aparecesse até o anoitecer, era para a gente procura – la . – Falo pegando meu celular e mostrando a mensagem para eles.

— Mais então onde ela deve estar ? – Pergunta o Edward preocupado.

— Eu suponho que a mãe também vai querer saber disso. – Disse a Laura.

— Bella, Rosalie e Jasper estão caçando. Mais acho que daqui a pouco eles estão de volta e assim podem falar para todo mundo o que deve ter acontecido. – Disse Carlisle.

— De acordo. – Digo.

— Aproveito e ligo para o Gregorio, ele deve saber o que está acontecendo – Diz Laura já discando o numero – Ele poderá ajudar nas buscas.

Dizendo isso ela sai do escritório, e Carlisle e Edward me levam até a sala, onde eu conheci a esposa simpática e linda de Carlisle e o Emett que parecia bem brincalhão.

— Me desculpe a pergunta mais quem é Gregorio ? – Perguntou o Edward se sentando no sofá na minha frente.

— É o alfa da matilha daqui, é um bom amigo, nos ajudou na primeira vez que isso aconteceu e ele também tem um carinho enorme por Reneesme. – Sorrio.

— Fico muito feliz da minha filha só viver com gente que gosta muito dela. – Diz sorrindo.

— Pode ter certeza que ela conquista todo mundo. – Rio.

Passado dez minutos, Laura volta para sala e diz que Gregorio já esta a procura de Reneesme, o que foi um alivio. Logo em seguida o resto da família chegou, inclusive o lobisomem que mora com eles.

— Quero saber como vocês podem ser tão descuidadas assim – Fala a Bella, mãe de Reneesme que visto não simpatiza muito com a gente.

— Não foi descuido senhora – Diz Laura – Se fossemos tão descuidadas assim, garanto que nem aqui estaríamos.

— Mais afinal o que a Nessie pode fazer de tão grave assim ?

Respiro fundo e falo tudo com o apoio de Laura.

— Até onde sabemos, Reneesme descobriu tudo e teve uma grande discussão com vocês exato ? – Perguntei.

— Sim. – Disse o Edward que estava ao lado da esposa.

— Reneesme quando é posta a sentimentos muito intensos como raiva, magoa, chateação ou culpa, ela pode ser bem imprevisível – Disse a Laura – Simplificando, ela não controla isso quando sente em quantidade muito grande, ainda mais quando é tudo junto.

— Ainda não estou entendendo, o que isso quer dizer afinal ? – Pergunta Bella.

— A sede de sangue aumenta, ela vira praticamente uma assassina – Digo – Ela mata sem ter noção tudo para descontar o que ela sente.

— A Nessie não faria isso. – Diz Jacob.

— Faria, tanto que ela já vez uma vez – Fala Laura – Quando nos mudamos para cá, nem todos os lobisomens aceitaram ela, mesmo Gregorio não sendo contra ela viver aqui conosco. Depois de três meses morando aqui, dois lobisomens tentaram mata – la. Sabem o que ela fez? – Pergunta.

Ninguém responde, ainda estavam em choque.

— Ela conseguiu fugir deles – Digo – Porém ela sentia muito ódio naquele momento, ódio e tristeza, ela nunca tinha passado por aquilo. Então quando a achamos, ela estava numa floresta com quatro caras mortos ao seu redor. – Falo.

— Meu Deus ! – Diz uma moça loira, acho que Rosalie era o nome dela.

— Descobrimos depois que eles estavam tentando estuprar uma garota, que conseguiu fugir. – Falou a Laura – Gregorio não fez nada contra ela, pelo fato dela ter matado digamos que pessoas ruins, somente puniu os lobisomens.

— Mais a culpa veio logo em seguida, ela se recuperou de tudo depois de uma semana – Suspiro – Foi a única fez que ela vez algo do tipo. Reneesme ainda está lidando com a intensidade de sentimentos que os vampiros sentem.

— Então vocês acham que nossa filha pode ter feito algo parecido ? – Perguntou o Edward preocupado.

— Depende de como ela saiu daqui. – Digo.

— Ela saiu daqui bem transtornada – Disse o Jacob – Ela tentou disfarçar mais eu percebi.
— Então devemos nos preocupar. – Fala a Laura.

Depois disso, todos começaram a se preocupar, principalmente Bella, que nos pediu desculpas por ter pensado mal da gente, mais que agora percebeu o amor que temos por Reneesme e agradeceu por isso, Edward fez a mesma coisa.

Emett, Rosalie, Jasper e Alice saíram para ajudar na procura enquanto Laura estava falando com Gregorio para saber se tinham achado algo.

Eram 22:00 da noite, e nada, simplesmente nada, Reneesme sumiu e não deixou rastro algum. Todos estavam aflitos, principalmente seus pais.

E então eu recebo uma mensagem de Sebastian.

De Sebastian: Achei a Ree, estou levando ela para casa. Encontro vocês lá.

Aviso a todos a mensagem que Sebastian enviou, os pais dela mais o Jacob resolvem virem junto conosco para casa.

Espero que minha menina esteja bem, e Deus queira que nada de grave tenha acontecido.

Reneesme Narrando:

Lá estava ele, a ultima pessoa que eu queria que me visse assim, Sebastian por um milagre me achou aqui, no lado sul da cidade, onde eu sabia que só tinha gente ruim, ou a maioria pelo menos.

Sabia que aqui tinha uma gangue que só fazia mal para o pessoal local, achei essa casinha com dois deles, tentavam abusar de uma menina que fugiu assim que entrei, com o pouco do controle que eu sentia mandei ela ir embora e em menos de meia horas eu os matei, sem dó nem piedade.

Mesmo sabendo que eles não eram boas pessoas, não queria ter lhe tirado a vida, não tinha esse direito, mais infelizmente perdi meu controle pela segunda vez e agora, encolhida em um canto suja de sangue, mal conseguia encarar Sebastian que a essa altura, pensava como eu era um monstro.

— Eu sei o que você esta pensando. Eu não sei o que aconteceu – Disse ele se aproximando – Mais eu sei que você não faria isso atoa. Eu sei que você pode ser tudo, menos um monstro Ree. – Disse ele se agachando na minha frente.

— Eu achei que não faria mais isso – Choro – Depois daquela vez eu achei que conseguiria controlar meus sentimentos.
— Eu sei disso – Disse ele se sentando do meu lado – Como também sei que por você ter o lado vampiro, você sente tudo mais intenso. Você ainda ta aprendendo a controlar isso.

Deito minha cabeça em seu ombro e aceito de bom grado seu cafune, estava precisando disso.

— Qual será a desculpa ? – Pergunto olhando para os dois homens sem vida.

— Ataque de animal. Todos daqui irão concordar com isso, ninguém daqui quer a policia circulando por aqui. – Diz.

Ficamos um tempo em silencio, até que ele resolve falar.

— O que houve para isso ter acontecido ? – Pergunta continuando fazendo carinho em mim.

— Minha família. Eles me acharam e digamos que foi um reencontro meio conturbado – Sorrio fraco – Falei coisas que não devia.

— Eu entendo, mais posso saber quem são ?

— Os Cullens. O Edward e a Isabella são os meus pais, eu me lembrei de tudo quando eles disseram isso.

— Nossa que loucura, eu acho que imagino como você esta – Diz olhando para mim.

— Eu só quero ir para casa – Suspiro – Não aguento mais esse dia.

Sebastian levanta meu rosto com as suas mãos, quando olho em seus olhos tento demonstrar minha gratidão pela a compreensão que ele está tendo. Com o seu dedão ele enxuga uma lagrima que insistiu em cair e eu sorrio fraco para ele.

— Eu vou cuidar de você Ree, te garanto isso. – Diz e me dá um beijo na testa. – Agora vamos te levar para casa, suas irmãs devem estar preocupas.

Eu concordo e ele me ajuda a levantar, logo trancamos a casa e vimos se tinha alguém na rua. Por sorte estava completamente deserta e fomos para sua caminhonete.

Seguimos o trajeto num silêncio confortável, Sebastian sabia que agora eu não queria conversa, o que eu estava disposta a falar eu falei, por hora não falaria mais nada e ele super entendia isso. E como eu estava grata por essa compreensão.

Logo chegamos em frente de casa, e por sorte não tinha ninguém na rua, não saberíamos explicar se alguém me visse no estado que eu estou.

— Está pronta ? – Perguntou ele.

— Acho que sim. – Digo e olho para ele.

Ele desce do carro e abre a porta pra mim, ele estende sua mão para eu pegar.

— Estou do seu lado, vai dar tudo certo. – Diz me dando um sorriso lindo.

Sorrio de volta e pego em sua mão, chegamos na entrada e ele abre a porta. Quando entro dentro de casa, percebo que as meninas não estão sozinhas, conhecia o cheiro dos meus pais e do Jack.

Por incrível que pareça, não queria encara – los agora, eles conheceriam um lado que acharam que eu nunca tivera. Um espirito de assassina.

Quando entro na sala a primeira pessoa que vejo é a Ana, logo corro para ela aceitando seu abraço.

— Já passou querida. – Disse em meu ouvido – Você está em casa, e aqui é o ultimo lugar que alguém ira julga – la.

Me afasto dela e em seguida recebo o abraço de Laura também.

— Estamos aqui, e iremos te ajudar no que precisar. – Diz me abraçando muito apertado.

Depois que me afasto delas percebo meus pais. Estavam preocupados mais podia notar que eles não tinham certeza se queria eles aqui agora. Como queria ter coragem de pedir desculpas de algumas coisas que eu falei mais cedo...

— Não precisa pedir desculpas querida. – Disse ele se aproximando de mim – Também passamos do limite com você.

— Edward tem razão, vamos respeitar seu tempo, quando quiser realmente conversar estaremos de braços abertos.

Sorrio com isso e dou um abraço na minha mãe, que me abraça de volta. Como sentia falta daquilo. Logo me afasto e decido subir.

Quando olho para atrás vejo o Jack, que me olha surpreso e em choque. Eu logo percebi o jeito que ele me olhou, com desprezo e nojo. Não podia acreditar que logo ele estava me julgando.

Antes dele falar qualquer coisa, subo correndo pro meu quarto.

— Reneesme !! – Grita o Sebastian que veio atrás de mim.

Eu chego no meu quarto e vou direto pro banheiro, tranco a porta e ligo o chuveiro. Em baixo do banho eu choro, choro e choro. Tento lavar tudo de ruim que eu estava sentindo, não me sentia digamos limpa, esfreguei minha pele até estar totalmente vermelha.

Tudo isso porque eu podia aguentar aquele olhar de qualquer pessoa, menos dele, justo dele, nem se Sebastian me olhasse assim eu ficaria desse jeito eu acho. Nem eu entendo porque estou tão chateada assim com o Jack, só sei que isso me machucou.

Quando saio do banheiro, me sentindo mais “limpa”, vejo que o Sebastian estava me esperando sentado na minha cama.

— Eles já foram ? – Pergunto sentando do seu lado.

— Depois que você saiu correndo, eles foram, disseram que se precisasse de qualquer coisa era só ligar para ele. – Diz – Seu pai brigou com aquele cara, sei lá o porquê.

— É meio estranho eu ter país que parecem que tem minha idade ? – Pergunto olhando pra ele.

— Um pouco – Ri – Mais eu acho que o que vale é o amor deles por você, sei la.

— É talvez... – Digo pensativa.

— Você ficou mexida com aquele cara. – Disse olhando pra mim.

— Ele era meu melhor amigo antes de eu fugir. – Falo encarando ele também – o jeito que ele me olhou doeu, mas isso logo passa. – Sorrio fraco.

— Tem razão.

Ficamos num silêncio bom, mais logo o meu sono vem chegando e eu resolvo dormir.

— Vou descansar um pouco, o dia hoje não foi fácil. – Falo me deitando já.

— Tem razão, você precisa descansar, amanhã será um novo dia.

Ele fica sentado do meu lado, me fazendo carinho. Hoje eu percebi que Sebastian realmente se importa comigo e talvez ele realmente goste de mim mais como amiga, porém não sei se eu vou querer ter algo com ele além de amizade, não quero criar falsas expectativas para ele. Acho que isso só o tempo dirá mesmo.

Estava pegando no sono, senti o cansaço tomando conta de mim. Antes de pagar escuto algo que o Sebastian diz.

— Eu te amo Reneesme, não importa o que você escolha isso nunca vai mudar.- Ele sussurra.

Aquilo foi a última coisa que escutei depois desse dia louco e acho que isso contribui para uma boa noite de sono.

Continua....